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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Reino Mágico

Retirado do livro "Essas e outras aventuras"

Lake Buena Vista
Pedaço de janeiro e parte de fevereiro tiramos férias na Flórida, fazendo o programa "Disney com as crianças" e outros parques. Na realidade, o que chamamos de Disneyworld é oficialmente denominado Magic Kingdom. Walt Disney World Resort é um conjunto de parques temáticos e aquáticos, mais hotéis resorts e uma área de lojas e diversão para adultos chamado Downtown Disney, localizado a sudoeste da cidade de Orlando, em Lake Buena Vista - que originalmente chamava-se City of Reedy Creek - e teve esse nome retirado de uma rua em Burbank, na Califórnia, onde The Walt Disney Company está localizada. O interessante é que a cidade de Lake Buena Vista (12,7 km quadrados) foi criada nos exatos limites da propriedade da companhia Walt Disney na região. Walt Disney pretendia construir ali o que ele dizia ser uma espécie de "comunidade do futuro". Essa idéia original nunca vingou, mas foi aproveitada para mais um parque temático, o EPCOT. Inicialmente chamado de Epcot Center. Epcot é abreviação de Experimental Prototype Community of Tomorrow (Protótipo Experimental da Comunidade do Amanhã ou do Futuro). Os únicos moradores da cidade são funcionários da The Walt Disney Company, que vivem em uma pequena comunidade chamada de Royal Oak Court, tudo que existe em volta pertence a Disney Company e suas subsidiárias.
Fiquei pensando como seria Orlando antes da chegada da Disney por lá, e qual foi o impacto sobre a cidade. A gravura a cima dá uma idéia da expansão da cidade. E encontrei no livro Project Future: The Inside Story Behind the Creation of Disney World (Projeto Futuro: A história por trás da criação do Disney World) de Chad Denver Emerson, respostas para algumas perguntas.
Fortes Emoções
Nossa aventura começou bem na manhã do nosso primeiro dia, na primeira saída do hotel em Kissimmee, outra cidade/bairro de Orlando. O sentido do meu destino era a pista oposta a do hotel; então era só fazer o retorno. Entrei no retorno, e no sentido contrário, encostando parachoque com parachoque dianteiro entrou o carro da polícia, ficamos tête à tête. Essas histórias são boas para serem contadas... depois que já aconteceram, mas na hora, o neguinho sente um frio na espinha. O policial fez um gesto com a mão para eu recuar e encostar. Parei, ele parou atrás de mim. Exatamente como nos filmes. Me pediu a carteira de motorista e o documento do carro. Para evitar dúvidas dei a do Brasil e a que tirei no Canadá em 2007, com validade até 2012. Disse que o carro era alugado e que tinha esquecido o comprovante de aluguel no hotel ( quem é o idiota que tira o recibo do aluguel do porta-luvas ? Eu.), mas que poderia ir buscá-lo. Ele se retirou, foi consultar no notebook do carro dele a propriedade do meu. Nisso a Fabiana sai do carro e vai ao hotel buscar o comprovante de aluguel. Olho pelo retrovisor, e vejo que ele acompanha todo o movimento. Volta e me pergunta:
- Quem mandou a sua esposa sair do carro ?
- Ela foi ....
- Eu sei onde ela foi e o que foi fazer. Ela não poderia sair do carro, isso é como se ela estivesse fugindo. Ela poderia ser presa e ir para a cadeia...
- Mas, mas...
- Preste mais atenção na próxima vez. Você poderia ter causado um acidente. O retorno é mais a frente, este retorno é para quem vem da outra pista, preste atenção!! Me devolveu as carteiras e foi embora emburrado. E eu gritando "sir", "sir", para agradecer, algo como: "God Bless you." Ele sacou minha intenção e foi embora com a cara fechada. Quando a Fabiana chegou, as crianças gritavam: "mamãe tu podia ser presa. O guarda disse que tu iria para cadeia." Passado o susto, ficou a certeza de que eles ainda entendem inglês, e esse, na realidade, era o motivo da viagem: testar o nível de inglês deles.
Essa é a minha quinta experiência de ser abordado pela polícia americana. Três vezes fui liberado: duas por estar na contramão e uma por excesso de velocidade. Uma vez fui multado por excesso de velocidade e outra fui preso por arrombar o próprio carro. Se você deseja que eu conte, mande um SMS para 0300 1502 1959 e escreva "sim", o custo da ligação é 0,31 centavos + impostos.
Na contramão ( leitura opcional. Não está interessado, não tá nem aí, não tem tempo, não é voyeur da vida dos outros, pule para Parque aquático)
Não faz parte do assunto deste post contar isso, mas como recebi muitos torpedos e ando com a memória fraca esquecendo muitas coisas, vou deixar registrado para meus netos, antes que esqueça.
Bom ! A quinta abordagem e terceira liberação vocês acabaram de saber, a segunda foi por estar na contramão em uma rua pequena e bastante escura em Pasadena, Califórnia, durante a Copa do Mundo de 94. Estava com a família do Geraldo, meu irmão que morava no Texas. A van branca, que eu chamava de ambulância, era da esposa dele, mas quem estava ao volante era eu. De repente, não mais que de repente, aparece um carro da polícia na minha frente. O mesmo tipo de abordagem descrito acima, e no final o officer disse para o Geraldo:
- Você que mora aqui, diga para ele prestar mais atenção, e foi embora.
A terceira vez foi no verão americano de 1998. Eu fazia dois cursos de pós-graduação em Harvard Summer School, em Boston, na realidade (Harvard fica do outro lado do rio) na cidade de Cambridge, e morava há 4 horas de distância, na cidade de White Plains, há 25 minutos ao norte de Manhattan,New York city. Meu amigo é preciso ser jovem para se fazer uma maluquice dessas.
O Geraldo trabalhava naquele verão num projeto da Philips, um aparelho que usava a internet direto no aparelho de TV. Eu, nas segundas, quartas e sextas, deixava ele 7 da manhã no laboratório e dirigia para Boston, chegava lá 11 e tal, tinha aula apartir das 13 horas até 17. Voltava para casa e chegava às 23. Um belo dia dentro do campus da universidade, um guarda me parou por excesso de velocidade. Eu estava com a velocidade baixa, mas superior a permitida no local. Mesma abordagem. Mostrei o passaporte, a carteira de estudante de Harvard, o documento de aluguel do carro.
- Cadê a carteira de motorista ? Perguntou.
Não tinha, havia esquecido-a no Brasil. O Geraldo não sabia disso. Disse para o guarda que estava muito nervoso e que não conseguia encontrá-la, mas que tinha uma, pois ninguém aluga um carro sem uma driver's licence. Se ele acreditou ou não, vou morrer sem saber, mas depois de me repreender me liberou.
Em 1995, fui multado chegando no campus da Universidade de Miami, quando fazia o mestrado, fui multado por excesso de velocidade e enviado para a Corte. Fui orientado pelo Geraldo e pelo Vicente (que já havia morando vários anos nos States), para se declarar inocente, principalmente, se o policial autuante não estivesse presente. Fiz os meus cálculos deveria pagar um 200 doláres de multa, porque havia um valor fixo para cada km acima do máximo permitido.
Quando chegou a minha vez, uma promotora me acusava de excesso de velocidade e carteira válida do Brasil, mas vencida, o que era verdade. A juíza, uma loura jovem, bonita e de bem com a vida, fez um leve sinal com a mão mandando a promotora se calar, e me perguntou:
- Culpado ou não culpado ?
Vi que o policial não estava lá, mas não quis arriscar, fiquei no meio.
- Culpado, mas gostaria de dizer uma coisa.
-Diga.
- Mesmo na hora eu contestei o policial, dizendo que a velocidade que eu estava não era a que ele disse que era. Eu estava um pouco atrasado para fazer uma prova.
Na realidade, eu e ele sabíamos a minha velocidade, tinha um painel mostrando ela, na hora que ele me parou.
A juíza disse(acredite se quiser):
- Você pode pagar 50 dólares ?
- Sim.
-Então pague. Preste atenção na próxima vez, e não será anotado nada em seu prontuário ( que me prejudicaria na renovação mais barata do seguro do carro), next, disse chamado o próximo réu.
Sai dali feliz da vida. Paguei os 50 dólares com o cartão de crédito.
Teje preso
Em agosto de 1992, ao embargar para os States, um senhor amigo da família, em cuja casa da filha eu ficaria hospedado, me pediu para eu levar uma graninha para as meninas deles que moravam lá, nas redondezas de Washington, DC, na cidade de Rockville. Aí eu fiz outra maluquice. Ao invés de comprar uma passagem de Miami para Washington capital, decidi ir dirigindo. Quando era pouco mais de meia noite, depois de horas de estrada, decidi parar numa área de descanso para tomar um café, molhar o rosto e tirar água do joelho. Ao voltar para o carro descobri que ele estava fechado com a chave dentro, depois de muitas tentativas, percebi que não tinha outro jeito, teria de quebrar um vidro para abrir a porta do carro. É muito fácil, para quem sabe, abrir a porta de um carro com um pedaço de arame, eu já tinha visto isso, mas não havia ninguém por perto, exceto um sujeito que tinha, entre outras coisas, uma lata de tinta. A sorte é que o carro era pequeno da marca Mitsubishi, e tinha, atrás nas laterais, vidros pequenos, como o fusca tem na frente. Quebrei o vidro, os assentos ficaram cheios de estilhaços, limpei somente o meu assento e fui mimbora. Pouco depois da meia noite percebi desesperadamente que a gasolina estava na reserva, e sai da estrada, vi uma placa que anunciava o aeroporto de Fayetteville, na Carolina do Norte. Estou salvo, pensei. Ao chegar no local, aeroporto pequeno, mas bonito, como estacionamento lotado, não tinha uma viva alma. O aeroporto estava fechado. Comecei a gritar: Tem alguém aí ? Como não obtive resposta, pensei que não tinha jeito, teria de esperar o dia amanhecer e o posto de gasolina, que ficava na frente do aeroporto, abrir.
Decidi limpar o carro. Nisso, exatamente como nos filmes, aparece três carros da polícia com as sirenes tocando, eu no meio e os faróis me focando. Sai do carro uma loura me pontando um arma, me manda levantar as mãos. Me encostam no carro, eu falo alguma coisa, gritam mandando eu calar a boca, e me revistam. Um policial latino diz em espanhol para eu ficar calado. A revista começa, as mãos deles dessem pela minha perna.
- O que é isso ? Pergunta a policial.
- Tem algo aqui na perna dele, diz.
Dentro da meia, e amarrado as minhas pernas estavam os doláres. Nem pensei que poderia ser preso por não ter declarado o dinheiro na chegada, pois há uma pergunta sobre isso quando você chega na aduana. Lembram do casal da igreja Renascer que pegaram um ano de cadeia por não terem declarado o dinheiro que levavam ? A única coisa que pensava é que se ficassem com o dinheiro não me importaria, não era meu mesmo.
Eles me perguntaram quando entrei no país. Feio, barba de três meses, cara de latino, dinheiro escondido, com certeza, eu era traficante com o carro roubado.
Fui colocado algemado dentro do carro da polícia. Trouxeram cães para farejar o carro e o porta malas. Revistaram todo o carro, pelo rádio forneceram os meus dados, número de passaporte, etc.
Resumo da ópera: estava amanhecendo o dia, quando a loura e um outro policial me tiraram as algemas e disseram: encontramos dentro do seu carro o documento de aluguel, você hoje entrou legalmente no país, não há nenhuma acusação contra você. Mas por que você quebrou o vidro do carro ? Contei a minha história. Eles me levaram para a delegacia, estavam esperando amanhecer, colocaram todas as cédulas separadas por valores nominais em cima de uma mesa e disseram: "Confira se está tudo aqui." Fiquei conversando com uns cinco policiais, estavam bem simpáticos, fizeram várias perguntas: Como tinha conseguido aquele dinheiro? 14 mil dólares. E qual era minha profissão? Depois um pegou uma nota de 20 dólares e disse: "Você é louco!?. Nessa área você poderia ser morto por apenas esse valor." Ficamos lá trocando figurinhas. Finalmente a loura apareceu e me levou numa sala na presença de um sujeito. Um senhor de idade, muito sério, ela começou a narrar - com voz de quem fez uma grande besteira - o que tinha acontecido. Narrou exatamente ocorrido e disse que pensou que eu fosse isso e aquilo, mas que eles haviam se enganado. E ficou com a cara de menino que foi pego fazendo travessuras, esperando a sentença. O senhor me perguntou :
- Você confirma o que ela disse ?
- Yes.
- Você que registrar alguma queixa contra os policiais ?
- No.
-Você gostaria de dizer mais alguma coisa ?
- No. I'd like to go home.
- Então, you're all set. Estava livre para continuar a viagem.
A loura aliviada me disse: "Vou lhe levar ao posto mais próximo para você abastecer".
Ainda no aeroporto, depois que eles me liberam, e com a minha mala aberta, foi o único momento que tive medo. Eles comentaram sobre os três litros da cachaça Velho Barreiro que levava. Agora vão fazer comigo o que fizeram com Al Capone, pensei. A cachaça "ilegal" poderia servir de desculpa, mas do que o dinheiro, para me mandar para a cadeia. Na realidade eles queriam uma garrafa do liguor, como se referiam a bebida. Mas desconversei, elas eram uma encomenda do meu anfitrião, que era americano, mas adorava uma caipirinha.
Bill, médico americano, gostava tanto de caipirinha, que quando preparou um jarra,bebeu e nem me ofereceu. A esposa dele, Miriam, percebeu e disse: "Serve um pouco para o Cláudio". Ele respondeu: "Não, aqui a quantidade é limitada, ele toma lá em Manaus."
No parque aquático
As nossas crianças adoram água. Então nada mais apropriado do que um parque aquático. O Wet n' Wild de Orlando estava uma pechincha: "Pague um e use por 14 dias." Comprei os ingressos e estacionei por $10 dólares. Quando voltei pela segunda vez pensei: com várias lojas e estacionamentos na frente desse parque, porque é que vou pagar 10 dólares ? Parei na frente do parque, mudei de pista e estacionei ao lado do restaurante fast food de frango frito KFC. Atravessei a rua e fui curtir as águas e piscinas e tobogans do parque. Depois de estar lá dentro por umas quatro horas, saí para dar uma olhada na nossa van. Quem disse que ela estava lá ? Necas de pitibiribas. Que grego antigo significa "levaram o teu carro."
O susto só não foi maior porque eu sabia o que havia acontecido. Em 1995 já havia passado por isso no aeroporto de Miami, o meu carro foi guinchado. Fui até o gerente do KFC e perguntei:
- Cadê a minha van ?
- Levaram, está aqui o número do telefone do Black Jack, a empresa que levou o seu carro.
Fiquei atordoado, mas dei sorte. Estacionado na frente do parque tinha um taxi, cujo motorista, um venezuelano, dizia odiar os caras e prometeu me ajudar. Ligou para eles, pegou a direção, calibrou o GPS e me levou lá. Fomos conversando sobre o Hugo Chaves, isso ajudou a me acalmar. Eu já sabia como seria: pagaria e o carro seria liberado. Agora se e-leitor deseja saber se isso tem alguma coisa a ver como o Detran (deles) a resposta é não. Quando voltei ao parque em um outro dia, eles estavam guinchando um carro com a placa de Quèbec, Canadá.
Cheguei no local, um fundo de quintal, com um escritório de madeira, paguei 100 dólares e levei o carro. Essa brincadeira me custou mais 30 dólares de taxí.
Agora é que não poderia mais pagar estacionamento. Não iria para o parque por quatorze dias, porque ninguém aguenta, mas voltaria umas duas ou três vezes intercaladamente. A solução do estacionamento grátis veio do hotel localizado detrás do KFC, lá não tinha problema, ninguém controlava os carros estacionados. Como é que sei ? Porque era o mesmo nome do meu hotel, só que nós estávamos em Kissimmee, e esse era em Orlando, eu sabia que não havia controle dos carros estacionados.
O quadro do hotel
Por uma semana mudamos de hotel. Fizemos um upgrade. Fomos para hotel de bacanas. Na realidade, um sujeito legal, um brother, me permitiu fazer uma reserva de hotel no time share que ele é sócio. Já tínhamos sentido o gostinho de ficar num outro resort cinco estrelas, numa villa. Amigos que estavam num Sheraton com três quartos foram embora antes, e me ligaram oferecendo o restante da estadia. Era quinta-feira: "Vem dormir aqui, amanhã vamos embora e está pago até sábado.", disse a dra. Otília.
Para fazer a reserva precisa da senha do sócio e o pagamento de uma pequena taxa extra,mas o preço é enormemente menor para associados. Entramos no sábado 22 de janeiro e ficamos até 29. No nosso terceiro dia, ao triscar, repito triscar, o meu ombro em um quadro na parede, ele caiu no chão e quebrou o vidro e a moldura. Agora eu me dei mal, pensei. Vou pagar uns $300 por um quadro novo. Ficamos dias matutando a solução. Uma delas seria, como fariam os americanos: peitar o hotel,ameaçar processá-los, pois isso poderia ter feito um estrago em algum dos meus filhos. Plano B: comprar um novo quadro e substitui-lo. Será que eles perceberiam. O Plano C não pode ser dito aqui. O Plano D era comprar uma nova moldura e montar um novo quadro. Mas esse era grande, tinha 1m x 50 cm, portanto era caro.
Saímos em busca de uma moldura igual, só encontramos molduras caras. A moldura do quadro era bonita e cara. Até que encontrei uma de cento e tal, mas estava na promoção, pagando somente, pouco mais de $50. Na hora de pagar teve mais um desconto de 10 doláres. Aí começou a fase mais difícil, montar o novo quadro. Tive de usar a criatividade. A moldura comprada, era muito bonita, mas era 10 cm mais estreita, ainda havia um paspatu (aquele papelão em branco) em volta da gravura. A montagem está registrada em vídeo. Tá lá. Havia de cinco a seis quadros no apartamento, será que vão perceber a diferença ?
Enquanto esperávamos para entrar no hotel, pois o check in era às 16:00 horas, aproveitamos também fazer uma visita a natureza. Fizemos um passeio de americano, passamos uma manhã, bastante fria por sinal, no parque público, mas que se paga por carro, chamado Bill Frederick Park and Pool. Um parque grande, lindo, na beira do lago Turkey, onde há avisos da existências de crocodilos. Foi uma manhã muito boa.
Falando em manhãs frias, também tivemos tardes quentes e secas. Passamos por calor e frio na mesma semana, com chuvas de vez em quando. Fizemos outro programa de residente, fomos ao Orlando Science Center, onde o cinema Dr. Philips CineDome é simplesmente fantástico. A tela é gigante, como 8 mil pés quadrado, ou 2438,4 metros quadrados. Se a tela fosse quadrada, isso daria uma tela de mais de 49 metros de altura por 49 de largura. Como ela é retangular se tiver uns 10 metros de altura, terá 244 metros de largura. Já viram que a tela é enorme. Não é só isso, ela é curva. Na verdade, ela é côncava. Pegue uma laranja e corte ao meio, tire todo o conteúdo, deixe só a casca, agora corte ao meio, na horizontal, assim é a tela, como 1/4 de uma esfera. Não é necessário uso de óculos especiais para você se sentir em 3D. O que assistimos foi sobre as ondas gigantes do Tahiti, a sensação era que iriamos ser cobertos por ela. Era de uma realidade impressionante. Fiquei na primeira fila, e como a tela começa alguns metros abaixo, e as cadeiras são bastante verticais, a sensação era que ia cair no mar. A sensação é tão real, que um locutor avisa que você pode sentir mal estar.
Gasparilla
Outro ponto alto da nossa viagem foi a festa Gasparilha em Tampa, na costa oeste da Flórida. Se esse post já não tivesse muito longo, eu contaria a origem da festa, que começa com um desfile naval, com vários iates e o navio madrinha, um navio de piratas. Seguida de uma longa parada de "carros alegóricos" por algumas avenidas. Os ocupantes dos carros estão todos fantasiados. A população comparece em massa. Quantas pessoas estavam nas ruas 100, 200 ou 300 mil ? Não sei. O que movimenta a festa, é que os carros jogam colares com pedras coloridas, a brincadeira é quem pega mais. Creio que são mais de um milhão de colares, porque todo mundo sai com vários, os nossos foram mais de 50 e viajaram com a gente.
Semana passada o programa Flash de Amauri Jr. mostrou a festa. E se você chegar até ali, ande mais um pouco e vá até a cidade de Clearwater Beach. A praia e a avenida litorânea apresentam um visual muito bonito. Na realidade, o caminho de Tampa para Clearwater sobre o mar é muito bonito.
Dicas
Eu nunca vi preço de hotel tão barato nos Estados Unidos com encontrei desta vez. É verdade que fui um pouco depois do fim do break natalino dos americanos, mas ainda assim, desde que fui lá a primeira vez em 1986, nunca tinha encontrado hotéis tão baratos. Seria a crise? Com preços em conta e o real forte, Orlando estava entupido de brasileiros. Até nosso hotel que não ficava na região mais procurada pelos brasileiros, rua International drive, estava cheio deles. A dica ? O site http://www.budgethotels.com/, que apesar de ser inglês, se você quiser ele dá os valores em reais e ordena os valores do menor para o maior, e o site http://www.agoda.com/. A outra dica é para quem vai de carro de Miami para Orlando, não vá pela Turnpike (Ronald Regan), apesar de ir mais direto, cobra muito pedágio. Vá pela I95 que é free. Essa é a dica ? Não. Vá pela I95 e quando chegar em Vero Beach, saída 147, encostado tem o Vero Fashion Outlets LLC (http://www.verobeachoutlets.com/). Para quem gosta de roupas de marcas a preço de banana, o local é lá. Tenho uma revista que recomenda os outlets Prime e Premium (lojas de fábrica) de Miami e Orlando, que vendem mais de 50% barato do que no Brasil, e estavam entupidos de brasileiros felizes como pinto em merda, mas os preços de Vero Beach é (são) brincadeira. Não se assuste, lá tem umas 50 lojas e não tem ninguém, com meia dúzia de carros no estacionamento. Fomos de Melbourne (há 40 minutos) onde a minha sobrinha, Mariana - linda anfitriã, que nos levou a Cocoa Beach - mora e faz mestrado na Florida Institute of Technolgy, fui levado pela mãe dela, Ozzy Newhouse. A princípio duvidei, mas chegando lá, não acreditei no que vi.
E para quem vai a missa mesmo nas férias, achamos a basílica santuário nacional Mary, Queen of the Universe (http://www.maryqueenoftheuniverse.org/) A basílica é linda, enorme e moderna. Nascida do trabalho pastoral de um padre que celebrava para turistas nos hotéis. O santo e o profano ficam lado a lado. O Santuário fica ao lado do Orlando Premium Outlet e apenas algumas quadras do Lake Buena Vista Factory Stores (lojas de fábricas).
Foram momentos muito bons, boas lembranças para toda vida, pena que acabou.

TJAM tem dívidas de 400 milhões

TJAM- 400 MILHÕES EM DÍVIDAS
Serafim Corrêa no http://www.blogdosarafa.com.br/
Os dois principais jornais da cidade, O DIÁRIO DO AMAZONAS e A CRÍTICA, dão destaque hoje à situação em que se encontra o Poder Judiciário do Amazonas com dívidas acumuladas na ordem de 400 milhões de reais.
O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador João Simões, de forma transparente e correta pediu socorro ao CNJ para que ajude o Poder Judiciário amazonense a superar esse momento difícil, resultado do acúmulo de repasses a menor do que deveria ter sido feito ao longo dos últimos anos.
Para facilitar o entendimento explico o que acontece. O Estado tem três braços: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. É o Executivo quem arrecada os tributos suficientes e necessários para fazer funcionar os demais poderes....

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Brazil na TV Americana

O Programa 60 minutos da TV Americana fez uma reportagem sobre o Brasil, com a participação de Eike Batista, o oitavo homem mais rico do mundo, segundo a revista Forbes de 2010. Dê uma olhada, é legendado em português:

http://www.youtube.com/watch?v=DMM7OJ_Kj9I

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Morra minha filha ! Morra !

"Prefeito Amazonino Mendes manda moradora da área de risco morrer "
Apareceu no Bom Dia Brasil ( Rede Globo - 22/02/2011), e deverá aparecer no Jornal Hoje e no Jornal Nacional. Saiu também no Correio Brasilense:

"O prefeito da capital amazonense Manaus, Amazonino Mendes (PTB) ficou em maus lençóis ao se irritar com uma moradora de uma área de risco da cidade. Durante uma visita a uma área vulnerável à ação das chuvas, o prefeito pediu à população que saísse do local, mas foi questionado por uma mulher que afirmou que não tinha condições de sair. ''Nós estamos morando aqui porque não temos condições de ter uma moradia digna'', afirmou a moradora. Amazonino, irritado, respondeu: ''Minha filha, então morra, morra''.
A discussão continuou e o prefeito se comprometeu mais ainda ao perguntar de onde a mulher vinha. Ao responder que era paraense, a moradora recebeu uma resposta irônica do prefeito. ''Pronto. Tá explicado'', disse Amazonino.
Confira o vídeo:

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Anjo Dunga ou Americans are gone II

Who's Rev. John McCarthy ? Nobody Knows.


[O] "Rev. John (Jack) Frederick McCarthy, C.Ss.R., faleceu pacificamente no Clement Health Care Center ,Liguori [Missouri], na manhã do domingo, 13 de fevereiro de 2011, com 75 anos idade. Professou os votos em 02 de agosto de 1957; foi ordenado sacerdote em 02 de julho de 1962. Pe. McCarthy era um missionário no Brasil desde 1964." 
Assim noticiou o site da Congregação do Santíssimo Redentor (C.Ss.R) da província de Denver, Colorado, Estados Unidos.
Os padres Redentoristas da Vice-Província da Amazônia (Manaus,Manacapuru, Coari e Codajás) são ligados a de Denver. Os padres americanos chegaram por essas terras em 1943, e em 1947 construiram a igreja de Nossa Senhora Aparecida, provocando a mudança do nome do bairro de Tocos para o atual. O, hoje, Santuário é bastante conhecido pelas suas novenas nas terças-feiras, quando mais de 20 mil fiéis vão ao local de todas as partes de Manaus.
Um dia a Amazônia - incluindo as cidades citadas, mais Anori e Belém, onde havia um enorme seminário da congregação (Benevides) e a paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - era cheia de padres Redentoristas americanos; eu conheci vários, mas lembro-me com saudades dos que partiram lá pra cima: padres Geraldo, Daniel e Marcos com quem convivi. Temos ainda outros vivos que voltaram para os Estados Unidos, espontaneamente ou por problemas de saúde. No momento existem apenas dois na ativa, Miguel Thomas Macintosh e Carlos Bill Steiner, e dois aposentados (estou falando dos americanos), George Nakamura e James Fisher que por aqui criaram raízes.

O Padre Risadinha - esse todos conhecem
Apenas um em cada cem (se muito) e-leitor deste blog saberia dizer quem era o reverendo McCarthy. Agora, pergunte na paróquia de Nossa Senhora Aparecida, em Manaus, ou em Coari, Codajás e Manacapuru quem era o padre Domingos ou Dunga, que milhares de pessoas vão responder que era o padre que estava sempre sorrindo. Um anjo que se fez carne e habitou entre nós, e agora voltou para de onde veio.
Se tinha 75 anos e chegou aqui em 64, considerando que foi embora ano passado, acometido de câncer nos rins, podemos dizer que padre Domingos, ou padre Dunga viveu 46 anos como brasileiro e 29 como americano. Foi padre em sua terra natal por menos de dois anos.
Meu amigo, minha amiga. Se hoje a situação no interior do Amazonas ainda é difícil, imagine nos anos 60. É preciso vocação para deixa os States e pregar no mato. Sim, concordo com você, ele não foi o único, outros missionários fizeram isso. Mas a falta de luz, os carapanãs, o risco de malária, a leishmaniose ( pe. Carlos que o diga), nada disso era problema: o bom mesmo era a vida pacata, o povo simples, o rio correndo, a mata, as desobrigas, as missões; comprovando a presença de Deus. Como ninguém é de ferro, o jaraqui frito com pirão e o tucupi eram bem vindos. Quando pe. Dunga morava em Codajás - morou muitos anos no interior - o molho da
Pe. Domingos, nos anos 60 em Codajás
salada de alface era açai, como me confessou um dia. Era uma gringo, mas virou caboco.
Como jogador de futebol que ao bater o pênalti gosta de dar uma paradinha antes de chutar, pe. Domingos, antes de começar a missa, segurava o microfone, abria um sorriso, olhava para a direita, para a esquerda e começava: "Meus queridos irmãos, minhas queridas irmãs em Cristo." Estudava o Evangelho antes da missa; para a homília trazia a sua "cola". Foi assim na missa que celebrou em homenagem ao padre Marcos Winnegar, redentorista que partiu em agosto de 2009. Fez um sermão bonito, depois da missa pedi seu texto. Não havia texto, somente frases, lembretes, falou de coração sobre um colega que trabalhou no Brasil por mais de 50 anos e com quem viveu por muitos anos. Agora mesmo os dois estão sentados colocando o papo em dia sobre a paróquia. Pe. Domingos informou para o espanto do pe. Marcos que em breve a igreja vai ser climatizada.
- Mas ela não é muito grande e alta ?
-É, mas o trabalho está quase todo completo. Você lembra do padre Ronaldo ? Está fazendo um bom serviço.
Padre Domingos estava sempre com um sorriso no rosto; segunda a Fabiana, parecia um bebezão, ou um anjão. E ria não porque estivesse de bem com a vida. Tem muita gente que anda de bem com a vida e ri à toa, mas anda muito mal com Deus. Rico ri à toa, diz o ditado.
Padre Domingos não andava de bem com a vida, ele andava de bem com a morte. Chegasse o dia que chegasse, avisando ou de surpresa, ele estava preparado. Seu rosto sempre risonho passava paz, intimidade com o pessoal lá de cima, os mesmos que ele encontrou "almamente" no último domingo. Domingos, domingo. Que outro dia iria partir ? No domingo é claro, que é o dia do Senhor. Domingo é sunday, dia do sol, e lá se foi mais uma estrela para o céu.
É uma pena que o padre Dunga tenha partido dia 13, e não tivesse esperado mais dois dias, teria chegado lá hoje, no dia do meu aniversário. Assim pelo resto da minha vida, nesta data, seria a festa de um santo que conheci pessoalmente.

Testemunho
Nelson Peixoto, hoje em Brasília trabalhando com as crianças sem lar nas Aldeias SOS dá o seu testemunho:
"Posso igualmente confirmar a santidade humana do Pe. Domingos. Moramos juntos alguns anos, me precedeu nas comunidades/cebs rurais da Paróquia de Coari. Dedicação de todas as horas, disponibilidade valente para atender os doentes, e jamais sem vacilar deixaria para depois ou para cuidar de si primeiro.
Bom combate com o terço na mão e as orações das horas fielmente seguidas, no seu quarto ou fora dele, com um bom romance ao seu lado também quando quieto á espera de um novo momento de serviço.
Sorriso que sempre chegava a gargalhar como canção de criança a balbuciar a linguagem dos anjos. Riso e fala mansa de quem sabia dizer com carinho sem deixar de ser tão humano, e tão humano assim o Pai o amou primeiro e agora o recebeu nos braços.
Obrigado Pai do Céu pelo que deixou nas beiras dos rios, nas mãos que apertou, no abraço que nunca findou naqueles que vai reencontrar."

O Padre Mano

Padre Domingos vai e deixa muitas saudades, mas ainda bem que não demorou a ir, pois segundo relatos a doença o tinha deixado bastante debilitado. Era grande e gordo, "mas emagreceu rapidamente, secou em pouco tempo". Fico contente que tenha partido. Nós perdemos, mas ele, agora, deve está dizendo e rindo : "Mano, por que é que eu não vim antes ?"
Era o padre "Mano", coisa de amazonense. Lembro-me de receber a comunhão das mãos dele: "Corpo de Cristo, mano"
É muito bom saber que ele agora pode está na companhia dos apóstolos, na presença da Virgem Maria, recebido por santo Afonso, atualizando Brígido Nogueira, Eliza Bessa, Rosa Feitoza, pe. Daniel, pe. Marcos, Dom Thomas, pe. Clemente, Dom Jackson e muitos outros sobre as coisas da paróquia.
Santo Afonso faz as honras da casa: "Aquele alí é Moíses, o de barba de costas é Abrahão, sentado a direita está o rei David conversando com Isaías." E acrescenta: "Aquele grupo alí é dos santos padres, o seu é aquele outro, os dos padres santos."
Ah! Deus seja louvado, morre é muito bom ! Eu tento convencer a minha mãe disso. Não que eu queira que ela se empolgue e vá agora, quero que viva muitos e muitos anos, mas que não tenha medo de ir.
Queira Deus e com ajuda de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que o dia mais feliz de nossas vidas, seja o dia da nossa morte.
Pe. Domingos intercedei por nós, pelos nossos pecados, e para que possamos amenizar a dor que sentimos por sua partida.
O site dos Redentoristas de Denver também pede que rezemos pelo repouso de sua alma e "que ela descanse eternamente com o nosso Senhor e Redentor." Rezaremos. Mas para onde ele foi, tem tudo menos descanso, o que tem é festa todos os dias.


Cláudio Nogueira

PS. Na missa da ressurreição , 19/02/2011, no final, D. Luís Vieira, arcebispo de Manaus disse ter ouvido a seguinte história do próprio Pe. Domingos: "Uma vez ele foi a uma farmácia tomar um injeção, mas que não poderia ser dada no braço, a injeção foi nas nádegas. Quando a enfermeira estava dando a injeção, ela perguntou: 'O senhor é padre ?' Ele respoondeu; Por que está escrito aí ?"

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A Anne está grávida !!!

Atendendo a um pedido da autora, publico com muito prazer a notícia de Anne Caroline, nossa querida sobrinha, está grávida.

Escrito por Ozzy [ Ozeneide Casanova de Oliveira Nogueira]


No ultimo dia de janeiro, o anuncio ecoou em todas as mídias sociais da internet: Twitter, Orkut, Facebook, Badoo. Manaus, Curitiba, Rio, Fortaleza, Sampa, Boston, Melbourne, Santo Antônio do Iça, e mundo afora a mensagem foi ouvida: Anne está grávida!!!
A notícia seria um fato corriqueiro, se a gravidez não fosse buscada já há bastante tempo. Casados [Anne e Marcos] há mais de 5 anos estavam na esperança de terem seu primeiro filho. Como milhares de casais buscando superar problemas orgânicos [biológicos] que não permitiram a concepção nos primeiros anos, recorreram aos métodos permitidos pela Ciência e pela Igreja, mesmo assim não houve resposta positiva.
Pensaram em adoção, decidiram que não era o melhor momento. Resolveram esperar um tempo mais. Ouviram muito,“quando relaxarem vai acontecer”.
Apesar da grande expectativa decidiram dar um tempo e se dedicar a outras atividades e planejamentos, muitas coisas aconteceram nesse fim de 2010 e início de 2011: SWU da Flavia, Aniversários da Malu [sobrinha da Anne, de cinco anos, que a se recupera de um CA infantil] e da Dona Gloria [vó da Anne], Natal, Ano Novo, visitas de parentes e amigos para comemorações de fim de ano, aprovação do Rafa [irmão da Anne] no vestibular de duas faculdades, cirurgia do Leo [irmão da Anne], enfim parecia que a temporada de boas notícias tinha sido grande e não havia tempo para pensar em novos acontecimentos.
Anne [é linda, muito linda], nasceu com o espírito maternal, adora crianças, tem vários afilhados e a meninada da familia gosta muito dela, em particular a Maria Luisa, Malu, sua sobrinha querida, que ama como se fosse sua filha. O desejo de ser mãe era natural e merecido. Tinha qualidades, habilidades e vontades . Então, atendendo a todos os pedidos, promessas, orações, novenas e correntes feitas por aqueles que amam a Anne, Deus enviou o presente mais aguardado e sonhado da face da Terra, seu filho Guilherme.
A noticia deixou todos felizes e em alto astral e o Marcus que acalentava ansiosamente o sonho de ser Pai está feliz, sorrindo com as paredes. Com certeza muitos planos estão sendo feitos: primeiro Kart, primeiro salto de paraquedas... Será com certeza um pai amoroso e venturoso.
Não importa quantos projetos e contratos [de engenharia] serão necessários para prover o leite em suas diversas fases. Não importa, o que importa mesmo, é que a noticia mais esperada foi anunciada: ANNE ESTÁ GRÁVIDA !!!
Ozzy, 08/02/11 Melbourne, FL.
(Com a colaboração do meu amigo Tommy)
PS 1: Ozzy é como é conhecida mundialmente Ozzy Newhouse of Olive Walnuttree, ( Ozeneide Casanova de Oliveira Nogueira.)
PS 2: Tommy é o seu marido Thomaz Afonso Queiroz Nogueira, que aniversaria hoje, parabéns.
PS3: A família Oliveira Nogueira encontra-se de férias em Melbourne, Flórida, onde a mais velha faz mestrado em Engenharia Civil na Florida Institute of Technology.
PS4: As cidades mencionadas são onde a Anne tem parentes.
PS5: As tentativas em vidro não vingaram, a concepção foi na forma tradicional mesmo.
PS6: Os colchetes são intromissões minha.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O casal encrenca da Câmara

Em férias fora de Manaus, por isso não postei nada exatamente há um mês, não vejo a hora de ver essa dupla cassada. Coloco essa matéria da Revista Época sobre esses pastores que são evangélicos, mas agem como vigários.
Leonel Rocha, revista ÉPOCA

Os deputados Silas Câmara e Antônia Lúcia no plenário da Câmara, na semana passada. Eles fazem tudo juntos, mas se separaram para se candidatar. A deputada federal estreante Antônia Lúcia e o deputado federal Silas Câmara, reeleito para o quarto mandato, têm muito em comum.
Eles são evangélicos, líderes da Assembleia de Deus e filiados ao mesmo partido, o PSC. Casados, moram na mesma casa, em Manaus. A única diferença é que foram eleitos por Estados diferentes: ele pelo Amazonas, ela pelo Acre.
O caso pode parecer estranho, mas é formalmente legal. Foi a maneira encontrada para driblar a lei. Se tivessem o título de eleitor no mesmo Estado, não poderiam ser candidatos ao mesmo cargo. Em Brasília, vão morar juntos, no apartamento funcional ocupado por Silas. Mesmo assim, ela não abriu mão do auxílio-moradia de R$ 2.500 por mês.
O truque do registro em outro Estado e a apropriação questionável dos R$ 2.500 são as dúvidas mais leves que pairam sobre o casal. Antônia responde a sete ações no Acre: compra de voto, falsidade ideológica, fraude processual, formação de quadrilha, peculato, uso de caixa dois e falso testemunho.
Um pedido de prisão preventiva chegou a ser aprovado em 2010. Os desembargadores entenderam que ela tinha fornecido endereço falso para se livrar de intimações e atrasar processos. Entre eles está um em que é acusada de distribuir 1.200 litros de combustível numa carreata.
Silas não é menos enrolado. Ele foi investigado pela Polícia Federal (PF) a pedido da Justiça Eleitoral do Amazonas. Escutas desvendaram as peripécias do casal nas campanhas simultâneas.
O caso mais grave foi em setembro, quando a PF prendeu Heber e Milena Câmara, filhos do casal que estavam com R$ 475 mil sem origem declarada. O Ministério Público diz que o dinheiro tinha sido enviado pelo marido, do Amazonas, para a campanha da mulher, no Acre. Seria gasto com a compra de votos e despesas de caixa dois.
As escutas mostram que Antônia e Silas se assustaram, mas não se intimidaram com a prisão dos filhos. Por telefone, ela deu a notícia ao marido: “Nossos dois filhos foram presos na PF”. Ele perguntou sobre a acusação. Resposta: “Não sei. Pode (ser o) dinheiro?”. Silas concluiu: “Pode. Estou orando que não seja”. A oração não funcionou. A prisão foi mesmo por causa do dinheiro.
Há dez anos, Silas é réu em um processo que corre em segredo no Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2009, também foi denunciado por falsidade ideológica e uso de um RG falso em procurações e alterações de contratos sociais de uma empresa da qual era sócio. Se for condenado, perde o mandato e pode pegar até cinco anos de prisão.
Silas e Antônia têm quatro filhos. Os mais velhos dirigem a TV Boas Novas e uma rede de rádio no Amazonas e no Acre. É o maior conglomerado de comunicação evangélica do Norte, mas Silas e Antônia não constam como dirigentes.
Segundo a PF, o casal usava as emissoras ilegalmente para fazer campanha. Silas cometeu outras ilegalidades que podem resultar em cassação. Entre elas, permitiu que a mulher usasse um celular da Câmara na campanha.
Questionado sobre as denúncias, o casal respondeu por meio de uma nota única, como se fosse uma entidade. Eles dizem que o dinheiro apreendido com os filhos não era deles. Sobre o processo no STF, Silas alega inocência. “As acusações têm origem em denúncias absolutamente improcedentes, maquinadas há mais de dez anos por adversário político com interesses paroquiais”, diz.