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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A Dor que Salva

Ontem visitei no hospital Check Up, o José Alberto Alves Barbosa, o Barbosão, marido da prima Vânia Bessa Cyrino Barbosa. Somente há dois dias fui informado disso, mas ele já está hospitalizado há dez dias. Já faz algum tempo que luta contra doença na próstata.
Ir ao Check UP já virou rotina. No mês passado, por estar muito perto da escola das crianças, ficou muito fácil visitar, quase que diariamente, o padre Carlos Steiner, amigo nosso, que ficou quase um mês internado lá.
Ontem a Vânia me disse, que tem um grupo de amigos de oração - uma cinquenta pessoas - que se reunem às quintas-feiras para rezar pela saúde do Zé Alberto, também como é conhecido.Não realidade o número é bem maior, se considerarmos os parentes e amigos (os nogueiras estão sempre rezando) que não frequentam o grupo, e que também rezam pela a recuperação do Barbosa ( A Maria Cecília, minha sobrinha, chama-o de tio grandão).
O outro hóspede do Check UP, padre Carlos, nascido William (Bill) Steiner, americano, que come e adora tudo que os caboquinhos daqui comem, está no Brasil há quase sessenta anos - membro ativo em diversas pastorais, que congregam pessoas de vários bairros de Manaus - não consegue partir em paz (graças a Deus !). Os anjos o chamam pra lá, os dois milheiros de amigos seguram ele por aqui. Mas puxem-no pelas mãos, não toquem nas pernas, pois querendo ser caboco de verdade, carrega em uma das pernas uma erisipela braba, que não lhe dá trégua. Se tivesse vivido na sua Chicago, isso não teria acontecido. Mas também não teria provado da costela de tambaqui no tucupi, que tanto gosta.

Tem muita gente rezando por eles ( tem gente orando também, porque crente não reza, ora. Qual é a diferença ? Não sei. Talvez mera questão de marketing, diferenciação de produto). Como disse, tem muita gente rezando pelo padre Carlos e pelo Zé Alberto. Isso demanda, requer e exige uma reflexão; e a seguinte pergunta: Afinal quem é que está salvando quem nessa história ? Somos nós que estamos salvando eles, ou são eles que estão nos salvando ?
Cristo nos salvou com a sua dor. Se ele tivesse vindo, pregado, feito milagres e voltado, muito possivelmente não estaríamos ligados a Ele, ou até mesmo, simplesmente, falando Nele como estamos.
Rezamos pelos dois porque gostamos deles, e queremos que fiquem aqui mais um pouco. O meu raciocínio é muito simples: como católico acreditamos na existência do Inferno, Purgatório e Céu. Acreditamos que a alma é eterna, e é para um desses lugares que iremos, depois que alma e corpo forem separados (eu acho que vou ser mandado para um Reformatório. Coitado do Mário Dandão, que é crente - ou seria descrente ? - e não acredita em Purgatório). Eu acredito, que um dia teremos o seguinte diálogo com quem estiver por perto:
- Eu vivi na Terra há duzentos anos atrás.
- Só!? Eu vivi há setecentos anos.
Talvez, seja este o único motivo que segure carlos e zealbertos por aqui. Pra que pressa? O tempo por aqui é curtíssimo. O de lá é infinito. Deixem eles curtirem um pouco mais os seus amigos, confrades, filhos, netos, esposa, etc.
Fora isso a partida dos dois só causa prejuízos (emocional, etc.) em quem fica.
Afinal quem está salvando quem ? Quantas orações você já fez pelo padre Carlos ? E pelo Barbosa ?
Engraçado né ? Se eles tivessem vendendo saúde, você teria rezado tanto assim ? Você teria aumentado tanto a sua intimidade com Deus? Quem está salvando quem ? Quem é que está sendo curado ? Já foram ditas tantas orações por esses dois, que os contadores de pecados deles devem estar zerados.
Se não fosse tanto a vontade deles de ficar, poderíamos dizer que não deveriam mais resistir, mas que partissem em paz. Mas sabem que quem não vai ficar em paz somos nós.
Veja como são as coisas, possivelmente, devido aos seus exemplos de vida, aos seus arrependimentos pessoais, somado as nossas orações, eles estejam salvos, e se fossem espertos (e egoístas) deveriam pedir para partir agora. E nós poderíamos, de certo modo, dizer que contribuímos para a salvação deles. Mas há uma certa reciprocidade, os sofrimentos deles contribuem para a nossa salvação, exatamente como o sofrimento de Cristo. Com uma diferença enorme: o sofrimento de Cristo foi deliberado, gratuito. Mas mesmo assim, o sofrimento de cada um não está sendo em vão.
Dezenas de pessoas rezam e oram pelos dois, porque os amam. E calados eles não respondem, mas nos salvam. As orações por eles nos aproximam de Deus e contribuem para a nossa salvação.
E agora fiquei na dúvida. Eu rezo pelo pronto restabelecimento dos dois ? Mas se eles ficarem curados, nós vamos parar de rezar ? A resposta é o que eu gosto de chamar de poupança espiritual. O negócio é rezar sempre, antes que qualquer tragédia nos aconteça. Vamos rezar antecipadamente.
Querem outro paradoxo ? Na dor nos reunimos para rezar, nos aproximamos de Deus. Possivelmente cada um faz a sua reflexão pessoal, se arrepende de seus pecados. Se não se arrependeu, perdeu tempo, melhor que estivesse assistindo a novela das oito. A dor nos salva. E nos salvamos na tristeza.
E nas festas estamos felizes, alegres. Mas, talvez, fazendo coisas que nos afastam de Deus. É ou não é um paradoxo ? It depends, diria o padre Carlos. Não necessariamente. Podemos muito bem nos aproximar de Deus sem que estejamos com problemas, na alegria também. A Bíblia, nos Salmos de Davi, nos exorta a louvamos ao Senhor com instrumentos musicais. Já ouviram falar da cítara ? Pois é. Então, nas festas também podemos nos aproximar do Senhor, e lhe agradecer por tantos momentos bons que vivemos com os amigos e familiares.
Desde modo padre Carlos e Zé Alberto descansem em paz... recuperem as forças que há muito ainda para ser vivido por aqui. Não se empolguem.
No mais espero que o dia mais feliz de nossas vidas, seja o dia da partida de cada um.

Cláudio Nogueira.

PS1. Quando o padre Carlos estava meio indeciso, “vou ou fico”, eu aproveitei a oportunidade, no seu apartamento lá no Check Up para lhe dizer: Nós queremos muito o senhor aqui, mas se o senhor partir, lembre-se que lhe amamos, e dê um beijo no meu pai quando se encontrar com ele.

PS2. José Alberto partiu dia de São Francisco, 4 de outubro. No dia do aniversário de sua mãe. Padre Carlos partiu dia 17 de novembro. Estava sendo submetido a hemodiálise por três vezes ao dia. Graças a Deus isso acabou. Estão os dois na casa do Pai. Lá há muitas moradas, eles devem está em uma delas.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Universidade da Aleam - Chamem a Polícia II

Ser político nesse país é um bom negócio. Eu preciso escrever aqui o porque? Não. Os meus e-leitores são capazes de escrever vários volumes, uma enciclopédia inteira de motivos, por isso não vou ficar aqui chovendo no molhado. Que existem políticos honestos, decentes, que realmente se preocupam com as coisas públicas, eles também sabem. Não só sabem como são capazes de nomeá-los. Quem presta e quem não presta, o povo sabe. Quem é capacho e quem honra os votos recebidos, o povo sabe. Eu mando, via email, esse texto para mais de 2000 pessoas: amigos, colegas de trabalhos, alunos, ex-alunos, professores, jornalistas, intelectuais, etc.; e para uma multidão de políticos daqui e de Brasília; então, tenho certeza que o sujeito se identifica, e pensa: o honesto sou eu; o capacho sou eu. Se me encontrar pessoalmente, sem eu mencionar o nome dele(s), o sujeito é capaz de me agredir, para eu parar de citá-lo. Como fez o vereador covarde, que agrediu uma repórter no Pará.
Pois bem! Agora no Amazonas, não é somente bom ser político, mas é muito bom trabalhar para eles, trabalhar com eles. Vocês se lembram das denúncias das bolsas de estudos distribuídas pela Assembléia ? Não !? Então vou recordar:

"A escandalosa distribuição de bolsas de estudo
O jornal A Crítica de hoje, está publicando uma relação de deputados e ex-deputados quem mantém, com o nosso dinheiro, filhos e apaniguados estudando em faculdades particulares. A benemerência é feita pela Assembleia Legislativa, como se aquele poder fosse a Casa São Vicente de Paulo, cuja finalidade é ajudar as pessoas carentes.
Um dos filhos do Belão, o pentapresidente, recebe uma pequena ajuda de quase 5 mil reais por mês, só para bancar os estudos."

Escreveu Ronaldo Tiradentes no seu blog:
http://www.cbnmanaus.com.br/ronaldotiradentes/?p=3501

Agora eles foram mais longe, e resolveram criar a Universidade da Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas - UniAleam. Sendo pública - portanto, financiada com o nosso dinheiro - todos os cidadãos amazonenses poderão fazer o vestibular dela, certo ? Errado. Só poderão estudar nela - e nós vamos pagar para isso - os funcionários da Casa: 2000.

Os funcionários públicos da Polícia Militar já tem o seu colégio, agora os funcionários da Assembléia terão a sua universidade. Amazonino se toca e transforma a Escola Municipal de Serviço Público em uma universidade municipal, exclusivamente para os funcionários. Ângela Bulbol seria uma magnífica reitora (além de bonita).
Cadê os funcionários da Secretaria Estadual de Saúde que não se mobilizam e pedem ao governador uma faculdade de medicina, outra de farmácia, outra de administração hospitalar e outra de saúde pública só para eles.

E o pessoal da Sefaz ? Que tal cria a ESAF-AM. Como a palavra o meu brother.

Onde estão os funcionários TJ-AM que não lutam para transformar a Escola de Magistratura em uma faculdade pública ministrando o curso de Direito somente para os servidores do Judiciário ?

Quinta-feira participei no auditório do INPA de um seminário sobre os problemas da ZFM. Na ocasião um economista lembrava que existem 125 mil funcionários públicos no Amazonas. Portanto, tem 123.000 funcionários que se desejarem entrar em uma universidade, ou fazer uma pós-graduação vão ter de rala muito, se submeter a um vestibular como todo mundo, ou tirar do seu bolso o pagamento da mensalidade escolar.

Está criado a figura do funcionário marajá. Eu sei que isso já existe há muito tempo, e em outros estados, mas nunca numa quantidade tão grande e com tanta cara de pau.

E põe cara de pau nisso. E nós temos caras de lesos. Num Estado que se constrói num dia um monumento horroso por R$5.500.000,00, e se derruba no outro, tudo é possível. Tudo é permitido. "Vai haver contestação de alguns babacas (será que estou nesse grupo?) num dia; a imprensa vai noticiar no outro, mais depois ninguém mais vai falar nada".
A pergunta que não quer calar é a seguinte: O governador Omar Aziz determinou a realização de eleição direta para o reitor da UEA, como é ele quem manda na Assembléia, será que haverá eleição direta para reitor da UniAleam ?
Claro!!! Político adora uma eleição direta. Ah bom ! Então vamos esperar para ver.

Deem uma lida nas matérias e veja o vídeo d' A Critica sobre a UniAleam:

" Unialeam terá investimentos na ordem de R$ 1,5 milhão nos próximos 18 meses
Segundo o diretor-geral da Aleam, Wander Mota, estima-se que devam ser investidos cerca de R$ 30 mil por curso pelo legislativo Estadual, mais R$270 mil de outras fontes financiadoras, tais como a Fapeam e a UEA."

http://acritica.uol.com.br/manaus/Unialeam-investimentos-ordem-milhao-proximos-Amazonia-Amazonas-Manaus_0_557344563.html

Unialeam começará com cursos sem a aprovação do MEC
O prazo para encaminhar as grades dos cursos para análise do Capes encerrou em julho deste ano, antes da criação da Universidade do Legislativo Estadual.

http://acritica.uol.com.br/manaus/Unialeam-comecara-cursos-aprovacao-MEC-Amazonia-Amazonas-Manaus_0_557944581.html

Tenham todos um bom dia.

Cláudio Nogueira
Abaixo reportagem da TV A Critica

domingo, 4 de setembro de 2011

A Visão do Inferno II - Chamem a polícia

No dia 23 de junho de 2011, eu escrevi aqui sobre a saída, na av. Brasil, da ponte Manaus-Iranduba, também conhecida com estrada da Estanave
(http://nogueiraclaudio.blogspot.com/2011/06/visao-do-inferno.html) (dê uma relida, reescrevo aqui o primeiro parágrafo):

A Visão do Inferno

" Eu ando desenvolvendo um dom premonitório. Estou sentido que a Zona Franca de Manaus está precisando de cuidados; na realidade, ela está precisando é de defensores. Mas agora eu tive uma visão horrível, fechei os olhos e tive uma visão do inferno. Do inferno que vai ficar av. Brasil, perto da sede do governo estadual, na saída da ponte Manaus-Iranduba."

Agora alguém aí tem de chamar a polícia, ou o Ministério Público, ou o Bento XVI para nos defender. Defender do dinheiro "jogado fora", que poderia muito bem ter sido utilizado em outras coisas, como construção de escolas, hospitais, etc. E enquanto isso, não se tem a menor misericórdia com a população, e a Santa Casa permanece fechada.

Para você entender do que estou falando, leia o que escrevi no post citado acima, e leia o que publicou o jornal A Crítica na data de hoje. Se você não ficou indignado, comece a se preocupar. Ou é (1) porque você já viu tantas coisas erradas feitas pelo poder público, que perdeu a capacidade de se indignar, e acha até mesmo que isso é perca de tempo; ou (2) porque você tem um caráter duvidoso. Ou melhor, quem te conhece não tem mais dúvidas sobre o seu caráter.

O pior é que o que está sendo feito é necessário. Além da fortuna gasta naquele monumento horroroso, que começou a ser construído muito depois da ponte; não dava para perceber..., não houver planejamento e ver que ele não poderia, sobre hipótese nenhuma, ser construído ali ?

Como vejo situações como essas sendo denunciadas todos os dias, que viram manchetes, e depois ninguém se lembra mais, e não acontece nada, ficando por isso mesmo, o meu consolo é na fé (fazer o que né ?). Eu tenho fé que o diabo existe, e esse povo vai um dia ficar tête-à- tête com ele. Os Malufs da nossa política (esse acabou de completar 80 anos, não vai demorar muito não), os ACMs (esse já está lá, e tem gente de Manaus junto com ele) acham que nunca acaba a roubalheira, mas um dia acaba.

Leia o que foi publicado n' A Crítica:
Monumento da ponte sobre o rio Negro é destruído no AM

O Governo do Estado está demolindo parte da praça do monumento da ponte sobre o Rio Negro, que custou R$ 5,5 milhões, para fazer uma ponte mista que dará acesso aos veículos que saem da estrada da Estanave para a Avenida Brasil. O monumento e a praça foram inaugurados no dia 31 de março do ano passado na maratona de inaugurações feitas pelo ex-governador Eduardo Braga...
Abaixo vídeo publicado no jornal A Crítica: