Pesquisar este blog

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

A Palhaçada do Voto Impresso

Com o voto impresso ou com a urna eletrônica o Bolsonaro vai perder de qualquer jeito. E ele tem plena certeza disso. Também sabe que para aumentar as chances de vitória precisa muitíssimo das fakenews; enormemente de outra facada e de outro Moro. Dessa vez nem ajuda do general Vilas Boas pressionando o STF vai funcionar; porque ele não conseguirá impedir o Lula de ser candidato. Na realidade, como já escrevi, o general deu uma ajuda muito grande a candidatura do Lula. Foi tirar sarro da cara do ministro Fachin; este libertou o Lula do julgamento viciado em Curitiba. Quanto a facada, eu o aconselharia a algo mais radical: eu, no lugar do Bolsonaro, desta vez morreria. Aí o impacto seria enorme; e ele ganharia a eleição.

Ele por várias vezes disse em público que deve a sua vitória ao Carlos Bolsonaro. Exatamente por ele ter sido muito eficiente como coordenador da difusão de fakenews: o Haddad defendia o incesto; o kit gay seria distribuído em todos escolas, etc. etc. A necessidade desesperadora das fakenews faz com que ele ataque o ministro Alexandre de Morais.
Vamos fazer uns cálculos básicos sobre a última eleição.
Bolsonaro teve 57.797.847 e Haddad 47.040.906. Estes são os votos válidos. Total foi 104.838.753. A metade disso é 52.419.376. Isso, menos os votos que o Haddad teve, é 5.378.470. Ele valor, mais 1 voto, é tudo que o Lula precisa acrescentar aos votos do Haddad para ganhar do Bolsonaro. Isso é 9,3% do total dos votos do Bolsonaro.
Isso é moleza. Em quem o eleitor se arrependeu de ter votado, no Haddad ou no Bolsonaro ?
Agora é o Lula companheiro. Bem diferente de Haddad. O número de votos que Bolsonaro já perdeu já passou muito de 9%. Por isso é que ele inventou essa briga pelo voto impresso.
Qual o objetivo do Bolsonaro nisso? Antes de eu falar do objetivo principal, vamos ao secundário. Quando tudo isso começou, era para que a imprensa só falasse desse assunto e esquecesse as declarações e testemunhos comprometedores de corrupção no governo na CPI da Pandemia.
Bolsonaro sabia que o voto impresso não iria passar; e para justificar a sua derrota, na próxima, eleição, precisa dizer que previu antecipadamente que foi roubado na urna eletrônica. Tenta com isso, como Trump, desmoralizar a eleição e arranjar uma justificativa, também, para a história, que agrade o seu ego derrotado: que não perdeu; foi roubado.
A briga com o ministro Luís Roberto Barroso não tem nada de inocente; e tudo planejado. Ele, como sempre, precisa de um inimigo e de alguém que o persiga. Nesse momento em que o seu apoio vai ladeira abaixo e o seu índice de rejeição é enorme, ele precisa unir os seus apoiadores em torno de uma causa e para isso ele escolheu o ministro Barroso e o voto impresso, que o gado repete como um mantra; como se isso fosse a certeza da vitória na próxima eleição. O voto impresso foi recusado pela Câmara dos Deputados; mas, observem, ele não ataca os deputados, – que foi quem enterraram em definitivo o voto impresso – nem toca no assunto, mas somente ataca o ministro.
E se o voto impresso tivesse sido aprovado e ele perdesse ? Ele sabe que vai perder, mas tentaria a tática mal sucedida de Trump: iria perdi recontagem. Diferente da urna eletrônica, a contagem manual tem muita chance, quando feita mais de uma vez, de dar resultados diferentes. Por erro humano não intencional; ou porque alguém escondeu um voto; ou colocou um voto novo para dizer que a “urna foi emprenhada” e pedir anulação de toda a urna.
Nos Estados Unidos aconteceu que nos locais onde ocorreram a recontagem a pedido de Trump, a diferença pró-Biden aumentou. Trump achava que iria chegar até dia 20 de janeiro, dia da posse do novo presidente, e esse imbróglio não teria sido resolvido. Inclusive, ele pediu várias vezes que a contagem fosse parada. O Bolsonaro sonha com isso. Eu também sonho com muitas coisas.
Resumindo, não deu certo. Não deu certo lá. Não vai dar certo aqui. Bolsonaro pode reclamar a vontade, mas será inócuo. E já corre o risco de perder no primeiro turno. E diferente dos Estados Unidos, tão logo seja divulgado que ele perdeu, as ruas do Brasil ficaram cheias, não de seus apoiadores, mas de milhões dos eleitores do vencedor. Ele só terá tempo de meter os rabos entre as pernas e sair pelas portas do fundo como fez o general Figueiredo.