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quinta-feira, 30 de junho de 2011

A Ponte Nossa de Cada Dia

O material para construção civil em Manaus é comprovadamente muito caro. Somando a isso, o solo duro do rio Negro é mais difícil de ser trabalhado do que o fundo do mar fofo lá na China. Esses são os únicos e verdadeiros motivos pelo qual a ponte sobre o rio Negro, com 3,6 km de extensão, custou R$ 1,66 bilhão de reais, e a ponte, que hoje está sendo inaugurada na China, na cidade de Qingdao, com uma extensão 10 vezes maior (36,48 Km), custou R$ 3,6 bilhões, ou R$ 98,6 milhões por km. O km da nossa ponte custou R$ 461 milhões. A questão é que lá o buraco é mais embaixo. Ou seria ao contrário?
Não se pode ser melhor em tudo. Ganhamos em direitos humanos, mas perdermos no quesito... Deixa pra lá !
Talvez seja um problema de alocação eficiente dos recursos. Vamos ver: lá, os nossos R$1,66 bilhão construiria 16,82 km de ponte, muito mais que os 3,6 km aqui. E os R$ 3,6 bilhões dos chineses aqui construiria apenas 7,81 km de ponte, muito menos do que os 36,48 km de lá.
Se nós tivéssemos construído a ponte deles, ela teria custado R$ 16,8 bilhões, e se eles tivessem construído a nossa, ela teria custado R$ 354,96 milhões. Teríamos gastos R$ 13,2 bilhões a mais do que eles gastaram, e eles teriam gastos R$ 1,2 bilhão a menos que nós. Ou seja, construir essa ponte sobre o rio Negro foi um negócio da China.
Eh! Dentro da busca de maximização dos recursos disponíveis é mais negócio os chineses aplicarem o dinheiro lá. Se for para aplicar aqui, é melhor em Jundiaí.

http://economia.ig.com.br/empresas/infraestrutura/china+inaugura+a+maior+ponte+sobre+mar+do+mundo/n1597055548170.html

China inaugura a maior ponte sobre mar do mundo

Estrutura tem 36,5 km de extensão e liga dois pontos importantes da cidade de Qingdao; no Brasil, ponte Rio-Niterói tem 13,3 km


A China inaugurou nesta quinta-feira a mais longa ponte sobre o mar do mundo, com 36,48 quilômetros, na cidade litorânea de Qingdao, informou a agência oficial "Xinhua".
Maior ponte sobre mar do mundo tem 36,5 km de extensão e fica em Qingdao, na China.
A ponte, que teve investimento de US$ 2,3 bilhões (R$ R$ 3,6 bilhões) e levou quatro anos para ser construída, liga o centro da cidade ao seu subúrbio de Huangdao, nos dois lados da baía de Jiazhou.
Com esta ponte, a distância entre os dois pontos de um dos principais portos da China - e sede das competições de vela nas Olimpíadas de 2008 - poderá ser percorrida com redução de 20 a 40 minutos.
A nova ponte supera a da baía de Hangzhou, também no leste da China e que com 36 quilômetros era considerada a mais longa do mundo até hoje.
Há várias pontes sobre terra mais longas no mundo, sendo que as três primeiras também estão na China. A maior delas é um lance elevado do trem de alta velocidade Pequim-Xangai, de 164,8 quilômetros, serviço que também foi inaugurado hoje...

Acredite se quiser.

PS: http://acritica.uol.com.br/noticias/Entrega-ponte-Rio-Negro-atrasa_0_481751834.html

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Aniversário do Centevi

Por Luciana Sarah Jacob Nogueira

Amazonense, vinte e poucos anos, psicóloga, mestre em Eng da Produção, tia profissional, viajante nas horas vagas e não vagas. Atualmente morando e trabalhando em Utrecht, Holanda.

http://madeinmanaus.wordpress.com/2011/06/27/89/

Era uma vez um senhor chamado Centevi, um velho contador de anedotas. Ele tinha quatro lindos filhos: Nieldan, Lianaju, Cianalu e Bellaisa e uma encantadora netinha, Liaju-ana.

Centevi era um professor em tempo integral. Ensinava alunos na universidade e seus filhotes em casa. Na universidade aterrorizava alunos com os cálculos matemáticos sobre a física das águas. Em casa encantava os rebentos com infinitas histórias sobre os mais variados temas, como experiências pessoais nos duros tempos de estudante, de seminarista, de auxiliar de barbeiro… Ou histórias sobre o início da civilização e evolução das religiões; matemática e educação financeira; amor e fé; física e aerodinâmica; geografia e arquitetura; esportes e nutrição.

Centevi era adepto do tough love. Amor, carinho, preocupação, dedicação, crítica, disciplina e exigência, tudo junto e misturado. Pelos três últimos atributos recebeu, dos cunhados, o apelido de Saddam Hussein. Pela combinação deles a admiração e amor incondicional de seus filhos.

Um de seus esportes favoritos era surfar… na internet e lá ele descobria as mais engraçadas e profundas mensagens que compartilhava com seus amados Nieldan, Lianaju, Cianalu e Bellaisa. Epigramas, piadas, vídeos, passagens bíblicas, artigos, fotos, poemas, reportagens. A cada e-mail uma diferente reação. Riso, choro, espanto, gargalhada. E assim o velhinho somava valor à bagagem da vida de seus filhos.

Aliás, somar valor à vida dos filhos, taí algo que o Centevi sabia fazer! Desde o início da família, e mesmo sem muitas posses, eles viajavam com frequência a fim de beber conhecimento nas diversas fontes espalhadas pelo globo. A cada viagem um horizonte maior se abria, até que as férias deixaram de ser suficientes. Seus filhos começaram a passar jornadas mais longas longe de casa, com a benção e apoio do velho Centevi, que acreditava que os valores transmitidos à eles eram base sólida para encararem qualquer possível adversidade. E, com a graça de Deus e munidos de importantes lições, eles sempre voltaram em segurança. Retornaram apenas por acreditavam que there is no place like home.

Leite, maracujá, banana, mamão, iogurte e abacate combinam quando batidos juntos. Chinelada não é santo mas faz milagre. Trabalhar duro é importantíssimo, mas descansar no final de semana é fundamental. Devemos respeitar a todos, mas não temer ninguém. A vida não é brincadeira, mas não deve ser levada tão a sério. Deus é conforto e fortaleza, basta procurá-lo. Educação é o único bem que nos pertence verdadeiramente. Esses são alguns dos ensinamentos daquele amado velhinho.

Ouvi dizer que esse tal de Centevi tem os filhos mais orgulhosos do mundo. O orgulho não é apenas por terem como pai o homem mais inteligente que eles conhecem, ou por ele ser um filho dedicado, líder respeitado e um pai apaixonado. O orgulho é por ele conseguir continuar sendo o pai-herói da infância mesmo tendo como caçula uma filha de vinte anos. Por ser extremamente amoroso e suficientemente duro. Por estar sempre presente, dando suporte à cada decisão. Por contar as mesmas piadas sem graça trezentas vezes. Por conseguir, realmente, preparar os filhos para a vida!


Parabéns, Centevi pelos seu aniversário.

Eu te amo com toda a força do meu coração!

Cianalu

*Centevi, Saraju, Nieldan, Lianaju, Cianalu e Bellaisa eram personagens das histórias que eu ouvia na infância. Liaju-ana é uma personagem nova e eu tive que incluir.

sábado, 25 de junho de 2011

Trinta anos de Medjugorje


Hoje é dia da minha Senhora Rainha da Paz, dia 25 de junho. Se ela não é sua senhora, o problema é seu, a escolha é sua. Livre arbítrio, meu irmão, use-o e abuse-o. Digo isso porque já escrevi aqui antes sobre ela (Bodas de Caná: O Poder de Maria). E evangélico chato, na realidade um amigo meu, me mandou email dizendo, que ela não era mãe de Deus, não era virgem, não era isso e nem aquilo...

Gente Chata e Gente Boa
Nossa Senhora Rainha da Paz
Tem evangélico chato, tem católico chato, tem macumbeiro chato, tem um bocado de gente chata. Como tem evangélico gente boa, como alguns que eu conheço e coessa, ao que nos une e não ao que nos afasta. Já disse aqui que tem um pastor em Atlanta, cuja a pregação eu, quando posso, gosto de ouvi-la pela internet. Também tem o meu querido amigo pastor Risan Santos, de Ottawa, em cuja salão da igreja [quatros metros abaixo do nível da rua] comemos boas feijoadas, e participamos do lindo culto de comemoração dos 82 anos da instalação da Eastview Baptist Church. Portanto, meu amigo, minha amiga se for para rezar, ou melhor, ( crente não reza, ora. Qual é a diferença ?? Não sei), se for para orar e não para fazer proselitismo, me convide que eu vou. Mas se eu chegar lá e o sujeito me perguntar: "Você aceita Cristo na sua vida ?" Eu vou me embora, porque já O aceitei há muito tempo. Se ele falar mal de Maria, também caio fora.
nvivo. Eu mesmo já participei de vários cultos, convidado por pessoas que realmente pregam a boa convivência, e realmente se apegam ao que realmente inter

Anti-marianos
Costumo dizer que aqueles que não estão nem aí para essência do Evangelho, mas dedicam suas energias criticando aqueles que amam Maria, acreditam que um dia vão ficar tête-à-tête com Jesus, e ele vai dizer: "Servo bom e fiel, como dedicaste a tua vida falando mal da minha mãe, e criticando aqueles que a amavam, tu vais sentar a minha direita." É ruim hein !!
Vou começar dizendo que se você não acredita, você está bem acompanhado: o que vou relatar aqui, tem muitos padres e bispos que contestam. E como hoje eu não estou para brincadeiras, vou dizer sem muito rodeios: azar deles.

Rainha da Paz
Mas todo esse intróito é para dizer porque é que hoje é o dia de Nossa Senhora Rainha da Paz. E mais adiante vou dizer uma coisa, que creio que seja interessante até mesmo para os ateus, agnósticos, pro
Bósnia e Herzegovina
gnósticos e pernósticos. Leiam mesmo que não tenham nada a ver com fé ou religião, mas por pura curiosidade. É pagar para ver.
Hoje, dia 25 de junho de 2016, faz exatamente 30 anos que a minha, a nossa e a vossa Senhora, Maria, mãe de Jesus aparece diariamente na pequena cidade de Medjugorje, localizada na Bósnia eHerzegovina.
Dito isto. Vem a pergunta: por que é azar dos bispos e dos padres que não acreditam nessas aparições?
Respondo: Nesse momento são 11 horas e 13 minutos, aqui em Manaus, e lá são 17 e 13 minutos. No gramado atrás da igreja de são Jaime, ou James, ou Tiago, ou Jakob, ou Jacques, ou Giácomo dependendo da língua que você fala, está sendo celebrada a missa de aniversário do 30ano de aparição de Nossa Senhora, assistida por uma multidão de mais de 500 mil pessoas vindas do mundo inteiro (cinco vezes a população da cidade) uns 2000 padres e mais de 1000 bispos de todas as nacionalidades, no altar. Como é que sei ? Porque nesse exato momento tenho seis amigos (três senhoras, Luzia Sena, Ana Inhamuns e Maria Cristina Roessing, uma jovem e dois adolescentes
Missa campal atrás da igreja de são Tiago
ma jovem e dois adolescentes) lá, o qual me disseram isso pelo telefone.
Na realidade, Maria apareceu pela primeira vez em 24 de junho de 1981 para seis crianças e adolescentes, mas como elas correram de medo, e somente falaram com ela no dia seguinte, a data oficial do primeiro encontro mudou-se para o dia seguinte, 25 de junho.
Eu já estive a oportunidade de ir até lá duas vezes: uma em abril de 1997 (junto com 8 pessoas daqui de Manaus), durante a Semana Santa; outra em outubro de 1998 (com 10 manauras). Em 2005 tentei ir com a minha mãe, mas na ocasião a Bósnia estava exigindo visto de entrada, o que não ocorreu nas vezes anteriores. Fomos barrados em Roma pela embaixada da Bósnia, que exigia que brasileiros tirassem o visto em Buenos Aires. Felizmente, com a mudança de governo não é mais preciso ter visto para entrar na Bósnia-Herzegovina.
Para chegar lá, recomendo que vá até Roma, depois pegue um avião para Split, na Croácia, ou Mostar, na Bósnia. E possível chegar lá via Zagreb, mas fica um pouco mais longe. Cheguei a Medjugorje pegando um trem de Roma para Ancona, no mar Adriático, e de Ancona fazendo atravessia de barco (navio) para Split. Essa passagem pode ser comprada sem sair de casa, via internet. De Split pode-se pegar um ônibus ou táxi para Medjugorje, ambos os meios de transportes têm preços razoáveis.
Para a Cróacia (Split), o visto e concedido a bordo do navio que liga a Itália com aquele país. E quem vai de avião para Split, como recebe o visto ? Não sei responder. Quem voa para Mostar não é necessário visto.
Observe a quantidade de padres
Para os católicos e outros incrédulos, digo que se aquilo for invenção do diabo (Cristo advertiu sobre os falsos profetas), ele se converteu, porque já dura exatos 30 anos. E o que Nossa Senhora pede lá não é nada fácil de ser cumprido não: jejum todas às quartas e sextas-feiras, somente pão e água a partir das 18 horas, três horas diárias de oração, missa e adoração. Além da confissão regular dos pecados.
O pedido não foi aceito com facilidade por parte do páraco, que contestou alegando que assim a comunidade não faria mais nada na vida, como os trabalhos no campo, etc. Mas cumpriu. Todos os dias das 17 às 20 horas, a igreja e toda a sua área em volta ficam lotadas com gente de todas as nacionalidades do mundo. Mas desde das 6 horas da manhã, de hora em hora, acontece uma missa em determinada língua até às 17 horas. E é sempre assim: uns 200 padres e mais de 80 bispos por missa. Por esse motivo lamento aqueles do clero que não acreditam ou pregam contra essas aparições. Não há registro de nada parecido na história da Igreja ou de qualquer outro santuário no mundo. Quando estive lá, como demoramos muito a agendar a nossa participação, tivemos nossas missas celebradas em outras igrejas menores ou em capelas.
Você já viu, aqui em Manaus, como fica a igreja de Nossa Senhora Aparecida todas às terças-feiras, dia da novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (a próposito, o dia da festa anual de NS do Perpétuo Socoro é dia 27, segunda-feira)? Imagine muito mais gente do que aquilo, todos os dias do ano, durante 30 anos. As aparições de Medjugorje aconteceram praticamente sete décadas depois das aparicões de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, mas o número de fiéis que já visitou Medjugorje já ultrapassou em muito os que visitaram Fátima.

Os Segredos
Lá em Medjugorje, Maria se auto-denominou
Subida do  Podbrdo
Rainha da Paz. Tem encontro diário, há trinta anos com duas videntes. Aos outros quatros ela já parou de aparecer diariamente, aparece somente em datas especiais. Nesse encontros diários de alguns minutos apenas, ela sempre manda uma mensagem, mas é no dia 25 de cada mês, que ela envia suas mensagens para todo o mundo.
Lá também, como em Fátima, NS revelou alguns acontecimentos futuros da humanidade, e entregou aos videntes 10 segredos.
Aí você vai dizer lá vem essa história de segredo de novo ? Sim e não. Agora há uma diferença muito grande, o que torna as aparições de Medjugorje completamente únicas. Os segredos serão anunciados três dias antes deles acontecerem. Os videntes informaram para um padre já escolhido, que divulgará ao mundo o segredo. Tem outro fato completamente novo: um dos segredos, um milagre (dicionário Aurélio: "Feito ou ocorrência extraordinária, não explicável pelas leis da natureza. Acontecimento admirável, espantoso.") ficará lá de forma permanente e constante. Será, como diz a própria definição de milagre, algo inexplicável, impossível de ter acontecido. Aí ela mesmo diz: “Sabe qual é o mais triste dessa história ?” Mesmo vendo aquilo, vai ter quem não acredite e não mude de vida. E esses sofreram muito com as coisas que se seguiram aos segredos.
Os 10 segredos ocorreram "no período da vida de vocês (dos videntes)". Portanto, mesmo que eles vivam muito (mais uns 30 anos no máximo), os acontecimentos não estão muito longe de se realizarem.

A História
Se eu for contar sobre os videntes: nomes, idades, suas vidas, encontros com NS, como foram perseguidos por um governo comunista, a recusa da Igreja, um bispo que morreu sem acreditar, as perseguições, os testes que foram submetidos, os milagres comprovados, esse texto vai ficar muito longo. Para aqueles que desejarem saber mais, podem consultar os seguintes sites:
Vídeo no You Tube

Tenham todos um bom domingo ! E que Nossa Senhora Rainha da Paz interceda por nós.

Cláudio Nogueira


PS1 - Todas as fotos acima foram tiradas em Medjugorje.

PS2. Em Medjugorje tem uma montanha, o Podbrdo, cheia de pedras que os pelegrinos sobem com dificuldades, fazendo pedidos. Em 1989, fiz uma brincadeira com uma amiga minha, a “beata” Maria Lúcia. Disse a ela que se ela subisse aquelas pedras todas, descalça, eu que já tinha 38 anos, saíria, por milagre do meu celibato voluntário (há quem chamava-o encalhamento). Voltei para o Brasil dia 20 de outubro de 1989, dia 24 conheci minha esposa pelo telefone, dia 25 de dezembro nos conhecemos pessoalmente, dia 26 começamos a namorar, dia 4 de abril, na Páscoa, ficamos noivos, e dia 26 de junho de 1999 (dia que a igreja estava disponível- um dia depois da festa de Nossa Senhora Rainha da Paz), exatos seis meses depois de nos conhecemos, nos casamos. 

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A Visão do Inferno

Eu ando desenvolvendo um dom premonitório. Estou sentido que a Zona Franca de Manaus está precisando de cuidados; na realidade, ela está precisando é de defensores. Mas agora eu tive uma visão horrível, fechei os olhos e tive uma visão do inferno. Do inferno que vai ficar av. Brasil, perto da sede do governo estadual, na saída da ponte Manaus-Iranduba.
Eu moro no Aruanã, passo quase que diariamente pelo porto das balsas de são Raimundo para ir a Aparecida, onde mora minha mãe. Eu vejo o número de caminhões e carros de passeio que atravessam para o outro lado. E pelo número de balsas operando diariamente é possível saber o volume de trânsito para a outra margem do rio Negro. Quando é fim de semana ou feriado prolongado, aí o bicho pega.
A visão que eu tive foi sobre os carros de passeio e caminhões vindo da ponte, pegando a direita obrigatória para fazer o retorno com destino aos bairros de santo Agostinho, Ponta Negra, Lírio do Vale, Belvedere, Campos Elísios, Ajuricada, Redenção, Hiléia, Santos Dumont, Cidade Nova e todo mais onde existirem residências e comércios depois da entrada do aeroporto Eduardo Gomes: Santa Etelvina e vários outros bairros. Mais de um milhão de pessoas.
A visão que eu tive foi terrível, foi uma coisa tenebrosa. Algo assim, equivalente a um quarto segredo de Fátima.
Vou relatá-lo para vocês, não consigo carregar esse peso sozinho: O que vi foi milhares de carros e caminhões querendo fazer o retorno para passar para a pista oposta da av. Brasil no sentido da Ponta Negra. Parados, engarrafados esperando que o fluxo de carros diminua para conseguirem entra na pista oposta. E o senhores sabem qual é a largura deste retorno ? Uma viela de pouco mais de 3 três de largura. A visão do inferno que tive foi ver uma fila dupla enorme de carros e caminhões deixando o trânsito, naquele trecho da avenida, completamente insuportável: um inferno.
Sabe qual é o lado bom dessa tragédia (se é que tem algum) ? É que ela ocorrerá na frente da sede do governo. Então, creio que a solução não tardará.
Sobre esse assunto, acabei de saber no site do deputado Marcelo Ramos, que no plano original tinha uma passagem de nível, mas no local construíram um momento de estética bastante duvidosa. Bom! Aí não vou entrar no mérito, porque gosto é que nem umbigo, cada um tem o seu. Mas o valor do mimo é que chama atenção: R$ 5.000.000,00. Nem se fosse de prata banhado a ouro seria esse valor. Ou se o autor fosse um escultor ultra famoso.
Um radialista comentando sobre aquela obra de arte (arte aqui deve ter o sentido de travessura) disse que faria aquela coisa por uns 200 mil, e sobraria troco. Com a palavras especialistas no assunto.
De que é que tanto se reclama ? O valor do monumento é que é um troquinho comparado com o valor da ponte.
Tenham todos um bom feriado

PS. A foto acima foi retirada do site do deputado estadual Marcelo Ramos:

quarta-feira, 22 de junho de 2011

ZFM: Alerta Vermelho

Meus prezados e-leitores e prezadas e-leitoras,
Há muito tempo venho escrevendo, mesmo antes de ter esse blog, sobre a ZFM. Mas eu não sou o único a fazer isso. Esses últimos dias tem aparecido em blogs e nos jornais opiniões sobre o modelo ZFM que devem ser levadas em consideração, provocadas pelo mal estar ou alerta causado pela MP 534, a dos tabletes.
Eu, desde de 2000, venho pesquisando a fundo aglomerações industriais por todo o mundo. E a mais triste das constatações foi que em outras regiões do planeta algumas zonas francas ou distritos industriais que começaram bem depois que a nosso, já souberam passar para outro estágio,e nós não. Não passamos porque os nossos principais atores, principalmente o governo federal, a Suframa, e até mesmo o governo estadual, se conformaram com o modelo existente, que rende atualmente mais de 30 bilhões de dólares, mas da forma como este modelo se encontra, sem nenhum upgrading nos seus 44 anos de existência, está seriamente ameaçado.
Fico muito a vontade para escrever sobre isso, pois na minha tese de doutorado defendo 12 propostas para que o modelo saísse de parque de industrial de montadoras multinacionais (MNC) para um parque tecnológico baseado na inovação. Muitos conseguiram fazer essa passagem, porque perseguiram ela. Nós estamos parados, porque não questionamos o modelo, e nem percebemos que o mundo mudou, no que diz respeito as vantagens comparativas, para vantagens competitivas.
Uma pesquisadora americana, Anne Saxenian, fez um estudo que hoje é referência mundial, comparando o Silicon Valley, o maior cluster tecnológico do mundo, no estado da Califórnia com um distrito industrial existente no estado de Massachusetts, localizado perto da Rota 128. O resultado é que a Silicon Valley é muito superior ao aglomerado industrial localizado na costa leste americana. Não obstante ao fato de que em Massachusetts estão localizados o MIT e a Harvard University, as duas mais famosas universidades do mundo, pela de qualidade do ensino e da pesquisa. A conclusão dela é que a existência de um Sistema Local de Inovação no Vale do Silício e a não existência no outro causava a enorme diferença entres eles. Não há espaço para explicar isso aqui. O que quero é dizer que ao invés de estarmos faturando 30 bilhões de dólares anualmente, poderíamos está faturando 50 bilhões. O pessoal da Route 128 está muito feliz com o faturamento deles, mas este está muito aquém do faturamento do Silicon Valley e de sua capacidade de inovação tecnológica. Aqui temos um agravante: deveríamos nesses 44 anos de existência ter procurado desenvolver capacidades para continuarmos existindo mesmo sem as isenções fiscais.
O debate sobre os tabletes parece que nos acordou e a ficha caiu. Finalmente vimos que esse faturamento superior a 30 bilhões de dólares pode não ser nada, e a ZFM, como lembra o artigo abaixo, ser o nosso segundo Ciclo da Borracha.
O artigo abaixo está publicado no seguinte site: http://www.carlosbranco.jor.br/
Copyright @Osíris Silva

Pensando Bem

Osíris Silva
* Osiris Silva é economista, consultor de empresas, produtor agrícola e ex-Secretário da Indústria, Comércio e Turismo, e da Fazenda, do Amazonas.
osirisasilva@gmail.com

21/06/2011 17:21
ZFM: alerta vermelho!

Muito preocupantes as declarações do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) prestadas ao jornalista Cesar Augustus Coelho e publicadas em A Crítica destaterça-feira, 21/6, a respeito do que ele considera seja "vergonhoso que a bancada amazonense não tenha uma voz opositora ao Governo Federal para que haja uma melhor defesa dos interesses do Estado". O senador de Goiás, que veio a Manaus participar do I Congresso Mestiço Brasileiro, levado a efeito na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), ontem, disse que a questão que envolveu a Medida Provisória (MP) 534, que dispõe sobre normas a respeito da produção dos Ipads (tablets) é "apenas o primeiro passo para uma série de iniciativas que colocarão em risco o modelo econômico da Zona Franca de Manaus".
Afirmou ainda que "os parlamentares amazonense foram obrigados a se abster de votar contra o governo e, consequentemente, a favor do Amazonas no caso da MP 534". Isso é uma vergonha, resaltou, observando com severidade que "a falta de uma oposição, ainda mais no Senado, engessa o poder de negociação política do Amazonas".Ainda na reportagem de A Crítica o senador Torres afiançou haver tomado conhecimento de que "o ministro da Ciência e Tecnologis (MCT), Aloisio Mercadante (PT-SP), pretende realizar mudanças nas legislações que tratam da fabricação de componentes no País", medidas que, "dependendo do que for feito, pode ocorrer um estrangulamento da produção de componentes na ZFM, que corre o risco de chegar ao fim".

Ainda mais preocupante é o relato que o senador Demóstenes Torres fez dando conta de que esta seja também a opinião de senadores de outros Estados, "que criticam a postura passiva com que a bancada amazonense se comporta em relação às decisões do Governo Federal". Exemplificou: "outro dia o senador Mario Couto (PSDB-PA) comentou que a falta de uma oposição mais representativa no Congresso Nacional da bancada amazonense faz com que o Amazonas fique à mercê das vontades do governo".

Dois outros relevantes aspectos em relação ao Polo Industrial de Manaus e que devem ser vistos como sinal vermelho que se acendeu foram levantados pelo senador goiano ao jornalista de A Crítica Cesar Augusto Coelho: 1) "boatos correm à solta no Senado indicando já existir uma mobilização política para alterar as leis que tratam da fabricação e da montagem de televisores no País, que compõe uma parte muito importante do segmento eletroeletrônico do PIM"; 2) "é bom que a bancada amazonse fique de olhos bem abertos para as questões que envolvem a fabricação de televisores, pois essa mobilização é mais uma que vai contra a Zona Franca de Manaus e privilegia outros centros fabris do País".

Muito prudentes, a propósito, as declarações do deputado federal do PT do Amazonas, Francisco Praciano, na mesma reportagem de A Crítica. Segundo afirmou, "o probelma da Zona Franca de Manaus (ZFM) não é a falta de representatividade política da bancada amazonense, ou a ausência de um caráter de oposição da mesma em relação ao Governo Federal, mas sim a incompetência dos gestores dos últimos 44 anos, que não conseguiram criar um ambiente de negócio competitivo para a ZFM, no que se refere à infraestrutura, logística e potencialidades da região".

Foi mais além o parlamentar governista: "Depois de quatro décadas não temos investimentos em pesquisa de ponta, não temos mão-de-obra qualificada e não desenvolvemos nossas potencialidades econômicas, ficando a mercê de um modelo econômico que, hoje, se encontra defasado. Trata-se então de uma questão administrativa e não somente política".O deputado Praciano confirmou as afirmações do senador Demóstenes Torres, e ressaltou um aspecto da questão que se afigura explosivo: "Quando a China cismar de que quer produzir televiores no Brasil e fora da ZFM, quem o Governo vai preferir? O Amazonas ou a China"?

As questões acima enfocadas não constituem a rigor novidades para analistas independentes que questionam a cada vez maior fragilidade do modelo Zona Franca de Manaus diante da concorrência internacional. China, Hong Kong, Coreia do Sul e Taiwan assumem cada vez mais a liderança da produção de eletroeletrônicos e de bens de informática. Desenvolveram tecnologias de processo e produtos que nem de longe o Polo Industrial de Manaus poderá acompanhar. Não é exagero ressaltar que muito em breve não só os produtos eletroeletrônicos, também veículos e eltrodomésticos serão classificados como bens de informática. A perda de poder de competitividade e de importância relativa do PIM face ao mercado interno afigura-se, nesse contexto, inevitável e letal.

Lamentavelmente esta a realidade. Portanto,concordo com o senador Torres e com o deputado Praciano, particularmente quando afirma que“em 44 anos a ZFM não desenvolveu pesquisas em tecnologia de ponta, não formou mão de obra qualificada e nem investiu no desenvolvimento de nossas potencialidades regionais”. Não há o que contestar a respeito.

De fato, o modelo ZFM envelheceu, defasou.Nesse contexto,em recente artigo publicado em minha coluna “Visão Integrada”, de A Crítica, afirmo temer que a ZFM haja se convertido numa velharia, no sentido de antiquada, arcaica. Atingida de morte em sua identidade conceitual - inúmeras as mutilações sofridas durante seus 44 anos de existência no núcleo dos incentivos fiscais que lhe deram formato – o modelo enfrenta grave crise de obsolescência no que tange à tecnologia de produto e processo, a sistemas de comercialização e gerenciais, em cujas áreas quase nada se investiu.

Complementando, ou dando origem ao raciocínio, postei semana passada aqui mesmo no Blog Carlos Branco, em minha coluna “Pensando Bem”, o artigo “O fator China” no qual aponto outras fragilidades de nosso modelo.Creio ser obrigação de cada amazonense se preocupar.Nossa classe política – não estou cometendo nenhuma ofensa - é bastante comodista e, em muitos casos, oportunista e servil. Os interesses do Amazonas são muito mais importantes e prece de quaisquer presumíveis prestígios palacianos, comprometimentos individuais ou alinhamentos automáticos ao poder central.

O governo junto com os especialistas e as classes empresariais precisam se antecipar aos fatos. Cabe ao governo do estado reunir urgentemente técnicos que entendam do assunto e as lideranças do setor produtivo para pensar em estratégias de defesa. Depois, Inês poderá estar morta. Os tablets de hoje podem representar o que as sementes de seringueira levadas para o Palácio de Buckingham e de pois a Malásia significaram para nossa economia nos anos 1940 e 50. Ontem ingleses, hoje chineses e coreanos.

Para se interar de todo o assunto dê uma olhada também nesses sites:

Deputado federal diz que falta ambiente competitivo na ZFM
Da base aliada, deputado Praciano afirma que não houve desenvolvimento de competências na Zona Franca de Manaus (ZFM)
http://acritica.uol.com.br/noticias/Deputado-federal-ambiente-competitivo-ZFM_0_503349662.html

QUEM É O INIMIGO: SERRA OU MERCADANTE? por Serafim Corrêa
http://www.blogdosarafa.com.br/?p=10368
Senador do DEM crítica postura dos políticos amazonenses

Post
sobre a ZFM, por mim escritos:
ZFM: Velha aos 44 anos
UEA forte. A melhor do Norte
Um Novo PIM
Inovação no Amazonas desperta debates


sábado, 18 de junho de 2011

Falta alguém em Brasília

Se depender dos Paulistas Social Democratas (PSDB) e dos Paulistas Trabalhadores (PT), o ex-senador Arthur Virgílio Neto vai ficar na Terrinha por muito tempo. A distância que ele se encontra é muito cômoda para os dois partidos. Se estivesse na ativa no Congresso Nacional, talvez não conseguisse impedir que os tabletes fossem produzidos em Jundiaí, e que a MP 534 fosse editada, mas com certeza ele faria a parte dele na defesa dos interesses da Zona Franca de Manaus, dos nossos interesses.
Fiquei pensado na situação que o ex-senador se encontra e no seu passado. Ficou tanto tempo em Brasília, além de deputado, senador, foi ministro de Estado. Num cenário nacional dominado pelo PT, obviamente não sobrou nada para ele na capital federal. Mas cadê os paulistas que há mais de uma década e meia governam São Paulo ? Não sobrou nada para ele, sr. Alckmin ? Agora é que os paulistas não o querem por perto, fazendo o maior baraco contra a MP dos tabletes.
Será que em todos esses anos de vida pública as relações de Arthur Neto foram tão limitadas assim, que ele teve de submeter-se a bater na porta do Itamaraty pedindo para voltar ?
O Itamaraty foi muito inteligente, mandando-o para a Europa, justamente para ele aceitar o cargo. Se ele tivesse sido mandado para Honduras ou Botswana, possivelmente tivesse recusado, e ficado oposicionando-se aqui mesmo.
E agora, paradoxalmente, possivelmente com receio de ser enviado para algum lugar do terceiro mundo, vai ficar calado. Não serão aqueles duas linhas que manda para o Portal do Holanda que vão abalar a República. Porque, pela importância que teve no cenário nacional, mesmo de onde está, poderia fazer barulho contra a Medida Provisória. Se aqui estivesse morando, mesmo sem cargo eletivo, poderia está fazendo a diferença. Mas em se tratando dos interesses de São Paulo, nem o PT, nem o partido dele o querem por perto.
A verdade é que os nossos representantes estão se esforçando para evitar um prejuízo maior - com a extensão dos benefícios fiscais até os televisores e outros eletrônicos - mas eles são da base aliada e estão com as ações limitadas. Para fazer alguma coisa, teriam de brigar com os próprios partidos e com a tia Dilma. Alguns parlamentares são o próprio governo: lembremos que Michel Temer é governo e, eventualmente, presidente da República, além de ser paulista.
O nome do jogo é barganha ou compensação, perdemos o anel (de ouro) mas ainda sobraram os dedos. O governo federal deverá nos compensar por isso, se é que o bilhetinho da tia Dilma para Omar tem realmente algum significado.
Esse negócio do benefícios fiscais parciais para alguns produtos abre um precedente. Por que os catarinenses não pedem isenção parcial de impostos federais para a construção de resorts na Costa Esmeralda (Itapema, Porto Belo, Bombas, Bombinhas, etc.) ? Ou os pernanbucanos para a região de Porto de Galinha ( " a praia mais linda do nordeste, num sabe!?") ? Ou os alagoanos para a região de mar caribenho de Maragogi ? Ou os gaúchos pedem uma MP para o polo calçadista do Rio Grande do Sul ( Vale do Rio dos Sinos, Paranhana e Serra Gaúcha) para enfrentar a concorrência desleal do chineses ? De repente, dependendo da vocação econômica de cada região, poderia ser editadas Medidas Provisórias para incrementar áreas com potenciais, mas com menor dinamismo econômico.

Tenham todos um bom domingo.

Cláudio Nogueira

Em tempo: EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 32, DE 11 DE SETEMBRO DE 2001

Altera dispositivos dos arts. 48, 57, 61, 62, 64, 66, 84, 88 e 246 da Constituição Federal, e dá outras providências.
...
Art. 62. Em caso de relevância E urgência [os dois ao mesmo tempo], o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
...
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

ZFM: Velha aos 44 anos

Recentemente ( na última sexta-feira, 10) escrevi aqui no post "Uma UEA forte. A melhor do Norte"
(http://nogueiraclaudio.blogspot.com/2011/06/uea-forte-melhor-do-norte.html) sobre a necessidade de mudanças no modelo da Zona Franca de Manaus. Falamos da necessidade de saírmos de um aglomerado industrial, para um cluster industrial baseado na inovação ou de base tecnológica, como em alguns exemplos citados ( Bangalore, Barcelona e Cingapura). E como se consegue isso ?
Onde se aprende a fazer essa passagem de aglomeração para inovação ? Existem vários especialistas do assunto no mundo. Um dos mais famosos é Michael Porter da Harvard University; há também o canadense Roger Voyer, que conheci pessoalmente, e que me ajudou na minha tese de doutorado, além de vários outros. Todos são da academia? Não. Mas os acadêmicos estão estudando há muito tempo o que deu certo e o que deu errado nessas concentrações industrias pelo mundo todo.
Todos os anos o TCI, The Competitiveness Institute (http://www.tci-network.org/) faz uma conferência sobre o assunto, onde vem gente de toda parte do mundo: acadêmicos, gestores, presidentes de empresas, governadores, políticos, etc. Esse ano, a 14th TCI Annual Global Conference, será realizada no período de 28 de novembro a 2 de dezembro na cidade de Auckland, Nova Zelândia. Eu tive a oportunidade de paticipar da Sétima Conferência,em 2004, realizada em Ottawa, Canadá. Mas, não tão longe daqui, em Minas Gerais, mais precisamente na cidade de Ouro Preto, este ano, no mês de maio, o TCI realizou a 6a Conferência Latino Americana de Clusters (CLAC - http://www.tci-network.org/news/card/308). E gostaria de pedir: entre os responsáveis pelo futuro do nosso PIM, quem estava presente à conferência levante a mão.
- "Lá vem ele de novo com essa história !"
- Eh!? Então leia, a opinião desses senhores, dita no dia que a ZFM fez 44 anos.
O Post sobre a UEA e o PIM, na realidade, subverteu a ordem das coisas. O que está escrito abaixo foi escrito no dia 28 de fevereiro de 2011, no dia que a ZFM de Manaus fazia 44 anos, mas não foi publicado. Escrevi, mas ficou como rascunho no arquivo deste blog. O post "Uma UEA forte. A melhor do Norte" é uma resposta ao que foi mencionado abaixo:


44 anos da Zona Franca de Manaus - 28.02.2011

Hoje a Zona Franca de Manaus completa 44 anos. Essa jovem senhora tem momentos de euforia e depressão. Mas motivos para isso não lhe faltam. Em 1990-91 o Collor matou sua irmã gêmea, a Zona Franca comercial,e junto com ela o turismo de compras para Manaus. Do dia para a noite viu-se nas lojas de todo o país produtos importados que, no Brasil, eram encontradas só por essas bandas. E em 2001, no final do governo de FHC - que semeou medo no mercado, com uma possível vitória de Lula - a relação real-dólar subiu para 4 por 1. Aí matou de vez algumas importadoras de Manaus.
A Zona Franca de Manaus não raro fica deprimida, por não saber quanto tempo terá de vida ou sobrevida. Seus inimigos a acusam de fazer maquiagem, para aparecer artificialmente bonita. E muito turista brasileiro que aqui chega, não raro afirma, ao andar pelo nosso centro, que a ZFM de Manaus morreu. A verdade é o que o Pólo Industrial de Manaus (PIM) está bombando, e a ZFM de Manaus é um projeto que nos fez um bem danado. Ruim com ele, muito pior sem ele.
Ela (ZFM) é quem nem parente: não permitimos que gente de fora da família fale mal, diga que ela encheu a cidade de favelas, e que não é um projeto correto, modelo perfeito. Perfeito não é não. Mas graças a ela, a floresta Amazônica, no que diz respeito a sua parte no Estado do Amazonas, está ainda com 97% intacta. Ela distribuiu muita renda via Pólo Industrial, é verdade. Mas poderia ser melhor: "O PIM pagou em salários, para um universo de 108 mil trabalhadores,US$ 920,80 milhões, e recebeu de ICMS US$ 308,74 milhões, o equivalente,a 2,62% e a 0,87% do faturamento total do parque industrial. Considere-se, adicionalmente,que,com base em dados de 2009, 54% do total da mão de obra empregada no PIM ganhava até 2 salários mínimos, contra apenas 26% em 1988." A afirmação é do economista Osirís Silva, ex- secretário de Economia e Finanças de Manaus.
Contudo, a distribuição de renda ainda é melhor que em muitos Estados. O Estado do Pará, por exemplo, não é um estado pobre, é rico em minérios, que geram muitos impostos, mas vai para o governo e não para o contra-cheque do povo. É por isso, viu Amazonino (!?), que eles (paraenses, maranhenses e piauienses) estão vindo para cá.
Todavia, como qualquer parente que admiramos e queremos bem, não podemos ficar cegos as necessidades emergentes, e nem deixar de apontar erros congênitos.
Nesse dia 28, encontramos na mídia, felizmente, um pouco mais do que as mensagens de congratulações que todos os anos as empresas dirigem a Suframa. Houveram reflexões interessantes que devem ser levadas em consideração.
No seu site, http://www.blogdosarafa.com.br/, o ex-prefeito de Manaus, Serafim Corrêa, como economista, escreveu sobre o tema: "Zona Franca de Manaus: 44 Anos depois". Excelente reflexão com informações importantes. No jornal A Crítica alguns dos entrevistados citaram o texto do Serafim: "Hoje, 44 anos depois do Decreto Lei nº 288/67 [certidão de batismo da ZFM], temos o mais importante pólo industrial do Norte/Nordeste brasileiro que, no entanto, têm dificuldades que precisam ser equacionadas.
São de duas ordens[:]A primeira em relação aos incentivos e a segunda em relação às condições objetivas de funcionamento das empresas (transporte, portos, aeroporto, comunicações e recursos humanos).
Em relação aos incentivos propriamente ditos 44 anos depois o Estado brasileiro ainda tem dúvidas sobre alguns deles. E ora entende de um jeito, ora entende de outro, gerando a insegurança jurídica que é fatal quando se trata de atração de novos investidores..."
Vá lá e dê uma olhada.
A Crítica fez o dever de casa e coletou opiniões. Muitas delas repetem o que Serafim e outros já mencionaram, a falta de infraestrutura:
"Em 44 anos de existência a ZFM se agigantou, mas a infraestrutura não acompanhou esse crescimento. Há gargalos agudos e crônicos que se arrastam há anos sem previsão de solução e que desafiam aqueles que querem produzir e escoar sua produção, atingir mercados regionais ou distantes e mesmo para a movimentação da população na Região."Diz o economista José Laredo, que também crítica o nosso aeroporto, tanto em relação a prestação de serviços ao passageiro, quanto ao serviço de carga.
Fala mal do nosso aeroporto já virou lugar comum. A sua absolescência é visível, não somente porque opera muito acima da sua capacidade limite, e sobretudo a má qualidade do serviço. A recepção no posto da Polícia Federal para que vem do exterior é simplesmente ridícula. É um péssimo cartão de visita da nossa cidade para o turista estrangeiro. Dois funcionários apenas para atender uma fila enorme de passageiros, além da aparência precária do quiosque de atendimento. Será que isso permanece até a Copa do Mundo ?
Segundo um pessoa bem informada- trabalhando num ministério em Brasília - vão ser gastos milhões para aumentar apenas mais dois fingers (tunéis) de embarque, e acrescenta: "Presta atenção quando for divulgado o valor da expansão do aeroporto de Manaus, com mais dois fingers apenas. Compara com o valor gasto na construção do aeroporto da cidade do Panamá [100 milhões de dólares em sete anos - segundo o site dele: http://www.tocumenpanama.aero/] e que tem 35 fingers".
Isso exige um parêntese e uma reflexão. Segundo a coluna Sim & Não do jornal A Crítica, o prefeito Amazonino Mendes tenciona construir um novo teatro na Ponta Negra. Isto é, se o Tiago de Melo deixar, pois como presidente do Conselho Municipal de Cultura, prefere vê-lo construído na periféria. O valor da obra é a pechincha de 100 milhões de reais. Segunda a coluna, a arquiteta não vai cobrar nada. Pois sendo ela filha do prefeito, resolveu dar esse presente ao papai.
Um aeroporto (do Panamá) daquele tamanho custou 100 milhões de dólares; então, o teatro do Amazonino deve ser uma coisa grandiosa pois vai custar mais ou menos uns 58 milhões de dólares.
Para o e-leitor ter noção do que será o novo teatro, basta lembrar que o viaduto Miguel Arraes na Recife (hoje av. Umberto Calderaro) com a Darcy Vargas; o viaduto da bola do Coroado, Complexo Viário Gilberto Mestrinho e o viaduto da Paraíba, Antônio Simões juntos custaram 75 milhões de reais. Dinheiro obtido pela Prefeitura na administração anterior, junto a CAF ( Corporación Andina de Fomento). Esse recursos hoje ainda pagam a construção do viaduto da bola do São José.
E como um assunto puxa outro, vou perguntar: o Amazonino se queixa de ter construído o viaduto Gilberto Mestrinho em 11 meses, a construção do são José começou em setembro, será que ele entrega pronto em agosto deste ano ? Terão se passado 11 meses. Esperamos que sim.
Voltemos ao assunto deste post:
"Outra ação que exige urgência, segundo Machado [José Alberto da Costa Machado,ex-coordenador de projetos (COGEC) da Suframa], é a definição pelas agências responsáveis do futuro do abastecimento energético de Manaus, vez que o Linhão de Tucuruí teve sua operação adiada para 2013 e o uso de gás natural para geração de energia elétrica ainda está começando.
Temos também problemas graves de Internet e telefonia celular que, além de caras, estão entre as piores do Brasil. Há também a necessidade de melhorias na malha rodoviária para integração e fluxo de produção referente aos principais eixos de integração do Estado: as BRs 319 (Manaus-Porto Velho) e 174 (Manaus-Boa Vista)."
Há outros gargalos que impactam sobre o desenvolvimento do PIM, a falta de mão de obra qualificada para que a ZFM se lance a voos mais altos: "No entanto, após mais de quatro décadas, as fábricas ainda são obrigadas a importar técnicos qualificados em diversas áreas ou arcar com os custos de qualificação.
A falta de mão-de-obra, principalmente engenheiros, com o perfil que a indústria precisa, ainda é um gargalo quase tão sério como as limitações da logística. É outro desafio que precisa ser superado para que os números do PIM continuam batendo recordes." A
firma ao jornal o economista José Laredo. Essa é a parte que eu mais gosto. A falta de mão de obra ? Sim. Não... Eu gosto quando alguém lembrar da falta interação indústria-academia. Da falta de formação de mão de obra direcionada, específica.
"Ainda não se conseguiu um modelo sustentável poderoso que caminhe lado a lado com o PIM. Isso exige tempo, vontade política e muito investimento em pesquisa e desenvolvimento [P&D].
O reconhecimento do fato é do secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Odenildo Sena, que explica ser novo o sistema estadual de ciência e tecnologia. Só começou em 2003 com a criação do sistema público estadual de C&T"
Na reportagem de A Crítica, o professor José Alberto Machado lembra o distanciamento entre a universidade e o PIM. E "Deusamir Pereira concorda com a análise de José Alberto Machado [esses dois já tiveram no passado um desentendimento sério sobre direitos autorais e plágio] sobre esse distanciamento e dá um exemplo emblemático. Enquanto a cadeia produtiva para fármacos e cosméticos a partir do guaraná tem um enorme potencial em Maués, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) realiza cursos de graduação em Educação Física e Contabilidade no município. 'Qual é a lógica? Isso é samba do crioulo doido', compara Deusamir. Sou obrigado a concordar.
Eu conclamo ao e-leitor a comprar o jornal A Crítica do dia 28 de fevereiro de 2011, ir até a página 15 do caderno especial " ZFM 44 anos" e ler o artigo "ZFM, ano V, que rumo tomar", de autoria de Osíris Silva. Ele faz uma reflexão da evolução na indústria eletrônica:"...fita cassete foi sucateada pelo CD, que já está sendo superada pelo MP3 e o pen drive." Menciona também a evolução enorme no tamanho das memórias dos computadores, e de alguns aparelhos eletrônicos que cairam em desuso, porque "hoje encontram-se totalmente fora de uso ou substituidos por novidades tecnologicamente mais avançadas."
Mas a parte que eu mais gosto é essa: " Nesse contexto, temo que a ZFM haja se convertido numa velharia, no sentido de antiquada, arcaica. Atingida de morte em sua identidade conceitual - inúmeras as mutilações sofridas durante seus 44 anos de existência no núcleo dos incentivos fiscais que lhe deram formato - enfrenta grave crise de absolescência no que tange a tecnologia de produto e processo, a sistemas de comercialização e gerenciais, em cujas áreas pouco investiu. Ao contrário da Coreia do Sul e da China. A China, que já produz imagens de N. Sa. Aparecida, tapete persas, cristais de Murano, carro elétrico, quinquilharias de todos os tipos, calçados, confecções e produtos eletrônicos que invadem o mundo ameaça superar o PIM como principal fornecedor junto ao mercado brasileiro no tocante aos bens de constituem a base da indústria da ZFM: eletroeletrônicos, duas rodas, relojoeiro, bens de informática, termoplástico,químico e metalúrgico.
Diante de todo esse cenário ainda assistimos a declarações pouco convicentes - e até irresponsáveis - alusivas a uma fictícia "intocabilidade" da Zona Franca de Manaus. Em que sentido, afinal de contas? É urgente que se encare e avalie o quadro conjuntural com muita objetividade e pragmatismo."
Preciso dizer mais alguma coisa ? Como dizia o colunista social Little Box, o Caixinha: "Pano rápido!"
Tenham todos um bom dia !
Cláudio Nogueira

domingo, 12 de junho de 2011

Brasileiro é o melhor turista do mundo

Deixá-los entrar: Como o brasileiro poderia ajudar a Economia dos EUA.
Esse é o título de uma materia na revista Time online sobre o turista brasileiro nos Estados Unidos.
http://www.time.com/time/world/article/0,8599,2075717,00.html

"Todos devem amar os turistas brasileiros. Eles gastam mais per capita do que qualquer outra nacionalidade. Em todo o mundo, turistas brasileiros desembolsam em média de 43,3 milhões dólares por dia, soltando para um gigantesco 1,4 bilhão dólar, só em abril passado, 83% a mais do que o mesmo o período do ano passado, segundo o Banco Central do Brasil. Em 2010, 1,2 milhão de brasileiros visitaram os Estados Unidos, injetando 5,9 bilhões dólares na economia dos EUA. Até mesmo exclusivo resort de esqui em Vermont estão se mexendo para contratar instrutores de esqui que fale português para atender a inesperada e crescente demanda de milhares de brasileiros aventureiros que querem samba pelas encostas. 'O Brasil é o nosso mercado internacional mais crescente- até 20% na última temporada', diz Chris Belanger do Stowe Mountain Resort."
No portal IG tem um bom comentário da matéria:
http://economia.ig.com.br/setor+de+turismo+dos+eua+pede+fim+de+visto+para+brasileiros/n1597021694789.html

sexta-feira, 10 de junho de 2011

UEA Forte. A Melhor do Norte

Recebi um email convite para a audiência pública, na Assembléia Legislativa do Amazonas, na próxima segunda-feira, 13, às 10:00. Uma manifestação para que seja revogado o Artigo 6º da Lei nº 3022/2005. Este artigo autoriza o governo a aplicar o superávit arrecadado pelo Fundo da UEA em outras ações de governo. O email dizia o seguinte, entre outras coisas: "Não concordamos com esse desvio, visto que enquanto a UEA sofre com graves problemas estruturais, como falta de professores e sucateamento de laboratórios, o Governo do Estado arrecada recursos em seu nome, mas aplica em outras ações. Portanto, pleiteamos que TODO RECURSO ARRECADADO EM NOME DA UEA SEJA APLICADO NA UEA, com a revogação imediata do artigo acima citado." E oferece um link
http://www.maisverbasuea.com.br/assinaturas para aqueles que desejarem participar de um "abaixo assinado" com esse objetivo.

Meus prezados e minhas prezadas,

A UEA, a UFAM, o IFAM (ex-Cefet), que são instituições públicas de ensino superior e todas as outras universidades e/ou centros universitários locais têm uma importância fundamental na sobrevivência do Pólo Industrial de Manaus. O debate não poderia ser mais oportuno. Para uma universidade dinheiro, nunca, jamais e em tempo algum é demais.
Fiz meu mestrado em engenharia industrial na Universidade de Miami, por isso de quando em vez dou uma olhada no que está acontecendo por lá. Ela, como muitas outras universidades americanas, inclusive as mais famosas e as mais ricas, faz rally para coletar dinheiro. O que isso significa ? Significa que essas universidades mesmo sendo privadas, mesmo ganhando muito dinheiro com projetos e mensalidades e doações; anualmente passam o chapéu, ou a sacolinha pedindo dinheiro, de pessoas, de ex-alunos e de instituições. Geralmente tem uma meta a ser alcançada em determinado ano. Há alguns poucos anos atrás, a reitora da Universidade de Miami, Donna Shalala, ex-secretária (ministra) de Saúde e Serviços Humanos do governo Clinton, determinou que a meta de arrecadação seria de 750 milhões a 1 bilhão de dólares, em 2007 essa meta foi mudada para US$ 1,25 bilhões. Esse pedido de dinheiro chama-se Annual Fund, e existe desde 1918.
A Universidade de Harvard, como muitas outras universidades ricas, pede dinheiro sempre. Harvard University tem um página permanente para doações de ex-alunos, que podem ser feitas até com cartão de crédito: http://alumni.harvard.edu/givenow.
Quanto é que cada um de nós estaria dispostos a doar para a nossa querida UFAM, que há 100 anos vem nos servindo? Quantas instituições estariam dispostas a colaborar ?
Por que é que essas universidades pedem ? Porque dinheiro para universidades que ensinam e fazem pesquisas nunca é demais. Há universidades que só ensinam, não pesquisam, justamente por falta de recursos. E mesmo aquelas que têm muito, acreditam que o que abunda não prejudica. E nunca abunda.

Eu fui, reconheço a minha insignificância, contra a extinção da UTAM, e amplamente favorável a criação da UEA. A UTAM, na realidade era ITAM, tornou-se a Escola Superior de Tecnologia da UEA. Fui professor das duas instituições, portanto, posso afirmar que com transformação de uma em outra houve uma melhora significativa - para ser sucinto - em todos os aspectos. Mas ainda assim, preferiria que a UTAM tivesse se tornado, de fato, no Instituto de Tecnologia do Amazonas (o ITAM era da Amazônia) e tivesse, gradualmente, é claro, se tornado no ITA do norte. Tudo é uma questão de vontade política.
Foi graças à vontade política, que tínhamos uma das maiores empresas petrolíferas do mundo, quando a nossa produção de petróleo era muito inferior à produção de muitos países, grandes produtores. Nem Venezuela, nem países da OPEP tinha uma empresa do porte da Petrobrás.
Foi vontade política quem criou a Embraer, quando estávamos muitíssimos longe de sermos um país emergente. Mas a Embraer não existiria sem a existência do ITA, Instituto Tecnológico da Aeronaútica. Uma universidade tecnológica de alto nível
Nós não somos o Estado de São Paulo, mas mesmo assim o exemplo serve: Quando deram a Zeferino Vaz a missão de criar a Universidade Estadual de Campinas, Unicamp, apesar da USP já existir, e outras boas universidades, ele não se limitou a criar mais uma. Sem ela não existiria, hoje, na região de Campinas, o cluster de empresas de base tecnológica (são muitas: de biotecnologia, tecnologia da informação, etc.).
Se a nossa UEA não consegue (como muitas universidades no mundo todo, principalmente por falta de recursos) ser um centro de excelência em tudo, pelo menos, movidos pela necessidade, podemos nos esforçar (=vontade política) para tornar a EST em um centro de excelência, para tentarmos mudar o perfil do nosso PIM, para transformá-lo de fato em um cluster industrial baseado na tecnologia e na inovação.
O projeto Zona Franca de Manaus é um projeto exitoso. Ponto. Publica isso aí. Prós menos contras, o saldo é positivo. Geração de empregos, a floresta em pé (98%), etc. As mazelas vocês conhecem muito bem. Mas o modelo oferece vantagens comparativas que vivem a toda hora sendo ameaçadas. Vou usar um bordão muito utilizado recentemente: O modelo está esgotado. Temos de partir para vantagens competitivas.
Vou repetir o que já escrevi aqui, para que os senhores e senhoras possam fazer uma comparação: Nós começarmos a nossa ZFM em 1967, os indianos começaram o Parque Tecnológico de Bangalore em 1992, ou seja, 25 anos depois. Hoje eles têm mais de 2500 laboratórios de P&D, isto é, labs de pesquisa e desenvolvimento que geram novas criações, patentes e invenções tecnológicas para as suas empresas. Todas as maiores empresas inovadoras do mundo estão lá. E a isenção fiscal é somente por 5 anos, mas uns subsídios, como o de energia elétrica.
E por que é que elas vão para lá e não vêm para cá ? Porque o nosso PIM é formado de empresas montadoras (graças a Deus !) ou as MNC, multinationals corporations, mas que estão aqui pelas vantagens comparativas e atuam de acordo com as regras do jogo. E são essas regras que devem ser mudadas. E quem vai mudá-las ? O governo federal, a Suframa, o governo estadual, os políticos. Ou seja, os principais atores. O processo é top down, mas cabe a nós fazermos pressão. Pressão bottom up , mobilização, já provocaram muitas mudanças.

O que é que os indianos têm que nós não temos ? Vontade política e bons institutos de tecnologias produzindo uma massa crítica de engenheiros que atendam as necessidades especifícas do mercado. Pergunte ao pessoal do Instituto Nokia de Tecnologia (INdt), da Fundação Paulo Feitoza e do CT-PIM, uns dos poucos centros de pesquisas existentes em Manaus, se eles encontram a mão-de-obra necessária aqui. Sabe o que acontece ? O nosso PIM produz mais de 30 bilhões de dólares por ano, e está meio conformado com isso. Essa semana mesmo foram divulgados números excelentes. Mas vivemos sobressaltados. Vivemos enganados.
A propósito, falando em faturamento do PIM, lembro-me que em certa ocasião, assisti, na Uninorte, uma palestra de Samuel Hanan (lei Hanan e UEA, tudo a ver), onde ele dizia que não era bem assim não. Essa dinheirama toda não ficava aqui.
Portanto, eu nunca pensei que fosse concordar com o deputado Sinésio Campos (PT), mas (seja lá qual motivo for) quando ele diz que os tabletes (eu sei que é tablets ) não vão ser fabricado aqui por falta de mão-de-obra qualificada, talvez ele tenha razão. Talvez. Porque resta comprovar que esse é realmente o real motivo.
Não sei se isso acontece com os tabletes, mas com certeza, muita coisa deixou de ser produzida na ZFM por falta dos chamados knowledge workers.
Então deputado, o senhor que é lider do governo, mostre ao seu patrão (e deputado tem patrão ? Não seria o povo ?) da necessidade de um melhor aparelhamento da nossa UEA.
O que vamos fazer com o gás natural ? Ficar só acendendo lâmpadas com ele ? A indústria petroquímica se utiliza de nafta ou do gás natural tratado. A UEA tem papel importante na formação de especialistas nesta área. Gás é que não nos falta.
E é só em função do PIM que a UEA deve existir ? Não. Por que não torná-la em um centro de excelência na área de saúde pública, em medicina tropical, em parceria com o Hospital de Doenças Tropicais, ou em outras áreas, em parceria com o CBA , Centro de Biotecnologia da Amazônia ?
Por que não se preparar para ser referência no estudo do meio ambiente ? Eu preciso dizer que nós estamos na Amazônia, etc. etc. ?
As universidades canadenses e australianas têm centros de estudos aborígenas, ou first nations, primeiros povos, como eles chamam seus nativos. E por que não criarmos um centro de estudos indígenas ?
Na área tecnológica fazer curso para estudar sexo dos anjos não serve para nada. Vou repetir o que já escrevi antes: a Universidade Autónoma de Barcelona tem um campus dentro do distrito industrial da Zona Franca catalã. O nome do jogo é interação entre as instituições. De 2000 para cá foram criados 7 novos institutos de tecnologias na Índia.
UEA, UFAM, IFAM, Fucapi, etc. têm tudo a ver com o Pólo Industrial de Manaus. O futuro do PIM passa por essas instituições.
Alguém está pedindo para desmontar as montadoras ? Nada disso. O que se deseja é o fortalecimento e/ou criação de centros tecnológicos que formem trabalhadores qualificados para que o perfil do PIM mude. Que ele possa atrair empresas inovadoras, ou que as existentes tragam centros de pesquisas para cá, para produzirmos bens de maior valor agredado, maior competitividade, alta produtividade.
Cingapura é outro bom exemplo. Em 1963, quando obteve a independência da Malásia, ela era nada. Nada. Uma ilha no fim do mundo. Até 1980 encontrava-se no mesmo estágio do PIM, só tinha montadoras. Então decidiram passar para o próximo nível, o qual teimamos em ficar parados, e partiram para uma política agressiva de transformação do seu parque industrial.
No post “ Um Novo PIM” (http://nogueiraclaudio.blogspot.com/2011/01/um-novo-pim.html) dizia que iria ler o livro “From Agglomeration (nós, o PIM) to Innovation (Bangalore, Cingapura, Barcelona, etc): Upgrading Industrial Clusters in Emerging Economies. Li. Lá entende-se que eles resolveram abandonar a “manufatura intensiva de mão-de-obra” (estágio que não conseguimos sair) para “intensiva de tecnologia” (estágio que devemos buscar). Precisa dizer como foi transformada a economia deles ? Eles não mandaram empresas embora, mudaram a política industrial. De montadoras (nós, o PIM) passaram a manufaturar produtos “high-tech” (estágio que devemos buscar). Aqui não há espaço para contar toda a história. Apenas uma: Em 2002, decidiram que queriam um cluster farmacêutico de nível mundial. O que eles fizeram ? Diminuiram as verbas para ensino e pesquisa ? Não. “Implantaram estrutura de conhecimento público, isto é, universidades e instituições privadas de pesquisa. Isso requereu a criação de novas instituições. Ou a restruturação da instituições existentes, ou a criação de novos cursos, dando prioridade aos campos de pesquisas e educação necessária aos cluster em desenvolvimento.”

Em fevereiro deste ano, li nos jornais, que segundo o governador Omar Aziz, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, prometeu ajudar na construção da cidade universitária da UEA: "Todos os cursos, alojamentos, restaurantes, laboratórios, como um campus universitário, mas numa área grande, onde será toda a nossa universidade" disse o governador. Muito bom!!! Vamos fazer o ministro cumprir a promessa. Vamos pressionar o governo federal para que gaste um pouco das reservas cambiais (312 bilhões de dólares, segundo o último relatório do Bacen), que tem um custo de manutenção enorme, e afetam a nossa política fiscal. Vamos gastar, um pouco dos dólares guardados com C&T, na formação de centros de excelências, na construção de laboratórios, no envio de bolsistas para se especializarem no exterior, e até mesmo na importação de cérebros, como os países ricos sempre fizeram, ou na repatriação de cientistas. Afinal, a nossa moeda está fortíssima, e não sofre nenhuma ameaça especulativa, a nossa economia está estável, estão para que servem as nossas reservas cambiais ? Deveriam no mínimo (considerando a estabilidade econômica) ser para renovar, aprimorar e adquirir tecnologia para o nosso desenvolvimento, modernizar nosso parque industrial, equipar e tubinar nossas universidades.
É tudo uma questão de vontade política. Quanto é que vamos gastar com o trem bala, com os novos estádios de futebol ?

Dinheiro, para qualquer universidade comprometida com o desenvolvimento da sociedade em que está inserida, da comunidade em seu entorno, nunca, jamais é demais. Esse dinheiro é sempre bem vindo, principalmente, quando ele é de menos e ainda há muito a ser feito.

Por uma UEA forte ! A melhor do Norte !
Essa deve ser uma bandeira de todos os deputados: situação, oposição. A UEA não tem dono, ela serve a todos.

Um bom domingo, uma boa semana.

Cláudio Nogueira

PS1. Atenção historiadores de plantão, no ano que a UEA faz 10 anos: Qual foi o insight que o Amazonino teve para criar a Universidade (ele está vivo para confirmar ou negar) ? Em uma viagem para Cuba, Vicente Nogueira, meu brother, o então titular da SEDUC, sugeriu ao Negão que ele criasse uma universidade estadual. Ele ficou de pensar no assunto, mas não disse sim, nem não. Posteriormente Vicente Nogueira voltou ao mantra, alegando que seria uma oportunidade do Amazonino entrar para a história (argumento político) e, principalmente (motivo real), existia a necessidade, devido a elevada demanda pela UFAM. A proliferação de instituições superiores privadas, em Manaus, comprovavam isso. E em uma outra viagem internacional, desta vez para o Japão, Amazonino disse ao Nogueira que criaria a UEA.

PS2. Atenção historiadores II: O governo de Eduardo Braga fez a sua parte. Ele expandiu a Universidade criando novos cursos, abrindo novos campi no interior, realizando concursos para professores, aparelhando-a melhor, com microcomputadores para professores e alunos, etc. etc. Agora dizer que ele consolidou a UEA, isso não é verdade. É impossível se consolidar uma universidade em tão pouco tempo. Nem o Omar, nos poucos mais dos três anos que lhe restam vai consolidá-la. O importante é ele fazer a sua parte, e fazê-la continuar crescendo, principalmente em qualidade, mas a consolidação mesmo demanda tempo, só ocorrerá em mais anos: quando tiver bons laboratórios, um número razoável de mestrados e doutorados em andamento, um percentual elevado de professores doutores, e estiver fazendo pesquisa. Mas isso pode ser conseguido (se for) em muitos e muitos anos, ou ser abreviado para um período mais curto: o nome do jogo é Vontade Política.
Lembrando que a pedra fundamental da Unicamp foi lançada em 5 de outubro de 1966, ontem. Portanto, ela ainda não tem 45 anos, e há mais de 20 já é considerada um excelente universidade. O importante é perguntar onde estará a UEA daqui a 1o anos ?

PS3. O que é um cluster ? E uma aglomeração de indústrias, com estreita interação, integração com as universidades e centros/institutos de pesquisas (definição parcial e incompleta). Essa interação produz um ambiente que gera inovação. Inovação que pode ter sido gerada na universidade e materializada na indústria. As concentrações industrias com esse perfil são chamadas cluster industriais baseados no conhecimento, ou clusters industriais de base tecnológica. Embora, se mencione sem nenhum prejuízo, que temos dois clusters no PIM, o de duas rodas e o relojoeiro, isso não é verdade. Distrito Industrial é um conceito Marshaliano, Knowledge-based Industrial Cluster é um conceito criado por Michael Porter (http://www.isc.hbs.edu/), professor da Universidade de Harvard, que dedicou a sua vida a estudar essas aglomerações industriais.
Várias universidades americanas e canadenses têm os seus Science or Technological Parks voltados para a inovação. Eles criam, as empresas materializam. Existe até uma associação congregando esses parques: Association of University Research Parks, AURP, http://www.aurp.net/
Em um cluster, em vários países, o ambiente de cooperação e competição (formal e informal ) é intenso, fazendo com que inovações e patentes sejam geradas em maior velocidade.
O que é a competição informal ? No Vale do Silício existem pubs e bares que os engenheiros se encontram para tomar um cerveja e discutir idéias entre si. Nesse pubs nasceram várias indústrias na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (IT&C). Na Índia foram criados “clubes”, locais de encontros com essa finalidade.

PS4. Aconselho, a quem interessar possa, a leitura de dois livros: O Valor da Inovação – Como as empresas mais avançadas atingem alto desempenho e lucratividade, de Ronald S. Jonash e Tom Sommerlatte, da editora Campus; e Valor Econômico de Inovação de Empresas de Moysés Simantob e Roberta Lippi, da editora Globo.

PS5. Por uma questão de justiça, não posso deixar de mencionar que uma emenda no orçamento da União, proposta pelo então deputado federal Marcelo Serafim, em 2010, conseguiu 17,2 milhões de reais para a UFAM. Assim é que tem de ser, as nossas universidades precisam de verbas e da ajuda de todos.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Encontro nacional de karaokê

Como deve ser do conhecimento dos senhores e senhoras, sou muito ligado a comunidade japonesa, por ter vivido no Japão, e como ex-presidente da Associação da Amazônia Ocidental dos ex-Bolsistas no Japão -AMEOJAPÃO, por esse motivo sempre que me é solicitado, divulgo atividades culturais que possam interessar aos senhores e as senhoras.
Recebi da assessora cultura do Consulado Geral do Japão em Manaus um email com os seguintes dizeres:
"Envio através desta o cartaz eletrônico para divulgação do evento de karaokê.
Virão em torno de 60 pessoas de São Paulo para participar do concurso e terá um show dos veteranos de karaokê.
Vai ter vendas de comidas e doces japoneses.Venha desfrutar com a familia e amigos.
Solicito a gentileza de divulgar este evento para as pessoas que gostam de musica e da comida japonesa.
Sandra Nagase "
Está divulgado. Abaixo segue o cartaz com detalhes. Não percam.