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sábado, 30 de outubro de 2010

Eleição 2010: A Globo mente novamente

A Globo está desesperada, assim como a revista Veja, e um bocado de gente que conheço com a possível derrota de Serra. A Veja fez uma reportagem previnindo-nos que o Lula pode ser um ditador disfarçado, que gosta de imitar o Fidel. Escrevi um comentário, mas eles não postaram. Agradeci a revista pela matéria e pelo serviço que prestava advertindo-nos do perigo que estávamos passando. Essa matéria era para ser publicada antes. Se ele tivesse se tornado um ditador de fato, ela teria um pouco de culpa por não nos ter advertido há mais tempo.
A outra desesperada é a Rede Globo. Depois daquela "coisa" atirada sobre Serra, que nem os computadores da NASA foram capaz de identificar o que era exatamente, ela bem que ainda tentou ajudar o tucano. Hoje, 30.10.2010, presenciei uma coisa imediata. Primeiro estranhei o fato de que as margens de erros das pesquisas divulgadas para governadores no JN, nos estados que terão segundo turno, serem de +/-3%. Depois a pesquisa Ibope para presidente tinha uma margem de erro de +/- 4%. Eu nunca vi isso em toda a minha vida. Primeiro, porque são empresas que fazem pesquisa há muito tempo. Se você contratar uma empresa para fazer pesquisa de uma coisa tão importante e ela te der um resultado com a margem de erro de +/-4%, não aceite, procure outra, ela não presta. Até parece uma empresa caboquinha de pesquisa que conhecemos.
Mas meu desconfiômetro não parou aí, fui na página do Jornal Nacional no site g1.com: http://g1.globo.com/especiais/eleicoes-2010/noticia/2010/10/dilma-tem-56-dos-votos-validos-e-serra-44-mostra-o-ibope.html e lá a margem de erro diminuiu para +/- 2%. Nesse mato tem coelho.
Antes que alguém diga que me enganei quanto a margem divulgada no JN, quem assistiu-o pode comprovar. E no momento da divulgação estava ao celular conversando com um irmão que também assistia o jornal, e comentávamos essa margem tão dilatada. Obviamente, é mentira. Como li hoje em vários sites de notícias, os tucanos agora querem ver se conseguem diminuir o prejuízo. Teríamos como saber se a diferença vai aumentar. Bastava mostrar o movimento das estradas de São Paulo rumo ao litoral. Se ela for intensa, o Serra não vai conseguir diminuir nada.
Mas por que a Globo faria isso ? Obviamente para não informar a diferença maior entre os candidatos, que deve ser a realidade, posto que a Dilma está subindo. Desta forma quando for divulgado o resultado das urnas; e se ele for mais dilatado, ela poderá dizer que acertou porque estava dentro da margem.
Havia um senhor, há muitos anos atrás, no Paraná da Eva, AM, que era consultado pela mulheres grávidas para saber qual seria o sexo da criança. Quando perguntado, ele nem pestanejava e respondia: "Menino." E completava: "Vou anotar aqui na minha caderneta o sexo do bebê." E anotava menina. Quando errava e a mãe voltava para tomar satisfação, ele dizia: "Vamos consultar as minhas anotações. Taqui. Tá escrito menina, você é que entendeu errado."
Assim a Globo e Ibope estão fazendo. Uma margem de erro de 4% para mais ou para menos dá um intervalo possível de 8%. Assim companheiro, até eu. Obviamente, uma margem tão grande tem treta, e o Ibope preferiu ver sua credibilidade abalada a ter de admitir a verdade.
Já disse isso em outro post, mas vou repetir agora. Na segunda-feira (já vi isso antes) na maior cara de pau William Bonner ou Fátima Bernardes vai dizer, para as pesquisas "erradas" para governador, que o eleitor mudou de voto no dia da eleição. Acredite quem quiser. Eles já sabiam o resultado, mas tentaram mudá-lo.
Bom! Vamos esperar até amanhã a noite, para a Globo anunciar o resultado verdadeiro, e que teremos a primeira mulher presidente do Brasil. Gostando ou não.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Resultado da Eleição Presidencial de Domingo

No primeiro turno desta eleição votaram 111.193.747 eleitores, e se abstiveram de votar mais de 24 milhões. Em São Paulo, muito perto de 5 milhões de pessoas faltaram a votação; em Minas foram 2.675.492. Totalizando 7.674.948 abstenções em dois estados de governos PSDBistas. No Café ganhou o Serra, e no Leite, mesmo com Aécio, ganhou a Dilma. Alguém pode alegar que ela é mineira.
Dos mais de 111 milhões de votos, somente 101.590.153 foram válidos, os outros foram nulos ou brancos. A distribuição dos votos válidos entre os três primeiros colocados ficou assim:
Dilma Roussef 47.651. 434 (46,91%)
José Serra 33.132.283 (32,61%)
Marina Silva 19.636.359 (19,33%)
Com uma diferença entre Dilma e Serra de 14.519.151 votos.
A abstenção nesse domingo, 31 de outubro de 2010, deverá ser maior; primeiro pelo número de candidatos envolvidos. No primeiro turno eram milhares de candidatos; segundo tem um feriado na terça-feira.
As últimas pesquisas divulgadas - ontem a do Ibope no JN, e a de hoje do Datafolha - apontam para a vitória de Dilma Roussef.
Segundo o Ibope, Dilma terá 57% dos votos válidos, restando, obviamente, 43% para Serra. E o Datafolha prevê uma vitória de Dilma com 56% contra 44% do Serra.
Se todos que votaram no primeiro turno comparecerem para votar novamente, o que acho muito difícil, o resultado, considerando a pesquisa do Ibope, será o seguinte:
Dilma Roussef terá 57.906.387 votos e;
José Serra obterá 43.683.765 votos,
totalizando uma diferença entre eles de 14.222.621 votos.
O que pode acontecer é que mesmo que o número de abstenções aumente, a diferença entre os candidatos continue por volta de 14 milhões (considerando que o número de abstenções aumentem igualmente nos dois lados).
Como a Dilma tem mais votos nas classes C e D, a diferença poderá aumentar em favor dela; já que um número maior de eleitores das classes A e B se deslocam no feriado.
Só para ser redundante, vou fazer umas continhas aqui:
Dilma = segundo turno - primeiro = 10.254.953
Serra = segundo turno - primeiro = 10.551.482
A soma disso é 20.806.435 (votos de quem não votou nos dois no primeiro turno). Marina Silva teve 19.636.359. O que sobra é igual a 1.170.076, que é a soma dos votos obtidos pelos candidatos nanicos.
Então a conclusão tirada desse resultado (e considerando a pesquisa Ibope) é que os votos da Marina Silva ficaram divididos de forma que não ajudaram a nenhum candidato. Eles não influenciaram (influenciarão) no resultado da eleição. Ela queria neutralidade ? Conseguiu. Na realidade, por uma margem bem pequena, os votos de Marina foram mais para o Serra do que para a Dilma, se considerarmos que os votos de esquerda dos partidos nanicos se identificam mais com a Dilma do que com o Serra.
As primeiras pesquisas logo após o fim do primeiro turno, apontavam que a grande maioria dos votos de Marina iriam para o Serra. O Datafolha dizia que 51% dos que votaram em Marina no primeiro turno, no segundo turno votariam no Serra, e apenas 22% desses eleitores votariam na Dilma. Então, o que se percebe é que os outros 27%, que ainda não tinham decidido em quem votar, decidiram votar na Dilma. Surpreso ? A Marina Silva ficou 30 anos no PT.
Veja no post "A Candidata da Esquerda e o Candidato da Direta" como foi que Serra perdeu ou não conquistou esse votos.
E como ficaria o resultado considerando a pesquisa Datafolha:
56% Dilma, 44% Serra?
Dilma terá 56.890.485 de votos
Serra terá 44.699.667 de votos
Uma diferença de 12.190.818 a favor da Dilma.
Nesse caso Serra abocanhou uma fatia maior dos votos de Marina, mas uma diferença tão pouca, que não foi suficiente para ganhar de Dilma.
O nosso exercício de chutometria, além partir da premissa inicial absurda de que o número de votos válidos vai ser o mesmo nos dois turnos, tem o agravante de que não há pesquisa que possa prever para onde vão os votos dos indecisos, que em ambas as pesquisas somam 4% dos eleitores.
Vamos esperar para ver até domingo a noite, mas se ficarmos na média, Dilma Roussef vai ser a primeira mulher presidente do Brasil, com uns 13 milhões de votos a mais do que José Serra. Já estava na hora. A Argentina já teve três presidentes do sexo feminino, inclusive a atual; e o Chile uma.

domingo, 24 de outubro de 2010

Perpetuum Jazzile

Perpetuum Jazzile. O que é isso, latim? É o nome de um coral da Eslovênia que canta maravilhosamente bem. Fundado em 1983, originalmente como Gaudeamus Chamber Choir, cantam até em português. E cantam muito bem, quase perfeito, sem sotaque. Veja eles cantando "Aquarela do Brasil":

http://www.youtube.com/watch?v=jmttwEHdfB0

Ou " Que Mais Nada" :

http://www.youtube.com/watch?v=PbHtDJA_7Lg&feature=related

"Só Danço Samba":

http://www.youtube.com/watch?v=-nedMqnYa3c&feature=related

Vá lá e se delicie. Se não gostar, eu devolvo o dinheiro.

O site deles em inglês é:

http://perpetuumjazzile.si/en/

A candidata da esquerda e o candidato da direta

Nessa eleição presidencial tínhamos dois candidatos de esquerda, ou centro esquerda. Mas o Serra virou candidato da direita, por isso está perdendo votos, como mostram todas as pesquisas feitas pelos maiores institutos/televisões/jornais do Brasil.
Eu tenho mais de três centenas de amigos que não gostam de nenhum dos dois; uma centena deles gostaria de ver o deputado federal militar Bolsanaro como candidato à presidência, mas como não votam em branco, estão fazendo campanha para o Serra. Simplesmente porque odeiam a Dilma, ou odeiam o PT. Esse nicho de votos o Serra já tinha assegurado. Já era dele.
A grande maioria dos votos da Marina - dados por um eleitor mais esclarecido, como foi apontado pelas pesquisas - migraram para o Serra. Principal motivo: não querem ver mais o PT no poder. O representante deste eleitor verde é o deputado federal Fernando Gabeira, que foi deputado petista, saiu, voltou e saiu novamente. É o voto-magoado com o PT, porque o programa petista e a história de vida do sujeito está muito mais perto do PT do que do programa do PSDB.
Agora, o Serra cai nas pesquisas. Ele tentou abocanhar um market share do eleitorado que já era dele, e se afastou do eleitor de esquerda e de centro: "Na passagem para o segundo turno, a direita serrista trouxe seu arsenal tradicional. Aborto, criancinhas, Deus, terrorismo, ética na política…. Serra é do bem, todo o resto é do mal. Uma receita lacerdista completa." Com direito a santinho e tudo.
Os eleitores da Marina (a ex-petista) seguem Serra até um determinado ponto, a partir do qual entram em crise de consciência. Por isso votos de Marina começam a migrar para a Dilma.
Quando o PSDB escolheu o Índio da Costa do DEM, para ser vice de Serra, não foi somente porque o senador Álvaro Dias, que recusou o cargo, foi mais fiel ao irmão, candidato ao governo do Paraná pelo PDT, e apoiado pelo PT, do que ao partido. A escolha do silvícola foi também um afago a direita orfã. Pelo mesmo motivo foi que Lula escolheu José Alencar para ser seu vice: para acalmar a direita e dizer que tinha até empresário de "peso" lhe apoiando. Deu certo com Lula, mas os resultados desta eleição mostram que o grande perdedor foi o DEM. O partido ficou bastante encolhido; portanto, esse Índio não vai ajudar muito.
Em resumo, a direita já estava garantida, mas os marqueteiros de Serra empurram a campanha mais para a direita, assustando o eleitor de centro-esquerda, e até o eleitor onde-tem-pt-sou-contra.
Além do que o eleitor descobriu que Serra não é santo, apesar de não poder ver um culto ou missa em andamento que faz cara de madre Teresa e entra mesmo sem permissão, como aconteceu na festa de são Francisco no Ceará, onde levou uma mijada pública do padre. "Jereissatti, descontrolado, passou a gritar que o padre era um petista e tentou subir no altar."
E ele mente também. Também porque todo mundo mente, mas nós não somos candidato(a)s a nada, O Serra é. Assinou um termo se comprometendo a não deixar a prefeitura de São Paulo, para concorrer ao governo do Estado. Como diria Orlando Silva: "jurou, mas não cumpriu". Mas isso foi, para um santo, um pecado pequeno, venal. Agora, dizer que não conhecia o Paulo Preto; ser ameaçado pelo sujeito e voltar atrás; se foi um pecado grande eu não sei, mas o resultado está aí. O Paulo Preto é o Erenice do Serra. Muito pior. Dilma nunca disse que não conhecia a Erenice. E Paulo Preto está envolvido, do ponto de vista da Justiça Eleitoral, em pecado mortal, passivo da pena capital: Caixa 2. Dizem que o sujeito deu sumiço em apenas 4 milhões da campanha tucana. E a filha do Preto trabalhava no gabinete do tucano. Com essa Serra teve a santidade revogada.
Outras verdades vieram a tona: "O sigilo [bancário que até hoje ocupa grande espaço da mídia] não foi quebrado pela turma da Dilma, e sim por um repórter de O Estado de Minas, acionado porque o deputado [tucano] Marcelo Itagiba estaria levantando informações contra Aécio Neves." Colocaram a culpa na Dilma, mas era tucano espionando tucano. Aqui está o fac símile da declaração completa do jornalista Amaury Ribeiro Jr. à Polícia Federal: http://www.estadao.com.br/especiais/2010/10/documento_amaury.pdf
Agora é a bolinha de papel. A mise en scène foi forte demais. Virou motivo de gozação no Twitter. Só quem acreditou no rolo de fitas foram os marqueteiros do Serra, ele, a mulher dele, a Globo, o Molina e os que vão votar nele de qualquer jeito. Viram que a repercussão foi um tiro no pé, tanto que ontem não tocaram mais no assunto.
Essa é a última semana da campanha, e promete ser emocionante. Dilma está com 12% dos votos válidos na frente do Serra, mas vale lembrar que cada 1% de votos que Serra conquistar, a diferença entres eles diminui 2%. Então a luta de Serra é para crescer 6%, o que é difícil mas não impossível. É melhor não contar que essa eleição já está decidida. Afinal para que serve um bom escândalo!?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Serra e o vídeo da Rede Globo

No programa eleitoral de hoje, Dilma não mais tocou no assunto de agressão ao Serra. E nem uma menção sequer por parte do JN, que começa antes e acaba depois. Serra tocou no assunto que parece ter sido esvaziado. Pode ser que eu esteja enganado - nas próximas pesquisas vamos conferir - mas parece que não vai surtir o efeito que os tucanos queriam. Amanhã vai aparecer como notícia requentada. Todavia, ainda hoje a revista Carta Capital, no seu site escreveu algo interessante, dizendo que o que foi apresentado pelo JN ontem é uma farsa desmascarada por José Antonio Meira da Rocha, professor de Jornalismo Gráfico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM):

Serra e o vídeo da Rede Globo
22 de outubro de 2010 às 15:38h

Professor de jornalismo gráfico desmonta vídeo quadro a quadro e aponta truque de compressão de imagens

Por Antonio Martins*, originalmente publicado no site Outras Palavras

Urgente (22/10, 12h16): Desde o final da manha desta sexta (22/10), o site do professor José Antonio Meira da Rocha (http://meiradarocha.jor.br) foi bloqueado pela empresa que o hospeda — no que pode ser um caso grave de censura na internet. Em decorrência, as imagens que sustentavam a hipótese levantada por ele desapareceram, em dezenas de blogs que reproduziam suas informações.

O Jornal Nacional de ontem fez lembrar o envolvimento da Rede Globo na disputa presidencial que elegeu Fernando Collor, em 1989. Nada menos que 7 minutos foram dedicados à tentativa de demonstrar que José Serra fora atingido, na véspera, por um rolo de fita adesiva. Convocou-se Ricardo Molina, um “especialista” cujo currículo inclui a tentativa de acusar o MST pelo massacre de Eldorado de Carajás, de “assegurar” que PC Farias se suicidou e de questionar as provas sobre a responsabilidade da família Nardoni na morte da menina Isabela. Procurava-se frear a onda de indignação (e de deboche) que correu o país, quando se soube, horas antes, que a “agressão” sofrida na véspera pelo candidato do PSDB fora provocada por uma bolinha de papel. Não, tentou afirmar o Jornal Nacional: a tomografia a que se submeteu o candidato justificava-se. Ele havia sido atingido também por um rolo de fita adesiva…

Até mesmo esta versão está sendo contestada agora. José Antonio Meira da Rocha, professor de Jornalismo Gráfico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), analisou as imagens do Jornal Nacional quadro a quadro e chegou às seguintes conclusões, publicadas em seu blog: a) o suposto rolo de fita crepe, ou durex, não aparece em nenhum dos quadros anteriores ou posteriores ao momento em que se “choca” com a cabeça de Serra. Teria surgido do nada; b) um truque elementar na manipulação de vídeos (um artifact de compressão) é suficiente para gerar imagem idêntica à exibida no Jornal Nacional.

A análise de Meira Rocha pode ser conferida abaixo. Adicionalmente, um post no blog de Luís Nassif mostra: o suposto “choque” da fita adesiva com a cabeça de Serra deu-se numa parte da cabeça totalmente distinta daquela em que, segundo seu médico, ele foi atingido…

Leia, a partir daqui, a análise do professor José Antonio Meira da Rocha:

http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/serra-e-a-fita-crepe-questionada-autenticidade-de-video-da-globo

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Serra e a Bolinha de Papel

Tão logo foi mostrado que o Serra foi atingido por uma bolinha de papel, o twitter ficou cheio de mensagens sobre o assunto, eis aqui algumas pérolas:

- Folha de papel: R$0,02. Tomografia computadorizada: R$600,00.Assistir ao SBT desmascarar Serra: não tem preço;
- Quando a criançada da 5ª série descobrir que tomar bolinha de papel garante 24h de repouso, vai ser uma festa;
- Bolinha de papel: médico recomenda a Serra repouso por quatro anos;
- Lula perdeu dedo, Dilma venceu câncer, Serra leva uma bolinha de papel e pede tomografia...;
-O Serra é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A bolinha de papel que deveras sente (Fernando Pessoa)
-Na bolinha de papel tava escrito: "Não se larga um lider ferido na estrada" Ass: Paulo Preto.”
-O exame de ‘bolística’ determinou que o projétil saiu de um chumaço de Maxprint, calibre A4;
-Células terroristas Chamex, Maxprint e Aracruz disputam autoria do atentado!;
-Ações da Faber Castel, Chamex e Xerox saltam e o povo compra papel desesperadamente. Serra teme uma guerra civil;
-Bolinha de papel é considerada arma branca;
-“Pedra vence tesoura. Tesoura vence papel. Papel vence Serra!” Tiririca;
-Capaz do Serra aparecer com a cabeça enfaixada no debate da Record;
-José Serra finge que levou pedrada e a Globo finge que faz jornalismo;
-SerraRojas é agredido por bolinhas filiadas ao PT;
- PSDB - Partido Sendo Derrubado por Bolinhas;
- Serra não vai a baile de carnaval porque pensa que chuva de confete é tiroteio.

"Para que deseja existem os seguintes twitters para serem ser seguidos:

http://twitter.com/serrarojas
http://twitter.com/Bolinha_dePapel



quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Serra e a Zona Franca de Manaus

Caros colegas,

Com a proximidade do 2º turno das eleições presidenciais e com o intenso “bombardeio” de emails sobre as candidaturas, temos sido questionados por alguns colegas sobre nossa posição.
Nós, que sempre consideramos qualquer debate como salutar, entendemos que quanto maior a quantidade de informações melhor para cada um decidir com sua livre consciência em quem votar.
Dizia Tolstoi “fala da tua aldeia e serás universal”, então vamos avaliar a estrada a partir da aldeia dos Barés.
Nosso posicionamento é fruto de uma profunda reflexão, a partir de uma intensa vivência profissional, de interação com os principais atores desse processo no âmbito dos governos federal e estaduais.
Estamos nos perguntando: O que melhor atende aos interesses do Amazonas, especialmente da Zona Franca de Manaus que, em ultima análise, mantém economicamente nosso Estado. Quem tem a melhor proposta para o Amazonas? Vamos ao debate!
Veja bem, o Serra tem nosso respeito, pela capacidade intelectual, pela competência, e pela história de vida, MAS A VISÃO DELE SOBRE O PÓLO INDUSTRIAL DE MANAUS É EQUIVOCADA. Os teóricos TUCANOS, incluindo o Serra, entendem que a criação de empregos no Amazonas é muito cara e que por isso a ZFM, enquanto modelo de incentivos fiscais, deve acabar e o Amazonas passar a ser financiado pelo Orçamento Federal, a DEPENDER da transferência de recursos orçamentários, que sabemos incertos, e dependentes de injunções políticos e conveniências do Poder Central.
O que eles se recusam a perceber é que os incentivos no Amazonas são para a produção. Nesse modelo não há incentivos fiscais sem produção. O incentivo só ocorre quando a motocicleta, o celular, a TV de LCD são produzidos e comercializados. O financiamento governamental é baixíssimo se comparado com o investimento de risco das próprias empresas. Mas os tucanos não vêem assim!
O Serra agora promete tudo, perenizar, prorrogar por 100 anos. Isso como promessa de campanha, porque a prática político-administrativa releva outro Serra.

Quando Serra foi MINISTRO DO PLANEJAMENTO nomeou o Sr. Mauro Costa como Superintendente da SUFRAMA (que depois levou pra FUNASA, depois pra Secretaria Municipal de Finanças, depois para Secretaria de Fazenda de São Paulo, e é apontado como eventual Ministro da Fazenda) que, dentre outras coisitas:
a) Suspendeu a aprovação de novos projetos pelo artifício da não realização das reuniões periódicas do Conselho de Administração, por mais de um ano;
b) Limitou a aquisição de insumos, paralisando as empresas pela falta de matéria-prima, punindo a competência empresarial;
c) Congelou a aprovação de novos PPB´s (Processo Produtivo Básico) - que estabelecem o índice de nacionalização dos produtos e sem o qual não é possível produzir e a comercializar para outros estados. Parece razoável. Só que através de mais burocracia não aprovava nem mesmo os PPB’s de produtos com alto índice de nacionalização e que já eram produzidos em Manaus. As empresas foram à Justiça para garantir o direito de produzir. Alguns PPB’s nunca saíram e empresas fecharam
.


Foi no Governo Tucano que perdemos o Polo de Informática do PIM com a adoção de medidas mais favorecidas para o resto do país através da Lei 10.176, de 11/01/2001.
Como naqueles comerciais de televisão, poderíamos dizer: MAS NÃO É SÓ ISSO. Vejam o que eles estão fazendo HOJE.

GOVERNOS ALCKMIN E SERRA

1. COMUNICADO CAT - inconformado com a proteção constitucional da ZFM, Geraldo Alckmin EDITOU, através da Secretaria da Fazenda de São Paulo, em 29/07/2004, um ato normativo denominado Comunicado da Coordenadoria de Administração Tributária - CAT 36/2004, que equiparou os incentivos do ICMS da ZFM àqueles concedidos irregularmente por outros estados brasileiros, no âmbito da Guerra Fiscal.
• Através de um mero comunicado, o Estado de São Paulo vem impedindo o reconhecimento de créditos de ICMS, baseados na Lei de Incentivos Fiscais do Amazonas, nas operações realizadas por empresas do Pólo Industrial de Manaus com contribuintes daquele estado, afrontando a própria Constituição Federal que autoriza o Estado do Amazonas a conceder incentivos fiscais, através de lei própria.
• Esta autorização, expressa no artigo 15, da Lei Complementar nº 24, de 07/01/75, foi recepcionada pelo disposto no Art. 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que assegurou as vantagens comparativas da ZFM, em magistral proposta apresentada pelo Relator Bernardo Cabral.
• JOSÉ SERRA ENQUANTO FOI GOVERNADOR SE RECUSOU A REVOGAR O ATO QUE CONTINUA EM VIGOR. Nota Técnica do Governo Paulista, de agosto de 2010, reafirma que os benefícios do ICMS concedidos às empresas da ZFM são inconstitucionais.

2. TRIBUTAÇÃO DE MONITORES E CELULARES - Os Celulares e Monitores, e demais produtos de informática produzidos no Polo Industrial de Manaus são tributados em SP com 18% de ICMS, enquanto a legislação paulista praticamente ZERA a tributação dos fabricados em SP. Clara inconstitucionalidade que levamos ao STF.
• Para fugir ao julgamento, SERRA aplicou um “passa-moleque” na mais alta Corte do País. Ás vésperas do julgamento suspendeu a legislação, o STF então entendeu que a ação do Amazonas havia “perdido o objeto” e, ato contínuo, SP voltou a aplicar a mesma tributação com nova legislação. O STF está sendo acionado novamente.
• NÃO ESQUEÇA: JOSÉ SERRA SE RECUSOU A REVOGAR O ATO, DISCRIMINATÓRIO AOS PRODUTOS DA ZFM, QUE CONTINUA EM VIGOR.

3. VETO À REFORMA TRIBUTÁRIA NO CONGRESSO – O Governo Serra combateu ferozmente a aprovação da Reforma Tributária, que foi negociada arduamente no Congresso Nacional em 2009 por não aceitar o tratamento nela dispensado à Zona Franca de Manaus, terminando por impedir sua votação.

4. TENTATIVA DE IMPLEMENTAR REFORMA VIA CONFAZ, SEM GARANTIAS CONSTITUCIONAIS AO MODELO ZONA FRANCA DE MANAUS - O Governo Paulista insistiu, com inúmeras Propostas de Convênio, com o fito de implementar a tributação zero nas operações interestaduais que não apenas reduziria a Arrecadação Estadual como também feriria de morte a competitividade de nossas empresas, sem qualquer outra proteção como prevista na proposta de Reforma Tributária.

Todos lembram a má vontade do Governo FHC em relação à ZFM. Não esqueçamos que o Amazonas ofereceu alguns dos melhores quadros no Congresso Nacional ao Governo FHC, mas a despeito do esforço, da dedicação e da posição de destaque que nossos parlamentares tinham naquele governo e, mesmo ante a mobilização da sociedade amazonense, FHC, Serra e seus companheiros permaneceram insensíveis : não permitiram a prorrogação da ZFM durante seu governo!

E o Governo Lula?

A prorrogação da ZFM no primeiro ano de seu governo demonstra, de forma inconteste, a diferença de postura e compromisso entre um governo e outro. Lula não apenas prorrogou, atendendo a um antigo anseio dos amazonenses como também ampliou os benefícios fiscais para incluir as contribuições do PIS e da COFINS aumentando a competitividade do modelo. Honrando assim seu compromisso de combater as desigualdades regionais e sociais.
Como Ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef foi fundamental na decisão de viabilizar a construção do gasoduto Coari-Manaus que representou investimentos superiores a R$ 5,0 bilhões, estabelecendo um novo paradigma para o desenvolvimento do Estado.
De igual forma, passou pelas mãos da Ministra Dilma Roussef a viabilização da solução definitiva para o problema de energia elétrica da Cidade Manaus: A interligação de Manaus ao Sistema Nacional através do Linhão de Tucuruí.
Foi Dilma Roussef que coordenou a ação do Governo Lula durante a crise 2008-2009 adotando medidas que nos permitiram superar e retomar mais rapidamente o ritmo de crescimento. A manutenção dos empregos no Polo de 02 rodas foi resultado concreto dessas ações.
Enfim, poderíamos continuar enumerando diversas iniciativas do Governo Lula e da Ministra Dilma em apoio à luta pela preservação do Polo Industrial de Manaus (p. ex. no caso da PEC contra as mídias virgens e gravadas), mas fato concreto é que ninguém pode identificar um ato de Dilma Roussef que não seja de compromisso com o Amazonas.

AFONSO LOBO
THOMAZ NOGUEIRA

Diretores da SEFAZ-AM

Os Tribuneiros chegaram lá II

O post "Os Tribuneiros chegaram lá" causou o entupimento da minha caixa de correio. Quando mando um texto, envio-o para um número elevado de e-leitores, para vários grupos que pertenço, para vários amigos que tenho, para vários colegas de trabalho, para várias dezenas de ex-alunos, etc. Além disso ele foi publicado, também, no blogdoholanda.com.br , onde foi lido, até última vez que vi, por mais de 2600 pessoas.
Das pessoas que tomam conhecimentos dos meus posts por email, via de regra, recebo as contestações ou elogios, também via email. Tenho vontade de postar tanto as críticas quanto os elogios, ou seja, postar sem editar, exatamente a opinião de quem leu, gostando ou não. Acho que se me defender de alguma crítica vou intimidar os críticos. Portanto, o correto é receber a crítica, postá-la e não se defender, a menos que a acusação seja algo muito grave por parte do e-leitor. O que não é o caso, mas vou comentar assim mesmo algumas críticas que recebi:
1 - A principal observação é que esqueci muita gente e fatos, tanto dos Tribuneiros, quanto dos Pés-na-Terra.
Com certeza. Por mais que me esforçasse esqueceria muitos nomes. Mas não me esforcei, limitei o texto, propositadamente, a meia dúzia de nomes, que julquei serem suficientes para o que queria dizer. Mas me lembro de muitos nomes. Não me esqueci, como reclamaram, da Gina, que era casada com o Crisóstomo, e depois foi casada com o ... deixa prá lá. Se nós tínhamos a loira Natacha, os Tribuneiros tinham a morena Gina. Que coisa !!!
Tinha um Tribuneiro bastante ativo, o Chico Braga, também da Agronomia. E muito mais gente dos dois lados.
Não foi um texto sobre a política estudantil na UFAM no início da década de 80; isso seria mais complexo, foi sobre algumas pessoas.
2 - Que a Vanessa não estudava Biologia, mas Farmácia.
É verdade. Falha nossa.
3 - Aqui coloco uma errata. Disse que a Marilene Corrêa era minha professora de Introdução à Filosofia, era de Introdução à Sociologia. O padre Ruas de Introdução à Psicologia e Dedê Carminé de Introdução à Filosofia. Pecados pequenos, devo ser perdoado.
4 - Que omiti o Tribuneiro Francisco Deodato, hoje secretário municipal de Saúde, e ... direito do Amazonino. Pensei que era o esquerdo.
5 - Que o Massami não era Tribuneiro, mas poderia ser um hard finger infiltrado no curso de Agronomia.
6 - Que o Roberto Vieira derrotou o Marcus Barros, estrela do PT, na primeira eleição direta para reitor.
É verdade, mas isso eu disse. O Roberto Vieira tinha sido vice-reitor do Mourão. Foi secretário de Planejamento do Estado e ligado ao pessoal da Arena, mas era um sujeito que todo mundo gostava. Quando concorreu para a reitoria, ele era o diretor do INPA. O vice dele era o Ademarzinho, que entrou na chapa apoiado pelo PC do B (leia -se Tribuneiros). O primeiro pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UA, escolhido por Vieira, após a eleição, foi o brother Vicente Nogueira.
7 - Que não era o Fregapani a figura mais expressiva do controle da ditadura dentro da Universidade; quem tinha o posto oficial, cargo e tudo, como dedo-duro mor era o José Melo, o vice-governador eleito.
8 - Que o texto é uma exaltação aos Pés-na-Terra e uma depreciação dos Tribuneiros.
Caro e-leitor, os Pés-na-Terra eram tutti bonna gente e os Tribuneiros uns chatos. Embora admita que isso é uma questão de percepção. Muitos e muitos anos depois que sai da UA, uma irmã minha fez amizade com uma moça, que quando me viu disse: "Esse teu irmão era petista e fazia parte de um grupo de chatos pra dedeu." A bem da verdade, em nenhuma parte do texto, há diminuição dos Tribuneiros. O texto é exatamente sobre o inimaginável de acontecer considerando o que vivíamos naquela época.
E também busquei mostrar que diferente dos Tribuneiros, os Pés-na-Terra não buscaram a política profissional. Isso é uma constatação, e não um julgamento de valor. Primeiro, porque deve ter muito ex-Pé-na-Terra votando em ex-Tribuneiro. O "Taqui Pra Ti", petista, deu a maior força na candidatura da Vanessa à Câmara Federal. Na primeira vez ela foi bem votada, mas a coligação dela não alcançou o coeficente necessário.
Quando graduamos, se o PT continuou na UA, eu não sei, mas tenho certeza que o Pé na Terra morreu, já o PC do B continou lá. Parece-me que tiveram participação importante na eleição do reitor Nelson Fraji.
9 - Que os Tribuneiros foram oportunistas ou apoiadores de última hora do Lula.
Isso não está escrito no texto. Está sim que os Tribuneiros odiavam o Lula, e isso era verdade. Mas levando as circunstâncias isso não era nenhum pecado. E tinha de ser citado.
Veja o que escrevi: "Não preciso dizer que Pés-na-Terra e Tribuneiros se odiavam." ..."Pura bobagem porque o inimigo comum era o Mourão e a ditadura, que já dava sinais de enfraquecimento."
Embora extramuros tivéssemos visões diferentes de como deveria ser o sistema político ou de governo, intramuros "Tribuneiros e Pés-na-Terra tinham algo em comum, não gostavam e falavam mal, inicialmente, da ditadura, e de Hamilton Mourão; depois de Gilberto Mestrinho e de Amazonino Mendes." Brigávamos a toa, quando deveríamos unir forças. O que veio ocorrer na política de gente grande.
E para quem critica:
- Aqueles que mudaram de ideologia ou de partido, do PC do B para o PT, ou PMDB, ou PSDB ou PMN;
- Os que odiavam e passaram a apoiar o Lula;
- A Dilma "guerilheira";
- O militar Alfredo, que decidiu apoiar o Lula;
foi que escrevi o último parágrafo: " Contudo, jamais um jovem capitão ou major, que tinha o sonho, nos anos oitenta, de se tornar ministro do Exército, teria o pesadelo de bater continência para o “sindicalista baderneiro”, o “sapo barbudo”. Mas aconteceu, e hoje como comandante da Arma, deve fazê-lo com a maior tranquilidade. Mas tem muita gente que parou no tempo, e ainda não sabe que o Muro de Berlin já caiu, e com isso os dois lados começaram a conviver sob nova realidade."

Segue um email de um amigo Tribuneiro e também dos tempos do Colégio Militar de Manaus:
"Cláudio, meu amigo 319 e irmão do meu também amigo 318
Fantástico sua matéria, apesar de que o Prof. Cel Renato, iria certamente puxar suas pequenas orelhas em alguns trechos
[Eh!Como dizia o cel. Renato, nosso professor de português: "Quem muito escreve muito erra"] . Adentrando no essencial vale a pena algumas correções: a) Pelo bem da verdade, o Massami Miki nunca foi um Tribuneiro, só lembrando que quando ele entrou no curso de Agronomia havia dado baixa do curso de R2 [oficial temporário] do Exército.
b) Quanto ao SGT. Alfredo, na verdade ele é formado em Letras pela UFAM. c) Por último gostaria de registrar que a rivalidade entre o PCdo B e recém criado ( na época ) PT, serviu como combustível para turbinar o processo de democratização da UA e por conseguinte da sociedade amazonense e ajudou a consolidar a democracia brasileira. Hoje não tem abrigo esta intriga, pois desde a primeira tentativa do Pres. LULA na direção do Planalto o PCdo B sempre esteve JUNTO E MISTURADO, portanto não é um aliado de última hora como deixou transparecer na sua matéria. Por último novamente, gostaria de registrar que nós também estivemos no 32º Congresso da UNE em Piracicaba, aíás caso queira ainda temos fotos de parte da delegação. E agora encerrando mesmo, vale registrar que o Bloco F ( Curso da Agronomia ), situava-se no trajeto dos cursos de Engenharias, então era engraçado quando o Eduardo Braga passava com aquele estojo de canetas de todas as cores pendurado no cinto, era muito Mauricinho.
Escreveria muito mais, porém preciso ganhar dinheiro para pagar as contas.
Um gde abraço.
Carlos Alonso ALENCAR Queiroz, 456 "

Caro 456, na primeira foto registro a tua ida conosco: Tasso, Arinete, eu e tu. Dois Tribuneiros e dois Pés-na-Terra. Como disse no outro texto fomos de forma intermodal: de ônibus até Porto Velho, de lá até Cuiabá, de avião; de Cuiabá até Piracicaba de ônibus novamente. Aí temos fotos na BR 319, embarcando em Porto Velho e no plenário do Congresso.
Foram momentos raros, mas alguns de nós chegaram até ter momentos de convivência pacífica. Na realidade, até essa viagem ainda não havia sido lançado a chapa Pé-na-Terra.

domingo, 10 de outubro de 2010

Amazonas pode perde prestígio com o Planalto

Devido aos resultados no Amazonas nas eleições presidenciais de 2002 e, principalmente, na de 2006, o Amazonas tornou-se a menina dos olhos do Lula. Aqui o governo investiu muito dinheiro em diversos programas. O vereador do PT, Ricardo Wendling, eleito deputado estadual, dizia que a maioria dos programas desenvolvidos pelo governo do Estado eram financiados por verbas federais. Mas se gratidão do Planalto for proporcional ao votos líquidos dados a Dilma Roussef, o Amazonas deverá perde prestígio para outros estados:

Veja a relação dos estados que deram mais votos líquidos a Dilma

1º lugar – Bahia - Na primeira eleição estadual/presidencial depois da morte de ACM, que deve está se remoendo no túmulo, elegeu um senador do PT, e outro do PSB; além da reeleição do governador petista Jacques Wagner. A Bahia tem chances de subir mais um pouco no pódio, a votação de Marina foi expressiva:

1º Dilma Roussef - PT - 62,6% - 4.187.933
2º José Serra - PSDB - 21,0% - 1.403.131
3º Marina Silva - PV - 15,7% - 1.052.674
Diferença pró Dilma: 2.784.802 votos


2º lugar - Ceará - Com esse resultado Ciro Gomes foi convidado para ser o coordenador da campanha de Dilma no segundo turno. É impressionante o empate entre Serra e Marina:

1º Dilma Roussef - PT - 66,3% - 2.783.451
2º José Serra - PSDB - 16,4% - 686.891
3º Marina Silva - PV - 16,4% - 686.770
Diferença pró Dilma : 2.096.560 votos

3º lugar - Minas Gerais ( terra do Aécio Neves) - Aqui também Marina teve uma excelente votação:

1º Dilma Roussef - PT - 47,0% - 5.067.399
2º José Serra - PSDB - 30,8% - 3.317.872
3º Marina Silva - PV - 21,2% - 2.291.502
Diferença pró Dilma: 1.749.527

4º lugar - O Maranhão - retribuiu o estresse que o Lula teve com o PT local por ter apoiando Roseana Sarney:

1º Dilma -Roussef - PT - 70,6% - 2.079.650
2º José Serra - PSDB - 15,1% - 444.145
3º Marina Silva - PV - 13,6% - 400.048
Diferença pró Dilma: 1.635.505

5º lugar - Amazonas - Não há muito a crescer pró-Dilma, mas mesmo assim ajuda no resultado, anulando a votação em lugares em que Serra venceu:

1º Dilma Roussef - PT - 65,0% - 991.128
2º Marina Silva - PV - 25,7% - 392.170
3º José Serra - PSDB - 8,5% - 129.190
Diferença pró Dilma : 861.938 votos

Na eleição de 2002, Lula teve, no segundo turno, 69,88 % dos votos válidos. Em 2006, também no segundo turno, teve 86,80%, totalizando 1.159.709 votos.

Se no segundo turno todos os votos da Marina forem para Dilma, o que não é nenhum pouco provável de acontecer, ela teria 1.383.298 votos, ou 90,7% do votos. Como diria meu sobrinho: " num vai rolar."

Dilma venceu em 18 estados, com uma vantagem de 14.519.151 votos. Deste total, 9.128.332 vieram desses 5 estados, ficando o resto para 13 estados, o que determina um certa concentração de votos.

Hoje saiu uma nova pesquisa Data Folha:
" A candidata petista à presidência da República, Dilma Rousseff, largou na frente na disputa do segundo turno contra seu adversário, José Serra, do PSDB, segundo pesquisa do Datafolha encomendada pela Folha de S. Paulo e pela Rede Globo e divulgada na edição de domingo do jornal, que começou a circular neste sábado (9). Considerando apenas os votos válidos (sem brancos e nulos), Dilma tem 54% contra 46% de Serra. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais.

Quando se leva em conta os votos totais, segundo a pesquisa publicada na edição de domingo, a candidata do PT tem 48% das intenções de voto, enquanto José Serra (PSDB) tem 41%. Nesse tipo de amostragem são incluídos os números de intenção de votos em branco e nulo (4% dos entrevistados), além dos indecisos (7%). "

O dado curioso é que:

"Os votos dos eleitores de Marina Silva vão neste momento majoritariamente para José Serra (PSDB). Segundo o Datafolha, o tucano herda 51% dos quase 20 milhões de votos obtidos pela candidata do PV no primeiro turno da eleição.

Dilma Rousseff (PT) fica com apenas 22% dos votos de Marina, conforme pesquisa realizada pelo Datafolha para a Folha e a Rede Globo anteontem com 3.265 entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos."

Considerando que Marina um dia foi do PT, a transferência de 51% de seus votos para José Serra é excelente. Mas 51% representa algo como 10 milhões de votos, e Dilma teve 14 milhões na frente do tucano. Então, ele vai ter de tirar votos de Dilma, o que é difícil mais não impossível. Lula, em 2006, ganhou no segundo turno, em locais que havia perdido para Alckmin no primeiro.

Além do mais, ainda estamos esperando o posicionamento oficial do PV e o voto da própria Marina. Para usar uma expressão nova: muita água vai correr debaixo da ponte.

sábado, 9 de outubro de 2010

Os Tribuneiros Chegaram lá

No início dos anos 80, eu fazia os cursos de engenharia elétrica e economia na UFAM. Em 1979, João Pedro, Eronildo Bezerra e outros, como George Tasso criaram o CUCA, Centro Universitário do Curso de Agronomia.
Jefferson Praia também estudava Agronomia, posteriormente graduou-se em Economia. Omar Aziz estudava Engenharia Civil e Eduardo Braga Engenharia Elétrica.
Em 1997, quando dava aulas nas engenharias de UFAM, vi Omar ainda estudante. Havia parado, mas voltou e graduou-se.
Alfredo Nascimento estudava Estatística ou Matemática, não sei ao certo. Mas com certeza, lembro-me da cara dele no bloco da Ciências Exatas no campus do Coroado. Depois não o vi mais, sei que se formou em Letras, e o reencontrei nas aulas-palestras ideológicas de Estudo de Problemas Brasileiros I e II ministradas pelos coronéis do Exército Gustavo Fregapani e Breno Celestino, ambos professores de desenho descritivo nos cursos de engenharias, ambos ex-professores meus no Colégio Militar de Manaus, desde quando ainda eram capitães.
Fregapani era ativo funcionário do SNI dentro da Universidade. Em determinada ocasião o vi participando de um debate de alunos da Jaqueira, como membro de uma chapa que concorria para o diretório dos estudantes de Direito; do outro lado, debatiam com ele Thomaz Nogueira, também, seu ex-aluno no CMM, Ana Aleixo, Francy e Fátima Litaiff. Em outra ocasião o vi batendo boca sobre marxismo com um professor colega seu no departamento de Hidráulica e Saneamento da FT.
Omar Aziz, João Pedro, Eron Bezerra, George Tasso e Massami Miki eram Tribuneiros. Vanessa Graziotin, estudante de Biologia, namorava o Hermes, estudante de Engenharia Civil. Vanessa, que andava sempre com a Maristela, a Beth e o Paulo, todos da Biologia, virou Tribuneira, e trocou o Hermes, pelo ideólogo do partido, Eron Bezerra. João Pedro tornou-se presidente do Diretório Universitário, o DU - que anos depois, teve o nome mudado para DCE, Diretório Central de Estudantes - sucedendo a José Carlos Sardinha, hoje respeitado médico dermatologista, que viria a se filia ao PT,
No grupo dos Tribuneiros também constavam outros nomes que hoje não fazem parte do noticiário político, como os mencionados acima; e mais Lúcia Antony, estudante de Odontologia, que casaria e se divorciaria de João Pedro.
Minha professora de Introdução à Sociologia, no curso de Economia, em 1980, era Marilene Corrêa, hoje doutora em Sociologia, e ex-secretária de Estado de Ciência e Tecnologia, ex-reitora da Universidade do Estado do Amazonas, nos governos de Eduardo Braga e Omar. Nessa eleição de 2010, concorreu ao Senado, junto com Jefferson Praia, na chapa de Alfredo Nascimento.
Em 1982 nasce o PT, e um grupo de estudantes lança a chapa Pé na Terra para disputar a direção do DU. O aparecimento desse grupo irrita os Tribuneiros. Primeiro porque era um grupo concorrente na direção da política estudantil dentro da UA e; segundo, eles alegavam que o novo grupo era o PT camuflado.
Mas o que significava ser Tribuneiro? Significava pertencer a um grupo de estudantes que faziam política dentro da universidade, que distribuiam o jornal Tribuna Operária do PC do B. Defendiam as idéias e ideais stalinistas. E aí daquele que falasse mal da Albânia e do seu ditador Enver Hoxha.
Os Pés-na-Terra era o grupo ao qual pertencia. Éramos simpatizantes do recém criado Partido dos Trabalhadores. Muito embora, muitos de nós não tivéssemos qualquer ligação direta com o partido. Estávamos lá por discordarmos da ditadura, ou pela afinidade intelectual, ou pelas amizades existentes e por uma universidade de melhor qualidade. Não tínhamos, portanto, a mesma estrutura do PC do B. Havia sim, alguns membros que eram ativos dentro do PT. Éramos pró-trabalhadores, mas não do tipo dos PTBistas, e muito menos defendíamos a implantação do comunismo no Brasil.
Fazia para deste grupo, Thomaz Nogueira, aluno de Direito, funcionário de carreira da SEFAZ-AM, e hoje seu secretário executivo da Receita, trabalhando para o Omar; Públio Caio Bessa Cyrino, estudante de Filosofia, hoje procurador de Justiça; Socorro Jatobá, aluna do curso de Filosofia, hoje professora da UFAM e doutora em Filosofia; Maria Bernadete Mafra de Andrade, aluna de Filosofia, formada em Belas Artes, grande artista plástica, ex-dirigente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) , que nos deixou há dois anos; Ângela Bulbol, aluna de Administração, hoje mestra, professora da UFAM e diretora da Escola Municipal de Serviço Público; Rafael e Cirino, mineiros, alunos de Biologia e Geologia, voltaram para Minas após a graduação; Ednaldo Nelson, estudantes de Biologia, é doutor em Biologia e ex-vice diretor do INPA, Beto, aluno de Química, depois pesquisador do INPA; Guilherme, aluno da Geologia, que veio para Manaus, porque sua universidade Unisinos, no RS, tinha pegado fogo; João Evangelista, mais conhecido como João Jaburu, por causa das longas pernas, estudante de Medicina; Ivancir e Arinete, alunos de Geologia e Matemática, que após o casamento se mudaram para o ABC paulista porque queriam ficar mais perto do PT, e vários outros.
Arinete, Tarciso Leão e eu fundamos o Centro Acadêmico de Matemática. Sim, antes de engenharia estudei matemática.
Não vejo o Tarciso Leão pessoalmente há mais de 25 anos. Vi-o nesta eleição na TV, concorrendo ao Senado pelo PSTU. Ele e Irinéia, irmã do Ivancir, posteriormente, sairam do PT para fundar o PSTU no Amazonas. Também, não vejo há muitos anos, a linda, loíra e inteligente, aluna de Filosofia, Natacha Andrade; filha do dono do jornal A Notícia, Andrade Neto, desafeto de Fábio Lucena, que o desafiou para um duelo, na praça do Congresso, no melhor estilo do faroeste americano. A Natacha tocava vilão e cantava muito bem. Com isso deixava um Tribuneiro babando na barba.
Entre os professores contávamos com o professor do curso de Medicina, Marcus Barros, futuro reitor e primeiro presidente do Ibama no governo Lula; Marilene Corrêa, José Ribamar Bessa Freire, o Babá, doutor em História pela Sorbonne e Selda, a generala, todos fundadores do PT-AM e da ADUA, Associação dos Docentes da Universidade do Amazonas. O reitor era o Hamilton Mourão, pai da Arminda Mourão, presidente da Assua, Associação dos Servidores da Universidade do Amazonas, que nem por isso deixava de puxar, de quando em vez, uma greve contra o papai. Seria encomendada ? Yo no lo creo ! Mas lembro-me do chefe de gabinete do reitor, Júlio Bamonte, pedindo-nos que fizéssemos greve em uma determinada situação, pois o magnífico concordava com as nossas reivindicações, mas alegava que não tinha como nos atender, queria ser obrigado a tal.

Não preciso dizer que Pés-na-Terra e Tribuneiros se odiavam. Há várias décadas existia PC do B e PCB; a chegada dos petistas ao mundo irritava muito ao PC do B, que via o seu território ser invadido por um partido menos radical e cheio de intelectuais. Sem passado, e mais digestível que um partido comunista.
Pura bobagem porque o inimigo comum era o Mourão e a ditadura, que já dava sinais de enfraquecimento. A "abertura" já estava em andamento, a campanha de Diretas Já começava a ganhar corpo.
Tribuneiros e Pés-na-Terra tinham algo em comum, não gostavam e falavam mal, inicialmente, da ditadura, e de Hamilton Mourão; depois de Gilberto Mestrinho e de Amazonino Mendes.
Alfredo Nascimento, sargento da Aeronáutica, controlador de voo, odiava Lula (naturalmente !) tanto quanto também o odiavam, João Pedro, Eron, Vanessa Graziotin e Omar Aziz. Este, possivelmente, não morria de amores dos mauricinhos burgueses, do tipo Eduardo Braga, que circulavam no mesmo espaço, nos mesmo blocos da Faculdade de Tecnologia (FT) e do Instituto de Ciência Exatas (ICE), e outros boyzinhos de direita filiados a Arena, que também lançavam suas chapas para o DU. Em determinado ano, uma chapa de direita copiou o logotipo do açúcar União e fez o seu logo, e também publicou uma foto do grupo, buscando mostrar prestígio, com ministro da Aeronáutica Délio Jardim de Matos, o que provocou muito burburinho. Éramos todos jovens.
O DU era oficial, a reitoria marcava a data da eleição e paralizava as aulas para que ela fosse realizada; também pagava a sede e um funcionário. Mas o candidato a presidente e todos os futuros diretores deveriam ter concluído mais de dois terços dos créditos exigidos para a graduação, e o coeficiente de rendimento escolar acima de seis. O que ocorria era que alguns alunos, obviamente, não cumpriam esses requisitos, então eram registrados alunos que cumpriam. Eram registrados na reitoria uma chapa, mas os concorrentes apresentados a comunidade eram outros.
Na eleição de 1982 para o DU, o candidato a presidente pela chapa Pé na Terra foi o Públio; e pelo lado dos Tribuneiros, Eronildo Bezerra; que auto se intitulava, o sujeito mais popular da UA. Foram vários debates, o Públio venceu com a diferença de 1500 votos.
Com os Pés-na-Terra assumindo o DU, as assembléias estudantis pegavam fogo entre os dois grupos. Tinha votação de coisas absurdas. Por exemplo: se o DU deveria ou não apoiar o movimento Solidariedade na Polônia. Os Pés-na-Terra eram a favor, os Tribuneiros eram contra porque o "movimento de Lech Walesa ia de contra a causa operária, servia ao capitalismo burguês." Pode um negócio desses? Que diferença a nossa posição faria? Como afetaríamos o que estava acontecendo na Polônia ?
Houveram lutas que beneficiaram a todos, como o ônibus gratuito entre campi, ambos no Coroado, mas seis quilômetros distantes um do outro; lutávamos por uma melhor qualidade de ensino, por melhores salários para os professores, por reconhecimentos pelo MEC de cursos, por melhores laboratórios, pela instalação do restaurante universitário (RU), pela retirada do histórico escolar das disciplinas reprovadas, sem, obviamente, afetar o cálculo do coeficente de rendimento, onde o aluno tinha opção de pedir o histórico com ou sem reprovação; pela escolha pela comunidade universitária dos diretores das faculdades e institutos e pela eleição direta para reitor; que aconteceu depois de 13 anos de reinado do Mourão, que caiu porque o Marcus Barros e outros descobriram as traquinagens que o magnífico fazia com aplicações no "overnight" do dinheiro da Universidade. O presidente Figueiredo não teve outra opção, com uma canetada aposentou o Mourão.
Na primeira eleição direta para reitor venceu Roberto Vieira, e na sequência viria Marcus Barros.
Havia um terceiro grupo, o pessoal do PCB, tendo como um dos seus lideres Guto Rodrigues, que nessa eleição (2010) concorreu para deputado federal, e Lino Chixaro, hoje advogado e presidente da Cigás; ex-presidente da Assembléia estadual, quando eleito, em 2002, pelo PPS de Eduardo Braga. Isso mesmo, naquele ano Braga foi eleito pelo PPS. Também fazia parte desse grupo o hoje delegado de polícia, Mariolino Brito. A característica desse grupo era querer agradar gregos e goianos. Quando viam o pau quebrando entre Tribuneiros e Pés-na-Terra, se posicionavam fazendo o gênero em cima do muro, fazendo o tipo paz e amor. Por isso às vezes eram chamados de comunistas cor de rosa.
Tinha também o folclórico Movimento Socialista Estudantil, que em todas as assembléias se posicionava, e era composto de um único sujeito, Ilmar Pontes Pires, hoje funcionário aposentado da SEFAZ no cargo de Analista do Tesouro Estadual.
As nossas diferenças não nos impediram de irmos juntos há dois encontros nacionais da UNE. O 34º Congresso realizado em Piracibada, SP, em 1982, e o de Cabo Frio, RJ, no ano seguinte. Para Piracicaba fui com o João Jaburu, Rafael, Nelson, Arinete e Ivancir do nosso grupo, e João Pedro, Tasso e outros do grupo deles. Éramos uns trinta ou mais. Fomos de ônibus até Porto Velho; em seguida de avião até Cuiabá, e novamente de ônibus até Piracibada. O anfitrião, peitando a ditadura, foi o prefeito da cidade, João Herrmann Neto. Ficamos hospedados nas salas de aulas da Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP. Neste congresso, Lula esteve presente, como presidente dos Partidos dos Trabalhadores. Piracicaba já havia sediando, dois anos antes, o 32º Congresso, mas dessa vez a tensão era maior, pois quem presidia a UNE, era um sujeito que chegou ao Brasil com 5 anos de idade, Javier Alfaya, mas que corria o risco de ser expulso por ser estrangeiro fazendo política.
Durante o congresso "a inteligência do regime militar executou a Operação Pira que teve ação conjunta de 8 equipes do Exército, Marinha, Aeronáutica e Departamento de Polícia Federal. A operação Pira tinha como objetivo colher informações sobre os próximos movimentos dos estudantes e propaganda política."
Após graduados, os Pés-na-Terra - que era um grupo, volto a repetir, de filiados e não filiados ao PT – se dispersaram, tomando rumos fora da política profissional. Os nossos encontros eram na Universidade, ou no DU, nunca na sede do PT; embora fossemos simpatizantes da causa petista.
Os ex-Pés-na-Terra tornaram se bons profissionais em diversas áreas. Eram bons alunos. E sem falsa modéstia, o grupo era formando de estudantes de capacidade intelectual acima da média.
Se naquela época, um maluco fizesse precisões do rumo que tomaria a vidas dos Tribuneiros, diria-se que com certeza ele tinha fumado maconha estragada.
Hoje para os ex-Tribuneiros é Deus no Céu e Lula na Terra, que eles odiavam muito. Seria total insanidade dizer que João Pedro largaria o PC do B e se filiaria ao PT, chegando a ser presidente Regional. Esperto, com a queda do Muro de Berlin, mudou de partido, percebeu que o mundo tinha mudado, e que a doutrina marxista-lenista ficou difícil de ser defendida. Antes foi vereador e deputado estadual pelo PC do B, e até março deste ano era senador pelo PT. Voltando ao tempo, é impossível de acreditar, tanto quanto era absurdo prever, que o militar Alfredo Nascimento, passaria por todos os cargos que passou, e seria ministro de Lula, e Marcus Barros não. Vanessa Graziotin, eleita vereadora, foi catapultada da Câmara Municipal de Manaus para a Câmara Federal por um sanafão que levou da também vereadora Conceição Lins, em pleno plenário. Se o catiripapo não foi forte o suficiente para Vanessa fazer a viagem intercâmaras, o ex-presidente regional do PT, o Taqui Pra Ti José Ribamar Bessa Freire, deu uma força fazendo com que o eleitor até o dia da eleição não se esquecesse da surra que a Vanessa levou. E isso serviu de combustível para a sua viagem até Brasília. No próximo ano, ela volta ao DF, não mais como deputada federal, mas como senadora, eleita graças, pasme (você que morreu na primeira metade da década de oitenta, e reencarnou recentemente ) com ajuda de Lula e Eduardo Braga.
Vanessa e Omar sempre lutaram por um lugar ao sol, digo no plenário. Omar foi vereador e deputado estadual mais votado, para isso foi até presidente de escola de samba. Mas foi o Amazonino quem o indicou para ser vice-prefeito de Alfredo e vice-governador de Eduardo Braga.
Eron Bezerra, deputado estadual, ex-secretário estadual de Produção Rural - cargo que conseguiu para parar de fazer oposição ao governo de Eduardo Braga, - tentou ser federal, mas não conseguiu. Os votos da mulher dele migraram para o caçador de corruptos, o vereador federal, Francisco Praciano, do PT. Lúcia Antony concorreu para estadual, mas vai ser vereadora, com a eleição do vereador Marcelo Ramos (PSB) para Assembléia. George Tasso, no momento continua como secretário estadual de questões fundiárias. Cargo que chegou apadrinhado por Arthur Virgílio Neto, quando o PSDB ainda fazia parte do primeiro governo de Braga. João Pedro, suplente do senador Alfredo Nascimento, poderá voltar ao Senado, se Alfredo for escolhido para ser ministro em um possível governo de Dilma Roussef. O que não é impossível. Massami Miki, perdeu para estadual vai continuar vereador. E com Omar Aziz eleito governador do Amazonas, e Vanessa Graziotin eleita senadora, constato aqui, sem nenhum julgamento moral, apenas como uma notícia, que os Tribuneiros chegaram lá.
E o Jefferson Praia citado no início do texto, o que ele tem haver com isso, se ele não era Tribuneiro ? Não era, mas estudava com eles. Ele e João Pedro estudavam juntos, ambos se tomaram senador pela via indireta, suplentes que se tornaram titulares. Os dois entraram, os dois sairam. João Pedro continua suplente; Praia concorreu a reeleição e perdeu, azar do Senado.
Não sei se o leitor captou. Captou sim. Esse texto é sobre os Tribuneiros ? Com certeza. Mas é também sobre o inimaginável. Quando é que nós poderíamos imaginar que João Pedro um dia fosse suplente de Alfredo Nascimento. O primeiro era pós-graduado em política, comunista assumido. O segundo, pacato cidadão, low profile, que nas aulas ideológicas de EPB concordava com tudo que os coronéis falavam, porque acreditava piamente naquilo. Tinha ojeriza a comunistas, petistas, emedebistas, sindicalistas, etc. Só pensava no que faria no dia que fosse para a reserva. Talvez economizando um pouco do soldo extra, que recebia quando era transferido, para ajudar na mudança, sobrasse dinheiro para comprar um puxadinho na Ponta Negra. Não nessa daqui, naquela de lá da terra dele, sua cidade Natal.
Era insanidade prever que o Omar e Vanessa, que faziam política 24 horas, iriam ser governador e senadora, graças à ajuda dada pelo boyzinho, que não fazia política nenhuma, ia para o campus apenas estudar. Mas ninguém está dizendo que foi um aluno aplicado.
Por conta dessa vida agitada que era o campus e ICHL ( Instituto de Ciências Humanas e Letras) no fim da ditadura, que quando fui estudar nos Estados Unidos em 86, fiquei decepcionado quando vi estudantes brincando no campus, andando de patins, skate, fazendo piquenique nos gramados. Para mim eram um bando de alienados.
Política é arte do impossível. Para Deus (espero que ele me perdoe por isso) e na política tudo é possível. Os políticos seguem a máxima criada pelo ACM Toninho Malvadeza: " Na política nunca seja tão amigo que não possa brigar, e nem tão inimigo que não possa compor." O Príncipe tem muito que aprender com esses sujeitos.
Contudo, jamais um jovem capitão ou major, que tinha o sonho, nos anos oitenta, de se tornar ministro do Exército, teria o pesadelo de bater continência para o “sindicalista bardeneiro”, o “sapo barbudo”. Mas aconteceu, e hoje como comandante da Arma, deve fazê-lo com a maior tranquilidade. Mas tem muita gente que parou no tempo, e ainda não sabe que o Muro de Berlin já caiu, e com isso os dois lados começaram a conviver sobre nova realidade.
PS. Os comentários abaixo foram postados no http://www.blogdoholanda.com.br/ , onde este texto foi publicado em 09.10.10

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Por que Omar Aziz Ganhou de Alfredo Nascimento ?

Que o Omar Aziz iria ganhar aqui no Amazonas, na disputa da reeleição dele para governador contra o senador Alfredo Nascimento, eu já havia previsto em 31 de julho de 2010. Se o e-leitor tiver dúvida (re)leia o post : " O Lula Transfere voto para Governador ?" no endereço:
http://nogueiraclaudio.blogspot.com/2010/07/o-lula-transfere-voto-para-governador.html.
Lá está a explicação como candidatos que se deram mal há dois anos atrás na eleição para prefeito, como Omar e Geraldo Alckmin, venceram a eleição para governador no primeiro turno. Há várias variáveis envolvidas, mas há, também, estatísticas sobre vencedores e derrotados que permitem uma previsão. Lá está a vitória de Omar, no Amazonas, a de Antônio Anastasia, em Minas e a derrota de Mercadante, em São Paulo.
O e-leitor vai lá e volta e diz: "Li tudinho e não encontrei nada disso." Não encontrou porque não quis. Veja bem os exemplos citados. Não citei Manaus porque não queria ouvir reclamações de amigos dizer que essas estatísticas de alguma forma poderiam influenciar alguns eleitores. Além do que Alfredo era o meu candidato e, também, o que é previsto lá no meu texto é uma tendência, probabilidade que tem ocorrido com muita frequência, mas não é uma determinação divina. Acrescentado ao fato de eu não sabia como havia sido a relação do Alfredo Nascimento, com os municípios, quando era ministro dos Transportes.
Alfredo já entrou em desvantagem na disputa; estava concorrendo com um governo com elevado índice de aprovação popular, que desde do primeiro dia até as vésperas da eleição gastou milhões com auto promoção. Foram mais de sete anos de propaganda diária, e talvez (isso é só uma lembrança) porque ambos, Omar e Braga terem nascidos em outros estados, criaram aquele jingle de sucesso: "Orgulho de ser amazonense".
Seria preciso ser muito competente para vencer a dupla Omar-Eduardo. E o senador Alfredo Nascimento não foi. Talvez por entrar na campanha com um cacoete enorme de quem nunca havia perdido uma eleição. Se deu certo nas outras vezes, daria agora. No meio da campanha percebeu-se que não levaria. Mesmo sabendo que quem concorre com um sujeito cujo o índice de aprovação do governo superior a 65%, está destinado a perder, pensei que de repente, Alfredo tinha se aproveitado do cargo de ministro para montar uma sólida base no interior do Estado, como fez Arthur Virgílio, quando foi (diga-se de passagem por um prazo curtíssimo) ministro do FHC. E que soube muito bem tirar proveito do cargo, elegendo-se com facilidade para o Senado, em 2002, tendo mais votos, naquela ocasião, do que Eduardo Braga havia obtido para o governo do Estado, vindo a ser eleito.
Não adianta chorar pelo leite derramado, agora Inês é morta. Mas o senador Alfredo Nascimento teve muitas chances de ser uma exceção a regra derrotando o grande favorito. Ele ficou no cargo de ministro por quanto tempo ? Seis, sete anos ? Não é pouco não meu irmão. Dava para ter feito um bom trabalho. O ministério dele é um dos que mais tem verbas. Se a BR 319 não saiu por causa do IBAMA, do Minc, etc., ele deveria ter deixado isso claro para a população do Amazonas. Tanto quanto se os portos não ficaram prontos por causa do governo do Estado, também deveria ter sido denunciado. E a BR 174, por que não foi asfaltado os trechos que estão intransitáveis ?
O que eu quero dizer, já disse. Mesmo que o senador não tivesse cometido nenhum erro, ele já entrou na disputa em desvantagem. E teria a difícil missão de convencer o eleitor de Omar a mudar de voto. Voto esse que não foi conquistado no período de campanha eleitoral, mas ganho há muito tempo. Além disso, como em um jogo de vólei em que o jogador erra os saques e faz pontos para o adversário, Alfredo com a tentativa de associar Omar a pedofilia, deu um tiro no pé.
Vocês se lembram o que a Marta Suplicy disse do Kassab, na última eleição para prefeito de São Paulo ? Disse ao eleitor que o Kassab não tinha mulher nem filhos, insinuando que ele era super heroi. Verdade ou não o leitor achou aquilo baixaria, e ela se deu mal.
Como, também, a estória, literalmente, mal contada dos dólares enviados a Las Vegas. O pior que isso é verdade, na medida em que mesmo que a Polícia Federal diga que Omar é inocente, o caso ainda existe e não foi julgado pela justiça, que é quem absorve ou condena alguém. Fora a falta de propostas, nem coisas do tipo: "Quando fui prefeito fiz isso e aquilo."
Alfredo foi eleito prefeito na primeira vez prometendo fazer o metrô de superfície, mas ninguém iria tocar nesse assunto, já que o seu vice era o próprio Omar.
Concorreu para Prefeitura de Manaus pela primeira vez, graças indicação do Amazonino e o apoio de Eduardo Braga. Agora bastou acreditar que se o Lula pedisse votos para ele, a vitória estaria certa. Enquanto isso Omar conseguiu que mais de 90% dos deputados estaduais, aqueles que iriam fazer campanha, declarassem apoio a sua candidatura, mesmo que o ungido do Lula fosse o Alfredo.
Alfredo estava no ápice de sua carreira política, pode até subir mais, mas com as variáveis que hoje temos, isso é muito difícil, mas não impossível.
Daqui a quatro anos, o Eduardo Braga irá se candidatar ao governo do Estado e Omar para a única vaga disponível ao senado . E se o governo estadual continuar em campanha diária, e realmente se lembrar que o interior existe, vai ser muito difícil ganhar deles. A era Gilberto-Amazonino durou vinte anos, tudo indicar que a era Eduardo-Omar ira ficar, no mínimo, período igual.
Com a existência de segundo turmo para presidente, as coisas mudam bastante, Dilma vai pedir o apoio de todo mundo. Tivesse ganho no primeiro, ela poderia esnobar o Omar, que teve ousadia enfrentar a candidatura imposta pelo Lula. Mas agora o negócio é diferente. Ainda assim, eu acredito que se o PR, Partido da República, tiver direito ao um único ministério, no possível governo Dilma, o ministro será Alfredo Nascimento, que é o presidente do partido.
Tenho certeza que na próxima eleição o Alfredo virá mais preparado, pois já sabe o que é perder.
E e-leitor deve está dizendo: E o Anastasia ? Tu erraste. Ele ganhou. Respondo: leia o texto novamente. Ele era o candidato do Aécio Neves, então, a pesquisa se confirmou. Mas antes ele teve de se tornar conhecido. E foi que o Aécio fez. Exatamente como o Lula fez com a Dilma, que começou bem atrás nas pesquisas. Ela depois que o Lula a colocou debaixo do braço, se lichando para as multinhas do TSE, subiu nas pesquisas. Desceu na reta final e não ganhou no primeiro turno, porque errou muito saques e fez pontos para o adversário. Além do caso Eunice, o desempenho nos debates, teve também aquela idiotice do PT, de em plena campanha eleitoral, fazer uma passeata contra a imprensa. Só que a imprensa não estava concorrendo a nada.
Agora preste bem atenção, os votos que sairam dela foram para a Marina Silva, que um dia poderá de tornar, pela vontade do povo e sua história de vida, em Marina Lula da Silva, muita mais do que Dilma Lula Roussef da Silva.
Lembre-se que em 2004, Heloisa Helena, expulsa do PT, fez uma campanha presidencial raivosa contra o seu ex-partido e o Lula; teve 6 milhões de votos, que no segundo turno migraram para o Lula. Mas esse é assunto de outro post.

domingo, 3 de outubro de 2010

New York Times: Uma Mulher em Ascensão

The Female Factor ( O Fator Feminino)
A Woman Rises in Brazil ( Uma mulher se leva no Brasil)
By LUISITA LOPEZ TORREGROSA
Published: September 28, 2010



http://www.nytimes.com/2010/09/29/world/americas/29iht-letter.html

NOVA YORK - A América Latina não é [lugar] estranho para líderes do sexo feminino, mas não muitos podem ter sua trajetoria política comparada com trajetoria radical de Dilma Rousseff, 62 anos, ex-líder de guerrilha marxista e que está prestes a se tornar a primeira presidente do Brasil.

Para Dilma, uma economista divorciada duas vezes, para se tornar presidente do Brasil - seja por ganhar as eleições [deste] domingo, ou em um segundo turno mais tarde - já seria histórico o suficiente. Além do mais, ela governaria um país com a oitava maior economia do mundo, e o mais ricos da América Latina.

O Brasil sempre foi um exótico quintal, cuja política, regularmente, é caracterizada por corrupção, violência e revolta. Mas é agora um jogador no cenário mundial. É uma potência global.

Mais ou menos um ano atrás, a Sra. Dilma Rousseff, a ex-chefe da Casa Civil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trabalhava, principalmente, nos bastidores, mas que contava muito como uma funcionária eficiente e respeitada na sombra do popular presidente, universalmente conhecido como Lula. Proibido pela lei para concorrer a um terceiro mandato, Lula escolheu Rousseff, lançou a sua aura em torno dela, e se tornou o seu mais barulhento e apaixonado incentivador.

Subestimada no mundo predominantemente masculino da política eleitoral do Brasil, Dilma se retirou lentamente no ano passado, principalmente porque estava em tratamento de um linfoma. Ela entrou na campanha com força total na primavera e passou do seu principal oponente, o ex-governador de São Paulo, José Serra, que perdeu para Lula na corrida à presidência em 2002.

Dilma teve um percurso tranquilo até o início deste mês, quando a imprensa local alegou que familiares de uma ex-assessora, Erenice Guerra, que lhe sucedeu como chefe da Casa Civil, recebeu suborno para obter contratos do governo com algumas empresas. Rousseff não foi mencionado nas alegações; [contudo] desde então ela balançou um pouco nas pesquisas, mas ainda é amplamente previsto derrotar o Sr. Serra.

Se ela tem um tema, ele é sua fidelidade às políticas de Lula. "Estou orgulhosa de ser associada ao governo do presidente Lula, porque nós mostramos que a distribuição de renda era uma condição necessária para tornar o Brasil independente e alcançar a estabilidade", disse ela na semana passada durante um debate na televisão, em Brasília. Ela enfatizou que o Brasil - [está] sentado entre outras coisas em novos campos de petróleo descoberto em sua costa - e não precisa mais assistência estrangeira para cumprir as obrigações externas.

A vitória colocaria Rousseff em uma galeria de líderes femininas da América Latina, a maioria delas - como suas contrapartes na Europa Ocidental ou nos Estados Unidos - filhos de famílias relativamente privilegiadas e educadas (ao contrário do próprio Lula, que saiu da pobreza para o topo) Entre essas mulheres de sucesso da América Latina está Michelle Bachelet, 59, a primeira mulher presidente do Chile, mãe solteira de três e pediatra, que sobreviveu a tortura na prisão, exílio e o regime de Pinochet para ganhar a presidência em 2006. Ela presidiu até março deste ano.

Ela foi manchete nos últimos dias com o anúncio de que seria a chefe de uma nova agência das Nações Unidas chamada U.N. Women. "As mulheres são quase invisíveis em alguns lugares", disse Bachelet na ONU na quinta-feira. "Eles são cidadãs de segunda classe. Elas são vistas como pessoas sem direitos. É uma vergonha para a humanidade. "

Enquanto Bachelet rompeu barreiras para as mulheres, Cristina Fernández de Kirchner, 57, presidente da Argentina e esposa do ex-presidente Néstor Kirchner, lutou pelos direitos dos homossexuais, apoiando com sucesso o casamento de pessoas do mesmo sexo. Sra. Fernández, uma peronista como seu marido, pode parecer um pouco irregular, usando políticas econômicas heterodoxas, virando o nariz para os credores mundiais como o Fundo Monetário Internacional e tendo poucos vínculos financeiros com o mundo. Mas a economia da Argentina está crescendo, sua taxa de aprovação está melhorando, e que ela pode ganhar segundo mandato no próximo ano.

No Peru, Keiko Fujimori, a filha de 35 anos de idade do ex-presidente Alberto Fujimori, apoia a estrutura de orientação capitalista, o que melhorou a economia do Peru. Embora seu pai esteja na cadeia, uma pesquisa realizada no final de setembro mostrou Sra. Fujimori liderando três principais potenciais oponentes - todos homens - na eleição presidencial marcada para a próxima primavera.

A política econômica pragmática do Brasil, que Rousseff tem alimentado em quase 10 anos na administração da Silva, tem ajudado a lançá-la em direção a presidência. Ela disse que o Brasil pode continuar crescendo a uma taxa de 7 por cento ao ano, que ela vai criar milhões de empregos, melhorar a infraestrutura e usar as novas riquezas do Brasil para apoiar o bem-estar-social dos planos e políticas favoráveis ao mercado.

Essa conversa capitalista parece longe dos dias em que o nome de guerra de Rousseff era Stella, e manuseava armas e comandava camaradas masculinos. Por seu papel na resistência armada a ditadura militar dos anos 1960 e 70, ela serviu três anos na prisão, onde foi repetidamente torturada.

Dilma cresceu em uma família de classe média alta em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais. Seu pai, Pedro Rousseff, que morreu em 1962, nasceu na Bulgária, Petar Russev, sua mãe, Dilma Jane Silva, era filha de fazendeiros. Dilma jovem estudou em internatos católicos, estudou piano e francês. Mas sua vida estruturada mudou quando ela foi para a escola pública e descobriu o movimento de resistência. Era 1965, e ela tinha 17 anos.

Em poucos anos, ela entrou para a resistência, se casou, se impôs entre os homens, se divorciou do marido, casou com outro e deu à luz uma filha, a única que tem (ela já se divorciou de seu segundo marido).

Fora da prisão, ela abandonou a resistência e foi para a faculdade. Quando a democracia foi restaurada em meados dos anos 1980, ela tinha um diploma de economia e logo se tornou secretária de Energia do Rio Grande do Sul. Quando Lula foi eleito presidente, ela tornou-se sua ministra de Energia e, posteriormente, chefe da Casa Civil.

Analistas creditam seu bom momento, em parte, ao alto ritmo da economia brasileira e expansão da ajuda dada as famílias de baixa renda. Mas mais do que qualquer outro fator (incluindo o fato de ser mulher), Sra. Dilma Rousseff deve seu sucesso ao Sr. [Lula] da Silva, que disse: "Ela não vai apenas continuar o meu legado, mas aperfeiçoá-la e fazer muito mais."