Pesquisar este blog

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Putin vai invadir a Suécia e a Finlândia ?

Uma semana antes de invadir a Ucrânia, em 24 de fevereiro, Putin ameaçou a Suécia e a Finlândia para que não entrassem na OTAN (NATO). Os dois países há mais de um mês se candidataram a serem membros da Organização. Por muito menos a Ucrânia foi punida: “Porque a Ucrânia estava pensando entrar na OTAN”. E não tinha nem apresentado a sua candidatura. 

Para um país ser admitido é necessário que todos os 30 membros concordem. A Turquia não concordou. Alegou que os dois países apoiavam terroristas. Ontem a Turquia retirou esse veto. Então, suponho que hoje, antes do dia acabar, Putin vai mandar invadir os dois países.

Unidade Especial Feminina do Exército Sueco

Afinal, isso representa um perigo muito grande. A Rússia e a Finlândia tem 1340 km de fronteira comum. E a distância de São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, até a fronteira com a Finlândia, é apenas 200 km; mas perto do que a distância entre Rio e São Paulo; ou Porto e Lisboa.

Quem acredita em Papai Noel, também acredita que Putin invadiu a Ucrânia porque ela iria entrar na OTAN. Ele sonhar - até verbalizou isso mais de uma vez - em restabelecer o império ditatorial soviético, é apenas um pequeno detalhe.

O fato de que o regime comunista, por mais de 70 anos, aprisionou, dentro de suas fronteiras, milhões pessoas de 15 repúblicas; e por mais de 40 anos fez o mesmo com mais meia dúzia de outros países, é irrelevante para muitas pessoas que apoiam as atitudes de Putin.

A ditadura soviética aboliu todas as liberdades individuais e matou muito mais que Hitler. Só ucranianos foram entre 7 e 10 milhões de pessoas mortas no genocídio conhecido como Holodomor (Putin e o Novo Holodomor). É disso que Putin sente nostalgia? Vira e mexe ele lamenta o fim da URSS.

Na reconstrução do império soviético, a Ucrânia é peça chave. É o maior país da Europa depois da Rússia. Putin acredita que a Ucrânia lhe pertence.
O ideal era dominá-la inteiramente; mas ele já sentiu que isso não vai ser possível. Putin parece estar se conformando - depois de muitas perdas humanas, de material bélico e de dinheiro nesses quatro meses de guerra - em ter uma passagem terrestre entre a Rússia e a Criméia. Por isso há muito tempo vem armando a região separatista de Donbass.

Vladimir Putin fez um teste quando anexou a Criméia em 2014. Viu como o Ocidente reagiu. Nesses 8 anos armou-se até os dentes e apostou que a OTAN não viria em socorro da Ucrânia. Apostou e ganhou.

Letônia e Estônia são países membros da OTAN e fazem fronteira com a Rússia, mas não foram invadidas pela Rússia, por quê ? Elas não eram países satélites do império soviético. Elas pertenciam a URSS. Mas o sonho dele é anexar a Ucrânia.

Agora a situação é diferente. O genocida, que desde fevereiro restabeleceu a ditadura na Rússia, não vai atacar a Suécia e muito menos a Finlândia, apesar desta ser vizinha. A invasão da Ucrânia jogou os dois nórdicos nos braços da OTAN.

No momento lembro de três motivos que impedem da Rússia invadir a Suécia e a Finlândia: (1) Antes de apresentarem suas candidaturas, Suécia e Finlândia queriam ter a certeza de que entre o período da apresentação dos pedidos e a aceitação deles, em caso de uma agressão da Rússia, elas contariam com a defesa da OTAN. Elas receberam essa garantia; (2) se a Ucrânia está dando esse trabalho todo para a Rússia, muito mais lhe daria/dará a Finlândia. O Exército finlandês existe, simplesmente, para uma coisa e treina todos os dias para isso: se defender de uma possível invasão da Rússia.

Para quem não sabe, paralelo e fora da Segunda Guerra Mundial, tiveram duas guerras entre a Finlândia e a Rússia. A primeira, chamada Guerra do Inverno, começou no dia 30 de novembro de 1939. Dezesseis dias após a Alemanha nazista ter atacado a Polônia, a Rússia invadiu a Finlândia. Os soviéticos queriam parte do território finlandês. Exatamente, como na guerra atual, apesar da superioridade, encontraram muita resistência. Em 12 de março de 1940, soviéticos e finlandeses assinaram um tratado de paz. A URSS ficou 10% do território e 20% das indústrias do país vizinho.

Entre 25 de junho de 1941 e 19 de setembro de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, ocorreu a Guerra da Continuação entre e a Finlândia e a Rússia. No final a Finlândia perdeu mais um pedaço do seu território. 

E o terceiro motivo pelo qual acredito que a Rússia não vai invadir a Finlândia e nem a Suécia é porque ela está em plena guerra; e isso tem lhe dado muita dor de cabeça, para dizer o mínimo. Aquela arrogância de Putin antes da invasão da Ucrânia agora não existe mais. Ele não aguentaria dois fronts e muito mais gastos; e dessa vez contra 32 países, já contando com os novos membros. Antes da invasão, Putin não admitia nem que a Ucrânia fizesse parte da União Europeia. Com tamanha integração com o Ocidente seria mais difícil anexá-la. Há dez dias disse que não se opõe a entrada da Ucrânia.

Quais serão os ganhos da Rússia com anexação do território tomado da Ucrânia? São áreas completamente destruídas e devastadas. Para serem usadas serão necessários bilhões de euros para reconstruí-las. A Rússia terá dinheiro para isso? A Rússia vai procurar outra guerra de proporções que ninguém tem ideia qual será? Tenho minhas dúvidas. Mesmo que tenha capacidade militar, as consequências na economia farão Putin pensar duas vezes.

Com a invasão da Ucrânia que levou a adesão da Finlândia à OTAN, Putin não conseguiu que seu Exército chegasse um milímetro mais perto do território americano. Mas conseguiu que o Exército dos Estados Unidos chegasse na fronteira russa. Como estrategista militar Putin é um bom ditador.

Seja como for, ontem Putin dormiu desmoralizado. Se é que conseguiu dormir. A OTAN, a Suécia e a Finlândia não deram a mínima confiança para as ameaças dele. Vamos esperar para ver se ele é homem de palavra.

 

 

 

domingo, 26 de junho de 2022

Autorização para Matar

 Os noticiários e redes sociais ficaram bem agitados com a notícia de que uma menina de 11 anos, em Santa Catarina, estava grávida devido a um estupro.

A família da menina tentou fazer o aborto no início de maio, mas o Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, em Florianópolis, para onde ela se dirigiu, teria negado a fazê-lo, já que ela estava na 22ª semana de gravidez e as regras da instituição não permitem o procedimento após 20ª semana.

Dias depois, a promotora Mirela Dutra Alberton, do MP de Santa Catarina, ajuizou uma ação cautelar para pedir o acolhimento institucional da menina em um abrigo. Em 9 de maio, em uma audiência judicial, presentes a mãe da menina e a promotora, a juíza da Vara de Menores, Joana Ribeiro Zimmer, acatou o pedido. Isso casou indignação em muitas pessoas. “Juíza e promotora induziram a menina a desistir do aborto”; foi amplamente divulgado.

“Você suportaria ficar mais um pouquinho?”, perguntou a juíza na audiência. A promotora Mirela Alberton completou: “A gente mantinha mais uma ou duas semanas apenas a tua barriga, porque, para ele ter a chance de sobreviver mais, ele precisa tomar os medicamentos para o pulmão se formar completamente”.

A promotora continua:

" Em vez de deixar ele morrer - porque já é um bebê, já é uma criança -, em vez de a gente tirar da tua barriga e ver ele morrendo agonizando, é isso que acontece, porque o Brasil não concorda com eutanásia, o Brasil não tem, não vai dar medicamento para ele... Ela vai nascer chorando, não [inaudível] medicamento para ele morrer". 

   Na audiência a juíza defende a tese de que o aborto não pode ser realizado após a 22semana de gravidez. O procedimento após esse período, segundo Zimmer, "seria uma autorização para o homicídio". A juíza insiste na questão e tem o seguinte diálogo com a menina:
"Qual é a expectativa que você tem em relação ao bebê? Você quer ver ele nascer?
"Não, respondeu.
"Você gosta de estudar?"
"Gosto."
"Você acha que a tua condição atrapalha o teu 
estudo ?"
"Sim."
"Você tem algum pedido especial de aniversário? Se tiver, é só pedir. Quer escolher o nome do bebê?"
"Não."
"Você acha que o pai do bebê concordaria pra entregar para adoção?"
"Não sei."
     
A lei brasileira permite o aborto nos seguintes casos: (1) para salvar a vida da mulher; (2) quando a gestação é resultante de um estupro (artigo 128, I e artigo 128, II, do Código Penal), ou (3) se o feto for anencefálico, isto é, sem cérebro.

A família da menina entrou com um habeas corpus no Tribunal de Justiça de Santa Catarina e conseguiu que o aborto fosse realizado no último dia 22, quarta-feira. 

Gostaria de saber como é que se faz o aborto de uma bebê com 7 meses. Parto induzindo não deve ter sido. Porque a criança teria de ser  assassinada já fora da mãe. Possivelmente foi assassinada dentro.

Eu espero que tenha sido dado a mãe algum remédio para matar a criança e, somente depois de morta, ela tenha sido sugada para fora. Nesse caso vem uma perna, depois a outra, depois uma mão, etc. Tudo isso aos pedaços. Geralmente esse procedimento é feito quando o bebê é bem mais novo. Possivelmente, neste caso, não se usa esse processo de sucção porque machucaria demais a mãe.

Então como é feito ? Mata-se o bebê antes e faz-se a cesárea depois? Ou faz se a cesárea antes e mata-se o bebê depois? Nos dois casos a pergunta que não quer calar é a seguinte: Por que não se retirou esse bebê e deu-lhe para a adoção ? Milhões e milhões de crianças já nasceram com sete meses de gestação.

O aborto foi autorizado porque a gravidez é resultado de um suposto estupro. Mas o Ministério Público de Santa Catarina e a polícia concluíram que o estuprador não poderá ser punido porque é menor de idade e, também, que a menina admitiu que as relações eram consensuais; e que ela se relacionava com dois meninos. Qual dos dois seria o pai?  O suposto pai tem 13 anos. A menina e, possivelmente, a família também, precisa muito de ajuda. Creio que era isso que a juíza e a promotora estavam tentando fazer.

O que me causa admiração é o fato de toda a imprensa, para (im)pressiona, chama o menor de “estuprador”, mesmo quando noticia que a relação foi consentida; e chama de “suspeitos” os assassinos confessos de Dom Philips e Bruno Pereira.

Na nossa sociedade com os valores invertidos faz-se campanha para punir a juíza; também faz-se pouco caso para salvar-se uma vida e orientar uma criança precisando de ajuda.

A juíza, muito provavelmente, estava tentando evitar os traumas que essa menina terá devido ao aborto.

Para a menina-criança, essa história está longe de se encerrar com o aborto. Infelizmente, está apenas começando.