Muito obrigado aqueles que responderam à pergunta título do post anterior: Que língua é essa ? Muitas resposta chegaram ao meu email: É ladino. Veja os comentários postados no blog.
Da mesma forma que há nela uma variação de português e espanhol, a palavra ladino, talvez seja uma variação da palavra latino.
Eu perguntei, na brincadeira, ao Denis Minev (veja o comentário dele no post abaixo), secretário de Planejamento do governo Eduardo Braga, se a Dilma Roussef poderia ser entendida pelos seus (leia-se dela) parentes búlgaros, ele me respondeu: "Se a Dilma for à sinagoga de Sófia, vai ser entendida facilmente."
Eu perguntei, na brincadeira, ao Denis Minev (veja o comentário dele no post abaixo), secretário de Planejamento do governo Eduardo Braga, se a Dilma Roussef poderia ser entendida pelos seus (leia-se dela) parentes búlgaros, ele me respondeu: "Se a Dilma for à sinagoga de Sófia, vai ser entendida facilmente."
Encontrei na internet no site Beit Chabad (http://www.chabad.org.br/interativo/FAQ/Ladino.html) um texto explicativo sobre o ladino.
" O dialeto ladino é a língua hispânica oral e escrita dos judeus de origem espanhola. O ladino tornou-se uma língua caracteristicamente judaica apenas depois da expulsão dos judeus das Espanha em 1942 – até então era apenas a língua da província onde moravam.
Quando os judeus foram expulsos da Espanha e Portugal, perdeu-se o contato com o desenvolvimento posterior daquela língua, mas continuaram a usá-la nas comunidades e países para os quais emigraram. O ladino, portanto, reflete a gramática e o vocabulário do espanhol nos séculos XIV e XV. Quanto mais distantes da Espanha os judeus se instalavam, mais alienados às mudanças da língua eles ficavam, e mais diferentes do espanhol.
Em Amsterdã (Holanda), na Inglaterra e na Itália, o judeus que continuavam falando o Ladino estavam em constante contato com a Espanha, e portanto, falavam praticamente o espanhol da época. Porém, nas comunidades sefaraditas do Império Otomano, a língua não somente preservou as formas antigas do espanhol, como "pegou emprestado" várias palavras do Hebraico, Árabe, Grego, Turco, e até mesmo Francês, tornando-se mais e mais distante de sua forma original. O vocabulário Ladino inclui centenas de palavras em espanhol arcaico, e também inclui muitas palavras de diferentes línguas que substituíram as palavras originais em espanhol, dos diferentes países onde os judeus se instalaram.
Alguns termos foram transferidos de uma comunidade para outra através dos relacionamentos econômicos e culturais, enquanto outros se tornaram peculiares a comunidades específicas. No Ladino falado em Israel, há até mesmo palavras emprestadas do Ídiche.
O Ladino era escrito com o alfabeto hebraico, em letras do Rashi ou ainda num sistema de letras denominado Solitro. Foi apenas no século XX que foi escrito no alfabeto latino.
Em várias épocas, o Ladino foi falado no norte da África, Egito, Grécia, Turquia, Iugoslávia, Bulgária, Romênia, França, Israel e, em escala menor, nos Estados Unidos (as maiores populações sendo em Seattle, Los Angeles, Nova Iorque e sul da Flórida) e América Latina. No começo deste século, com o alastramento do ensino obrigatório da língua local, o Ladino começou a desintegrar-se. A emigração para Israel proveniente dos Bálcãs agilizou o declínio do Ladino na Europa Oriental e Turquia.
Os nazistas, que seu nome seja apagado, destruíram a maioria das comunidades européias onde o Ladino representava a primeira língua entre os judeus. Os sobreviventes do Holocausto que falavam Ladino e emigraram para a América Latina costumavam captar o espanhol comum muito rapidamente, enquanto outros adotaram a língua do país para onde foram.
Israel é hoje o país onde há mais pessoas que falam Ladino, com aproximadamente 2000.000 pessoas que ainda falam ou entendem a língua."
Há outros site interessante sobre essa língua e sobre essa placa:
Quando os judeus foram expulsos da Espanha e Portugal, perdeu-se o contato com o desenvolvimento posterior daquela língua, mas continuaram a usá-la nas comunidades e países para os quais emigraram. O ladino, portanto, reflete a gramática e o vocabulário do espanhol nos séculos XIV e XV. Quanto mais distantes da Espanha os judeus se instalavam, mais alienados às mudanças da língua eles ficavam, e mais diferentes do espanhol.
Em Amsterdã (Holanda), na Inglaterra e na Itália, o judeus que continuavam falando o Ladino estavam em constante contato com a Espanha, e portanto, falavam praticamente o espanhol da época. Porém, nas comunidades sefaraditas do Império Otomano, a língua não somente preservou as formas antigas do espanhol, como "pegou emprestado" várias palavras do Hebraico, Árabe, Grego, Turco, e até mesmo Francês, tornando-se mais e mais distante de sua forma original. O vocabulário Ladino inclui centenas de palavras em espanhol arcaico, e também inclui muitas palavras de diferentes línguas que substituíram as palavras originais em espanhol, dos diferentes países onde os judeus se instalaram.
Alguns termos foram transferidos de uma comunidade para outra através dos relacionamentos econômicos e culturais, enquanto outros se tornaram peculiares a comunidades específicas. No Ladino falado em Israel, há até mesmo palavras emprestadas do Ídiche.
O Ladino era escrito com o alfabeto hebraico, em letras do Rashi ou ainda num sistema de letras denominado Solitro. Foi apenas no século XX que foi escrito no alfabeto latino.
Em várias épocas, o Ladino foi falado no norte da África, Egito, Grécia, Turquia, Iugoslávia, Bulgária, Romênia, França, Israel e, em escala menor, nos Estados Unidos (as maiores populações sendo em Seattle, Los Angeles, Nova Iorque e sul da Flórida) e América Latina. No começo deste século, com o alastramento do ensino obrigatório da língua local, o Ladino começou a desintegrar-se. A emigração para Israel proveniente dos Bálcãs agilizou o declínio do Ladino na Europa Oriental e Turquia.
Os nazistas, que seu nome seja apagado, destruíram a maioria das comunidades européias onde o Ladino representava a primeira língua entre os judeus. Os sobreviventes do Holocausto que falavam Ladino e emigraram para a América Latina costumavam captar o espanhol comum muito rapidamente, enquanto outros adotaram a língua do país para onde foram.
Israel é hoje o país onde há mais pessoas que falam Ladino, com aproximadamente 2000.000 pessoas que ainda falam ou entendem a língua."
Há outros site interessante sobre essa língua e sobre essa placa:
"...Poucos, também, são os historiadores que pesquisaram o trágico destino das comunidades sefarditas da Bulgária, Monastir, Romênia, Rodes, antiga Iugoslávia e Grécia. Os números são devastadores: em 1940 viviam nos países balcânicos um total de 253 mil judeus. Destes, 228 mil, ou seja, 90% pereceram na Shoá.
Prova deste esquecimento foi a colocação, somente em março de 2003, de uma placa em ladino em memória deles, no Memorial de Auschwitz-Birkenau. O mesmo texto está gravado sobre inúmeras outras placas, colocadas há mais de 36 anos, em 20 idiomas diferentes, conforme a língua falada pelos mártires: "Ke Este lugar, Ande los Nazis Eksterminaron Un Milyon I Medyo De Ombres, De Mujeres I De Kriaturas, La Mas Parte Djudyos,De Varyos Payizes De La Evropa Sea Para Syempre, Para La Umanidad, Un Grito De Dezespero I Unas Sinyales. Auschwitz-Birkenau 1940-1945."
http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=779&p=0
Prova deste esquecimento foi a colocação, somente em março de 2003, de uma placa em ladino em memória deles, no Memorial de Auschwitz-Birkenau. O mesmo texto está gravado sobre inúmeras outras placas, colocadas há mais de 36 anos, em 20 idiomas diferentes, conforme a língua falada pelos mártires: "Ke Este lugar, Ande los Nazis Eksterminaron Un Milyon I Medyo De Ombres, De Mujeres I De Kriaturas, La Mas Parte Djudyos,De Varyos Payizes De La Evropa Sea Para Syempre, Para La Umanidad, Un Grito De Dezespero I Unas Sinyales. Auschwitz-Birkenau 1940-1945."
http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=779&p=0
Muitissimo interessante! Imagino que este fenomeno aconteca com outros povos, pois uma vez em um onibus local de Innsbruck, Austris sentei ao lado de uma senhora da Bosnia, e ela me explicava que um fenomeno parecido acontece com as comunidades da Bosnia espalhadas pela Europa. Mas pode ser que eu esteja confundindo com o fenomeno "dialeto"....anyway....o teu artigo eh excelente e bem explicativo.
ResponderExcluirOi Cláudio,
ResponderExcluirNao sei si voce me conhece mas eu sou Remy, sou estudante de doutorado de espagnol na universidade de Ottawa. Estou fazendo o meu doutorado dos contos na lingua judeo-espanhola. Se voce tem alguma pergunta nos podemos falar.
Remy