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sábado, 5 de novembro de 2022

Bolsonarista, Bolsominion e Gado Quem Eram ?

Para os meus queridos netos que ainda não nasceram.

Bolsonarista.

Bolsonarista era todo eleitor de Jair Bolsonaro. Não importava o que o presidente fizesse ou dissesse, contava com o seu apoio. Mas não era completamente cego. Ainda lhe restava um pouco de dignidade. Renegaria e sentiria muita vergonha de qualquer parente: pai, irmão, cunhado, filho,  etc. que agisse como Bolsonaro agia. Mas ainda assim votou nele.

Posso afirmar isso sem medo de errar sobre os (ex) bolsonaristas que conheci. Por esse motivo, foi nesse grupo que Bolsonaro perdeu mais votos. Conhecia no mínimo umas cinquenta pessoas que no último ano antes da eleição de 2022 não postaram, nas redes sociais, mais nada a favor de Bolsonaro; muito pelo contrário, passaram a curtir postagens que criticavam o então presidente. Em geral não eram antidemocráticos. Eram de direita, mas não fascistas. Embora tristes, aceitaram o resultado da eleição.



Bolsominion.

Dentro desse grupo estava o povo conhecido nas redes sociais como gado. Não decidia para que lado ir. Ia para onde eram tangido. Ele estava subdividido em dois grupos: gado raivoso ou bolsominion raiz-fascista e gado sem-cérebro, que foi emprenhado pelo ouvido.

O Bolsominion raiz-fascista ou gado raivoso seguia ao “discípulo do cramulhão” sem discutir ou contestar. Eram a imagem e semelhança do seu “mito”. Tudo que ele gostava, eles gostavam; tudo que ele acreditava, eles acreditavam. Todas as canalhices que dizia ou fazia eram aplaudidas. Odiavam a todos que não pensavam igual a eles. Quando ouviam a palavra “direitos humanos ou democracia” passavam mal.

Ganharam a eleição presidencial de 2018 de forma democrática (com ajuda de muitas fakenews e uma facada duvidosa), mas odiavam, mas odiavam muito a democracia. Sonhavam todos os dias com a volta da ditadura militar - trabalharam muito, junto Bolsonaro, para que isso acontecesse -  e com o fechamento do Supremo Tribunal Federal. Gostariam de ver mortos todos os políticos opositores e bater em quem pensava diferente. Estavam presentes em todas as manifestações individuais ou coletivas que houve violências. Não admitiam contestação de forma alguma. Eram incapazes de formular um argumento contrário. Os cérebros deles não possuíam esta habilidade intelectual. A contestação era sempre com ataques verbais ou com violência corporal. Sofriam muito porque as cabeças pensantes do Brasil ou no ambiente acadêmico eram majoritariamente de esquerda. Por isso Bolsonaro tentou acabar com as universidades públicas federais brasileiras. Odiavam Paulo Freire, cujos ensinamentos são estudados nas melhores universidade do mundo (pesquise no Google: Paulo Freire e Harvard ou Paulo Freire e Oxford) e seguiam Olavo de Carvalho, o desbocado e desequilibrado guru deles.

Já existiam no meio do povo. Mas apenas uma centena se expunha; eram pessoas, na sua maioria, desprezadas pela sociedade. Hoje são milhões. Com a chegada ao poder dos filhos do Capeta, no Brasil e nos Estados Unidos, eles se sentiram empoderados. Saíram dos armários. Se sentiram à vontade e felizes porque viram que existiam milhões de cretinos, canalhas e fascistas iguais a eles.

O que faziam ou diziam as escondidas, passaram a assumirem publicamente. Eram elitistas, mesmo que fossem pobres; odiavam a tudo e a todos que não fossem assemelhados. E pasmem! Tudo isso em nome de Deus. Acreditavam que suas ideias fascistas e antidemocráticas eram abençoadas por Deus. Tudo sobre a desculpa de que lutavam contra o comunismo. Cujo risco de implantação, se Lula ganhasse (argumento usado, sabiamente, por bolsominions mais espertos, para arregimentar seguidores no gado-sem-cérebro emprenhado pelo ouvido), só eles viam; como desculpa de seus atos que eram verdadeira negação do amor de Deus, como uma benção de Deus.

Como muito bem disse o teólogo Leonardo Boff, quando ouvirem: “Deus, Pátria e Família. Corram que é senha do Diabo.”

Dez em cada dez atos de violência relacionada com a política, desde que o Bolsonaro se tornou presidente, o protagonista era um bolsominion. Um deles matou um lulista na comemoração de seu aniversário, outro matou uma jovem ao vê-la comemorar a vitória de Lula. O ódio, a truculência, a agressão física ou verbal era o único meio que eles conheciam.

Gado-sem-cérebro

Conheço muitos. Tenho amigos e parentes nesse grupo. Repetem tudo que lhe dizem. Passavam adiante o que ouviam sem contestar: “Lula vai implantar o comunismo. Lula vai fechar as igrejas.”

O PT esteve 13 anos no poder; desse total, Lula foi presidente por 8 anos e não implantou o comunismo, iria implantá-lo em 2023? O que ele fez, nos dois mandatos anteriores, foi tornar o Brasil a sexta maior economia produtora de bens e serviços do mundo e tirar 30 milhões de pessoas da  miséria.

Uma pessoa dessa só podia ser sem cérebro mesmo. Muitas das que eu conheci tinha formação superior. Ele/ela realmente acreditava que sem a ajuda das Forças Armadas era possível mudar-se radicalmente o nosso sistema econômico e social ?  Essas cabeças ocas (refiro-me aos letrados) não sabiam o que é comunismo ? O Lula iria estatizar todos nossos meios de produção ? O Estado iria ser dono de tudo ?

Esse gado-sem-cérebro não era tão bobo assim (totó em Portugal). Sua cabeça era uma caixa de ressonância do mau-caratismo dos bolsominions. Mau-caratismo, semear o ódio e espalha mentiras eram as principais características de um bolsominion.

Havia uma parte do gado católico que eu conhecia, incluído pessoas públicas, amigos, inimigos e parentes, que iam a missa todos os dias, mas defendiam a ditadura; odiavam imigrantes, negros, pobres, etc. defendiam que “todas as pessoas de bem”, isto é, eles, andassem armados; agrediam padres e bispos que discordassem deles e os chamavam de comunistas. O Papa foi chamado de comunista quando convocou o Sínodo sobre a Amazônia e nas vésperas da eleição de 2022. Isso por católicos encegueirados pelo filho do Belzebu, que sonhava com uma guerra civil. Acreditavam que Bolsonaro veio para salvar as famílias, a moral e os bons costumes. Ele gostava tanto da família que já está na terceira. Entrar na casa de uma menina de 14 anos porque "pintou um clima" não tinha problema nenhum.

Eram negacionistas e atacavam a vacina contra o Covid-19. Deviam acreditar que a pandemia acabou porque o vírus cometeu suicídio. Adoravam divulgar fakenews por mais absurdas e canalhas que elas fossem. Uma católica conhecida minha espalhou que quem votasse no Lula iria ser excomungado. A cretinice, somado ao desespero, fez uma pessoa espalhar uma coisa dessas.

Em 2018, quando Fernando Haddad perdeu a eleição para Bolsonaro, o parabenizou e desejou-lhe sucesso. Não houve nenhum protesto ou contestação por parte dos “comunistas”.

Meus queridos netos, quando um amigo de vocês um dia lhe perguntar se o seu avô era bolsominion ou comunista, mandem perguntar diretamente a mim. Mas se eu não estiver mais aqui, respondam assim: Ele era comunista, graças a Deus.

Eu e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil); que nunca antes havia pedido votos para ninguém, apenas dava orientações gerais. Na eleição de 2022, devido a gravidade da situação, o risco que estava correndo nossa democracia e o perigo que passavam os valores cristãos, posicionou-se e pediu votos para Lula.

Na carta ao povo brasileiro a CNBB escreveu: “ O segundo turno das eleições presidenciais de 2022 nos coloca diante de um dramático desafio. Devemos escolher, de maneira consciente e serena, pois não cabe neutralidade quando se trata de decidir sobre dois projetos de Brasil, um democrático e outro autoritário.”

“Enquanto dizia ´Deus acima de tudo, o presidente ofendia as mulheres, debochava de pessoas que morriam asfixiadas, além de não demonstrar compaixão alguma com as quase 700 mil vidas perdidas para a covid-19 e com os 33 milhões de pessoas famintas em seu país.”

“ Não se trata de uma disputa religiosa [como Bolsonaro fez de tudo para convencer  e o gado acompanhou], nem de mera opção partidária e, tampouco, de escolher o candidato perfeito, mas de uma decisão sobre o futuro de nosso país, da democracia e do povo.”

Espero que  nunca mais apareceram trumps e bolsonaros, e que não se use nunca mais o nome de Deus em vão para defender a morte, o ódio e  mau-caratismo.

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Quem vai ganhar o segundo turno.

Segundo o TSE este ano tiveram 118.229.719 de votos válidos. Subtraindo-se deles os 108.331.849 de votos dados ao Lula e ao Bolsonaro sobram 9.897.870 de votos recebidos pelos demais candidatos. Muito menos do que os 25.814.556 de votos não recebidos por Fernando Haddad e Jair Bolsonaro em 2018. Este ano a polarização foi muito maior.
 
Primeiro Turno 2022

Lula

57.259.504

48,43%

Bolsonaro

51.072.345

43,20%

Total

108.331.849

 
Na eleição de 2018, o número dos votos válidos no segundo turno (104.838.753) ficou abaixo dos válidos no primeiro (107.050.673). Isso não causa muita surpresa porque muito eleitor sai de casa motivado para votar nos candidatos a cargos legislativos e para governador; o que não tem no segundo turno.
A abstenção no primeiro turno de 2018 foi de 20,3% e a deste ano 20,9%. No segundo turno de 2018 a abstenção foi de 21,3%. Como em termos percentuais isso é uma variação muito pequena; para fazermos uma análise, vamos considerar que o número de votos válidos nesta eleição será o mesmo nos dois turnos.
Pegamos o número de votos válidos  e dividimos ao meio:
     118.229.719 / 2 = 59.114.859,5. O número mínimo de votos que um candidato precisa ter para ser eleito presidente da República é 59.114.860.
Quanto falta para cada candidato atingir o número mínimo de votos para ser eleito?  Vamos considerar que seus eleitores do primeiro turno não mudarão os votos no segundo.

 Lula
59.114.860 - 57.259.504 = 1.855.356 de votos é o quanto Lula tem de pegar naquele balaio com  9.897.870 votos para ganhar a eleição.

Bolsonaro
59.114.860 - 51.072.345 =  8.042.515 votos necessários de acréscimo para ser reeleito.
Isso representa quanto porcento dos votos recebidos ?
Lula teria de crescer mais 3,24 % e Bolsonaro 15,74%.
A situação está muito mais confortável para Lula. Para Bolsonaro ganhar está difícil, porque esses 8.042.515 votos que ele precisa adicional aos que já recebeu representaram mais de 81% dos votos disponíveis (9.897.870). Isso é pouco provável considerando que a Simone Tebet e o Ciro Gomes tiveram juntos 8.514.710. Lembrando que o PDT de Ciro já  declarou apoio a Lula, a situação fica mais complicada.
"Lula representa uma aproximação das ideias do partido. Bolsonaro é aspirante a ditador. Não admitimos nenhum pedetista apoiando Bolsonaro", disse Carlos Lupi, presidente do PDT.
Creio que depois de Bolsonaro chamá-la de “estepe”, Simone Tebet também deverá se pronunciar a favor de Lula.
Essa possibilidade de Bolsonaro crescer 15,74% no número de votos no segundo turno e abocanhar 81% dos votos dados a outros candidatos é muito difícil de acontecer quando considerados as seguintes informações:
 
 Primeiro Turno  2018

Bolsonaro

49.276. 990

46,03%

Haddad

31.342.051

29,28%

Total

80.618.995

 

Segundo Turno  2018

Bolsonaro

57 797 847

55,13%

Haddad

47 040 906

44,87%

Total

104 838 753

100%

 
Acréscimo do primeiro para o segundo turno para cada candidato

Bolsonaro

8 520 857

17,29%

Haddad

16 455 842

52,50%

Total

24 976 699

 
Haddad cresceu 52,50% e Bolsonaro 17,20%. Isso faz toda diferença nas eleições desse ano se consideramos que os adversários, PT x Bolsonaro, são o mesmo.
Vamos ver isso de outro modo, mas com importantes informações adicionais.
 
  Primeiro Turno 2018

Bolsonaro

49.276.990

46,03%

Haddad

31.342.51

29,28%

Total

80.618.995

 

 

 Primeiro Turno 2022

 

Bolsonaro

51.072.345

43,20%

Lula

57.259.504

48,43%

Total

108.331.849

 
A polarização mais radical em 2022 gerou 27.712.854 de votos a mais para os dois principais candidatos quando comparado com os recebidos por Haddad e Bolsonaro em 2018.
Em termos absolutos os ganhos de Bolsonaro e do PT (de Haddad para Lula), da eleição de 2018 para a de 2022, respectivamente, foram 1.795.355 e 19.730.340 votos.
Em termos relativos o aumento de Bolsonaro de uma eleição para outra foi de 3,6%. E o acréscimo do PT, com Haddad em 2018 e Lula em 2022, foi 82,6%.
Em 2018 os demais candidatos tiveram 25.814.556 votos. Entre eles estão os 13.344.366 (12,47%) de Ciro Gomes, que em 2022 derreteram-se para 3.599.287; apenas 3% dos votos válidos. Considerando a acréscimo de Bolsonaro (1.795.355 – 3,6%) e do PT (19.730.340 – 82,6%) mencionados acima, só podemos concluir que esses quase 10 milhões de votos que Ciro Gomes perdeu, na sua grande maioria, foram para Lula. Não obstante o fato de Ciro bater e atacar Lula, principalmente nos debates; e ser  light nas críticas ao Bolsonaro.
O que parece é que a chamada pelo voto útil, somando-se a este  aos eleitores que só votaram no Ciro porque o candidato em 2018 não era o Lula, surtiu efeito.
Dito isto, está na hora de fazermos a previsão do resultado do segundo turno.
Considerando que os números de votos válidos sejam iguais nos dois turnos; considerando que nessa eleição temos novamente um candidato do PT contra o Bolsonaro; considerando que quase 66% dos votos obtidos por outros candidatos além de Fernando Haddad e Bolsonaro, no primeiro turno de 2018, foram para o candidato do PT no segundo turno; considerando que os candidatos nas duas eleições têm perfis ideológicos muito parecidos; e estimando que 70% dos 9.897.870 vão para Lula, ou seja, 6.928.509 (80% de Ciro e Tebet). O resultado do segundo turno estimado é o seguinte:

 

Segundo turno

Lula

64.188.013

54,29%

Bolsonaro

54.041.706

45,71%

Total

118.229.719


Case se confirme, como na eleição de 2018, um aumento de 1% na abstenção do primeiro para o segundo turno, o resultado seria:

Lula

62.860.616

54,29%

Bolsonaro

52.926.115

45,71%

Total

115.786.731

 

 
Com  a margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, considerando que o nível de abstenção pode crescer ou decrescer; embora tem sido considerada igual nos dois turnos.

Concluindo.

“Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada neste sábado (1º), contratada pela Globo e pela “Folha de São Paulo”, aponta que 52% não votaria no presidente Jair Bolsonaro (PL) de jeito nenhum. Os que dizem não votar em Lula (PT) são 40%.”
Se o Datafolha não se enganou mais uma vez, o que essa pesquisa informa é que é impossível, com esse nível de rejeição, o Bolsonaro ganhar. Companheiro, não tem como a soma total percentual de votos válidos e o nível de rejeição maior que 50%, passar dos 100%.
 
 
 
 
 
 

Datafolha Errou nas Previsões de Votos e nos Deve Explicações.

O Datafolha nas eleições presidenciais de 2010, 2014 e 2018 fez previsões de tendências de votos que se confirmaram de maneira razoável; embora tenha errado, naqueles anos, em alguns Estados, quanto a tendência de votação para alguns governadores.

Mas nas eleições desse ano, nem com uma exagerada boa vontade, poder-se-ia dizer que as previsões ficaram dentro das margens de erros. Os levantamentos em São Paulo para presidente e para governador, bem como para presidente no Rio de Janeiro foram erros vexatórios.

Não é a primeira vez que isso acontece. Lembro-me há muitos anos, após serem abertas as urnas e as previsões falharem, o Bonner e a Fátima Bernardes, com as maiores caras de paus, dizerem no Jornal Nacional que o eleitor mudou o voto na última hora. Indecisos sempre existiram, mas eles não fazem esse estrago todo não.

Afinal erraram por incompetência ou divulgaram erradamente para tentar influenciar o eleitor ? Vou considerar que desta vez foi incompetência.

Por que e como isso acontece? Por que eles acertaram umas previsões e erraram outras ?

O Brasil tem mais de 150 milhões de eleitores registrados e aptos a votar. Como é que pesquisando 2 mil ou 3 mil pessoas pode-se acertar a previsão? Isso é possível. Só depende da qualidade da amostragem. Explico.

Quais são os ingredientes de um bolo simples? Farinha de trigo, ovos, leite, manteiga, açúcar e fermento. Colocando tudo em uma batedeira poderíamos dizer que a mistura é constituída de x% de farinha, y% de ovos, z% de manteiga etc. Se mistura for bem homogênea, um simples pedaço do bolo, uma fatia, também é constituída de x% de farinha, y% de ovos etc. Assim é a nossa sociedade, no caso o número de eleitores. Uma amostragem de 3 mil pessoas tem de ter o mesmo percentual de brancos, negros, pobres, ricos, homens, mulheres, jovens, velhos, nordestinos, sulistas etc. que tem no total de eleitores. O problema já começa aí, porque não sabemos qual a proporção de cada um nesses 150 milhões. Uma boa amostragem pelo menos tenta ser representativa da população. Nesse caso os nomes se confundem. Em estatística população significa o todo. Não exatamente os seres humanos.

Na CNN vi o absurdo dos comentaristas tentarem explicar e justificar porque havia resultados bem diferentes - isso antes da eleição - de pesquisas feitas por diferentes institutos: “Porque a metodologia é diferente. Em uns a pesquisa é presencial, em outros é pelo telefone. Mas os dois estão corretos.” Não companheiro. Numa eleição só tem um resultado. Ou um está correto e o outro errado; ou os dois estão errados.

E com muita boa vontade com o Datafolha acredito que eles erraram na seleção desta amostragem. Não creio que divulgaram erradamente de propósito. A realidade mostrou, mais de uma vez, que a divulgação de previsões erradas não alteraram o resultado. O estrago na reputação é muito maior. Não creio que valha a pena correr o risco. E devo lembrar que o grupo Folha e o PT não se cheiram. Contudo, também acredito que isso beneficiou o PT, que baseado nas previsões saiu batalhando pelo voto útil. O erro a nível nacional foi menor porque a amostragem errada no Estado de São Paulo ficou um pouco diluída nas amostragens do resto do país.

Foi por essa amostragem errada que o Haddad estava na frente do Tarciso de Freitas e a diferença entre Bolsonaro e Lula era bem maior dos 5% registrados nas urnas.

Uma coisa deve ser dita. As pesquisas de intenção de votos, quando feitas adequadamente, geram levantamentos da probabilidade relativa a todos os eleitores aptos a votarem e não somente daqueles que desejam ir votar ou efetivamente votaram. O povo que se absteve também está incluso. Não confundir com votos em branco, nulos e indecisos. Obviamente que entre os 32 milhões de eleitores que não foram votar estão os que se tivessem ido votariam em branco ou anulariam o voto; mas o fato de não comparecer, por preguiça ou por qualquer outro motivo, como não querer gastar dinheiro no deslocamento, estão milhões, eu disse milhões, de eleitores de Lula e de Bolsonaro. Isso faz diferença no resultado da pesquisa ? Sim. O resultado previsto, dependendo o volume de eleitores que se abstiveram de um candidato ou de outro, não se confirmará.

No sábado, um dia antes da votação, o IPEC fez uma projeção de  51% a 37% dos votos válidos a favor de Lula. Eles trabalham com a margem de 2% para mais ou para menos. Vamos usar a boa vontade de novo. Lula com menos 2 e Bolsonaro com mais dois teríamos 49% contra 39%. Ainda assim uma diferença de 10 pontos, o dobro da real.

O Datafolha apontava 50% a 36%. O Ipespe, 49% a 35%, e a Quaest, 49% a 38%. A margem de erro é de dois pontos percentuais no caso do Datafolha e Quaest e de três pontos no caso do Ipespe. Todos acertaram em relação ao Lula, mas erraram sobre os votos de Bolsonaro.

Paradoxalmente, a Paraná Pesquisas, que sempre divulgava resultado suspeitos ( e que recebeu 2,7 milhões do PL: https://br.noticias.yahoo.com/paran%C3%A1-pesquisas-recebeu-r-2-185600340.html), com o Bolsonaro na frente de Lula, bem diferentes de todos os outros institutos; para salvar sua credibilidade e estando na casa do sem jeito - já que nem só de eleições vive uma empresa de pesquisa - mesmo como Bolsonaro dizendo que teria 60% dos votos no primeiro turno, na sexta-feira, 30, divulgou o seu último levantamento de forma correta. O primeiro e único em que Lula ganhava do Bolsonaro. Divulgaram Lula com 47,1% (48,4%) e Bolsonaro, 40% (43,2%), com margem de erro de 2,2 pontos percentuais para cima e para baixo. Foi quem mais se aproximou da realidade.

As ferramentas da estatística indutiva ou inferencial quando usadas corretamente e honestamente produzem resultados coerentes muito próximo dos reais.

A Paraná Pesquisas lembra-me a empresa amazonense cujo dono tem nome de cowboy de filme americano e que produz resultados de acordo com os interesses de determinado candidato.

Erros grassos desta magnitude realizados pelos institutos de pesquisa não servem para nada e nem para ninguém. Não ajudam na democracia. Muito pelo contrário, ajudam bastante a aqueles querem que todas as pesquisas que lhes são contrárias não sejam divulgadas.

Que nesse segundo turno as previsões se aproximem mais da realidade. O Datafolha está nos devendo uma explicação. Ela e todos os demais institutos, como Lula e Bolsonaro, terão uma segunda chance.

 

 

sábado, 30 de julho de 2022

7 de Setembro do Povo, pelo Povo e para o Povo.

Eu sempre me questionei por que as comemorações do Dia da Independência do Brasil resumiam-se a desfiles de militares por todo o país. Isso ficou mais forte desde que presenciei pela primeira vez as comemorações da independência dos Estados Unidos em 4 de julho. E muito mais na festa da independência do Canadá em 1 de julho.

  A comemoração americana eu assisti algumas vezes: os fogos de artifício e os desfiles de carros alegóricos, muita alegria e muitas cores; exceto o verde oliva.

  Na comemoração americana os únicos militares presentes são os policiais para supervisionar a ordem. Na festa canadense, nem isso tem. No Canadá, eu não assisti; eu participei duas vezes. A multidão nas ruas, parques, gramados, famílias por toda a cidade, felizes comemorando. 

  Na frente do Parlamento em Ottawa, cuja parede frontal vira um telão gigante ao anoitecer, o show e a música, com artistas se revesando, não param; invadem a madrugada.

   Há muitos séculos tenho vontade de escrever sobre isso, mas pensava que os meus amigos militares, ex-colegas no CMM, ficariam magoados com esse questionamento. Mas o Bolsonaro foi um divisor de águas. Esse dia chegou. E chegou um pouco mais cedo; pois pretendia escrever mais perto do 7 de setembro deste ano.

   O desejo eu já tinha, só estava esperando a hora. Aí o Lula dá uma entrevista essa semana ao Portal UOL e diz o seguinte:[1]


“O povo sabe que a Independência não é uma coisa dos militares. A independência é uma conquista da sociedade civil brasileira (...) É uma coisa séria para todo o mundo, é uma pena que os militares se apoderaram e a festa [será] uma coisa toda quase militar."

 

   Ele refere-se as comemorações deste ano, quando celebraremos o bicentenário da nossa independência.

7 de Setembro em Nova York

     Para essa data Bolsonaro convocou o povo a ir às ruas “pela última vez”. Qual será a sua maligna intenção? Repetir o que fez ano passado? Se for, gostaria de lembrá-lo do dia 9 de setembro - conhecido como dia do arrependimento forçado - e que Alexandre de Moraes ainda não se aposentou. Será que esse ano ele vai recorrer ao Michel Temer novamente ? Talvez queira dizer que é a última vez que ele, como presidente, vai fazer essa convocação; pois ano que vem este cargo terá novo dono.

     Por que a comemoração desta data tem de ser feita com uma parada militar ? Por que não é um desfile de uma escola de samba ou de blocos, trios elétricos, etc. ? Como fazem os brasileiros que vivem no exterior: nada de militares.

     Que tal um show na praia de Copacabana, como é feito no réveillon?  Por que, como nos Estados Unidos, Canadá e em outros países, não é uma festa do povo ?

   Os nossos militares lutaram pela nossa independência como o Exército americano lutou pela independência americana em 1776 e novamente em 1812? Não.

     Deixem os militares fazerem os desfiles deles e vamos comemorar esse bicentenário com muita festa, alegria e música. Aqui no Porto é comemorado assim. É uma festa popular, com comida e música brasileira. Aqui não tem militar no 7 de setembro. Nem em Ottawa, onde participei duas vezes.

   É necessário sair do Brasil para realmente comemorar essa festa ? Em Nova York, o dia 7 de Setembro ou Brazilian Day faz parte das datas comemorativas da cidade. Várias ruas são fechadas para que seja realizada uma festa gigante com mais de 1 milhão de pessoas; que todos os anos conta com apresentações de artistas nacionais[2].

  Que esse 7 de Setembro Edição Especial seja um dia de alegria para comemorarmos o nascimento do Brasil como nação independente. Não um dia para haters destilarem ódio contra a democracia. É o dia da Pátria Amada e não da pátria armada.

Alguém tem o telefone da Anitta?



[1]  Festa dos 200 anos da Independência do Brasil? "Bolsonaro quer brincar"
https://www.noticiasaominuto.com/pais/2043661/festa-dos-200-anos-da-independencia-do-brasil-bolsonaro-quer-brincar
[2] Brazilian Day reúne mais de 1 milhão de pessoas no centro de Nova York. https://g1.globo.com/mundo/blog/direto-de-nova-york/post/brazilian-day-reune-mais-de-1-milhao-de-pessoas-no-centro-de-nova-york.html




quarta-feira, 29 de junho de 2022

Putin vai invadir a Suécia e a Finlândia ?

Uma semana antes de invadir a Ucrânia, em 24 de fevereiro, Putin ameaçou a Suécia e a Finlândia para que não entrassem na OTAN (NATO). Os dois países há mais de um mês se candidataram a serem membros da Organização. Por muito menos a Ucrânia foi punida: “Porque a Ucrânia estava pensando entrar na OTAN”. E não tinha nem apresentado a sua candidatura. 

Para um país ser admitido é necessário que todos os 30 membros concordem. A Turquia não concordou. Alegou que os dois países apoiavam terroristas. Ontem a Turquia retirou esse veto. Então, suponho que hoje, antes do dia acabar, Putin vai mandar invadir os dois países.

Unidade Especial Feminina do Exército Sueco

Afinal, isso representa um perigo muito grande. A Rússia e a Finlândia tem 1340 km de fronteira comum. E a distância de São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, até a fronteira com a Finlândia, é apenas 200 km; mas perto do que a distância entre Rio e São Paulo; ou Porto e Lisboa.

Quem acredita em Papai Noel, também acredita que Putin invadiu a Ucrânia porque ela iria entrar na OTAN. Ele sonhar - até verbalizou isso mais de uma vez - em restabelecer o império ditatorial soviético, é apenas um pequeno detalhe.

O fato de que o regime comunista, por mais de 70 anos, aprisionou, dentro de suas fronteiras, milhões pessoas de 15 repúblicas; e por mais de 40 anos fez o mesmo com mais meia dúzia de outros países, é irrelevante para muitas pessoas que apoiam as atitudes de Putin.

A ditadura soviética aboliu todas as liberdades individuais e matou muito mais que Hitler. Só ucranianos foram entre 7 e 10 milhões de pessoas mortas no genocídio conhecido como Holodomor (Putin e o Novo Holodomor). É disso que Putin sente nostalgia? Vira e mexe ele lamenta o fim da URSS.

Na reconstrução do império soviético, a Ucrânia é peça chave. É o maior país da Europa depois da Rússia. Putin acredita que a Ucrânia lhe pertence.
O ideal era dominá-la inteiramente; mas ele já sentiu que isso não vai ser possível. Putin parece estar se conformando - depois de muitas perdas humanas, de material bélico e de dinheiro nesses quatro meses de guerra - em ter uma passagem terrestre entre a Rússia e a Criméia. Por isso há muito tempo vem armando a região separatista de Donbass.

Vladimir Putin fez um teste quando anexou a Criméia em 2014. Viu como o Ocidente reagiu. Nesses 8 anos armou-se até os dentes e apostou que a OTAN não viria em socorro da Ucrânia. Apostou e ganhou.

Letônia e Estônia são países membros da OTAN e fazem fronteira com a Rússia, mas não foram invadidas pela Rússia, por quê ? Elas não eram países satélites do império soviético. Elas pertenciam a URSS. Mas o sonho dele é anexar a Ucrânia.

Agora a situação é diferente. O genocida, que desde fevereiro restabeleceu a ditadura na Rússia, não vai atacar a Suécia e muito menos a Finlândia, apesar desta ser vizinha. A invasão da Ucrânia jogou os dois nórdicos nos braços da OTAN.

No momento lembro de três motivos que impedem da Rússia invadir a Suécia e a Finlândia: (1) Antes de apresentarem suas candidaturas, Suécia e Finlândia queriam ter a certeza de que entre o período da apresentação dos pedidos e a aceitação deles, em caso de uma agressão da Rússia, elas contariam com a defesa da OTAN. Elas receberam essa garantia; (2) se a Ucrânia está dando esse trabalho todo para a Rússia, muito mais lhe daria/dará a Finlândia. O Exército finlandês existe, simplesmente, para uma coisa e treina todos os dias para isso: se defender de uma possível invasão da Rússia.

Para quem não sabe, paralelo e fora da Segunda Guerra Mundial, tiveram duas guerras entre a Finlândia e a Rússia. A primeira, chamada Guerra do Inverno, começou no dia 30 de novembro de 1939. Dezesseis dias após a Alemanha nazista ter atacado a Polônia, a Rússia invadiu a Finlândia. Os soviéticos queriam parte do território finlandês. Exatamente, como na guerra atual, apesar da superioridade, encontraram muita resistência. Em 12 de março de 1940, soviéticos e finlandeses assinaram um tratado de paz. A URSS ficou 10% do território e 20% das indústrias do país vizinho.

Entre 25 de junho de 1941 e 19 de setembro de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, ocorreu a Guerra da Continuação entre e a Finlândia e a Rússia. No final a Finlândia perdeu mais um pedaço do seu território. 

E o terceiro motivo pelo qual acredito que a Rússia não vai invadir a Finlândia e nem a Suécia é porque ela está em plena guerra; e isso tem lhe dado muita dor de cabeça, para dizer o mínimo. Aquela arrogância de Putin antes da invasão da Ucrânia agora não existe mais. Ele não aguentaria dois fronts e muito mais gastos; e dessa vez contra 32 países, já contando com os novos membros. Antes da invasão, Putin não admitia nem que a Ucrânia fizesse parte da União Europeia. Com tamanha integração com o Ocidente seria mais difícil anexá-la. Há dez dias disse que não se opõe a entrada da Ucrânia.

Quais serão os ganhos da Rússia com anexação do território tomado da Ucrânia? São áreas completamente destruídas e devastadas. Para serem usadas serão necessários bilhões de euros para reconstruí-las. A Rússia terá dinheiro para isso? A Rússia vai procurar outra guerra de proporções que ninguém tem ideia qual será? Tenho minhas dúvidas. Mesmo que tenha capacidade militar, as consequências na economia farão Putin pensar duas vezes.

Com a invasão da Ucrânia que levou a adesão da Finlândia à OTAN, Putin não conseguiu que seu Exército chegasse um milímetro mais perto do território americano. Mas conseguiu que o Exército dos Estados Unidos chegasse na fronteira russa. Como estrategista militar Putin é um bom ditador.

Seja como for, ontem Putin dormiu desmoralizado. Se é que conseguiu dormir. A OTAN, a Suécia e a Finlândia não deram a mínima confiança para as ameaças dele. Vamos esperar para ver se ele é homem de palavra.

 

 

 

domingo, 26 de junho de 2022

Autorização para Matar

 Os noticiários e redes sociais ficaram bem agitados com a notícia de que uma menina de 11 anos, em Santa Catarina, estava grávida devido a um estupro.

A família da menina tentou fazer o aborto no início de maio, mas o Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, em Florianópolis, para onde ela se dirigiu, teria negado a fazê-lo, já que ela estava na 22ª semana de gravidez e as regras da instituição não permitem o procedimento após 20ª semana.

Dias depois, a promotora Mirela Dutra Alberton, do MP de Santa Catarina, ajuizou uma ação cautelar para pedir o acolhimento institucional da menina em um abrigo. Em 9 de maio, em uma audiência judicial, presentes a mãe da menina e a promotora, a juíza da Vara de Menores, Joana Ribeiro Zimmer, acatou o pedido. Isso casou indignação em muitas pessoas. “Juíza e promotora induziram a menina a desistir do aborto”; foi amplamente divulgado.

“Você suportaria ficar mais um pouquinho?”, perguntou a juíza na audiência. A promotora Mirela Alberton completou: “A gente mantinha mais uma ou duas semanas apenas a tua barriga, porque, para ele ter a chance de sobreviver mais, ele precisa tomar os medicamentos para o pulmão se formar completamente”.

A promotora continua:

" Em vez de deixar ele morrer - porque já é um bebê, já é uma criança -, em vez de a gente tirar da tua barriga e ver ele morrendo agonizando, é isso que acontece, porque o Brasil não concorda com eutanásia, o Brasil não tem, não vai dar medicamento para ele... Ela vai nascer chorando, não [inaudível] medicamento para ele morrer". 

   Na audiência a juíza defende a tese de que o aborto não pode ser realizado após a 22semana de gravidez. O procedimento após esse período, segundo Zimmer, "seria uma autorização para o homicídio". A juíza insiste na questão e tem o seguinte diálogo com a menina:
"Qual é a expectativa que você tem em relação ao bebê? Você quer ver ele nascer?
"Não, respondeu.
"Você gosta de estudar?"
"Gosto."
"Você acha que a tua condição atrapalha o teu 
estudo ?"
"Sim."
"Você tem algum pedido especial de aniversário? Se tiver, é só pedir. Quer escolher o nome do bebê?"
"Não."
"Você acha que o pai do bebê concordaria pra entregar para adoção?"
"Não sei."
     
A lei brasileira permite o aborto nos seguintes casos: (1) para salvar a vida da mulher; (2) quando a gestação é resultante de um estupro (artigo 128, I e artigo 128, II, do Código Penal), ou (3) se o feto for anencefálico, isto é, sem cérebro.

A família da menina entrou com um habeas corpus no Tribunal de Justiça de Santa Catarina e conseguiu que o aborto fosse realizado no último dia 22, quarta-feira. 

Gostaria de saber como é que se faz o aborto de uma bebê com 7 meses. Parto induzindo não deve ter sido. Porque a criança teria de ser  assassinada já fora da mãe. Possivelmente foi assassinada dentro.

Eu espero que tenha sido dado a mãe algum remédio para matar a criança e, somente depois de morta, ela tenha sido sugada para fora. Nesse caso vem uma perna, depois a outra, depois uma mão, etc. Tudo isso aos pedaços. Geralmente esse procedimento é feito quando o bebê é bem mais novo. Possivelmente, neste caso, não se usa esse processo de sucção porque machucaria demais a mãe.

Então como é feito ? Mata-se o bebê antes e faz-se a cesárea depois? Ou faz se a cesárea antes e mata-se o bebê depois? Nos dois casos a pergunta que não quer calar é a seguinte: Por que não se retirou esse bebê e deu-lhe para a adoção ? Milhões e milhões de crianças já nasceram com sete meses de gestação.

O aborto foi autorizado porque a gravidez é resultado de um suposto estupro. Mas o Ministério Público de Santa Catarina e a polícia concluíram que o estuprador não poderá ser punido porque é menor de idade e, também, que a menina admitiu que as relações eram consensuais; e que ela se relacionava com dois meninos. Qual dos dois seria o pai?  O suposto pai tem 13 anos. A menina e, possivelmente, a família também, precisa muito de ajuda. Creio que era isso que a juíza e a promotora estavam tentando fazer.

O que me causa admiração é o fato de toda a imprensa, para (im)pressiona, chama o menor de “estuprador”, mesmo quando noticia que a relação foi consentida; e chama de “suspeitos” os assassinos confessos de Dom Philips e Bruno Pereira.

Na nossa sociedade com os valores invertidos faz-se campanha para punir a juíza; também faz-se pouco caso para salvar-se uma vida e orientar uma criança precisando de ajuda.

A juíza, muito provavelmente, estava tentando evitar os traumas que essa menina terá devido ao aborto.

Para a menina-criança, essa história está longe de se encerrar com o aborto. Infelizmente, está apenas começando.