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sábado, 28 de dezembro de 2013

Minha Mãe

Escrito por Maria Piedade Queiroz Nogueira Belasque -  28.12.2013

Minha mãe não é uma figura ilustrativa em nosso seio familiar, não é amada e respeitada [apenas] porque é uma velhinha linda de olhos verdes, nem porque esteve grávida por longos 12 anos.
É verdade que o amor não necessita de justificativa alguma, mas existem inúmeras razões pelas quais minha mãe é tão amada e respeitada.
Minha mãe é firme, nunca dura.
No alto dos seus 83 anos ela continua sendo nossa melhor conselheira, incentivadora e crítica. É nosso norte e nosso orgulho.
Se 
você não quiser saber sua opinião sincera, não a pergunte, pois ela não omite a verdade do que acredita; mas se quiser ouvi-la não tenha receio, mesmo que o que ela tenha a lhe dizer não seja do seu agrado, ela certamente escolherá as palavras certas que o farão refletir. 
Por outro lado, se você não quiser mesmo saber a opinião dela, fique tranquilo, ela dificilmente interferirá, nem dará sua opinião sobre você a terceiros, ela jamais fala “de”, ela sempre fala “para”. 
Ela também não desperdiça oportunidades de demonstrar seu amor, sua admiração por você. Palavras gentis de reconhecimento, de apoio, encorajamento e gratidão são ditas sempre que oportuno, com toda simplicidade e sinceridade.
Dizem que devemos fazer limonada dos limões que recebemos da vida; ela fez limonada, torta de limão, maionese e até remedinho para a garganta com os limões que recebeu.
Órfã de mãe aos 5 anos e de pai aos 11, aos 20 casou-se com o grande amor de sua vida, aquele que foi sua paixão, seu pai, seu companheiro, seu tudo, aos seus 41 anos já tinha seus 18 filhos, e aos 55 ficou viúva.
Sem perder a doçura seguiu firme e altiva, como líder nata nos guiou e capacitou. Somos fruto do amor!
Mas essa mulher excepcional e generosa não chegou aqui por acaso ela fez como diz o salmo: “Confia no Senhor e fazes o bem, habitarás na terra
e verdadeiramente serás alimentado. Deleita-te também n
o Senhor e Ele concederá os desejos de teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia Nele e Ele o fará.”
O Senhor de sua vida a sustentou no momento de dor e aplainou seus caminhos, ainda a abençoou com vários anjos e benfeitores; os primeiros deles foram a vovó Eliza e os irmãos que a vida lhe restituiu e o nosso amado Pai. Vieram então Maria do Carmo e Paulo Feitoza, João e Chiquinha Toledo, Pedro Silvestre, Nuno e Maria Cunha, Altina e Garrido, Amâncio e Clemilda, João Lúcio e Dra. Marília, tia Luíza, tia Dinoca, vovó Hilário, tio Pedro e tia Mimita, e seus amigos de caminhada da igreja, Gama e Amazonilda, Júlio e Auxilium, Lindalva e Velozo, Bebeta e Maurino, Abel e Terezinha, Joaquim e Déia, Stela e Alencar, Graça e Gilmar, Moça e Chiquinho.
Não posso esquecer de nossa amada tia Dadá, anjo e apoio. 
Minha mãe não é santa, tem imperfeições e defeitos, mas seu temor a Deus moldou o seu espírito e atos e fê-la buscar melhorar sempre. 
Como ela sempre diz "nem sempre fui justa, nem sempre fiz o bem, mas foi nessas ocasiões que fui mais feliz". 
Essa é minha mãe. Te amo!
Com amor,


Piedade
 
 

















segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Nelson Mandela Prize - Primeira Edição

No dia de sua morte, 5 de dezembro de 2013, esse blog decretou a criação do prêmio Nelson Mandela Prize, para homenagear pessoas que nos cinco continentes fizeram a diferença em 2013, por seus atos humanitários e por seus bons exemplos. Gente que faz a diferença.
Hoje apresentamos os cinco vencedores da primeira edição do prêmio. A escolha foi democrática e online. O resultado foi auditado pela PricewaterhouseCoopers, auditores independentes.
Cada e-leitor tinha direito de escolher cinco nomes. Mais de 100 mil pessoas votaram. O resultado surpreendeu a comissão organizadora. Os vencedores foram dois africanos, dois brasileiros, três latinos, um europeu e um americano. Como isso possível ? Foram oito agraciados ? Não, somente cinco. Como isso é possível ?

1. Nelson Rolihlahla Mandela (in memoriam). África do Sul.
Nelson Mandela é o primeiro agraciado, com o prêmio que lhe homenageia, pelo seu trabalho pacífico, que pôs fim a odiosa segregação racial na África do Sul, e ter sido o criador de uma nova nação. Foi escolhido com 88.456 votos.
PS. Eu escolheria  uma outra pessoa, simplesmente e unicamente, porque ele não precisava disso. Ele é, de longe, o ser humano mais condecorado de todos os tempos, mas respeitamos a vontade de nosso e-leitores. No link abaixo encontra-se a lista das condecorações e prêmios recebidos por ele.

2. Glen James. Boston, Estados Unidos.
Sem-teto, morador de rua. Deu um exemplo extraordinário ao mundo ao entregar a polícia um pacote que achou dentro de um saco contendo 42 mil dólares. "'Mesmo estando desesperado por dinheiro, eu não ficaria um centavo sequer do dinheiro encontrado. Deus tem sempre cuidado muito bem de mim.” Declarou  James a imprensa.
PS. Para mim esse seria o primeiro lugar. Foi escolhido com 64.789 votos.
http://www.foxnews.com/us/2013/09/17/homeless-man-in-boston-honored-by-police-for-turning-in-backpack-full-cash/

3. Irmã Alcinete Cardoso e suas companheiras da Congregação das Missionárias da Imaculada. Camarões, África.
Alcinete Batista Cardoso é uma freira católica, natural de Maués, AM, que trabalha nos Camarões. Vive na região de Yaoundé, num lugarejo chamado Djalingo, onde não tem nada além de pobreza extrema e histórias tristes. Há seis anos irmã Alcinete mudou-se para os Camarões. Foi escolhida por 56.322 e-leitores.
PS. Entramos em contato com ela, por telefone, para lhe informar do prêmio. Ela fez o seguinte comentário: “Nessa localidade tem muitas crianças que tem diversas deformidades físicas. Quem mais sofre são as crianças, os jovens e as mulheres porque muitas vezes não tem as condições necessárias para viverem. No Centro Josefina Rodolfi, o que nós fazemos é sem fins lucrativos, é um trabalho social, humano e cristão. Atendemos todos sem distinção de raça, de tribo, de religião.... um desafio é a aceitação desses indivíduos, falta de escola para serem inseridos. Muitas vezes não são considerados como gente. Este trabalho sempre foi em frente por causa das ajudas dos benfeitores... e até agora vive e precisa viver com ajuda daqueles que são generosos.”  

4. Papa Francisco. Cidade do Vaticano, Itália. O papa Francisco, segundo as justificativas de votos apresentadas por alguns e-leitores, foi lembrado por ter pedido a todos homens e mulheres de boa vontade um dia de oração para que o Prêmio Nobel da Paz de 2009 não bombardeasse a Síria.
PS. Premiar algumas autoridades públicas, algumas vezes , parece desacreditar a premiação; mas com 47.625 votos o quarto lugar vai para papa Francisco primeiro e único. O bombardeio não ocorreu. Graças a Deus. A Síria cedeu e entregou as armas químicas.
Eu, particularmente, se isso tivesse ocorrido, gostaria que a primeira bomba fosse jogada na cabeça do presidente da Síria Bashar Al-Assad. Espero que o Santo Padre agora convide o mundo para um dia de oração pedindo o fim da guerra.
O entrega das armas químicas gerou um problema grande: onde destruí-las sem contaminar o ambiente? Isso faz lembrar-nos de uma famosa frase de Mikhail Gorbachev sobre o fim da União Soviética: “Matar o elefante é fácil, difícil é remover o cadáver.”

 5. Nelson José de Castro Peixoto. Manaus, Brasil. Foi escolhido com  36.271 votos pela sua luta por uma sobrevivência digna de crianças sem lares que residem nas Aldeias Infantis SOS, em Manaus.
PS. O segundo amazonense da lista; o que nos deixa muito honrados. As Aldeias Infantis SOS de Manaus estão localizadas à rua Professora Cacilda Pedroso, 600  Manaus – AM, CEP 69048-000, (na frente do Conselho Regional de Medicina). Telefones (Manaus 92) 3342-7520  e 3342-7521. As Aldeias Infantis SOS, onde abrigam-se  centenas de crianças, passa por uma situação financeira muito delicada, devido o fim de alguns patrocínios. Luta para se manter aberta e não desalojar crianças que não têm para onde ir. Nelson Peixoto está lutando bravamente para que isso não aconteça. Ele pode ser contatado pelos telefones acima ou pelos emails:  csmanaus.am@aldeiasinfantis.org.br ou  manaus.am@aldeiasinfantis.org.br
As Aldeias Infantis SOS  existem desde 1949. Foram criadas pelo educador austríaco Hermann Gmeiner, em Imst, com o objetivo de acolher crianças órfãs, vítimas da II Guerra Mundial. Hoje atuam em 134 países. No Brasil são 20 casas em 12 estados e no Distrito Federal. Maiores informações podem ser obtidas no seguinte site:
http://www.aldeiasinfantis.org.br/Pages/default.aspx

Isso completa a lista da primeira premiação do Nelson Mandela Prize. Somando ao espírito natalino - que nos enche de paz e alegria com o nascimento do Menino Jesus – os exemplos desses agraciados, nos lembra que sempre devemos praticar o bem; vivermos mais para o próximo e pensar nos desfavorecidos,para quem o Natal pode ser uma data muito triste.

Um Feliz e Abençoado Natal para  todos. E paz na Terra aos homens e mulheres de boa vontade.

Claudio Nogueira,  curador do Nelson Mandela Prize.

PS1. A Menção Honrosa vai Públio Caio Bessa Cyrino e Jerusa Castelo Branco Cyrino e seus familiares, pelo trabalho na comunidade do Julião, localizada na margem esquerda do igarapé do Tarumã Mirim.

PS2. Menção Desastrosa para quem esquece o que é o Natal, e pensa somente em se auto presentear.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Brígido Nogueira para Lucas Afonso

Escrito por Thomaz Nogueira

Lucas, meu filho, hoje no teu aniversário quero te falar do meu pai.

O calendário já marca 26 anos, 4 meses e 16 dias desde que ele se foi. Mas não é assim que a saudade marca a gente. É através de milhares de lembranças. 
Os que não o conheciam de perto viam nele um sujeito sempre sério e mesmo sisudo. Além da seriedade e sisudez, havia um coração imenso. Duvido que alguém tenha recebido mais beijos e afagos que os filhos do Brígido. 
Hoje a mamãe lembra que quando eles decidiram ter “os filhos que Deus lhes desse”, também decidiram que trabalhariam o que fosse necessário, para que não faltasse pão e educação. Talvez, não imaginassem que seríamos quinze, mais nossas três primas-irmãs. Não faltou pão, não faltou educação e não faltou afeto. 
Quando me tornei pai da Mariana, da Rebeca e de ti, me perguntava como eles faziam? Quantas horas tinham os dias? Nunca faltaram as reuniões, que eram noturnas, na escola. Davam palestras. Participavam de uns tantos movimentos dentro e fora da igreja (Cursilhos de Cristandade, TLC, Escola de Pais, Equipes de Nossa Senhora, Diálogo, Cursos de Noivos, Ministério da Eucaristia, etc.).
Ele trabalhava fora em dois empregos; à noite e nos fins de semana era alfaiate. Na realidade, ele acordava às 5 horas e costurava até a hora de ir para o trabalho às 7:30. Por isso, apesar das milhares lembranças, algumas marcantes - como quando ele nos levava pra nadar no fim da tarde ou no domingo pela manhã no Rio Negro, ali no fim da rua Wilkens de Matos [conhecido também plano inclinado], ou quando nos colocava na rede com ele e cantava por horas – lembrei, hoje, de como era dormir ouvindo uma música diferente: mecânica, repetitiva, que agora é uma melodia na lembrança.
Era a música da Necchi BU [sua máquina de costurar] funcionando noite adentro. Crescemos ouvindo a Necchi BU sendo tocada pela mão habilidosa do velho Brígido, transformando gabardine, cambraia, tropical e tudo quanto era tecido, em ternos bem cortados e feitos sob medida. Ver cortar e alinhavar o pano e dali sair um terno, ah! Impressionava um menino.. 
Não apenas as roupas dos clientes, mas nossas roupas. Ele fazia nossas fardas da escola, as roupas sociais, tudo. Não dá pra descrever quando ele nos chamava e começava a tomar as medidas. A gente ficava ali parado, e ele ia medindo, media, colocava a trena em volta do pescoço, anotava as medidas, voltava a medir, até concluir. Meu terno de casamento foi o ultimo trabalho dele pra mim. Uma vez ouvir ele dizer: “Quando eu era mais jovem fazia um terno em 48 horas.”
Aquele universo de giz, fita métrica, réguas diversas e agulhas fez coisas fascinantes, fez uma família. Desenhou o mapa do caminho, nos mostrou a métrica a seguir. 
A régua curva é uma história a parte. Além de fundamental nas nuances da alfaiataria, também foi fundamental para corrigir nossas derrapagens. “Vá buscar a régua curva” tinha um significado especial, a correção vinha a caminho. Nunca a régua curva zumbiu na minha mão sem que eu não merecesse. 
A velha Necchi BU forneceu sustento e educação. Papai não é uma lembrança, é uma presença.

domingo, 28 de julho de 2013

Os Primeiros 70 anos - parte I

        Foi no segundo semestre de 1942. O mundo estava em guerra, fechado numa gigantesca luta que, eventualmente, terminaria no extermínio de milhões  de pessoas  na destruição de centenas de cidades, na devastação das nações da Europa e das Ilhas do Pacífico, e estava para surgir um novo estilo de devastação terrível: a bomba atômica.
Na sede provincial dos Redentoristas da Província [religiosa] de São Luís (EUA), Superior Provincial, mui Reverendo Francis J. Fagen, CSSR, sentou-se à mesa relendo uma carta que acabara de ser entregue a ele por um mensageiro especial do Govemo norte-americano.
Foi um dia de outubro claro e fresco, particularmente bonito e colorido, famoso no outono do meio-oeste americano. O humor do Padre Provincial correspondeu ao tempo. Mesmo sabendo que os dias escuros e frios do outono estavam se aproximando, Padre Fagen tinha um maravilhoso hábito de olhar além da escuridão do inverno para a primavera que o seguiria. Realmente, ele era como a "Memorabília" da Província de São Luís o descreveu: "um eterno otimista."
...
Nesta época, a Província de São Luís estava se expandindo. Expandiu-se  pelo território do meio-oeste dos Estados Unidos, da fronteira com Canadá ao Golfo do México. Teve, incluindo a Vice-Província de Oakland na Califórnia, vinte e seis comunidades distribuídas em vinte e uma paróquias, um seminário maior, dois seminários menores, um novicido e uma casa de retiros em Glenview, Illinois. Em agosto de 1942, a Província compôs-se de 380 confrades, sendo que 312 eram ordenados. A maioria destes Missionários Redentoristas estavam ocupados e engajados na pastoral paroquial e na pregação das Santas Missões.
O seminário menor, Colégio São José em Kirkwood, Missouri, estava lotado com 115 estudantes na escola de 2° grau e os primeiros dois anos de filosofia. Dezessete noviços estavam fazendo o noviciado em DeSoto, Missouri. Cerca de 75 estudantes professos estavam estudando teologia no seminário maior em Oconomowoc, Wisconsin, sem contar os padres récem-ordenados no último ano dos estudos teológicos.
Era tempo para expandir e Padre Fagen foi o homem certo para supervisionar a expansão. Ele procurou novos horizontes e apostolados para seus confrades, mesmo que estes estivessem em terras estrangeiras. De fato, antes dos Estados Unidos entrarem na Segunda Guerra Mundial com o bombardeio de Pearl Harbor, a Província de São Luís havia aceitado provisoriamente uma Missão na Tailândia e já tinha enviado confrades recém-ordenados, Padres Joseph Buhler e Joseph Elo para estudarem missiologia e francês (a língua falada pela maioria pessoas da Igreja na Tailândia) na Universidade Católica em Washington, D.C.
A "Guerra no Pacífico," envolvendo vastas operações militar Extremo Oriente, cortou ou pelo menos demorou os planos da Província de São Luís em abrir uma Missão estrangeira no maravilhoso Reino de Sião (Tailandia). Mas a guerra não pôde diminuir nem destruir o otimismo incurável e o zelo intenso do Padre Francis Fagen.
Então foi com um extraordinário senso de responsabilidade que reuniu com seus consultores oficiais e leu em voz alta a carta que recebeu. A carta original foi escrita em português, e assim o Padre Fagen descobriu qual era a língua falada no Brasil. Foi traduzida em inglês e endereçada ao "Mui Reverendo Provincial dos Redentoristas em São Luís, Missouri. Talvez o que mais impressionara o Padre Fagen tenha sido o fato da carta ter vindo de um lugar tão distante, Rio de Janeiro, capital do Brasil na época, por um mensageiro do Governo dos Estados Unidos. Eis a carta:

"Rio de Janeiro
 1° de Outubro de 1942
 Laudetur Jesus Christus

Como Vossa Reverência já sabe, existe grande interesse por parte Governo norte-americano em colaborar com as autoridades civis locais no desenvolvimento econômico da vasta região Amazônica. Por esta razão, certamente, nós estaremos recebendo em nosso território numerosos americanos para os trabalhos técnicos e sociais que serão estabelecidos aqui. Agora nós realmente desejamos que nossos interesses religioso mais vitais não sejam sacrificados.
Esta é a razão por que vim agora propor a Vossa Reverência que o pedido da criação, que vos ofereço, de uma Missão na minha Diocese de Manaus, o futuro centro de todas as atividades que estão sendo consideradas. O povo brasileiro ficaria muito feliz com a chegada ao seu país de uma Missão Redentorista, solidificando, assim, as ligações espirituais que nos unem. Para que Vossa Reverência possa ter em mente uma idéia concreta, eu vos ofereço, desde já, duas Paróquias, numa área de 40.000 habitantes, localizadas nos municípios de Coari e Codajás. Podem, também, ter uma residência na sede da minha Diocese, a cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas.
O intermediário desta carta é o Sr. Berent Friele, representante especial e coordenador dos Assuntos Inter-Americanos (Inter-American Affairs) no Brasil, que fará isto como gesto de cortesia.
Esperando pela aceitação definitiva da parte de Vossa Reverência do meu convite oficial, subscrevo-me vosso
Servidor em Jesus Cristo,
Dom Joao da Matta Andrade e Amaral
Bispo de Manaus."

Na discussão, após a leitura da carta, tornou-se mais claro para Padre Fagen e seus consultores que o convite de Dom João da Matta foi realmente um chamado de Deus. Chegaram a esta conclusão, mesmo cientes do evidente interesse do Governo norte-americano em ter pessoal americano (mesmo religiosos) presente e atuando no Vale Amazônico do Brasil. Esta vasta área, apelidada por alguns de "Inferno Verde," foi muito importante para as Forças Aliadas sendo, na época, a única fonte acessível de borracha bruta (as outras estavam sob o controle do Japão).
Depois de achar os mapas da América do Sul e localizar o Estado do Amazonas e sua capital, Manaus, Padre Fagen e seus consultores tomaram a seguinte posição: os Redentoristas da Província de São Luís estavam interessados em estabelecer uma Missão no Brasil. Mas algumas questões importantes ainda precisavam ser respondidas satisfatoriamente. Estas questões foram colocadas na seguinte carta, mandada para Dom João pelo Padre Fagen:

"28 de Outubro de 1942
Mui Reverendo Dom Joao da Matta A. de Amaral
Bispo de Manaus Estado do Amazonas, Brasil

Vossa Excelência:

Eu recebi, por meio de um oficio do coordenador dos Assuntos Inter-Americanos, sua carta oferecendo duas Paróquias de sua Diocese para nossos padres da Província de São Luís. Eu quero assegurar a Vossa Excelência que aprecio sua oferta e que lhe darei toda consideração.
Posso pedir da Vossa Excelência mais algumas informações?
1)   Quais são as exigências de linguagem para que nossos padres possam trabalhar com uma certa eficiência entre seu povo?
2) Qual é exatamente a natureza do trabalho que gostaria que nossos padres fizessem?
3) Há residências em Coari e Codajás, onde nossos padres possam morar e viver sua vida comunitária? Entende como é muito importante que eles vivam em comunidade. Gostaria de estabelecer uma pequena comunidade em cada lugar, provavelmente de quatro padres e um irmão.
 4) Quais são os recursos com que os padres podem contar para seu sustento?
          Quando receber a resposta de Vossa Excelência, levarei este assunto ao nosso Padre Geral em Roma. Estou confiante em que ele concordará com qualquer negociação combinada entre nós.
Esperando que os Missionários da Província dos Redentoristas de São Luís possam servir a Vossa Excelência, permaneço,

Sinceramente em Cristo,
 Francis J. Fagen, CSSR, Provincial”            

Na época desta correspondência entre Dom João e Padre Fagen, existiam grandes dificuldades em realizar ou manter intercâmbio...
Um pouco antes do Natal de 1942, o Bispo de Manaus mandou resposta para o Padre Fagen. Em sua carta, Dom João da Matta respondeu as questões do Provincial direta e jubilosamente... Em sua carta, Dom João, antes de tudo, prometeu que "o Bispo, Governador e o povo do Amazonas receberão com braços abertos os filhos do grandioso Santo Afonso." Depois, procurou dar uma resposta adequada às dúvidas do Padre Fagen.                                  |
Ele informou ao Provincial: "A língua falada no Amazonas é o português. Não existem índios selvagens nas Paróquias de Codajás e Coari. Todos eles são civilizados. Há, porém, uma enorme ignorância  religiosa por causa da falta de padres. As pessoas são de caráter agradável e muito dócil. A população é completamente católica...
...
As respostas de Dom João eram tudo que o Padre Fagen precisava para prosseguir com a fundação de um novo apostolado missionário para os Redentoristas da Província de São Luís. Ele mandou um telegrama para o Superior Maior em Roma, pedindo permissão para prosseguir com a nova fundação. A permissão foi dada e, no dia 26 de Fevereiro de 1943, Padre Fagen mandou esta carta ao esperançoso correspondente em Manaus:
       “Imediatamente, após receber a sua graciosa carta telegrafei ao Padre Geral para obter permissão de negociar com você sobre Coari e Codajás. Dentro de poucos dias recebi sua resposta:
‘A Congregaçao Sagrada foi consultada. Você pode aceitar Coari e Codajás em fase de experiência. Sucesso e bênçõos para eles e os pioneiros. (assinado) Patrick Murray, CSSR."'

Padre Fagen explicou ao Bispo: "Estou pensando em mandar uma comunidade de cinco padres e um irmão. E, caso meus planos atuais se materializem, eles deverão estar indo para o Brasil logo depois da Páscoa. Estarei indo a Manaus antes do final de março, para encontrar com você pessoalmente e conhecer mais de perto as condições em que a comunidade cai viver e trabalhar."
Antes de embarcar para o Brasil, Padre Fagen nomeou os confrades da Província de São Luís que seriam os primeiros Missionários Redentoristas no Vale Amazônico. Eram cinco, sendo quatro padres e um irmão. Saíram rumo a Manaus em julho de 1943.
Os cinco pioneiros da Província de São Luís eram os Padres João McCormick, José Maria Buhler , José Elworthy, Jaime Martin e Irmão Cornélio Ryan.
Devido a nenhum destes ter ainda uma proficiência em falar português Padre André Joerger da Vice-Provincia de Oakland (...) foi escolhido temporariamente liderar o grupo e ser o primeiro "Superior” Amazonas. Padre André era um linguista brilhante e, como um missionário experiente com os hispânicos de Califórnia, já possuía um alto grau de fluência no espanhol, uma língua muito semelhante ao português.
Até o momento das suas nomeações para as missões brasileiras cinco pioneiros da Província de São Luis tinham trabalhado em postulados que, de várias maneiras, ajudaram a preparar a turma para nova missão. Desde sua ordenação, Padre João era um professor de grego e latim no seminário menor em Kirkwood. Os Padres José e José Maria (como notado acima) fizeram cursos de missiologia na Universidade Católica. Padre Jaime trabalhava com o povo que falava espanhol em San Antônio, Texas. Irmão Cornélio, um habilidoso carpinteiro e construtor tinha servido em várias comunidades da Província, especialmente seminário menor em Kirkwood.
Depois ele anunciar as nomeações históricas destes pioneiros, o próprio Padre Fagen veio averiguar o território onde eles se estabeleceriam e trabalhariam. Sob os auspícios da Corporação de Desenvolvimento Borracha (uma agência do Governo dos Estados Unidos), ele viajou para Manaus onde se encontrou pessoalmente com Dom João da Matta. Foi encontro de dois entusiastas, cuja confiança mútua e idealismo superaram qualquer previsão de problemas para os futuros missionários.
Padre Fagen também foi de avião para Coari, onde desembarcou, encontrou com as autoridades locais, viu a Matriz, (a igreja dedicada Sant'Ana) e prometeu que logo os Redentoristas estariam lá. Logo depois voltou para Manaus. Na volta, o avião sobrevoou a pequena cidade Codajás para que o Padre Provincial pudesse pelo menos ver, com o olhar de um pássaro, a outra Paróquia que seria administrada pelos seus confrades.
A visita rápida em Coari e a breve vista aérea de Codajás for suficientes para que o Provincial, sempre positivo no seu modo de pensar ficasse com as esperanças animadas de ver uma história gloriosa para a Missão Redentorista no Vale Amazônico.
...
Foi para este labirinto sem fim de selvas e rios, dentro de um inóspito e hostil clima de calor e chuva, com animais e insetos que eles nunca tinham ouvido falar, que os Padres André, João, José Maria, José, Jaime e Irmão Cornélio vieram viver e anunciar a Boa Nova do Evangelho com o espírito missionário próprio de Santo Afonso de Ligório, fundador dos Redentoristas. Mas não vieram sem uma Celebraçao de Envio.
A celebração foi realizada no dia 11 de Julho de 1943, na "Rock Church" (Igreja de Pedra) em São Luís. Eis aqui como um dos pioneiros, Padre João McCormick, descreve os procedimentos em suas memórias:
"Os planos preparatórios para a Missão Amazônica, que têm ocupado o Padre Provincial Fagen nos últimos meses, chegaram ao seu ponto alto na solene Celebração de Envio realizada nesta noite às 19:30 horas.
O Padre Provincial pregou um sermão inspirador sobre o espírito missionário da Igreja. Arcebispo Glennon de São Luís, acompanhado por mais ou menos 50 padres diocesanos, também falou algumas palavras. Mais ou menos 50 confrades Redentoristas participaram da celebração. A "Rock Church" estava bastante cheia de parentes, amigos e benfeitores dos Redentoristas. A cerimônia constou-se de uma procissão que saiu da casa paroquial em direção à igreja por acólitos, padres diocesanos, Missionários Redentoristas e o Arcebispo. A celebração também incluiu um hino para Nossa Senhora, o hino "Vinde Espírito Santo," um sermão do Padre Provincial, as "Orações Itinerárias" do breviário e a entrega da Cruz da Missão para os missionários enviados. Encerrou-se a celebração com a solene bênção do Santíssimo Sacramento.
Em seguida, houve uma recepção social no jardim da casa paroquial. Calculou-se que 700 pessoas participaram da recepção. O Arcebispo permaneceu por mais de uma hora."
Outro pioneiro, Padre José Elworthy, em seu relato conta que o Arcebispo Glennon disse: "Quando os missionários saem da Irlanda, os sinos da Catedral de Shannon tocam 'Ibo et non redibo," (Eu vou e jamais voltarei). Eu fiquei feliz porque a voz do Arcebispo foi fraca e minha mãe estava longe do altar e não a ouviu."
Padre José também recorda que Padre Fagen, em seu sermão, relembrou o que Dom João da Matta tinha dito há pouco tempo durante a visita do Provincial a Manaus: "Finalmente os rios Amazonas e Mississippi se encontram."
Por causa de complicações com vistos, os pioneiros se atrasaram em sair de São Luís. Finalmente, no dia 15 de Julho de 1943, eles embarcaram num trem para a viagem de dois dias rumo a Miami, Flórida. Lá eles foram bem recebidos por um oficial chamado Hall, da Corporação de Desenvolvimento da Borracha (CDB), que era também um coronel do Exército norte-americano. O mesmo mostrou a cidade de Miami aos missionários em transito. Mais uma vez houve uma demora nos seus planos de viagem até que conseguiram lugares no avião da CDB que ficou para levá-los sobre o Caribe até a América do Sul. O plano original era para todos viajarem juntos, saindo de Miami no dia 20 de julho de 1943. Às vezes, devido estar em tempo de guerra, fazia-se necessário que horários e planos fossem rapidamente mudados. Somente no próximo dia, quarta-feira, 21 de julho, os Padres André Joerger e João McCormick foram informados que podariam ocupar os últimos dois assentos disponíveis no avião anfíbio da marca Sikorsky, de 11 passageiros, apelidado o "Baby Clipper," com destino a Manaus. Os outros quatro pioneiros esperaram até 26 de julho, segunda-feira, para poderem viajar. A propósito, vale ressaltar que a rota aproveitada para este voo era nova, traçada pelo famoso Capitão Eddie Rickenbacker.
Nestes dias, chegar ao Brasil de avião normalmente levava dois, três, até quatro dias, sendo que os aviões voavam devagar e o tempo de voo se restringir somente às horas diurnas. Somente na hora do pôr-do-sol da quarta-feira, 28 de julho de 1943, os pioneiros se encontraram novamente, desta vez no solo brasileiro.

To be continued

Cláudio Nogueira

O texto acima foi retirado do livro  Redentoristas na Amazônia - Os Primeiros Cinquenta Anos, escrito pelo padre Normando J. Muckerman, C.Ss.R

Relação de padres e irmãos Redentoristas que trabalharam na Amazônia

Não existe ex-sacerdote. Tal coisa não existe. O que existe são sacerdotes que pediram para ter suas atividades sacerdotais suspensas. Por esse motivo a relação não excluem  - pelo menos tenta - ninguém.

O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec.(Salmo 109,4)

Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedec.(Hebreus 5,6)

Nome no Brasil
Nome de batismo
1. Padre André
Jorger,Andrew

2. Padre João
 McCormick, John              

3. Padre José Maria
Buhler, Joseph                

 4. Padre José
 Elworthy, Joseph  D.               

5. Irmão Corrnélio
 Ryan, Cornelius Clement                 

6. Padre Jaime
 Martin, James              

7. Padre Matias
Huber, Mathias                

8. Irmão Stanislaus
 Dunn, Charles  (Stanislaus)   

9. Padre Liguori
Cullen, William              

10. Padre José
Brunner, Joseph               

11. Padre Agostinho
 Liebst, Robert  (Gus)              

12. Irmão Gabriel
Medic, John    (Gabriel)      

13. Padre Frederico
Stratman, Frederick       

14. Padre Afonso
Abadie, Alphonse              

15. Padre Bernardo
VanHoomissen, Bernard      

16. Padre Normando
Muckerman, Norman 

17. Padre Clemente
Weirich, Clement           

18. Padre João
Kreuzer, John                 

20. Dom Tomás
Murphy, Thomas William

21. Padre  Guilherme
Fitzgerald, William J.       

22. Padre Roberto
Hanlen, Robert               

23. Padre Eugênio
Oates, Eugene                

24. Padre Pedro
Weitzel, Robert            

 25. Padre Paulo
Broker, John            

 26. Padre Jorge
Joly, George           

27. Padre Francisco
Hirsch, Robert                

28. Padre Eduardo
 Wilhelm, Edward               

29. Padre Miguel
Rossbach, Robert           

30. Padre Guilherme
McKee, William          

31. Padre Leão
Tong, Paul                   

32. Padre Vicente
McLaughlin, Rex           

33. Dom Mário
Anglim,Robert Emmet   

34. Padre Daví
Shannon, David             

35. Padre Antônio
Stuebben, Anthony          

36. Padre Patrício
Hogan, William   Frederick             

37.Padre Rafael
Tobin, Gerard                

38. Padre Sebastião
Leitheiser, Doug              

39. Padre Tiago
Springer, James   Edward            

40. Padre Lucas
Hoefler, Herbert            

41. Padre Luis
Ohlinger, Frank              

42. Padre Marcos
Weninger, Ronald  Joseph          

43. Padre Jorge
Springer, George        

 44. Padre Mateus
George, Wallis Walter Herbert 

45. Padre Ricardo
Garrett, Richard              

46. Padre Jorge
Ford, George                  

47. Padre Daniel
Nugent, William               

48. Padre Alberto
Kern, Edward             

49. Padre Felipe
DeBaldo, Vincent  Francis      

50. Padre Cristovão
Farrell, Paul               

51. Padre Geraldo
Brinkmann, Gerard          

52. Padre Raimundo
Scheuermann, Raymond          

53.Padre Tomé
Morrissey, Thomas             

54. Padre Jaime
Fish, James                   

55. Padre Carlos
Steiner, William             

56.Padre André
Patterson, James              

57. Padre Bento
Parsons, William            

58. Padre Joaquim
Shannon, James                

59. Padre Vicente
Schnaar, Vincent              

60. Padre Leonardo
O'Leary, Thomas            

61.Padre João
Moffitt, John                

62.Dom Alfredo
Novak, Alfred Ernest   

63.Padre Pascoal
Stenger, Joseph            

64. Padre Pio
Fisher, Leonard               

65. Padre Maurício
Governale, Nicholas          

66. Padre Noé
Aggeler, Vincent              

67. Padre Luis
Miller II, Donald  F.                   

68. Padre Afonso
McCluskey, Ronald           

69.Padre Henrique
Zeipelt, Vincent            

70.Padre Lino
Marler, Corrie               

71. Padre Inácio
Rietcheck, Gerald           

72.Padre Flavio
Freuler, John                 

73. Padre Xavier
O'Brien, James               

74.Padre Rui
Hergenreder, John          

75.Padre Ivo
Tobin, Joseph Emmett.           

76.Padre Domingos
McCarthy, John     

77. Padre Roberto
Drinkwater, Malcolm         

78. Padre José
Morin, Joseph            

79.Padre Nakamura
Nakamura, George              

80.Padre João
Gouger, John                 

81.Padre Paulo
Kipper, Leonard              

82. Padre Miguel
McIntosh, Thomas              

83. Padre Luis
Kirchner, Donnell

84. Irmão Leo
Patin, Leo                  

86. Irmão Simon
Ripp, Kendal   (Simon)              

87. Padre José
Butz, Joseph              

88. Padre Vitor
Karls, Victor                

90. Padre Gary
Heinecke, Gary                

91. Padre Kevin
Fraher, Kevin            

92. Padre Martin
Laumann, Martin              

93. Padre Antônio
Judge, Anthony               

94. Padre José Patricio
Dorcey, Joseph                

95.Padre  André
Thompson, Andrew             

96. Padre Eduardo
Vella, Edward               

97. Padre Patrício
McBride, Patrick          

99. Padre Alberto
Keyes, Patrick Albert 











Sacerdotes brasileiros

1. Alyrio Lima dos Santos  2.  Paulo Rodolfo Furtado     3. Areolino Araújo     4. Frank Martins  5. João Bosco Barreto   6. Raimundo Bastos    7.  Abrahim Correa  Costa      8.  João de Deus Palheta     9. Leonardo Martins 10. José  Amazonas Ramos de Lima  11. Gutemberg Freire Regis (bispo)   12. Mário Arruda da Costa (diácono permamente) 13. Tadeus  Nogueira   14.  Vicente Moreira     15. Pedro Paulo Afonso Nunes (irmão)   16. Francisco Geraldo de Lima (irmão)  17. Manuel Leocarpio   Soares  18. Sombra Manual  da Silva (irmão) 19. Raimundo Facundo  Leite 20. Adonias   Sampaio 21. Carlos Fernando Barbosa   22. Jaime Sindonio Barbosa 23. Nelson José de Castro Peixoto     24. Jacson Damaceno Rodrigues   (bispo)  25.  Adonias  Tavares da Silva   26. Francisco Humberto Rodrigues Borges   27. José Carlos Martins  Cabral   28. José Nogueira dos Santos  29. Ronaldo  Mendonça de Oliveira   30. Franciso Agnaldo Barbosa da Silva  31.  José Rodrigues   Pessoa Neto   32.  Valter Freitas de  Oliveira    33.  Francisco Aureomar da Silva   34.  Inácio Raposo da  Silva  35.  Zenildo Luiz Pereira da Silva 36. Eliomar de Sousa  Pereira (irmão) 37.  Wolney Augusto da Souza Mourão     38. Francisco de Assis Martins Pinheiro    39.  Emerson Alencar da Costa 40.  Cleverton Araujo da Silva    41.  Igson Monteiro da   Silva (irmão)  45.  Seni Ferreira dos Santos  Santos   46. Raimundo Elson Redrigues  48. José Amarildo Luciano da  Silva  49.  Marino Nerys de  Almeida  50. João Bosco Veiga Rodrigues  51. Marcos Antonio Vasconcelos da Silva  52. Jozinaldo Alves de Souza   53, Jander Castro de Araújo  54.  Agildo Alves de Souza  55. Francisco Bebastião Nazare de   Andrade.  56. Josinaldo