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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O General e a Democracia – Intervenção nunca mais.

Esse é daqueles textos que gosto de escrever para no futuro compará-lo como as suposições do passado.
Em entrevista recente disponível no YouTube, concedida ao SBT, o deputado e candidato a presidente, Jair Bolsonaro, disse que no seu governo o general Hamilton Mourão não será um subordinado, mas "estará ao seu lado para governar o Brasil."
Para quem gosta de especular  o que está por detrás das palavras – e eu gosto - aqui vai uma oportunidade. Vamos iniciar fazendo divagações.
Dentro da  Constituição ninguém manda mais ou igual ao presidente da República. Fora dela, dizem, umas primeiras damas mandam tanto quanto ou mais; Nancy Reagan era uma delas. 
Levanta a mão aí que viu aquelas fotos que mostram que Michelle Obama mandou o marido mudar de lugar porque  ele estava trocando figurinha com a primeira ministra da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt.
Aqui vai a primeira pergunta: Pra mode de quê o presidente vai dividir o seu poder com um subordinado? Nem a Dilma, que foi eleita com a ajuda do Lula dividiu. Assim que assumiu demitiu o Henrique Meirelles do Banco Central.
E qual seria o cargo desse subordinado ? Vice-presidente? Primeiro-ministro, como foi o Zé Dirceu ou ministro da Fazenda, igual ao Meirelles? A última opção está descartada. O futuro ministro da Fazenda já foi escolhido.
Num grupo de whatspps  há quem aposte que ele será o ministro da Defesa. E para que o presidente da República, chefe supremo das Forças Armadas, vai querer dividir o poder com um subalterno? Dependendo da resposta, isso pode ser preocupante.
Como será que ficou a cabeça do general ao ser citado por Bolsonaro? Ele ainda é a favor da intervenção militar, agora que pode chegar ao poder pela via democrática? Ou será que Bolsonaro fez isso para calá-lo?
“Ê meu irmão! Pare com isso! Eu tenho uma chance concreta de ser presidente, e você vem falar em intervenção ?” Deve ter pensado o Bolsonaro; que por sinal, na entrevista se saiu bem. Está caminhando para o “jair-paz-e-amor” tentando se afastar de figura do "antigo" boçalnaro? Daqui a pouco aparece apertando a mão do Jean Willis.
Ou o seu ato seria para salvar um amigo? No final do governo do general Figueiredo, o brigadeiro Octávio Moreira Lima quase foi preso, pelo fato de ter retirado a foto do presidente da parede e tê-la substituída pela foto de Santos Dumont, ao conceder uma entrevista a revista Veja. O então ministro da Aeronáutica, Délio Jardim de Matos, correu para falar com Tancredo Neves, presidente eleito, e disse-lhe: “ Se o senhor vai tornar o brigadeiro Octávio Lima ministro da Aeronáutica, faça o anúncio logo, por que o presidente vai mandar prendê-lo.”
O fala de Bolsonaro pode ter livrado o general de uma punição maior; poderá acalmá-lo ou torná-lo em algo desconhecido. Vamos esperar para ver. Seja como for ele não deverá fala mais em intervenção; principalmente, se está houver, não será ele o interventor.
A essa altura do torneio início, o general deve ser o maior defensor das eleições democráticas e diretas ano que vem.
E já que falamos em co-presidência e em Nancy Reagan, ela conta em seu livro My Turn que ao ganhar as primárias como candidato do partido Republicano na eleição de 1980, Reagan pensou escolher Gerald Ford, ex e único presidente americano a ser eleito indiretamente, para ser vice-presidente na sua chapa. Ao ser sondado sobre isso por um jornalista e perguntado se seria uma co-presidência, Gerald Ford afirmou que sim. Reagan quando soube escolheu o George Bush como seu vice.
O general Mourão está numa situação mais confortável, se perguntado pode dizer que sim. Aos poucos vamos ficando sabendo como será um possível governo de Bolsonaro. É pegar ou largar.

Cláudio Nogueira

PS1. Sobre a punição que o general Figueiredo queria dar no brigadeiro Octávio Lima, o link é esse:
http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/recortes/R02941.pdf

PS2. Entrevista para a SBT:  

https://www.youtube.com/watch?v=yvlkdW61DmQ&feature=youtu.be

PS3. Michelle Obama manda Barack Obama trocar de lugar.
https://noticias.uol.com.br/album/2013/12/11/internautas-sugerem-ciume-de-michelle-apos-selfie-de-obama.htm#fotoNav=1

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Trump e o Kim Jong-un

O mundo está conectado na TV para saber a que horas a guerra da Coreia do Norte contra os Estados Unidos vai começar. E como esse blogueiro de araque adora dar palpites, não vai perder essa oportunidade de comentar essa briga antes que ela comece de fato.

Quando acabou, em 1953, a guerra-não-acabada, que dividiu a Coreia em duas, uma comunista e outra capitalista, os Estados Unidos, com o pretexto de proteger a Coreia do Sul, chegaram a ter até 50 mil homens por aquelas bandas. 
Arrefecendo-se os ânimos com o fim da Guerra Fria, esse contingente diminuiu, mas continua lá. Mas o que o Uncle Sam queria mesmo era ficar o mais perto possível da União Soviética, o que lhe seria vantajoso no caso de uma guerra. 
Os soviéticos tentaram torna Cuba, devido à proximidade com os Estados Unidos, a Coreia do Sul deles. Mas todo mundo sabe o que aconteceu: Kennedy cercou a ilha, e os navios soviéticos voltaram para casa.
Como todo e qualquer ditador que explora o seu povo e vive na maior mordomia no poder, Kim II-Sung, avô de  Kim Jong-un, com medo de ser deposto e invadido pelo sul, e com a ajuda dos chineses começou a se armar. A Rússia tem culpa no cartório também. E muito.
China e Rússia não queriam de forma nenhuma que tropas americanas chegassem tão perto de suas fronteiras. E ainda não mudaram de ideia. A Coreia do Norte era barreira gigante e perfeita para impedir isso.
E ajudou o fato que os norte coreanos não esquecem que na guerra das Coreias: "Em apenas três anos de luta, os EUA realizaram bombardeios contínuos contra a Coreia do Norte, matando um quinto de sua população. O comandante das Forças Aliadas, o general americano Douglas MacArthur, sugeriu o uso de '30 a 50 bombas atômicas', o que, na época, foi muito drástico para o então presidente dos EUA, Harry S. Truman." 
Isso não dá para esquecer não. E mesmo com o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos nunca deixaram de fazer maneuver em conjunto com as tropas da Coreia do Sul.
Conhecem o ditado que ensina que não se deve ameaçar demais um covarde, de forma que o medo seja tanto, que ele vire corajoso?
Assim com ajuda financeira e tecnológica dos chineses e, segundo as boas línguas, como o maior fabricante de dólares falsos do mundo, distribuídos via cassinos de Macau, os nortes coreanos foram se armando. E com medo da reação chinesa, os americanos nada fizeram. Só ameaçavam com boicotes econômicos.
Tiveram tempos mais amenos. Nos anos 90 estima-se que cerca de 300 mil norte coreanos morreram vítimas de uma fome devastadora. Houve até ajuda humanitária coordenada  pela ONU. Ao invés de produzirem pão, estavam usando o dinheiro para produzir canhão. E isso se repete hoje. A ONG internacional “Ação contra a Fome” ajuda a Coreia do Norte com mais de dois bilhões de euros. É tudo que o Kim Jong-un quer. Sobrar mais dinheiro para construir bombas.
A guerra fria acabou. Os chineses viraram capitalistas, com uma ditadura de partido único; se tornaram o maior comprador de títulos do tesouro americano. Hoje a dívida americana com a China passa de 1 trilhão de dólares. Já foi maior: em 2013 era US$ 1,3 trilhão. Se fosse considerado Hong Kong esse valor subiria para US$ 1,44 trilhão. Quem é doido de querer briga com alguém que lhe deve tanto?
Todos se tornaram amigos. Os Estados Unidos
diminuíram o contingente na Coreia do Sul (mas não a um nível desejado pela população). Não havia mais necessidade de invadir a Rússia. 
A Coreia do Norte ficou meio desorientada. Chineses, americanos e russos se tornarem amigos não estavam nos seus planos. O fim da guerra fria causou medo a ela. Os chineses não a defenderiam em caso de um ataque vindo do sul. O que ela fez: decidiu se armar mais ainda. Para atacar o sul e os Estados Unidos? Nada disso. Para intimidar possíveis agressores. 
Aí o Porquinho, que tem diarreia toda vez que pensar que pode perder o poder e até mesmo a vida, resolveu se armar até os dentes. 
Amigos meus disseram que os Estados Unidos ainda não invadiram a Coreia do Norte com medo da reação da China. O que poderia iniciar uma guerra nuclear.
Uma guerra nuclear entre a China e os Estados Unidos não sobraria absolutamente ninguém. Então vocês acham mesmo que a China defenderia a Coreia (o que ela ganharia com isso?), e perder a prosperidade econômica que está desfrutando nos últimos vinte anos?

Há alguns dias a Coreia do Norte explodiu uma bomba de hidrogênio. O Trump falou, falou, falou, escreveu, escreveu, escreveu no twitter dele, e não fez nada. 
Chamou o Obama de frouxo. Mas Kim Jong-un lança um míssil atrás do outro e o Trump não faz nada. Só tuíta e ameaça. Depois morde e assopra. Está perdido. 
O homem mais poderoso do mundo descobriu que tem maluco que brinca de ser mais poderoso do que ele. Trump está de mãos amarradas. Por quê? Explico já. Não age, só reage.
E por que isso? Porque ainda lhe resta um pouco de juízo. Kim Jong-un continua lançando bombas-foguetes não porque deseje a guerra - pois ele sabe que se houver uma ele será o principal alvo - mas justamente para persuadir os Estados Unidos a não atacá-lo. Mas será que isso vai dar certo? Até quando essa corda vai ser esticada? Esse menino não tem mãe para dar umas palmadas nele ?
Na época da guerra fria dizia-se que os Estados Unidos poderiam acabar quatro ou cinco vezes com a União Soviética, e que essa poderia acabar uma vez com os Estados Unidos. Aqui é a mesma coisa.
Os Estados Unidos estão numa sinuca de bico. Trump disse que responderia com "fogo e fúria." Até parece nome de filme. Mas primeiro precisa ser atacado. Nunca foram tão humilhados. 
Kim Jong-un explodiu uma bomba de hidrogênio e os Estados Unidos tiveram que pedir ajudar da ONU. Mas Mr. Trump, o senhor não é um tough guy, um cabra macho ? O frouxo não era o Obama?
O little bad boy coreano é maluco, mas não é burro, nem suicida. Não vai atirar a primeira pedra. Entrementes, vai curtindo o seu passatempo predileto: ameaçar os Estados Unidos e produzir bombas voadoras. Observem que todas as vezes que aparece perto de uma bomba, ele está rindo.
As bombas voadoras de Kim Jong-un não atingem os Estados Unidos. Eles estão muitos longe territorialmente. Levariam certo tempo para chegar ao território americano. Elas seriam interceptadas por navios americanos e/ou pelas bases militares americanas na Europa. Ou por outra coisa que não conhecemos e que nunca fui usada. Mas elas seriam interceptadas se fossem lançadas sobre o Japão? E sobre Seul?
Recebi um vídeo, e coloco-o aqui, de exercícios militares americanos perto da fronteira das Coreias. Um amigo foi à loucura. Disse que em trinta segundos os Estados Unidos acabariam com a Coreia do Norte. Como dizem os americanos: Just like that? It is easier said than done. No vernáculo: falar é fácil. Se isso fosse possível já teriam feito. Só se ele jogar uma bomba atômica matando milhares de civis, como fez em Hiroshima e Nagasaki.
Vejam o vídeo. Artilharia assim os norte coreanos também têm. Eles têm bomba atômica, por que não teriam tanques assim? Esse é o problema. É a resposta porque os americanos estão de mãos amarradas. Seul, a capital do sul fica apenas 60 km da fronteira. Mísseis lançados do norte chegariam em segundos, matando imediatamente milhões de pessoas. Os Estados Unidos reageriam, mas aí a Inês, suas amigas e várias outras mulheres, homens e crianças já estariam mortos. Ele venceria essa guerra, mas muita gente no sul morreria. Então, ele não pode esperar se atacado. Teria de atacar primeiro.
A situação está complicada. Kim Jong-un com medo de ser atacado vai continuar mostrando o seu poderio militar, e os Estados Unidos cada vez ficam mais desmoralizados. Só na retórica. 
Situação jamais vista no mundo: o rato encurralando o leão. Não.  Peraí. Isso lembra a guerilha na guerra do Vietnam. Onde isso vai acabar? 

Relatório da CIA disponível na internet, sobre a Coreia do Norte, diz que: “O estoque de capital industrial [leia-se máquinas industriais] é quase irreparável como resultado de anos de subinvestimento, falta de peças sobressalentes e falta de manutenção. O gasto militar em larga escala e o desenvolvimento de seu programa de mísseis balísticos e nuclear derrubaram os recursos necessários para o investimento e o consumo civil. As fábricas industriais estagnaram anos níveis de produção pré-1990. Os problemas frequentes nas colheitas relacionados com o clima agravaram a escassez crônica de alimentos causada por problemas sistêmicos em curso, incluindo a falta de terras aráveis, práticas agrícolas coletivas, má qualidade do solo, fertilização insuficiente e falhas persistentes de tratores e combustível.” É grana que Kim Jong-un quer.
Para mim uma solução sem a guerra, passa por uma pressão séria dos chineses (que compram mais de 76% das exportações norte coreanas. O resto é quase todo vendido para o Irã) sobre o monstrinho que eles criaram, ou por alguns bilhões de dólares dados a Kim Jong-un pelos americanos, com a garantia de que poderá ser ditador pela resto da vida. Aí ele vai pensar em discutir a redução do seu arsenal nuclear.
Em caso de guerra, e como uma possível vitória americana, unido as Coreias, quem não vai querer esse arsenal atômico por perto são os chineses e russos. E a presença militar americana na península não terá mais sentido. 
Seja como for Trump nunca mais vai chamar Obama de frouxo.
Rezemos todos pela paz.

Um bom feriado a todos.

Cláudio Nogueira




PS1. Em 2018, Trump e Kim Jong-un encontraram, apertaram as mãos, e por hora então em paz. Minha teoria estava certa. O mal menino da Coreia do Sul pegou um puxão de orelha da China, sem a qual ele não é absolutamente nada. Primeiro deve ter ouvido os gritos pelo telefone; depois pegou um trem e foi a Pequim pedir desculpas e pegar o puxão de orelha pessoalmente.
Trump a muito vinha pressionando os chineses a darem uma prensa no líder coreano. Funcionou. Os chineses são muito pragmáticos. Eles tinham tudo a perde com uma guerra na península coreana.

PS2. "A misteriosa chegada de trem norte-coreano a Pequim e os rumores sobre a primeira viagem de Kim Jong-un ao exterior."
 https://www.bbc.com/portuguese/internacional-43553355


terça-feira, 5 de setembro de 2017

Louisiana State University: 5 de setembro de 1987

Para Maria Fernanda, João Paulo, Pedro Henrique e Maria Rafaela.

Num post anterior entitulado “Georgia Institute of Technology: 23 de junho de 1986” (click nele que ele abre), narrei como foi a minha aventura de ir para os Estados Unidos, pela primeira vez, para aprender inglês. 
Deixei o emprego na Gradiente (fui obrigado, quem leu o texto sabe porque) e fui embora. Quando voltei, fui trabalhar na VTA, uma pequena empresa que fazia os cabos elétricos para os aparelhos da Gradiente e as fitas de VHS como a marca Gradiente. 
Foi admitido como chefe de controle de qualidade e engenharia industrial, por indicação, do meu saudoso amigo e ex-chefe na Gradiente, Aldenir Alencar.

Agora aqui descrevo como foi essa segunda experiência, nove meses depois de voltar da primeira. Na realidade, só voltei porque o meu pai estava morrendo, e para juntar mais dinheiro.
Desta vez não fui mais para Georgia Institute of Technology, ou Georgia Tech,  pois encontrei uma escola com o mesmo preço, mas com sete horas de aulas de inglês por dia. Isso significava que até um cara como eu teria condições de aprender inglês.
Fui para Baton Rouge. Fui para Louisiana State University (LSU), lar dos Tigers.

ELOP
Diretor, Ricardo, Cláudios, Mila e Cristina
Há trinta anos, em 5 de setembro de 1987, após participar da festa de casamento de um irmão, embarquei num voo do Lloyd Aero Boliviano (LAB) com destino a Miami. Lá chegando, repeti o que tinha feito no ano anterior: me dirigi a estação da Greyhound para pegar um ônibus para Baton Rouge; viagem que durou um dia.
O ônibus parava mais do que jegue de verdureiro no interior do nordeste. O bilhete de passagem não era uma única folha, mais várias. Em Tallahassee, ainda na Flórida, tive de descer do ônibus. Ele seguiria viagem para o norte, e o meu destino era na direção oeste. Isso aconteceu mais duas vezes.
Eu, Érica, Mila e Cláudio
O curso era de doze semanas, com um de break  de uma, e iria até a primeira semana de dezembro.
Aqui a história do ano anterior se repete, mas com uma agradável diferença. Se em 1986 eu não tinha reserva de hotel, e fui atrás de um para ficar, e somente depois fui à administração do curso de inglês. Em Baton Rouge, do terminal da Greyhound, fui direto para o prédio do ELOP, English Language and  Orientation Program, o departamento da LSU que administra o Intensive English Program.   
Tem um pequeno detalhe nessa minha chegada. Toda primeira segunda-feira do mês de setembro é o Dia do Trabalho nos Estados Unidos. É o primeiro de maio deles. A universidade estava fechada. Mas por muita sorte tinha uma alma viva, creio que de plantão. Identifiquei-me como aluno do curso; descobri que era feriado. Disse que não tinha para onde ir. A moça fez uma ligação, falou com o diretor, e me alojou num apartamento da universidade. E poderia ficar lá por três dias free of charge até me mudar para um
Brasileiros no ELOP - material publictário
dormitório dentro do campus – para o qual eu já tinha reserva - na quinta-feira dia 10. Essa hospedagem, de certa forma, foi paga um mês depois. Estudavam no curso uns dez brasileiros (e uns trezentos salvadorenhos - depois explico isso melhor). E houve no Rio de Janeiro uma exposição de cursos de inglês nos Estados Unidos. O diretor (que estou fazendo de tudo para me lembrar do nome dele)  foi para essa exposição, e nos pediu para gravarmos, cada um, uma mensagem sobre o curso. Ele era uma pessoa muito simpática e, talvez porque sua secretária era brasileira, tinha certa ligação conosco. Nos convidou para almoçamos juntos uma vez.
Ele foi ao Rio de Janeiro divulgar o Intensive English Program da LSU. Quando voltou me disse que foi ao Maracanã  e sentiu medo quando ouviu as torcidas gritando. 
Amigos de El Salvador e Japão
E disse-me que um amigo padre o levou para visitar uma favela. Lá, disse ter entendido porque as ideias de esquerda eram bem recebidas na América Latina.
E sobre os salvadorenhos que entraram nesse texto como Pilatos no credo? 
Tinha um quantidade enorme de estudantes de El Salvador. Marta uma classmate me disse que havia um acordo do governo deles com a universidade. O fato de se ouvir muita gente falando espanhol pelos corredores deixava o diretor muito preocupado. Eu aproveitei para melhorar o meu. Como na Georgia Tech, ali também, pagava-se um idioma e se aprendia dois.

LSU
Embora em grande parte dos Estados Unidos LSU seja pronunciado “é lé si u”, na  Louisiana eles dizem: “é lé xi u”. Foi a primeira coisa que me chamou atenção. 
LSU, com a sua famosa torre e um gramado espetacular na frente dela, está localizada na cidade de Baton Rouge, nas margens do rio Mississipi, uma pequena cidade universitária, capital do Estado da Louisiana. Um local muito tranquilo para se viver, uma universidade muito bonita para se estudar. Com um adicional muito importante: fica perto de Nova Orleans, que na época era uma das cidades mais animadas/visitadas dos Estados Unidos. Famosa pelo ser o berço do jazz, das suas ruas alegres, cheias de turistas, como a Boubon Street, no famoso French Quarter, com sua arquitetura francesa, e pelo seu carnaval chamado de Mardi Gras. Que nada mais é de que “terça-feira gorda” em francês.
Nova Orleans
New Orleans com os seus bondes, que inspiraram Tennessee Williams a escrever "Um Bonde Chamado Desejo".
Então o local era perfeito. Os dias de semanas em Baton Rouge para estudar, e New Orleans no fim de semana para se divertir.
Em 1989, estive lá com a  Piedade, Thomaz e família; e anos depois com ele novamente e outros parentes. Nova Orleans era uma festa a céu aberto. Infelizmente, quando estivemos lá, em 2014, já não era mais assim. A cidade parece ter sofrido muito com o furacão Katrina, que lhe inundou parte em 2005. Aquele glamour e magia nas ruas já não existiam mais.
A vida em Baton Rouge se resumia ao campus universitário. Para mim era mais do que suficiente. Tinha tudo: lojas, igrejas de todas as denominações, ampla estrutura para se praticar esportes, o estádio para o campeonato de futebol americano, com capacidade para 102.321 pessoas e o ginásio para as partidas de basquete. O soccer, no final da tarde, com sol até às 20 horas, era perfeito.
O campus tinha mais de cinco mil alunos que moravam nele. Tinha vida própria. Havia os ônibus circulando somente dentro do campus. O interessante mesmo era algumas paradas. Havia aquelas que tinham a maior quantidade de loiras por metro quadrados do mundo. Eu não tinha nenhuma pressa para pegar o ônibus. Um brasileiro uma vez me disse: “Nunca vi tanta Xuxas juntas.”
Tigers cheerleaders
A vida ano campus era uma festa. Como a maioria das universidades americanas, LSU tinha o seu time de futebol e de basquete. Ambos chamam-se Tigers. Tinha até um tigre de verdade como mascote. Eu adorava assistir os jogos de basquete. Eu sentia como se tivesse entrado em um filme.

Começar de Novo
Eis que chegou o dia de se registrar no programa e entrar no dormitório. Mas na hora da matrícula encontro uns cinco ou seis jovens do Ceará; uns dez anos mais jovens que eu; mais uma senhora, Ana Teófilo, que era mãe de um deles, Cláudio Teófilo, e que também seria aluna do programa. Todos estariam acomodados em um complexo de apartamentos, administrado por uma cearense casada com um americano de ascendência chinesa.
Nem fui me registrar no dormitório, fui morar onde eles moravam; dividindo um apartamento com um dos jovens; o que tornava o aluguel ainda mais barato. Mas nosso convívio durou pouco mais de um mês. A diferença de idade e ideias pesaram, e um dia, por pura falta de comunicação - "quem fechou a porta e deixou o outro de fora ?" - nos desentendemos, e ele foi morar em outro apartamento. Mas isso não nos impediu de temos uma convivência saudável. Ana, creio que era o nome da landlord, se esforçava para agradar. Se satisfeitos, os cearenses ajudariam a trazer futuros hospedes.  Lembro-me dela e o marido fazendo um barbecue de frango na beira da piscina, que ficava no centro do complexo de apartamentos; e de nos levar para um festival em Lafayette, cidade distante pouco mais de uma hora de Baton Rouge.

Cajun
O Festival Internacional da Louisane de Lafayette
José Rubens e Ana Cristina a esquerda
é hoje o maior festival internacional de música dos Estados Unidos. Em 1987 era a sua segunda edição. São cinco dias de festa no centro de Lafayette, no mês de abril.
Esse festival é uma conexão entre a Acadia ou Cajun e o mundo francofone nos Estados Unidos. Cajun é pronuncia americanizada para (les) Cadiens ou (les) Acadiens, grupo étnico que vive principalmente no estado da Louisiana, composto pelos descendentes de exilados acadiano, francofones que vieram da L'Acadie, províncias da costa leste do Canadá. Hoje, os Cajuns constituem uma parcela significativa da população do sul da Louisiana e exercem um enorme impacto na cultura do estado. Nos estados da Louisiana e Texas vivem mais de um milhão e meio dos descendentes acadianos ou cajuns. A comida cajun servida no Festival é muito boa.
Para Lafayette fomos em dois carros. E devido a minha idade, coube-me a responsabilidade de ir dirigindo um deles.
Em tempo: Louisiana é uma homenagem a Louis XIV, rei da França. A região central dos Estados Unidos, desde o Canadá até a Louisiana foi comprada da França. 

Moving out
Com Mike e amigos.
Fiquei cerca de um mês juntos com os brasileiros, mas querendo praticar mais o inglês, fui em busca de um roommate nativo da língua. Achei um que não era americano, mas sua língua mãe era o inglês. Era de Gana, mas já morava há muito tempo nos Estados Unidos. Era estudante de doutorado em fisioterapia. Morava numa casa muito interessante. A fachada era uma casa normal, com uma porta larga ao centro, uma janela de cada lado da porta; e acima das portas, no segundo andar, duas janelas. Mas quando você passava pela porta, descobria que se tratava de quatro casas. Ao passar ela porta, já dentro do imóvel, tinha uma porta a direita e outra a esquerda dando acessos às duas casas. E a sua frente tinha uma escada, dando acesso a mais duas casas. Mike morava sozinho. A casa era bem ampla, com sala, cozinha e três quartos. Estava muito bem localizada. Bem perto tinha uma plaza, com lojas e um supermercado.
Mike e uma amiga
Ficamos muitos amigos. Era muito religioso. Foi a primeira pessoa a me falar das aparições de Nossa Senhora em Medjugorje. Jogamos futebol muitas vezes depois das aulas. Jogava muito bem. Tinha bons amigos e amigas que frequentavam a casa. Fazia bico de garçom num dos restaurantes da universidade; e sempre trazia uma torta doce de alguma coisa pra casa.
Havia uma coisa que me chamava atenção nele, e me deixava preocupado. Toda segunda-feira a noite era dia de futebol americano. Ele não pedia um jogo. Sentava-se na frente da TV com um vidro grande de manteiga de amendoim (yummy !!!) e um pacote inteiro de pão de forma, durante a partida devorava tudo; às vezes até um pouco mais. Fico pensando como anda o fígado dele hoje.

Na sala de aula
Barbara, a monitora do lab.
Para mim as aulas eram o maior barato. Fui para o nível cinco no total de seis. Mrs.Cordes, uma idosa senhora muito séria, era a professora de gramática, e autora do livro adotado; Mr. Soucier era o professor de pronuncia ou inglês falado. Havia também a professora de leitura e interpretação de texto, magérrima, cujo nome não recordo mais. Havia também aulas de conversação com jovens universitários e as aulas de laboratório com a Barbara, que deveria ter uns 20 anos no máximo. Os homens barbaravam por ela. Mas foi com Khaled - um arábe, mais feio que bater em mãe, cheio da grana – com quem ela ficou. Gosto é que nem umbigo; cada um tem o seu.
Também estudavam  inglês intensivo um casal de médicos brasileiros. Dois oftalmologistas, que nos tornamos amigos; cuja a casa eu frequentava.
Barbara e eu
Recordo-me com saudades deles. Estavam melhorando o inglês para passar uma temporada no Boston Children Hospital. Ana Cristina e José Rubens, que eu chamava de Zé das Medalhas, em referência a um personagem de Armando Bógus, na novela Roque Santeiro da Globo. Lembro-me ela dizendo que de olho ela sabia tudo, e fazia qualquer tipo de operação. Quando estavam em Boston recebi uma carta dela muito irritada porque a colocaram para operar coelhos. Por meio deles conheci Amanda, uma paraense casada com um americano e que já morava há muitos anos em Batom Rouge. Tivemos vários encontros na casa dela; inclusive a festa de Halloween, onde conheci outros brasileiros.

No jogo de basquete com José Rubens
e Ana Cristina.


Halloween na casa da Amanda

Amanda, de vermelho.
Voltando pra casa
Acabou o curso. E o dinheiro também. Pedi da minha mãe que transformasse em dólares um resto de poupança. O curso acabaria em 5 de dezembro e o dinheiro não chegava. A remessa não era tão fácil como é hoje. Os tempos eram outros. A comunicação mais cara. Finalmente, dia 3 de dezembro recebi uma carta postada nos Estados Unidos, vindo de uma congregação de padres. Fiquei surpreso: o que eles querem comigo? Como me acharam aqui? Ao abri-la, a surpresa e a alegria. Tinha um cheque de 600 dólares e um bilhete: "Sua mãe mandou pra você."
Ainda sim, como diria meu cunhado Cristiano Soares: a situação era tensa. Põe tensa nisso.
Os gastos seriam com aluguel, comida, passagem de ônibus até Miami - mais um dia de viagem - e bilhete de Miami para Manaus. Resumindo: quando embarquei no avião de volta pra casa, eu tinha 12 dólares no bolso.
De Baton Rouge eu liguei para o Lloyd Aero Boliviano para fazer a reserva. Não tinha internet. Eu disse que iria comprar a passagem na hora do check in. O sujeito me disse que a reserva poderia cair se comprasse depois do check in aberto. Expliquei a minha situação e pedir ao gerente que pelo amor de Deus segurasse a reserva. O dinheiro ficou tão curto que até para pegar um táxi do terminal de ônibus para o aeroporto de Miami, estive de pensar duas vezes.
Mas Deus é bom sempre. Deu(s) tudo certo. Voltei em paz. 
Isso era dezembro de 1987. Em 5 de abril de 1988, eu embarcava para mais uma aventura, dessa vez por dois anos, no Japão.

Tenham todos um bom feriado !


Cláudio Nogueira

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Nossa Senhora de Itapiranga

A vida de Maria, Nossa Senhora, não tem sido muito fácil não. De saída ouviu do velho Simeão que "uma espada de dor traspassaria sua alma"( Lc. 2, 35). E antes de Jesus completar dois anos, José sonha com o anjo do Senhor lhe dizendo:"Levanta-te, toma o Menino e a mãe e foge para o Egito. Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para matá-lo"(Mt. 2: 13-18). Você  já pensou que aflição no coração ? Teve mais: com 12 anos Jesus desaparece por três dias (Lc. 2: 41-46). 
Meu caro e-leitor, minha cara e-leitora: você tem filhos ? Eu perdi um dentro do supermercado, procurei-o por alguns minutos, e entrei em pânico; o outro, se distraiu, não viu que entramos em um prédio e passou direto. Perdemos-nos em uma rua em Montreal. Foi encontrado aos prantos. Procuraram Jesus por três dias ? Uma eternidade.
Mas tudo isso era muito pouco o pior estava por vir: " Maria vê Jesus sofrer em seu corpo. Segue passo a passo o triste cortejo no caminho rumo ao Calvário. Assiste à horrível cena da Crucificação. Que dor se compara a de uma mãe em ver seu próprio filho sofrer calúnias, ironias, traições? E ainda mais: uma cruel flagelação, com grande número de pancadas, que suas carnes dilaceradas caiam aos pedaços, até se lhe descobrirem os ossos e ainda não basta, dolorosos espinhos hão de atormentar a sua Sagrada Face.
Maria olhava Jesus sofrer e sentia em sua alma as mesmas dores. A aflição da Santíssima Virgem aumenta ainda mais ao ouvir seu filho dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes. Maria não abandona por um só minuto Filho agonizante, não perde de vista um só de seus sofrimentos. Quando Jesus morre, Ela está lá."(1)
Nesse momento, representados por são João, ela se torna mãe de todos nós: "Mulher, eis aí o teu Filho." Depois disse ao discípulo:"Eis aí a tua mãe."( Jo. 19, 26-27).
Nas Bodas de Caná: O Poder de Maria (aqui nesse blog)  ela já tinha mostrado que seria nossa intercessora. "Faça tudo o que Ele mandar." Sempre preocupada que nos levar até o seu Filho e fazermos o que Ele mandar. 
Nesses dois mil anos, ela tem nos visitado diversas vezes. SEMPRE querendo que a vontade de seu Filho seja feita. Sempre querendo nos aproximar dele.
Sempre apareceu por algum motivo. Sempre para o nosso bem. Uma vez perguntada por que apareceu muitas vezes na França, ela respondeu mais ou menos assim "Porque lá estava nascendo à ideia de comunismo e a negação da existência de Deus". Em 1858 apareceu a pequena Bernadete para confirmar que era toda pura, criada por Deus sem mácula. Que era a Imaculada Concepção. Há cem anos, em 1917, ela apareceu em 13 de maio, em Fátima, para pedir que rezássemos pelo fim da guerra e nos advertir do perigo do comunismo que se aproximava; que na realidade se instalou na Rússia, em outubro daquele ano.  Mas nem Bernadete, nem os três pastorinhos portugueses tiveram a vida fácil ao anunciar que viram e receberam mensagens de Nossa Senhora. Foram ameaçados de diversas formas. Até de serem postos num calderão de óleo fervendo; mesmo assim não negaram o que viram e ouviram. Somente em 13 de outubro de 1930, o bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, declarou que as aparições eram dignas de crédito e autorizou o culto mariano.  
De que a Igreja tem medo ? Não seria medo exatamente , mas prudência. A Bíblia nos adverte sobre os falsos profetas:
 22 Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos. 23 Mas vós vede; eis que de antemão vos tenho dito tudo. (Mc 13: 22, 23).
3 Em sua cobiça, tais mestres os explorarão com histórias que inventaram. Há muito tempo a sua condenação paira sobre eles, e a sua destruição não tarda.” ( 2 Pedro 2:1-3).

Aparições de Itapiranga

Qual por qual motivo estou abordando esse assunto agora ? 
O motivo é a seguinte mensagem divulgada pela Prelazia de Itacoatiara, a qual a Igreja de Itapiranga, no Amazonas, está subordinada:

Aos  meus queridos amigos que me mandaram aflitos essa mensagem, eu vos aconselho a se queixarem ao bispo. Entendam-se com ele, como se entenderam com Dom Carillo Gritti. 
" Mas Itacoatiara está sem bispo, D. Carillo morreu". A boa nova é que o novo bispo de Itacoatiara já foi escolhido, padre José Ionilton Lisboa de Oliveira, da Congregação dos Padres Vocacionistas, deverá assumir em breve. 
"O Concílio de Trento (1545-1563) estabeleceu que o bispo local seja a primeira e principal autoridade para julgar a autenticidade de uma aparição mariana; quer dizer, se reconhece que sua mensagem não é contrária à Fé e a moral, a Virgem Maria pode ser venerada de uma maneira especial. Aqui a aprovação do Vaticano não é necessária para assinalar que a aparição é autêntica, mas, depois de uma aprovação episcopal, este pode realizar uma declaração oficial, ou, após um tempo, efetuar uma visita papal coroando a imagem ou presenteando com uma rosa de ouro."
Meus queridos amigos: paciência. De mais de 2 mil aparições marianas registradas, só 16 foram reconhecidas pelo Vaticano; e 28 contam com aprovação do bispo local. O bispo, chefe da Igreja local, tem autonomia para isso. Vocês encontram mais detalhes em The Miracle Hunter (www.miraclehunter.com). 
"Entre as aparições marianas que contam com reconhecimento da Santa Sé, se encontram a da Virgem de Guadalupe, no México (fato ocorrido em 1531); a de Nossa Senhora de Siluva, na Lituânia (1608); a Virgem da Medalha Milagrosa na França (1830); Nossa Senhora de Sión em Roma, Itália (1842); a Virgem de La Salette (1846) e Lourdes (1858) na França; Nossa Senhora de Gietzwald na Polônia (1877); a Virgem de Fátima, Portugal (1917), e a Mãe do Mundo de Kibeho, Ruanda (1981), para mencionar algumas.
E onde está a mais longeva de todas, Medjugorje ? 
Veja aqui no nosso blog: Trinta e cinco anos de Medjugorje.
As aparições de Medjugorje, na Bósnia e Herzegovina tem dado muito que falar. Como escrevi no texto citado acima, já estive duas vezes lá. E vi em cada celebração - e ocorrem várias por dia - centenas de padres e dezenas de bispos. E porque o Vaticano não reconhece (nem desconhece) as mensagens? Por que o pronunciamento do bispo é soberano. 'A Igreja se mantêm prudente seguindo o parecer dos bispos da Iugoslávia (país que se dividiu após as guerras), que em 1991 assinalaram que “não é possível estabelecer que houve aparições ou revelações sobrenaturais”.
As autenticidades dessas aparições são confirmadas pelas curas comprovadas que lá ocorreram; pelas mensagens e exigências feitas por Nossa Senhora: jejum toda quarta e sexta-feira; três horas diárias de orações, com missa, do povo, dedicadas a Deus e a seu Filho; penitência e arrependimento dos pecados. 
Há vinte anos, voltando de uma peregrinação a Itapiranga, dei carona de volta para Manaus, no barco que alugamos para levar os fieis, ao padre Danilo Cappelleto ( será que ele é parente da Julieta ?), PIME, da paróquia de Nossa Senhora de Nazaré. Havia ido a mando do arcebispo de Manaus, Dom Luis Vieira, a aparição em Itapiranga. Na ocasião houve uma procissão pela cidade conduzida pelo Edson de Souza. A bordo do barco, eu lhe perguntei: qual é a sua posição ? O senhor acredita ? Pois, houve também, no dia anterior, uma aparição de Nossa Senhora. Ele me respondeu: "Vi muita seriedade no rapaz. Ele não disse nada que vá contra a Igreja; muito pelo contrário. As mensagens pedem o arrependimento, o jejum, a penitência; que nos voltemos para Deus enquanto podemos. E, sobretudo, não vi nenhum messianismo, nem culto à pessoa dele. Ele não se põe como o centro das atenções. Mas Nossa Senhora e seu Filho."
Portanto, povo que segue as aparições de Itapiranga, se aquilo lá - que já acontece há mais de vinte anos - for coisa do diabo, com o tempo isso será descoberto, mas se for obra de Deus, não há proibição que a faça parar. Paciência e muita fé.
Como é dito de Medjugorjie: se é coisa do diabo, ele se converteu.
Nossa Senhora da Rosário e da Paz de Itapiranga, rogai por nós.

E não esqueçamos o próximo domingo é o da Festa da Divina Misericórdia.


Cláudio Nogueira


1. A Jesus por Maria. 
http://amigoscatolicos.blogspot.com.br/2010/09/uma-espada-de-dor-transpassara-tua-alma.html

2.  Santuário de Itapiranga. 
 http://www.santuariodeitapiranga.com.br/

3. Associação Rainha do Rosário e da Paz de Itapiranga.  
http://itapiranga0205.blogspot.com.br/

4. Lista da Aparições de Nossa Senhora reconhecidas pela Igreja.
 https://servosdarainha.wordpress.com/2009/02/18/lista-das-aparies-de-nossa-senhora-reconhecidas-pela-igreja/

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Sid Martin Biotechnology Incubator

Quando eu estava pesquisando na Flórida, em 2014, o que a  cidade de Gainesville - onde está localizado a Universidade da Florida - estava fazendo para se tornar um hub de empresas de tecnologia (o sonho deles é se tornar o novo Vale do Silício); eu fiquei um ano baseado no CIED, Center for Economic Development and Innovation do Santa Fe College. Entre as várias instituições que visitei teve uma que me chamou bastante atenção. 
Eu comecei a escrever esse livro, "Gainesville, from a University Town to an Innovation Hub" pensando que uma incubadora desse tipo seria a pedra angular do Vale da Biodiversidade, sonhado pelo professor Rodemarck Castelo Branco e do Parque de Biotecnologia, do meu amigo Alfredo Lopes (https://nogueiraclaudio.blogspot.com/2015/03/o-futuro-da-zona-franca-de-manaus.html); e ajudaria bastante no Vale do Jaraqui (https://nogueiraclaudio.blogspot.com/2015/11/o-vale-do-jaraqui.html), do magnífico Cleinaldo Costa.
Texto originalmente publicado em 30 de novembro de 2015.

UF Sid Martin Biotechnology Incubator
Excerpt from the book "Gainesville, from a University Town to an Innovation Hub"
The Sid Martin Biotechnology Development Institute was established, in 1995, with funds from the following institutions: University of Florida,
the United States Department of Agriculture (USDA), and the State of Florida, to foster the development of bioscience start-up companies that bear some relationship to the University.
Placed in the Progress Corporate Park, in Alachua City; a small town fourteen miles north of downtown Gainesville, the incubator is, along with the Park, one of the most important tools that Alachua County has in its underway process to become an innovation hub.
Managed by Patti Breedlove[1], under the supervision of Davis Day, UF Assistant Vice President and Director of Office of Technology Licensing, the Incubator is one of the first life science-business incubators in the United States.
There are eight companies in situ dealing with “clean tech, diagnostic, therapeutic, drug delivery, genomic, bio-medical device, agbio, biofuels, and others.” With the emphasis on the following residents: AxoGen, Inc.,  a biomedical company that develops “products that will allow surgeons to repair and regenerate peripheral nerves more successfully than ever before”[2]; Applied Food Technologies,Inc.(Aft), “a growth stage biotechnology company developing molecular diagnostics to address issues related to safety, science and technology in the food industry”[3] ; and Applied Genetic Technologies, Corp. (Agtc), which is developing cures for rare lung and eye diseases [4]. Agtc has recently filed for getting US$ 70 million in an initial public offering (IPO).[5] 
Twenty-eight former residents have already graduated. Nevertheless, there are three Graduate Members that still have access to the program resources. One of them, Nanotherapeutics, Inc., has become news due to a contract up to $360 million over a 10 year period, awarded by the US Defense Department (DOD), to build a drug development and manufacturing facility, the Medical Countermeasures Advanced Development and Manufacturing Center (MCM ADM). “The goal of the contract is to enable faster and more effective development of medical countermeasures designed to protect and treat military populations against chemical, biological, radiological and nuclear attacks and outbreaks of naturally occurring, emerging and genetically engineered infectious diseases.”[6] 
There are also external companies, fourteen in all, called Affiliates and Associates. The former are off-site, advanced companies that use the program resources or want to establish relationships with resident companies. Affiliates are off-site young companies, which are too early stage to qualify for residency but can benefit from program resources.[7]
Last year, UBI, a Sweden-based organization specialized in benchmarking incubators worldwide, awarded the UF Sid Martin Biotechnology Incubator as the Best Business Biotech Incubator in the world, and the Global Top # 23.[8]
UBI justify its choice: It is “one of the most experienced and fully-equipped bio-business incubators in the U.S. The program is committed to feeding, fueling and healing the world through biotechnology.”[9]
The National Business Incubation Association (NBIA) recognized Sid Martin as the 2013 Best Incubator of the Year among all categories; and so, granted it the Randal M. Whaley Award. Also chose it as the 2013 Best Dinah Adkins Incubator of the Year, for being a tech-intensive-oriented  incubator.  
NBIA states that: “The incubator has, since its creation, attracted $890 million in funding and produced an average annual economic impact of $100 million in Alachua County, Fla [unfortunately, I was not able to learn how this impact was measured]. Recent success stories include the acquisition of three incubated companies for $113 million [Pasteuria], $98 million [Celunol Inc], and $34 million [EraGen Biosciences], respectively” [10].
Notedly, NBIA is considering the Incubator and the Park as they were just one entity.This is also perceivable with the information provided by Adam Boukari, the Alachua City Assistant City Manager: “Progress Park has a great economic impact on our community.  With more than 1,200 jobs (many highly skilled) and 30+ companies.” We are going to discuss more it in the next section.
What makes Sid Martin Biotech Incubator such a winning incubator?
Besides the modern facilities, the state-of-the-art equipment and devices that comply with the highest quality standards, and “access to advanced instrumentation, scientific expertise, and services at reduced rates through UF’s campus-based Interdisciplinary Center for Biotechnology Research (ICBR), Nanoscale Research Facility (NRF), and Major Analytical Instrumentation Center (MAIC)",[11] it supplies to residents (which  enables them  to develop their  core competencies): company labs, cold rooms, greenhouses, seedling growth, chambers, fermentation room, and microscope room. Furthermore, it provides: conference room, business support through “introductions to investor groups and experienced life science attorneys, business plan assistance, accountants, and other service providers.” And much more for the supporting activities.
Moreover, for the scientific community, the Incubator provides a web-based resource, the “Florida BioDatabase”. An important source of updated information on incubators and the bioscience industry, plus unique profiles of biotech and biomedical device companies in Florida.
Assuredly, the Sid Martin Biotechnology Incubator is one of the cornerstones for the Alachua County to turn into an innovation hub.

Progress Corporate Park

The idea of a Park, actually a 204-acre area UF-owned, was conceived in the early 1980’s by the president of UF, Robert Marston, who foresaw a place where UF's technology projects and private start-up companies could coexist in the same environment; where both would mutually benefit.
In 1984, the Florida Power purchased the property from the University of Florida Foundation. In the mid-1990’s The Florida Power (FP) spun off the property to Echelon International; which FP controlled. At that time the UF has already, in the Park, a large animal facility bought in 1990. And in 1994, it built the Sid Martin Biotech Martin Biotech Incubator.
The first building was constructed in 1987. Today the Park has over thirty companies, employing more than 1100 people. Seventy-five percent of them work for a UF-related company.
In 1998, the Echelon and UF entered into an agreement providing in detail the obligations of each organization and defining the continuing  UF’s commitment to the Progress Corporate Park. The University expresses this commitment by promoting the use of the park by the UF research programs, start-up companies and licensees of the teaching body of university tec
hnology.
In addition to UF´s Sid Martin Biotechnology Incubator complex with its labs, animal facilities and greenhouses, the park is home to UF´s Center of Excellence for Regenerative Health Biotechnology (CERHB) providing workforce education, training and translational research to support the growing biotechnology-based industry. CERHB’s state-of-the-art biopharmaceutical cGMP manufacturing and testing facility Florida Biologix provides a broad range of early phase, biologic drug development services.
In 2012, the Alachua City approved the development of 280 adjacent acres for biotech R&D and manufacturing. Santa Fe College’s newest campus,the Charles R. and Nancy V. Perry Emerging Technologies Center, opened in 2009 across from the park focusing on biotech workforce training with two and four-year degrees.
Park development has been influenced by the presence of UF’s most successful spin-out company RTI Biologics company. Most of UF’s successful bioscience startups began life in Progress Corporate Park.
Companies located in Progress Park may apply for Foreign Trade Zone # 64 status through JAXPORT (Jacksonville Port). The company’s direct imports would be treated as if they remain in a foreign country and they do not pay U.S. import duties. FTZs help customers trim cash flow. They allow companies to defer payment of import duties until they sell goods to U.S. buyers outside the zone. Or they can skip duties completely if the goods are re-exported.[12]
When I visited the Park and the Incubator last week I could not help thinking about INPA and CBA; especially on the latter one. The incubator would be a good institution to be benchmarked by us. I will keep dreaming. One day we will have something similar.

Cláudio Nogueira





[1] http://www.sidmartinbio.org/patti-interview-1/
[3] http://www.appliedfoodtechnologies.com/
[4] http://www.agtc.com/
[5] http://www.nasdaq.com/markets/ipos/company/applied-genetic-technologies-corp-611847-74387
[6] http://www.sidmartinbio.org/nanotherapeutics-celebrates-groundbreaking-of-its-advanced-development-and-manufacturing-center-nano-adm-in-copeland-park-alachua-fl/
[7] http://www.sidmartinbio.org/external-clients/
http://ubiindex.com/global-top-list-2013/
    http://ubiindex.com/highlight-sidmartin
[10] http://www.nbia.org/success_stories/awards/2013/
[11] http://www.sidmartinbio.org/facilities/
[12] Foreign Trade Zone.  http://www.jaxport.com/cargo/services/foreign-trade-zone