Morreu, hoje 23 de abril de 2010, o Dr. José Joaquim de Souza Contente, ou simplesmente Dr. Contente. Pela atenção que teve com os meus filhos, pela atenção que teve com os meus pais, atendendo inúmeros pedidos, e por diversas vezes não cobrando um único centavo, sinto-me obrigado a escrever essas poucas palavras de agradecimento. Embora, as palavras sejam poucas, o agradecimento é enorme, mas ainda muito aquém do que ele merece.
Em certa ocasião conversando com uma médica, e ao lhe dizer que levaria um dois meus filhos para ser consultado pelo Dr. Contente, ela me disse:
- Dr. Contente ? Procura um médico mais novo. Eu fui consultado por ele.
Seguramente que foi. Médico pediatra, formado em 1951 pela Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, especializou-se em pediatria, inicialmente, em 1954, no Curso de Puericultura e Administração do Departamento Nacional da Criança no Instituto Fernandes Figueira, Rio de Janeiro. A partir deste primeira fez várias especializações nesta área, nos mais respeitado hospitais do país.
O que fazia dele uma pessoa especial ?
Profissionalmente, era um dos melhores. Dizia um professor meu que o melhor elogio para uma pessoa, era a dos seus pares; não obstante, o julgamento da jovem médica, ele era muito respeitados pela classe médica e, sobretudo, por aqueles que precisaram dos seus conhecimentos médicos. Era famosa a sua atitude de colocar o cocô ( muitas vezes diaréia) da criança na mão cheirá-lo e dar o diagnóstico. A última vez que levei um filho para ser consultado por ele faz três anos, ele já estava com 80 anos anos ( faria 84 em novembro). Descobriu um alergia em um dos meninos que as pediatras não haviam detectado, um sopro no coração de uma delas, que nenhumas das pediatras haviam nos comunicado. No período que nos consultamos com ele, os resultados com os problemas com as nossas quatros crianças foram sempre sanados com muita eficiência. E as histórias de intervenções deles nas doenças de filhos e netos dos nossos pais são todas exitosas. Apesar de seu 1,50 m de altura era um gigante.
Somado a sua capacidade profissional tinha a sua personalidade. Pacato, amável, simpático, fala mansa e atencioso. Era uma pessoa de convivência facil. Veja na sua biografia abaixo que ele, em 1971, participou do Treinamento de Líderes sobre Valores Humanos, na Caritas da Arquidiocese de Manaus. Isso reflete o tipo de ser humano que era, uma figura exemplar.
Dr. Contente nunca parou de trabalhar, não por necessidade financeira, mas porque fez da medicina um sacerdócio.
Vai nos fazer falta, foi embora muito cedo, ainda íriamos precisar dele. As crianças entravam no consultório dele,sentavam no chão e começavam a montar e desmontar brinquedos, nunca reclamou, nunca fechou a cara. Dizia: "Deixe, Deixe", quando eram repreendidas. Sempre saímos de lá com a alma lavada, com a certeza de que a solução do problema foi encontrada.
A última vez que falei com ele foi pouco mais de um mês na missa das seis horas da manhã, na igreja de São Sebastião. Estava muito pálido, andava muito mais lento do que costumava andar, resultado da leucemia que tomou conta de seu corpo.
Hoje partiu e deixando muitas saudades. Nossas vidas foram muito melhores por termos o conhecido.
Que Deus o receba de abraços abertos.
Adeus Dr. Contente, vamos sentir a sua falta.
Sociedade Brasileira de Pediatria - biografia
http://www.sbp.com.br/show_item.cfm?id_categoria=74&id_detalhe=1518&tipo=D
Em certa ocasião conversando com uma médica, e ao lhe dizer que levaria um dois meus filhos para ser consultado pelo Dr. Contente, ela me disse:
- Dr. Contente ? Procura um médico mais novo. Eu fui consultado por ele.
Seguramente que foi. Médico pediatra, formado em 1951 pela Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, especializou-se em pediatria, inicialmente, em 1954, no Curso de Puericultura e Administração do Departamento Nacional da Criança no Instituto Fernandes Figueira, Rio de Janeiro. A partir deste primeira fez várias especializações nesta área, nos mais respeitado hospitais do país.
O que fazia dele uma pessoa especial ?
Profissionalmente, era um dos melhores. Dizia um professor meu que o melhor elogio para uma pessoa, era a dos seus pares; não obstante, o julgamento da jovem médica, ele era muito respeitados pela classe médica e, sobretudo, por aqueles que precisaram dos seus conhecimentos médicos. Era famosa a sua atitude de colocar o cocô ( muitas vezes diaréia) da criança na mão cheirá-lo e dar o diagnóstico. A última vez que levei um filho para ser consultado por ele faz três anos, ele já estava com 80 anos anos ( faria 84 em novembro). Descobriu um alergia em um dos meninos que as pediatras não haviam detectado, um sopro no coração de uma delas, que nenhumas das pediatras haviam nos comunicado. No período que nos consultamos com ele, os resultados com os problemas com as nossas quatros crianças foram sempre sanados com muita eficiência. E as histórias de intervenções deles nas doenças de filhos e netos dos nossos pais são todas exitosas. Apesar de seu 1,50 m de altura era um gigante.
Somado a sua capacidade profissional tinha a sua personalidade. Pacato, amável, simpático, fala mansa e atencioso. Era uma pessoa de convivência facil. Veja na sua biografia abaixo que ele, em 1971, participou do Treinamento de Líderes sobre Valores Humanos, na Caritas da Arquidiocese de Manaus. Isso reflete o tipo de ser humano que era, uma figura exemplar.
Dr. Contente nunca parou de trabalhar, não por necessidade financeira, mas porque fez da medicina um sacerdócio.
Vai nos fazer falta, foi embora muito cedo, ainda íriamos precisar dele. As crianças entravam no consultório dele,sentavam no chão e começavam a montar e desmontar brinquedos, nunca reclamou, nunca fechou a cara. Dizia: "Deixe, Deixe", quando eram repreendidas. Sempre saímos de lá com a alma lavada, com a certeza de que a solução do problema foi encontrada.
A última vez que falei com ele foi pouco mais de um mês na missa das seis horas da manhã, na igreja de São Sebastião. Estava muito pálido, andava muito mais lento do que costumava andar, resultado da leucemia que tomou conta de seu corpo.
Hoje partiu e deixando muitas saudades. Nossas vidas foram muito melhores por termos o conhecido.
Que Deus o receba de abraços abertos.
Adeus Dr. Contente, vamos sentir a sua falta.
Sociedade Brasileira de Pediatria - biografia
http://www.sbp.com.br/show_item.cfm?id_categoria=74&id_detalhe=1518&tipo=D
LINDO , muiito lindo , quizera eu saber dizer tudo o que meu coração tá sentindo, ele foi o unico pediatra dos meus filhos, e foi em uma consulta de rotina que ele detectou um sopro no Saulo que mais tarde veio a descobrir uma frequencia cardiaca lenta nele ainda, levei algumas vezes o Paulinho , mais recente elegemos ele como pediatra do Luiz Rauciele. Minha nora a principio não mostrou muito satisfação em levar seu filho em um medico já velho, saiu da consulta encantada e disse ; que Deus conserve esse homem, porque não existem outros Dr. Contente.
ResponderExcluirAna Mariano
Linda e justa homenagem! O Dr Contente foi o pediatra dos meus quatros filhos. Com seu incentivo amamentei meus quatros filhos e descobri o significado de "amamentar é um ato de amor". Ele era o médico dos filhos e o terapêuta da mãe, pois segurou todas as neuras de mãe estressada com doença de filho. Sua voz macia, suave, tinha a capacidade de acalmar qualquer mãe, independente do tamanho do problema. Que a sua postura profissional possa ser seguida por todos os seus discipulos e simpatizantes. Ao Dr Contente a nossa gratidão eterna, que Deus lhe cubra de bênçãos e lhe reserve um lugar muito especial. Amém!
ResponderExcluirObrigado pela informação, ainda que triste, do falecimento do Dr. Contente. Pessoa boníssima, foi pediatra dos meus dois irmãos, lá pelos idos dos (saudosos) anos setenta. A filha dele, Magdalena, foi a minha primeira paixão, com direito a declaração por telefone e tudo. Não vou citar a data para não constrangê-la, caso venha a ler este blog. Diga-se em sua defesa que ela não aceitou a minha corte. Do Dr. Contente guardo as mais vivas e abonadoras lembranças, que o seu Deus o abençõe e lhe retribua a bondade, cortesia, generosidade, gentileza, respeito, atenção e competência com que sempre tratou seus pequenos pacientes e suas famílias.
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