sábado, 30 de outubro de 2010
Eleição 2010: A Globo mente novamente
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Resultado da Eleição Presidencial de Domingo
Dos mais de 111 milhões de votos, somente 101.590.153 foram válidos, os outros foram nulos ou brancos. A distribuição dos votos válidos entre os três primeiros colocados ficou assim:
Dilma Roussef 47.651. 434 (46,91%)
José Serra 33.132.283 (32,61%)
Marina Silva 19.636.359 (19,33%)
E como ficaria o resultado considerando a pesquisa Datafolha:
56% Dilma, 44% Serra?
Serra terá 44.699.667 de votos
domingo, 24 de outubro de 2010
Perpetuum Jazzile
http://www.youtube.com/watch?v=jmttwEHdfB0
Ou " Que Mais Nada" :
http://www.youtube.com/watch?v=PbHtDJA_7Lg&feature=related
"Só Danço Samba":
http://www.youtube.com/watch?v=-nedMqnYa3c&feature=related
Vá lá e se delicie. Se não gostar, eu devolvo o dinheiro.
O site deles em inglês é:
A candidata da esquerda e o candidato da direta
A grande maioria dos votos da Marina - dados por um eleitor mais esclarecido, como foi apontado pelas pesquisas - migraram para o Serra. Principal motivo: não querem ver mais o PT no poder. O representante deste eleitor verde é o deputado federal Fernando Gabeira, que foi deputado petista, saiu, voltou e saiu novamente. É o voto-magoado com o PT, porque o programa petista e a história de vida do sujeito está muito mais perto do PT do que do programa do PSDB.
Os eleitores da Marina (a ex-petista) seguem Serra até um determinado ponto, a partir do qual entram em crise de consciência. Por isso votos de Marina começam a migrar para a Dilma.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Serra e o vídeo da Rede Globo
Serra e o vídeo da Rede Globo
22 de outubro de 2010 às 15:38h
Professor de jornalismo gráfico desmonta vídeo quadro a quadro e aponta truque de compressão de imagens
Por Antonio Martins*, originalmente publicado no site Outras Palavras
Urgente (22/10, 12h16): Desde o final da manha desta sexta (22/10), o site do professor José Antonio Meira da Rocha (http://meiradarocha.jor.br) foi bloqueado pela empresa que o hospeda — no que pode ser um caso grave de censura na internet. Em decorrência, as imagens que sustentavam a hipótese levantada por ele desapareceram, em dezenas de blogs que reproduziam suas informações.
O Jornal Nacional de ontem fez lembrar o envolvimento da Rede Globo na disputa presidencial que elegeu Fernando Collor, em 1989. Nada menos que 7 minutos foram dedicados à tentativa de demonstrar que José Serra fora atingido, na véspera, por um rolo de fita adesiva. Convocou-se Ricardo Molina, um “especialista” cujo currículo inclui a tentativa de acusar o MST pelo massacre de Eldorado de Carajás, de “assegurar” que PC Farias se suicidou e de questionar as provas sobre a responsabilidade da família Nardoni na morte da menina Isabela. Procurava-se frear a onda de indignação (e de deboche) que correu o país, quando se soube, horas antes, que a “agressão” sofrida na véspera pelo candidato do PSDB fora provocada por uma bolinha de papel. Não, tentou afirmar o Jornal Nacional: a tomografia a que se submeteu o candidato justificava-se. Ele havia sido atingido também por um rolo de fita adesiva…
Até mesmo esta versão está sendo contestada agora. José Antonio Meira da Rocha, professor de Jornalismo Gráfico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), analisou as imagens do Jornal Nacional quadro a quadro e chegou às seguintes conclusões, publicadas em seu blog: a) o suposto rolo de fita crepe, ou durex, não aparece em nenhum dos quadros anteriores ou posteriores ao momento em que se “choca” com a cabeça de Serra. Teria surgido do nada; b) um truque elementar na manipulação de vídeos (um artifact de compressão) é suficiente para gerar imagem idêntica à exibida no Jornal Nacional.
A análise de Meira Rocha pode ser conferida abaixo. Adicionalmente, um post no blog de Luís Nassif mostra: o suposto “choque” da fita adesiva com a cabeça de Serra deu-se numa parte da cabeça totalmente distinta daquela em que, segundo seu médico, ele foi atingido…
Leia, a partir daqui, a análise do professor José Antonio Meira da Rocha:
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Serra e a Bolinha de Papel
- Folha de papel: R$0,02. Tomografia computadorizada: R$600,00.Assistir ao SBT desmascarar Serra: não tem preço;
- Quando a criançada da 5ª série descobrir que tomar bolinha de papel garante 24h de repouso, vai ser uma festa;
- Bolinha de papel: médico recomenda a Serra repouso por quatro anos;
- Lula perdeu dedo, Dilma venceu câncer, Serra leva uma bolinha de papel e pede tomografia...;
-O Serra é um fingidor/Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A bolinha de papel que deveras sente (Fernando Pessoa)
-Na bolinha de papel tava escrito: "Não se larga um lider ferido na estrada" Ass: Paulo Preto.”
-O exame de ‘bolística’ determinou que o projétil saiu de um chumaço de Maxprint, calibre A4;
-Células terroristas Chamex, Maxprint e Aracruz disputam autoria do atentado!;
-Ações da Faber Castel, Chamex e Xerox saltam e o povo compra papel desesperadamente. Serra teme uma guerra civil;
-Bolinha de papel é considerada arma branca;
-“Pedra vence tesoura. Tesoura vence papel. Papel vence Serra!” Tiririca;
-Capaz do Serra aparecer com a cabeça enfaixada no debate da Record;
-José Serra finge que levou pedrada e a Globo finge que faz jornalismo;
-SerraRojas é agredido por bolinhas filiadas ao PT;
- PSDB - Partido Sendo Derrubado por Bolinhas;
- Serra não vai a baile de carnaval porque pensa que chuva de confete é tiroteio.
"Para que deseja existem os seguintes twitters para serem ser seguidos:
http://twitter.com/serrarojas
http://twitter.com/Bolinha_dePapel
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Serra e a Zona Franca de Manaus
Com a proximidade do 2º turno das eleições presidenciais e com o intenso “bombardeio” de emails sobre as candidaturas, temos sido questionados por alguns colegas sobre nossa posição.
Nós, que sempre consideramos qualquer debate como salutar, entendemos que quanto maior a quantidade de informações melhor para cada um decidir com sua livre consciência em quem votar.
Dizia Tolstoi “fala da tua aldeia e serás universal”, então vamos avaliar a estrada a partir da aldeia dos Barés.
Nosso posicionamento é fruto de uma profunda reflexão, a partir de uma intensa vivência profissional, de interação com os principais atores desse processo no âmbito dos governos federal e estaduais.
Estamos nos perguntando: O que melhor atende aos interesses do Amazonas, especialmente da Zona Franca de Manaus que, em ultima análise, mantém economicamente nosso Estado. Quem tem a melhor proposta para o Amazonas? Vamos ao debate!
Veja bem, o Serra tem nosso respeito, pela capacidade intelectual, pela competência, e pela história de vida, MAS A VISÃO DELE SOBRE O PÓLO INDUSTRIAL DE MANAUS É EQUIVOCADA. Os teóricos TUCANOS, incluindo o Serra, entendem que a criação de empregos no Amazonas é muito cara e que por isso a ZFM, enquanto modelo de incentivos fiscais, deve acabar e o Amazonas passar a ser financiado pelo Orçamento Federal, a DEPENDER da transferência de recursos orçamentários, que sabemos incertos, e dependentes de injunções políticos e conveniências do Poder Central.
O que eles se recusam a perceber é que os incentivos no Amazonas são para a produção. Nesse modelo não há incentivos fiscais sem produção. O incentivo só ocorre quando a motocicleta, o celular, a TV de LCD são produzidos e comercializados. O financiamento governamental é baixíssimo se comparado com o investimento de risco das próprias empresas. Mas os tucanos não vêem assim!
O Serra agora promete tudo, perenizar, prorrogar por 100 anos. Isso como promessa de campanha, porque a prática político-administrativa releva outro Serra.
a) Suspendeu a aprovação de novos projetos pelo artifício da não realização das reuniões periódicas do Conselho de Administração, por mais de um ano;
b) Limitou a aquisição de insumos, paralisando as empresas pela falta de matéria-prima, punindo a competência empresarial;
c) Congelou a aprovação de novos PPB´s (Processo Produtivo Básico) - que estabelecem o índice de nacionalização dos produtos e sem o qual não é possível produzir e a comercializar para outros estados. Parece razoável. Só que através de mais burocracia não aprovava nem mesmo os PPB’s de produtos com alto índice de nacionalização e que já eram produzidos em Manaus. As empresas foram à Justiça para garantir o direito de produzir. Alguns PPB’s nunca saíram e empresas fecharam.
Foi no Governo Tucano que perdemos o Polo de Informática do PIM com a adoção de medidas mais favorecidas para o resto do país através da Lei 10.176, de 11/01/2001.
Como naqueles comerciais de televisão, poderíamos dizer: MAS NÃO É SÓ ISSO. Vejam o que eles estão fazendo HOJE.
GOVERNOS ALCKMIN E SERRA
1. COMUNICADO CAT - inconformado com a proteção constitucional da ZFM, Geraldo Alckmin EDITOU, através da Secretaria da Fazenda de São Paulo, em 29/07/2004, um ato normativo denominado Comunicado da Coordenadoria de Administração Tributária - CAT 36/2004, que equiparou os incentivos do ICMS da ZFM àqueles concedidos irregularmente por outros estados brasileiros, no âmbito da Guerra Fiscal.
• Através de um mero comunicado, o Estado de São Paulo vem impedindo o reconhecimento de créditos de ICMS, baseados na Lei de Incentivos Fiscais do Amazonas, nas operações realizadas por empresas do Pólo Industrial de Manaus com contribuintes daquele estado, afrontando a própria Constituição Federal que autoriza o Estado do Amazonas a conceder incentivos fiscais, através de lei própria.
• Esta autorização, expressa no artigo 15, da Lei Complementar nº 24, de 07/01/75, foi recepcionada pelo disposto no Art. 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que assegurou as vantagens comparativas da ZFM, em magistral proposta apresentada pelo Relator Bernardo Cabral.
• JOSÉ SERRA ENQUANTO FOI GOVERNADOR SE RECUSOU A REVOGAR O ATO QUE CONTINUA EM VIGOR. Nota Técnica do Governo Paulista, de agosto de 2010, reafirma que os benefícios do ICMS concedidos às empresas da ZFM são inconstitucionais.
2. TRIBUTAÇÃO DE MONITORES E CELULARES - Os Celulares e Monitores, e demais produtos de informática produzidos no Polo Industrial de Manaus são tributados em SP com 18% de ICMS, enquanto a legislação paulista praticamente ZERA a tributação dos fabricados em SP. Clara inconstitucionalidade que levamos ao STF.
• Para fugir ao julgamento, SERRA aplicou um “passa-moleque” na mais alta Corte do País. Ás vésperas do julgamento suspendeu a legislação, o STF então entendeu que a ação do Amazonas havia “perdido o objeto” e, ato contínuo, SP voltou a aplicar a mesma tributação com nova legislação. O STF está sendo acionado novamente.
• NÃO ESQUEÇA: JOSÉ SERRA SE RECUSOU A REVOGAR O ATO, DISCRIMINATÓRIO AOS PRODUTOS DA ZFM, QUE CONTINUA EM VIGOR.
3. VETO À REFORMA TRIBUTÁRIA NO CONGRESSO – O Governo Serra combateu ferozmente a aprovação da Reforma Tributária, que foi negociada arduamente no Congresso Nacional em 2009 por não aceitar o tratamento nela dispensado à Zona Franca de Manaus, terminando por impedir sua votação.
4. TENTATIVA DE IMPLEMENTAR REFORMA VIA CONFAZ, SEM GARANTIAS CONSTITUCIONAIS AO MODELO ZONA FRANCA DE MANAUS - O Governo Paulista insistiu, com inúmeras Propostas de Convênio, com o fito de implementar a tributação zero nas operações interestaduais que não apenas reduziria a Arrecadação Estadual como também feriria de morte a competitividade de nossas empresas, sem qualquer outra proteção como prevista na proposta de Reforma Tributária.
Todos lembram a má vontade do Governo FHC em relação à ZFM. Não esqueçamos que o Amazonas ofereceu alguns dos melhores quadros no Congresso Nacional ao Governo FHC, mas a despeito do esforço, da dedicação e da posição de destaque que nossos parlamentares tinham naquele governo e, mesmo ante a mobilização da sociedade amazonense, FHC, Serra e seus companheiros permaneceram insensíveis : não permitiram a prorrogação da ZFM durante seu governo!
E o Governo Lula?
A prorrogação da ZFM no primeiro ano de seu governo demonstra, de forma inconteste, a diferença de postura e compromisso entre um governo e outro. Lula não apenas prorrogou, atendendo a um antigo anseio dos amazonenses como também ampliou os benefícios fiscais para incluir as contribuições do PIS e da COFINS aumentando a competitividade do modelo. Honrando assim seu compromisso de combater as desigualdades regionais e sociais.
Como Ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef foi fundamental na decisão de viabilizar a construção do gasoduto Coari-Manaus que representou investimentos superiores a R$ 5,0 bilhões, estabelecendo um novo paradigma para o desenvolvimento do Estado.
De igual forma, passou pelas mãos da Ministra Dilma Roussef a viabilização da solução definitiva para o problema de energia elétrica da Cidade Manaus: A interligação de Manaus ao Sistema Nacional através do Linhão de Tucuruí.
Foi Dilma Roussef que coordenou a ação do Governo Lula durante a crise 2008-2009 adotando medidas que nos permitiram superar e retomar mais rapidamente o ritmo de crescimento. A manutenção dos empregos no Polo de 02 rodas foi resultado concreto dessas ações.
Enfim, poderíamos continuar enumerando diversas iniciativas do Governo Lula e da Ministra Dilma em apoio à luta pela preservação do Polo Industrial de Manaus (p. ex. no caso da PEC contra as mídias virgens e gravadas), mas fato concreto é que ninguém pode identificar um ato de Dilma Roussef que não seja de compromisso com o Amazonas.
AFONSO LOBO
THOMAZ NOGUEIRA
Os Tribuneiros chegaram lá II
6 - Que o Roberto Vieira derrotou o Marcus Barros, estrela do PT, na primeira eleição direta para reitor.
8 - Que o texto é uma exaltação aos Pés-na-Terra e uma depreciação dos Tribuneiros.
- Aqueles que mudaram de ideologia ou de partido, do PC do B para o PT, ou PMDB, ou PSDB ou PMN;
- Os que odiavam e passaram a apoiar o Lula;
- A Dilma "guerilheira";
- O militar Alfredo, que decidiu apoiar o Lula;
Segue um email de um amigo Tribuneiro e também dos tempos do Colégio Militar de Manaus:
"Cláudio, meu amigo 319 e irmão do meu também amigo 318
Fantástico sua matéria, apesar de que o Prof. Cel Renato, iria certamente puxar suas pequenas orelhas em alguns trechos [Eh!Como dizia o cel. Renato, nosso professor de português: "Quem muito escreve muito erra"] . Adentrando no essencial vale a pena algumas correções: a) Pelo bem da verdade, o Massami Miki nunca foi um Tribuneiro, só lembrando que quando ele entrou no curso de Agronomia havia dado baixa do curso de R2 [oficial temporário] do Exército.
b) Quanto ao SGT. Alfredo, na verdade ele é formado em Letras pela UFAM. c) Por último gostaria de registrar que a rivalidade entre o PCdo B e recém criado ( na época ) PT, serviu como combustível para turbinar o processo de democratização da UA e por conseguinte da sociedade amazonense e ajudou a consolidar a democracia brasileira. Hoje não tem abrigo esta intriga, pois desde a primeira tentativa do Pres. LULA na direção do Planalto o PCdo B sempre esteve JUNTO E MISTURADO, portanto não é um aliado de última hora como deixou transparecer na sua matéria. Por último novamente, gostaria de registrar que nós também estivemos no 32º Congresso da UNE em Piracicaba, aíás caso queira ainda temos fotos de parte da delegação. E agora encerrando mesmo, vale registrar que o Bloco F ( Curso da Agronomia ), situava-se no trajeto dos cursos de Engenharias, então era engraçado quando o Eduardo Braga passava com aquele estojo de canetas de todas as cores pendurado no cinto, era muito Mauricinho.
Escreveria muito mais, porém preciso ganhar dinheiro para pagar as contas.
Um gde abraço.
Carlos Alonso ALENCAR Queiroz, 456 "
domingo, 10 de outubro de 2010
Amazonas pode perde prestígio com o Planalto
1º Dilma Roussef - PT - 62,6% - 4.187.933
2º José Serra - PSDB - 21,0% - 1.403.131
3º Marina Silva - PV - 15,7% - 1.052.674
Diferença pró Dilma: 2.784.802 votos
1º Dilma Roussef - PT - 66,3% - 2.783.451
2º José Serra - PSDB - 16,4% - 686.891
3º Marina Silva - PV - 16,4% - 686.770
Diferença pró Dilma : 2.096.560 votos
3º lugar - Minas Gerais ( terra do Aécio Neves) - Aqui também Marina teve uma excelente votação:
1º Dilma Roussef - PT - 47,0% - 5.067.399
2º José Serra - PSDB - 30,8% - 3.317.872
3º Marina Silva - PV - 21,2% - 2.291.502
Diferença pró Dilma: 1.749.527
4º lugar - O Maranhão - retribuiu o estresse que o Lula teve com o PT local por ter apoiando Roseana Sarney:
1º Dilma -Roussef - PT - 70,6% - 2.079.650
2º José Serra - PSDB - 15,1% - 444.145
3º Marina Silva - PV - 13,6% - 400.048
Diferença pró Dilma: 1.635.505
5º lugar - Amazonas - Não há muito a crescer pró-Dilma, mas mesmo assim ajuda no resultado, anulando a votação em lugares em que Serra venceu:
1º Dilma Roussef - PT - 65,0% - 991.128
2º Marina Silva - PV - 25,7% - 392.170
3º José Serra - PSDB - 8,5% - 129.190
Diferença pró Dilma : 861.938 votos
Na eleição de 2002, Lula teve, no segundo turno, 69,88 % dos votos válidos. Em 2006, também no segundo turno, teve 86,80%, totalizando 1.159.709 votos.
Se no segundo turno todos os votos da Marina forem para Dilma, o que não é nenhum pouco provável de acontecer, ela teria 1.383.298 votos, ou 90,7% do votos. Como diria meu sobrinho: " num vai rolar."
Dilma venceu em 18 estados, com uma vantagem de 14.519.151 votos. Deste total, 9.128.332 vieram desses 5 estados, ficando o resto para 13 estados, o que determina um certa concentração de votos.
Hoje saiu uma nova pesquisa Data Folha:
Quando se leva em conta os votos totais, segundo a pesquisa publicada na edição de domingo, a candidata do PT tem 48% das intenções de voto, enquanto José Serra (PSDB) tem 41%. Nesse tipo de amostragem são incluídos os números de intenção de votos em branco e nulo (4% dos entrevistados), além dos indecisos (7%). "
O dado curioso é que:
Dilma Rousseff (PT) fica com apenas 22% dos votos de Marina, conforme pesquisa realizada pelo Datafolha para a Folha e a Rede Globo anteontem com 3.265 entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos."
Considerando que Marina um dia foi do PT, a transferência de 51% de seus votos para José Serra é excelente. Mas 51% representa algo como 10 milhões de votos, e Dilma teve 14 milhões na frente do tucano. Então, ele vai ter de tirar votos de Dilma, o que é difícil mais não impossível. Lula, em 2006, ganhou no segundo turno, em locais que havia perdido para Alckmin no primeiro.
Além do mais, ainda estamos esperando o posicionamento oficial do PV e o voto da própria Marina. Para usar uma expressão nova: muita água vai correr debaixo da ponte.
sábado, 9 de outubro de 2010
Os Tribuneiros Chegaram lá
Jefferson Praia também estudava Agronomia, posteriormente graduou-se em Economia. Omar Aziz estudava Engenharia Civil e Eduardo Braga Engenharia Elétrica.
Em 1997, quando dava aulas nas engenharias de UFAM, vi Omar ainda estudante. Havia parado, mas voltou e graduou-se.
Alfredo Nascimento estudava Estatística ou Matemática, não sei ao certo. Mas com certeza, lembro-me da cara dele no bloco da Ciências Exatas no campus do Coroado. Depois não o vi mais, sei que se formou em Letras, e o reencontrei nas aulas-palestras ideológicas de Estudo de Problemas Brasileiros I e II ministradas pelos coronéis do Exército Gustavo Fregapani e Breno Celestino, ambos professores de desenho descritivo nos cursos de engenharias, ambos ex-professores meus no Colégio Militar de Manaus, desde quando ainda eram capitães.
Fregapani era ativo funcionário do SNI dentro da Universidade. Em determinada ocasião o vi participando de um debate de alunos da Jaqueira, como membro de uma chapa que concorria para o diretório dos estudantes de Direito; do outro lado, debatiam com ele Thomaz Nogueira, também, seu ex-aluno no CMM, Ana Aleixo, Francy e Fátima Litaiff. Em outra ocasião o vi batendo boca sobre marxismo com um professor colega seu no departamento de Hidráulica e Saneamento da FT.
Omar Aziz, João Pedro, Eron Bezerra, George Tasso e Massami Miki eram Tribuneiros. Vanessa Graziotin, estudante de Biologia, namorava o Hermes, estudante de Engenharia Civil. Vanessa, que andava sempre com a Maristela, a Beth e o Paulo, todos da Biologia, virou Tribuneira, e trocou o Hermes, pelo ideólogo do partido, Eron Bezerra. João Pedro tornou-se presidente do Diretório Universitário, o DU - que anos depois, teve o nome mudado para DCE, Diretório Central de Estudantes - sucedendo a José Carlos Sardinha, hoje respeitado médico dermatologista, que viria a se filia ao PT,
No grupo dos Tribuneiros também constavam outros nomes que hoje não fazem parte do noticiário político, como os mencionados acima; e mais Lúcia Antony, estudante de Odontologia, que casaria e se divorciaria de João Pedro.
Minha professora de Introdução à Sociologia, no curso de Economia, em 1980, era Marilene Corrêa, hoje doutora em Sociologia, e ex-secretária de Estado de Ciência e Tecnologia, ex-reitora da Universidade do Estado do Amazonas, nos governos de Eduardo Braga e Omar. Nessa eleição de 2010, concorreu ao Senado, junto com Jefferson Praia, na chapa de Alfredo Nascimento.
Em 1982 nasce o PT, e um grupo de estudantes lança a chapa Pé na Terra para disputar a direção do DU. O aparecimento desse grupo irrita os Tribuneiros. Primeiro porque era um grupo concorrente na direção da política estudantil dentro da UA e; segundo, eles alegavam que o novo grupo era o PT camuflado.
Mas o que significava ser Tribuneiro? Significava pertencer a um grupo de estudantes que faziam política dentro da universidade, que distribuiam o jornal Tribuna Operária do PC do B. Defendiam as idéias e ideais stalinistas. E aí daquele que falasse mal da Albânia e do seu ditador Enver Hoxha.
Os Pés-na-Terra era o grupo ao qual pertencia. Éramos simpatizantes do recém criado Partido dos Trabalhadores. Muito embora, muitos de nós não tivéssemos qualquer ligação direta com o partido. Estávamos lá por discordarmos da ditadura, ou pela afinidade intelectual, ou pelas amizades existentes e por uma universidade de melhor qualidade. Não tínhamos, portanto, a mesma estrutura do PC do B. Havia sim, alguns membros que eram ativos dentro do PT. Éramos pró-trabalhadores, mas não do tipo dos PTBistas, e muito menos defendíamos a implantação do comunismo no Brasil.
Fazia para deste grupo, Thomaz Nogueira, aluno de Direito, funcionário de carreira da SEFAZ-AM, e hoje seu secretário executivo da Receita, trabalhando para o Omar; Públio Caio Bessa Cyrino, estudante de Filosofia, hoje procurador de Justiça; Socorro Jatobá, aluna do curso de Filosofia, hoje professora da UFAM e doutora em Filosofia; Maria Bernadete Mafra de Andrade, aluna de Filosofia, formada em Belas Artes, grande artista plástica, ex-dirigente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) , que nos deixou há dois anos; Ângela Bulbol, aluna de Administração, hoje mestra, professora da UFAM e diretora da Escola Municipal de Serviço Público; Rafael e Cirino, mineiros, alunos de Biologia e Geologia, voltaram para Minas após a graduação; Ednaldo Nelson, estudantes de Biologia, é doutor em Biologia e ex-vice diretor do INPA, Beto, aluno de Química, depois pesquisador do INPA; Guilherme, aluno da Geologia, que veio para Manaus, porque sua universidade Unisinos, no RS, tinha pegado fogo; João Evangelista, mais conhecido como João Jaburu, por causa das longas pernas, estudante de Medicina; Ivancir e Arinete, alunos de Geologia e Matemática, que após o casamento se mudaram para o ABC paulista porque queriam ficar mais perto do PT, e vários outros.
Arinete, Tarciso Leão e eu fundamos o Centro Acadêmico de Matemática. Sim, antes de engenharia estudei matemática.
Não vejo o Tarciso Leão pessoalmente há mais de 25 anos. Vi-o nesta eleição na TV, concorrendo ao Senado pelo PSTU. Ele e Irinéia, irmã do Ivancir, posteriormente, sairam do PT para fundar o PSTU no Amazonas. Também, não vejo há muitos anos, a linda, loíra e inteligente, aluna de Filosofia, Natacha Andrade; filha do dono do jornal A Notícia, Andrade Neto, desafeto de Fábio Lucena, que o desafiou para um duelo, na praça do Congresso, no melhor estilo do faroeste americano. A Natacha tocava vilão e cantava muito bem. Com isso deixava um Tribuneiro babando na barba.
Entre os professores contávamos com o professor do curso de Medicina, Marcus Barros, futuro reitor e primeiro presidente do Ibama no governo Lula; Marilene Corrêa, José Ribamar Bessa Freire, o Babá, doutor em História pela Sorbonne e Selda, a generala, todos fundadores do PT-AM e da ADUA, Associação dos Docentes da Universidade do Amazonas. O reitor era o Hamilton Mourão, pai da Arminda Mourão, presidente da Assua, Associação dos Servidores da Universidade do Amazonas, que nem por isso deixava de puxar, de quando em vez, uma greve contra o papai. Seria encomendada ? Yo no lo creo ! Mas lembro-me do chefe de gabinete do reitor, Júlio Bamonte, pedindo-nos que fizéssemos greve em uma determinada situação, pois o magnífico concordava com as nossas reivindicações, mas alegava que não tinha como nos atender, queria ser obrigado a tal.
Pura bobagem porque o inimigo comum era o Mourão e a ditadura, que já dava sinais de enfraquecimento. A "abertura" já estava em andamento, a campanha de Diretas Já começava a ganhar corpo.
Tribuneiros e Pés-na-Terra tinham algo em comum, não gostavam e falavam mal, inicialmente, da ditadura, e de Hamilton Mourão; depois de Gilberto Mestrinho e de Amazonino Mendes.
Alfredo Nascimento, sargento da Aeronáutica, controlador de voo, odiava Lula (naturalmente !) tanto quanto também o odiavam, João Pedro, Eron, Vanessa Graziotin e Omar Aziz. Este, possivelmente, não morria de amores dos mauricinhos burgueses, do tipo Eduardo Braga, que circulavam no mesmo espaço, nos mesmo blocos da Faculdade de Tecnologia (FT) e do Instituto de Ciência Exatas (ICE), e outros boyzinhos de direita filiados a Arena, que também lançavam suas chapas para o DU. Em determinado ano, uma chapa de direita copiou o logotipo do açúcar União e fez o seu logo, e também publicou uma foto do grupo, buscando mostrar prestígio, com ministro da Aeronáutica Délio Jardim de Matos, o que provocou muito burburinho. Éramos todos jovens.
O DU era oficial, a reitoria marcava a data da eleição e paralizava as aulas para que ela fosse realizada; também pagava a sede e um funcionário. Mas o candidato a presidente e todos os futuros diretores deveriam ter concluído mais de dois terços dos créditos exigidos para a graduação, e o coeficiente de rendimento escolar acima de seis. O que ocorria era que alguns alunos, obviamente, não cumpriam esses requisitos, então eram registrados alunos que cumpriam. Eram registrados na reitoria uma chapa, mas os concorrentes apresentados a comunidade eram outros.
Na eleição de 1982 para o DU, o candidato a presidente pela chapa Pé na Terra foi o Públio; e pelo lado dos Tribuneiros, Eronildo Bezerra; que auto se intitulava, o sujeito mais popular da UA. Foram vários debates, o Públio venceu com a diferença de 1500 votos.
Com os Pés-na-Terra assumindo o DU, as assembléias estudantis pegavam fogo entre os dois grupos. Tinha votação de coisas absurdas. Por exemplo: se o DU deveria ou não apoiar o movimento Solidariedade na Polônia. Os Pés-na-Terra eram a favor, os Tribuneiros eram contra porque o "movimento de Lech Walesa ia de contra a causa operária, servia ao capitalismo burguês." Pode um negócio desses? Que diferença a nossa posição faria? Como afetaríamos o que estava acontecendo na Polônia ?
Houveram lutas que beneficiaram a todos, como o ônibus gratuito entre campi, ambos no Coroado, mas seis quilômetros distantes um do outro; lutávamos por uma melhor qualidade de ensino, por melhores salários para os professores, por reconhecimentos pelo MEC de cursos, por melhores laboratórios, pela instalação do restaurante universitário (RU), pela retirada do histórico escolar das disciplinas reprovadas, sem, obviamente, afetar o cálculo do coeficente de rendimento, onde o aluno tinha opção de pedir o histórico com ou sem reprovação; pela escolha pela comunidade universitária dos diretores das faculdades e institutos e pela eleição direta para reitor; que aconteceu depois de 13 anos de reinado do Mourão, que caiu porque o Marcus Barros e outros descobriram as traquinagens que o magnífico fazia com aplicações no "overnight" do dinheiro da Universidade. O presidente Figueiredo não teve outra opção, com uma canetada aposentou o Mourão.
Na primeira eleição direta para reitor venceu Roberto Vieira, e na sequência viria Marcus Barros.
Havia um terceiro grupo, o pessoal do PCB, tendo como um dos seus lideres Guto Rodrigues, que nessa eleição (2010) concorreu para deputado federal, e Lino Chixaro, hoje advogado e presidente da Cigás; ex-presidente da Assembléia estadual, quando eleito, em 2002, pelo PPS de Eduardo Braga. Isso mesmo, naquele ano Braga foi eleito pelo PPS. Também fazia parte desse grupo o hoje delegado de polícia, Mariolino Brito. A característica desse grupo era querer agradar gregos e goianos. Quando viam o pau quebrando entre Tribuneiros e Pés-na-Terra, se posicionavam fazendo o gênero em cima do muro, fazendo o tipo paz e amor. Por isso às vezes eram chamados de comunistas cor de rosa.
Tinha também o folclórico Movimento Socialista Estudantil, que em todas as assembléias se posicionava, e era composto de um único sujeito, Ilmar Pontes Pires, hoje funcionário aposentado da SEFAZ no cargo de Analista do Tesouro Estadual.
As nossas diferenças não nos impediram de irmos juntos há dois encontros nacionais da UNE. O 34º Congresso realizado em Piracibada, SP, em 1982, e o de Cabo Frio, RJ, no ano seguinte. Para Piracicaba fui com o João Jaburu, Rafael, Nelson, Arinete e Ivancir do nosso grupo, e João Pedro, Tasso e outros do grupo deles. Éramos uns trinta ou mais. Fomos de ônibus até Porto Velho; em seguida de avião até Cuiabá, e novamente de ônibus até Piracibada. O anfitrião, peitando a ditadura, foi o prefeito da cidade, João Herrmann Neto. Ficamos hospedados nas salas de aulas da Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP. Neste congresso, Lula esteve presente, como presidente dos Partidos dos Trabalhadores. Piracicaba já havia sediando, dois anos antes, o 32º Congresso, mas dessa vez a tensão era maior, pois quem presidia a UNE, era um sujeito que chegou ao Brasil com 5 anos de idade, Javier Alfaya, mas que corria o risco de ser expulso por ser estrangeiro fazendo política.
Durante o congresso "a inteligência do regime militar executou a Operação Pira que teve ação conjunta de 8 equipes do Exército, Marinha, Aeronáutica e Departamento de Polícia Federal. A operação Pira tinha como objetivo colher informações sobre os próximos movimentos dos estudantes e propaganda política."
Após graduados, os Pés-na-Terra - que era um grupo, volto a repetir, de filiados e não filiados ao PT – se dispersaram, tomando rumos fora da política profissional. Os nossos encontros eram na Universidade, ou no DU, nunca na sede do PT; embora fossemos simpatizantes da causa petista.
Os ex-Pés-na-Terra tornaram se bons profissionais em diversas áreas. Eram bons alunos. E sem falsa modéstia, o grupo era formando de estudantes de capacidade intelectual acima da média.
Se naquela época, um maluco fizesse precisões do rumo que tomaria a vidas dos Tribuneiros, diria-se que com certeza ele tinha fumado maconha estragada.
Hoje para os ex-Tribuneiros é Deus no Céu e Lula na Terra, que eles odiavam muito. Seria total insanidade dizer que João Pedro largaria o PC do B e se filiaria ao PT, chegando a ser presidente Regional. Esperto, com a queda do Muro de Berlin, mudou de partido, percebeu que o mundo tinha mudado, e que a doutrina marxista-lenista ficou difícil de ser defendida. Antes foi vereador e deputado estadual pelo PC do B, e até março deste ano era senador pelo PT. Voltando ao tempo, é impossível de acreditar, tanto quanto era absurdo prever, que o militar Alfredo Nascimento, passaria por todos os cargos que passou, e seria ministro de Lula, e Marcus Barros não. Vanessa Graziotin, eleita vereadora, foi catapultada da Câmara Municipal de Manaus para a Câmara Federal por um sanafão que levou da também vereadora Conceição Lins, em pleno plenário. Se o catiripapo não foi forte o suficiente para Vanessa fazer a viagem intercâmaras, o ex-presidente regional do PT, o Taqui Pra Ti José Ribamar Bessa Freire, deu uma força fazendo com que o eleitor até o dia da eleição não se esquecesse da surra que a Vanessa levou. E isso serviu de combustível para a sua viagem até Brasília. No próximo ano, ela volta ao DF, não mais como deputada federal, mas como senadora, eleita graças, pasme (você que morreu na primeira metade da década de oitenta, e reencarnou recentemente ) com ajuda de Lula e Eduardo Braga.
Vanessa e Omar sempre lutaram por um lugar ao sol, digo no plenário. Omar foi vereador e deputado estadual mais votado, para isso foi até presidente de escola de samba. Mas foi o Amazonino quem o indicou para ser vice-prefeito de Alfredo e vice-governador de Eduardo Braga.
Eron Bezerra, deputado estadual, ex-secretário estadual de Produção Rural - cargo que conseguiu para parar de fazer oposição ao governo de Eduardo Braga, - tentou ser federal, mas não conseguiu. Os votos da mulher dele migraram para o caçador de corruptos, o vereador federal, Francisco Praciano, do PT. Lúcia Antony concorreu para estadual, mas vai ser vereadora, com a eleição do vereador Marcelo Ramos (PSB) para Assembléia. George Tasso, no momento continua como secretário estadual de questões fundiárias. Cargo que chegou apadrinhado por Arthur Virgílio Neto, quando o PSDB ainda fazia parte do primeiro governo de Braga. João Pedro, suplente do senador Alfredo Nascimento, poderá voltar ao Senado, se Alfredo for escolhido para ser ministro em um possível governo de Dilma Roussef. O que não é impossível. Massami Miki, perdeu para estadual vai continuar vereador. E com Omar Aziz eleito governador do Amazonas, e Vanessa Graziotin eleita senadora, constato aqui, sem nenhum julgamento moral, apenas como uma notícia, que os Tribuneiros chegaram lá.
E o Jefferson Praia citado no início do texto, o que ele tem haver com isso, se ele não era Tribuneiro ? Não era, mas estudava com eles. Ele e João Pedro estudavam juntos, ambos se tomaram senador pela via indireta, suplentes que se tornaram titulares. Os dois entraram, os dois sairam. João Pedro continua suplente; Praia concorreu a reeleição e perdeu, azar do Senado.
Não sei se o leitor captou. Captou sim. Esse texto é sobre os Tribuneiros ? Com certeza. Mas é também sobre o inimaginável. Quando é que nós poderíamos imaginar que João Pedro um dia fosse suplente de Alfredo Nascimento. O primeiro era pós-graduado em política, comunista assumido. O segundo, pacato cidadão, low profile, que nas aulas ideológicas de EPB concordava com tudo que os coronéis falavam, porque acreditava piamente naquilo. Tinha ojeriza a comunistas, petistas, emedebistas, sindicalistas, etc. Só pensava no que faria no dia que fosse para a reserva. Talvez economizando um pouco do soldo extra, que recebia quando era transferido, para ajudar na mudança, sobrasse dinheiro para comprar um puxadinho na Ponta Negra. Não nessa daqui, naquela de lá da terra dele, sua cidade Natal.
Era insanidade prever que o Omar e Vanessa, que faziam política 24 horas, iriam ser governador e senadora, graças à ajuda dada pelo boyzinho, que não fazia política nenhuma, ia para o campus apenas estudar. Mas ninguém está dizendo que foi um aluno aplicado.
Por conta dessa vida agitada que era o campus e ICHL ( Instituto de Ciências Humanas e Letras) no fim da ditadura, que quando fui estudar nos Estados Unidos em 86, fiquei decepcionado quando vi estudantes brincando no campus, andando de patins, skate, fazendo piquenique nos gramados. Para mim eram um bando de alienados.
Política é arte do impossível. Para Deus (espero que ele me perdoe por isso) e na política tudo é possível. Os políticos seguem a máxima criada pelo ACM Toninho Malvadeza: " Na política nunca seja tão amigo que não possa brigar, e nem tão inimigo que não possa compor." O Príncipe tem muito que aprender com esses sujeitos.
Contudo, jamais um jovem capitão ou major, que tinha o sonho, nos anos oitenta, de se tornar ministro do Exército, teria o pesadelo de bater continência para o “sindicalista bardeneiro”, o “sapo barbudo”. Mas aconteceu, e hoje como comandante da Arma, deve fazê-lo com a maior tranquilidade. Mas tem muita gente que parou no tempo, e ainda não sabe que o Muro de Berlin já caiu, e com isso os dois lados começaram a conviver sobre nova realidade.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Por que Omar Aziz Ganhou de Alfredo Nascimento ?
http://nogueiraclaudio.blogspot.com/2010/07/o-lula-transfere-voto-para-governador.html.
domingo, 3 de outubro de 2010
New York Times: Uma Mulher em Ascensão
A Woman Rises in Brazil ( Uma mulher se leva no Brasil)
By LUISITA LOPEZ TORREGROSA
Published: September 28, 2010
http://www.nytimes.com/2010/09/29/world/americas/29iht-letter.html
NOVA YORK - A América Latina não é [lugar] estranho para líderes do sexo feminino, mas não muitos podem ter sua trajetoria política comparada com trajetoria radical de Dilma Rousseff, 62 anos, ex-líder de guerrilha marxista e que está prestes a se tornar a primeira presidente do Brasil.
Para Dilma, uma economista divorciada duas vezes, para se tornar presidente do Brasil - seja por ganhar as eleições [deste] domingo, ou em um segundo turno mais tarde - já seria histórico o suficiente. Além do mais, ela governaria um país com a oitava maior economia do mundo, e o mais ricos da América Latina.
O Brasil sempre foi um exótico quintal, cuja política, regularmente, é caracterizada por corrupção, violência e revolta. Mas é agora um jogador no cenário mundial. É uma potência global.
Mais ou menos um ano atrás, a Sra. Dilma Rousseff, a ex-chefe da Casa Civil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trabalhava, principalmente, nos bastidores, mas que contava muito como uma funcionária eficiente e respeitada na sombra do popular presidente, universalmente conhecido como Lula. Proibido pela lei para concorrer a um terceiro mandato, Lula escolheu Rousseff, lançou a sua aura em torno dela, e se tornou o seu mais barulhento e apaixonado incentivador.
Subestimada no mundo predominantemente masculino da política eleitoral do Brasil, Dilma se retirou lentamente no ano passado, principalmente porque estava em tratamento de um linfoma. Ela entrou na campanha com força total na primavera e passou do seu principal oponente, o ex-governador de São Paulo, José Serra, que perdeu para Lula na corrida à presidência em 2002.
Dilma teve um percurso tranquilo até o início deste mês, quando a imprensa local alegou que familiares de uma ex-assessora, Erenice Guerra, que lhe sucedeu como chefe da Casa Civil, recebeu suborno para obter contratos do governo com algumas empresas. Rousseff não foi mencionado nas alegações; [contudo] desde então ela balançou um pouco nas pesquisas, mas ainda é amplamente previsto derrotar o Sr. Serra.
Se ela tem um tema, ele é sua fidelidade às políticas de Lula. "Estou orgulhosa de ser associada ao governo do presidente Lula, porque nós mostramos que a distribuição de renda era uma condição necessária para tornar o Brasil independente e alcançar a estabilidade", disse ela na semana passada durante um debate na televisão, em Brasília. Ela enfatizou que o Brasil - [está] sentado entre outras coisas em novos campos de petróleo descoberto em sua costa - e não precisa mais assistência estrangeira para cumprir as obrigações externas.
A vitória colocaria Rousseff em uma galeria de líderes femininas da América Latina, a maioria delas - como suas contrapartes na Europa Ocidental ou nos Estados Unidos - filhos de famílias relativamente privilegiadas e educadas (ao contrário do próprio Lula, que saiu da pobreza para o topo) Entre essas mulheres de sucesso da América Latina está Michelle Bachelet, 59, a primeira mulher presidente do Chile, mãe solteira de três e pediatra, que sobreviveu a tortura na prisão, exílio e o regime de Pinochet para ganhar a presidência em 2006. Ela presidiu até março deste ano.
Ela foi manchete nos últimos dias com o anúncio de que seria a chefe de uma nova agência das Nações Unidas chamada U.N. Women. "As mulheres são quase invisíveis em alguns lugares", disse Bachelet na ONU na quinta-feira. "Eles são cidadãs de segunda classe. Elas são vistas como pessoas sem direitos. É uma vergonha para a humanidade. "
Enquanto Bachelet rompeu barreiras para as mulheres, Cristina Fernández de Kirchner, 57, presidente da Argentina e esposa do ex-presidente Néstor Kirchner, lutou pelos direitos dos homossexuais, apoiando com sucesso o casamento de pessoas do mesmo sexo. Sra. Fernández, uma peronista como seu marido, pode parecer um pouco irregular, usando políticas econômicas heterodoxas, virando o nariz para os credores mundiais como o Fundo Monetário Internacional e tendo poucos vínculos financeiros com o mundo. Mas a economia da Argentina está crescendo, sua taxa de aprovação está melhorando, e que ela pode ganhar segundo mandato no próximo ano.
No Peru, Keiko Fujimori, a filha de 35 anos de idade do ex-presidente Alberto Fujimori, apoia a estrutura de orientação capitalista, o que melhorou a economia do Peru. Embora seu pai esteja na cadeia, uma pesquisa realizada no final de setembro mostrou Sra. Fujimori liderando três principais potenciais oponentes - todos homens - na eleição presidencial marcada para a próxima primavera.
A política econômica pragmática do Brasil, que Rousseff tem alimentado em quase 10 anos na administração da Silva, tem ajudado a lançá-la em direção a presidência. Ela disse que o Brasil pode continuar crescendo a uma taxa de 7 por cento ao ano, que ela vai criar milhões de empregos, melhorar a infraestrutura e usar as novas riquezas do Brasil para apoiar o bem-estar-social dos planos e políticas favoráveis ao mercado.
Essa conversa capitalista parece longe dos dias em que o nome de guerra de Rousseff era Stella, e manuseava armas e comandava camaradas masculinos. Por seu papel na resistência armada a ditadura militar dos anos 1960 e 70, ela serviu três anos na prisão, onde foi repetidamente torturada.
Dilma cresceu em uma família de classe média alta em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais. Seu pai, Pedro Rousseff, que morreu em 1962, nasceu na Bulgária, Petar Russev, sua mãe, Dilma Jane Silva, era filha de fazendeiros. Dilma jovem estudou em internatos católicos, estudou piano e francês. Mas sua vida estruturada mudou quando ela foi para a escola pública e descobriu o movimento de resistência. Era 1965, e ela tinha 17 anos.
Em poucos anos, ela entrou para a resistência, se casou, se impôs entre os homens, se divorciou do marido, casou com outro e deu à luz uma filha, a única que tem (ela já se divorciou de seu segundo marido).
Fora da prisão, ela abandonou a resistência e foi para a faculdade. Quando a democracia foi restaurada em meados dos anos 1980, ela tinha um diploma de economia e logo se tornou secretária de Energia do Rio Grande do Sul. Quando Lula foi eleito presidente, ela tornou-se sua ministra de Energia e, posteriormente, chefe da Casa Civil.
Analistas creditam seu bom momento, em parte, ao alto ritmo da economia brasileira e expansão da ajuda dada as famílias de baixa renda. Mas mais do que qualquer outro fator (incluindo o fato de ser mulher), Sra. Dilma Rousseff deve seu sucesso ao Sr. [Lula] da Silva, que disse: "Ela não vai apenas continuar o meu legado, mas aperfeiçoá-la e fazer muito mais."