Que o Omar Aziz iria ganhar aqui no Amazonas, na disputa da reeleição dele para governador contra o senador Alfredo Nascimento, eu já havia previsto em 31 de julho de 2010. Se o e-leitor tiver dúvida (re)leia o post : " O Lula Transfere voto para Governador ?" no endereço:
http://nogueiraclaudio.blogspot.com/2010/07/o-lula-transfere-voto-para-governador.html.
http://nogueiraclaudio.blogspot.com/2010/07/o-lula-transfere-voto-para-governador.html.
Lá está a explicação como candidatos que se deram mal há dois anos atrás na eleição para prefeito, como Omar e Geraldo Alckmin, venceram a eleição para governador no primeiro turno. Há várias variáveis envolvidas, mas há, também, estatísticas sobre vencedores e derrotados que permitem uma previsão. Lá está a vitória de Omar, no Amazonas, a de Antônio Anastasia, em Minas e a derrota de Mercadante, em São Paulo.
O e-leitor vai lá e volta e diz: "Li tudinho e não encontrei nada disso." Não encontrou porque não quis. Veja bem os exemplos citados. Não citei Manaus porque não queria ouvir reclamações de amigos dizer que essas estatísticas de alguma forma poderiam influenciar alguns eleitores. Além do que Alfredo era o meu candidato e, também, o que é previsto lá no meu texto é uma tendência, probabilidade que tem ocorrido com muita frequência, mas não é uma determinação divina. Acrescentado ao fato de eu não sabia como havia sido a relação do Alfredo Nascimento, com os municípios, quando era ministro dos Transportes.
Alfredo já entrou em desvantagem na disputa; estava concorrendo com um governo com elevado índice de aprovação popular, que desde do primeiro dia até as vésperas da eleição gastou milhões com auto promoção. Foram mais de sete anos de propaganda diária, e talvez (isso é só uma lembrança) porque ambos, Omar e Braga terem nascidos em outros estados, criaram aquele jingle de sucesso: "Orgulho de ser amazonense".
Seria preciso ser muito competente para vencer a dupla Omar-Eduardo. E o senador Alfredo Nascimento não foi. Talvez por entrar na campanha com um cacoete enorme de quem nunca havia perdido uma eleição. Se deu certo nas outras vezes, daria agora. No meio da campanha percebeu-se que não levaria. Mesmo sabendo que quem concorre com um sujeito cujo o índice de aprovação do governo superior a 65%, está destinado a perder, pensei que de repente, Alfredo tinha se aproveitado do cargo de ministro para montar uma sólida base no interior do Estado, como fez Arthur Virgílio, quando foi (diga-se de passagem por um prazo curtíssimo) ministro do FHC. E que soube muito bem tirar proveito do cargo, elegendo-se com facilidade para o Senado, em 2002, tendo mais votos, naquela ocasião, do que Eduardo Braga havia obtido para o governo do Estado, vindo a ser eleito.
Não adianta chorar pelo leite derramado, agora Inês é morta. Mas o senador Alfredo Nascimento teve muitas chances de ser uma exceção a regra derrotando o grande favorito. Ele ficou no cargo de ministro por quanto tempo ? Seis, sete anos ? Não é pouco não meu irmão. Dava para ter feito um bom trabalho. O ministério dele é um dos que mais tem verbas. Se a BR 319 não saiu por causa do IBAMA, do Minc, etc., ele deveria ter deixado isso claro para a população do Amazonas. Tanto quanto se os portos não ficaram prontos por causa do governo do Estado, também deveria ter sido denunciado. E a BR 174, por que não foi asfaltado os trechos que estão intransitáveis ?
O que eu quero dizer, já disse. Mesmo que o senador não tivesse cometido nenhum erro, ele já entrou na disputa em desvantagem. E teria a difícil missão de convencer o eleitor de Omar a mudar de voto. Voto esse que não foi conquistado no período de campanha eleitoral, mas ganho há muito tempo. Além disso, como em um jogo de vólei em que o jogador erra os saques e faz pontos para o adversário, Alfredo com a tentativa de associar Omar a pedofilia, deu um tiro no pé.
Vocês se lembram o que a Marta Suplicy disse do Kassab, na última eleição para prefeito de São Paulo ? Disse ao eleitor que o Kassab não tinha mulher nem filhos, insinuando que ele era super heroi. Verdade ou não o leitor achou aquilo baixaria, e ela se deu mal.
Como, também, a estória, literalmente, mal contada dos dólares enviados a Las Vegas. O pior que isso é verdade, na medida em que mesmo que a Polícia Federal diga que Omar é inocente, o caso ainda existe e não foi julgado pela justiça, que é quem absorve ou condena alguém. Fora a falta de propostas, nem coisas do tipo: "Quando fui prefeito fiz isso e aquilo."
Alfredo foi eleito prefeito na primeira vez prometendo fazer o metrô de superfície, mas ninguém iria tocar nesse assunto, já que o seu vice era o próprio Omar.
Concorreu para Prefeitura de Manaus pela primeira vez, graças indicação do Amazonino e o apoio de Eduardo Braga. Agora bastou acreditar que se o Lula pedisse votos para ele, a vitória estaria certa. Enquanto isso Omar conseguiu que mais de 90% dos deputados estaduais, aqueles que iriam fazer campanha, declarassem apoio a sua candidatura, mesmo que o ungido do Lula fosse o Alfredo.
Alfredo estava no ápice de sua carreira política, pode até subir mais, mas com as variáveis que hoje temos, isso é muito difícil, mas não impossível.
Daqui a quatro anos, o Eduardo Braga irá se candidatar ao governo do Estado e Omar para a única vaga disponível ao senado . E se o governo estadual continuar em campanha diária, e realmente se lembrar que o interior existe, vai ser muito difícil ganhar deles. A era Gilberto-Amazonino durou vinte anos, tudo indicar que a era Eduardo-Omar ira ficar, no mínimo, período igual.
Com a existência de segundo turmo para presidente, as coisas mudam bastante, Dilma vai pedir o apoio de todo mundo. Tivesse ganho no primeiro, ela poderia esnobar o Omar, que teve ousadia enfrentar a candidatura imposta pelo Lula. Mas agora o negócio é diferente. Ainda assim, eu acredito que se o PR, Partido da República, tiver direito ao um único ministério, no possível governo Dilma, o ministro será Alfredo Nascimento, que é o presidente do partido.
Tenho certeza que na próxima eleição o Alfredo virá mais preparado, pois já sabe o que é perder.
E e-leitor deve está dizendo: E o Anastasia ? Tu erraste. Ele ganhou. Respondo: leia o texto novamente. Ele era o candidato do Aécio Neves, então, a pesquisa se confirmou. Mas antes ele teve de se tornar conhecido. E foi que o Aécio fez. Exatamente como o Lula fez com a Dilma, que começou bem atrás nas pesquisas. Ela depois que o Lula a colocou debaixo do braço, se lichando para as multinhas do TSE, subiu nas pesquisas. Desceu na reta final e não ganhou no primeiro turno, porque errou muito saques e fez pontos para o adversário. Além do caso Eunice, o desempenho nos debates, teve também aquela idiotice do PT, de em plena campanha eleitoral, fazer uma passeata contra a imprensa. Só que a imprensa não estava concorrendo a nada.
Agora preste bem atenção, os votos que sairam dela foram para a Marina Silva, que um dia poderá de tornar, pela vontade do povo e sua história de vida, em Marina Lula da Silva, muita mais do que Dilma Lula Roussef da Silva.
Lembre-se que em 2004, Heloisa Helena, expulsa do PT, fez uma campanha presidencial raivosa contra o seu ex-partido e o Lula; teve 6 milhões de votos, que no segundo turno migraram para o Lula. Mas esse é assunto de outro post.
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