O novamente e o ex-futuro ministro
O jornal Estado de São Paulo noticiou, na segunda-feira 6, que o ex-governador e senador eleito pelo Amazonas, Carlos Eduardo de Souza Braga havia sido escolhido para ser o futuro ministro da Previdência Social no governo de Dilma Roussef, e outras mídias anunciaram a volta do senador Alfredo Pereira do Nascimento ao ministério dos Transportes. Na terça-feira o mesmo "Estadão" publicou que Eduardo Braga não aceitou ser ministro. Na realidade, ele não aceitou o ministério que lhe deram: "O nome do ex-governador do Amazonas e senador eleito Eduardo Braga chegou a ser confirmado. Segundo peemedebistas, Braga teria aceitado ser ministro, mas com a expectativa de assumir outra pasta. Ele queria um ministério mais ligado à área empresarial e industrial. Como não foi possível trocar de ministério, o ex-governador desistiu de assumir a Previdência." Melhor para ele, melhor para o Amazonas.
Palpiteiro (leitura opcional)
Gostaria de fazer um comentário sobre isso. E por falar em comentário, os que farei aqui é um passatempo que tenho, que seria recomendado pelo minha terapeuta, se eu tivesse uma, e levasse a sério as recomendações dela. Digo isso para evitar que e-leitor sinta a mesma coisa que sinto quando estou dirigindo e ouço um trio de donos da verdade, que deveriam ser consultados pelo governo federal antes de tomar qualquer decisão. Primeiro ouço Miriam Leitão, que numa frase diz que na economia o bicho vai pegar, por esse e aquele motivo (todos por culpa do governo), para em seguida ter de admitir com índices, como os recordes sucessivos de vendas de automóveis, que o mundo tem agora de nos respeitar porque somos uma país em franca ascensão; outro é o Merval Pereira e outra é a Lúcia Hipólito. Eu não posso me comparar a esses comentaristas; primeiro, porque eles ganham para isso; segundo, não me julgo o dono da verdade, sou um palpiteiro, não me levo tanto a sério. Dar palpites pelo blog é muito bom, porque quem ler (se ler) não interrompe o meu raciocínio, eu escrevo até o fim. E como dizia o escritor Rubem Braga: "O leitor que é feliz fecha o livro e vai embora, eu tenho de ficar aqui escrevendo." Feliz sou eu. Escrever é preciso, viver não é preciso.
Gostaria de fazer um comentário sobre isso. E por falar em comentário, os que farei aqui é um passatempo que tenho, que seria recomendado pelo minha terapeuta, se eu tivesse uma, e levasse a sério as recomendações dela. Digo isso para evitar que e-leitor sinta a mesma coisa que sinto quando estou dirigindo e ouço um trio de donos da verdade, que deveriam ser consultados pelo governo federal antes de tomar qualquer decisão. Primeiro ouço Miriam Leitão, que numa frase diz que na economia o bicho vai pegar, por esse e aquele motivo (todos por culpa do governo), para em seguida ter de admitir com índices, como os recordes sucessivos de vendas de automóveis, que o mundo tem agora de nos respeitar porque somos uma país em franca ascensão; outro é o Merval Pereira e outra é a Lúcia Hipólito. Eu não posso me comparar a esses comentaristas; primeiro, porque eles ganham para isso; segundo, não me julgo o dono da verdade, sou um palpiteiro, não me levo tanto a sério. Dar palpites pelo blog é muito bom, porque quem ler (se ler) não interrompe o meu raciocínio, eu escrevo até o fim. E como dizia o escritor Rubem Braga: "O leitor que é feliz fecha o livro e vai embora, eu tenho de ficar aqui escrevendo." Feliz sou eu. Escrever é preciso, viver não é preciso.
A Previsão
De quando em vez, eu coloco as variáveis no cérebro, chacoalho ele bem e chego perto do resultado. Eu previ aqui, com quase-exatidão o resultado da eleição presidencial e a diferença do número de votos entre Serra e Dilma. Os institutos de pesquisa acertaram o percentual de cada um, eu acertei o absoluto. Por que isso agora ? Para dizer que alguns prognósticos eu acerto, fruto da lógica, ou do óbvio lulante ou a partir de agora o óbvio dilmante. Eu disse várias vezes aqui, que Alfredo Nascimento seria ministro e Eduardo Braga não. Acertei novamente. Não era, e não é, um desejo. Apenas uma previsão, isso e somente isso. Quando o desejo entra na previsão, esta fica comprometida. Quem recebe os meus textos antes mesmo da existência desse blog, talvez se lembre do texto "O Pastor Alemão" que previa que o cardeal Ratzinger seria o novo Papa, choveu emails contestando essa afirmação. Deu no que deu.
Em vários post escritos aqui (e todos estão aí ) disse que o senador Alfredo Nascimento seria ministro do novo governo, e que Eduardo Braga dificilmente seria ministro porque no PMDB tem mais caciques do que índios, o resultado está aí, Renan Calheiros e José Sarney complicando a vida de Braga. Na realidade, é o contrário, no PMDB tem muito índio e somente três caciques.
Chance de Ouro
Quanto a escolha de Alfredo Nascimento o raciocínio era simples, mas muita gente me disse que ele não seria escolhido, perdeu a eleição, e Dilma não escolheria dois ministros do Amazonas. Vejamos: O PR faz parte da base aliada, elegeu 43 deputados federais; todo partido da base aliada tem, no mínimo, um ministro; Nascimento é o presidente do partido dele; trabalhou diretamente com Lula e Dilma, que gostaram do trabalho dele. Como é que eu sei ? Não deram apoio a candidatura dele ? Ele não foi chamado duas vezes para o ministério? Devem ter gostado. A propósito, creio que com essa terceira convocação, Nascimento entrou para Guinness World Records como o sujeito que ficou mais tempo como ministro dos Transportes, e em governos diferentes. Há também um motivo adicional bastante forte para Alfredo virá ministro: o suplente dele é do PT. Com tudo isso ele nem precisava ser um político do Amazonas. A sua escolha não tem nada a ver com o fato dele ser do Amazonas. A escolha dele mata três cachorros com uma pedrada: Agradece ao povo amazonense, aumenta a bancada do PT no Senado e completa a vaga do PR.
Quem apostou ou fez lobby para o ex-governador Blairo Maggi no lugar de Nascimento esqueceu desses pequenos detalhes, ou misturou desejo com realidade.
Alfredo Nascimento volta para um super ministério, um com dos maiores orçamento da União, portanto, está tendo novamente uma chance de ouro de conquistar outra vez a simpatia do eleitor amazonense. Daqui há quatro anos a disputa ao Senado com o atual governador Omar Aziz vai ser pedreira. E a (última???) chance dele de "melar" os planos da dobradinha Omar-Eduardo de ficarem 40 anos no poder, alternando Senado governo do Estado.
A escolha de Eduardo
Acho que já ficou claro que a escolha de Alfredo Nascimento não é, como possa parecer, um agradecimento aos votos de Dilma no Amazonas; embora, possa também servir para isso (e aceitamos como tal). Na realidade, para agradecer os votos dos amazonenses (não estou defendendo isso) seria necessário três ministros "amazonenses" (mesmo que naturalizados); porque a escolha de Eduardo Braga para o ministério da Previdência Social, não é (era) da "cota"do Amazonas, se é que tal coisa existe. Talvez até exista. O Maranhão também terá dois ministros, o veterano Edson Lobão, que volta para o ministério de Minas e Energia e o deputado federal Pedro Novais, que foi emplacado no ministério do Turismo. Se a moda pega, o governador Eduardo Campos vai querer um ministro pernambucano em agradecimento aos votos obtidos. Pernambuco, como o Amazonas e o Maranhão, deram vitórias expressivas a Dilma Roussef.
Mas vamos voltar ao texto. A escolha de Eduardo Braga é da cota pessoal de Lula e Dilma, que por pertencer ao PMDB e ser do Amazonas, acertaria três alvos com um único disparo. Mas teria de entrar na cota do partido, a contragosto de Renan Calheiros e Sarney, que não querem saber de novos caciques no PMDB.
Lembro-me de ouvir Dilma elogiar efusivamente Braga, muito feliz com a parceria dos dois governos. A cota de Dilma e Lula é o agradecimento por Braga ter financiado a campanha de Vanessa Graziottin, que desempregou o senador Arthur Virgílio Neto.
Senadores desempregados
Sobre isso, em breve, eu publico um post com o título "No Amazonas senador não se cria". Além de Fábio Lucena - que não completou o mandato - e Jefferson Peres, quanto senadores você conhece que conseguiram ser reeleitos ?
E falando em senador desempregado, Lula só não são ficou completamente feliz porque o Agripino Maia foi reeleito. Mas além de Arthur Neto, Tasso Jereissati e Heráclito Fortes também votaram para casa. Segundo o Blog do Zé Dirceu, Heráclito Fortes e Mão Santa, ambos senadores derrotados do Piauí, querem agora ser parlamentar do Parlasul e morar em Montevidéu. E segundo outros blogues os senadores não reeleitos Efraim Morais (DEM-PB), Marco Maciel (DEM-PE) também estão batalhando por essa boquinha.
Indo e vindo
Voltemos o que foi dito: o Eduardo Braga do PMDB foi escolhido na cota de Dilma e Lula. Pois aqui vai a afirmação que vai balançar a República (até parece coisa daqueles três comentaristas mencionados), o Amazonas sairia perdendo e muito com a escolha de Eduardo Braga para o ministério complicado burocrático da Previdência. Ainda bem que ele não aceitou. Peraí ! Se a tia Dilma ouve uma coisa dessas pode até ficar zangada comigo: "Escolhi o Braga justamente por ser complicado, queria um gestor com experiência." Então ok. De repente vou ter de deletar o que escrevi abaixo.
Voltemos o que foi dito: o Eduardo Braga do PMDB foi escolhido na cota de Dilma e Lula. Pois aqui vai a afirmação que vai balançar a República (até parece coisa daqueles três comentaristas mencionados), o Amazonas sairia perdendo e muito com a escolha de Eduardo Braga para o ministério complicado burocrático da Previdência. Ainda bem que ele não aceitou. Peraí ! Se a tia Dilma ouve uma coisa dessas pode até ficar zangada comigo: "Escolhi o Braga justamente por ser complicado, queria um gestor com experiência." Então ok. De repente vou ter de deletar o que escrevi abaixo.
Eduardo Braga seria um ministro que em termos práticos não ajudaria em nada ao Amazonas. Não ajuda no Pólo Industrial, nem no saneamento básico, nem na educação, nem na geração de novos empregos, nem na abertura de novos portos ou rodovias, nem na Copa do Mundo, nem na luta contra a vazante dos rios, que agora, ano sim e outro também, virou a realidade Amazônica.
Braga queria um ministério mais importante, por ele mesmo, e em última instância, por comparação com o ministério recebido por Alfredo. Na realidade, corre a boca pequena que ele era o candidato de Dilma-Lula para presidir o Senado. Mas isso vai de contra aos interesses da dupla Renan-Sarney. Ou seria um trinca, incluindo o vice-presidente eleito. Mas do que o Michel temer ? Braga é ainda um outsider de sua panelinha. Este ainda "procura um cargo no primeiro escalão para acomodar Geddel Viera Lima, um dos integrantes do seleto grupo político do presidente da legenda e vice-presidente eleito..." Publicou o Estadão. Braga, o teacher's pet da presidência, era uma pedra nas pretensões dele. Renan Calheiros adorou a desistência e colocou Garidaldi Alves na Previdência, Temer ainda está procurando um ministério para o seu protegido.
Voto em Braga para o Senado
Sou a favor de que Eduardo Braga permaneça no Senado. Se ser ministro é um desejo dele, deve ser respeitado, mas a menos que seja um ministério que possa fazer muita coisa por essas bandas, caso contrário é bem melhor para o Amazonas que permaneça senador. Alfredo Nascimento recebeu uma pasta importante e tem como suplente João Pedro, político experiente, pós-graduado em política, ex-senador. No Senado pela sua ficha corrida, Braga já chega como cardeal, o que não aconteceria com os seus suplentes, e poderia muito ajudar o novo governo.
Se Eduardo Braga se tornar ministro, será substituído por sua esposa e suplente Sandra Braga, também do PMDB. Sua senhora fez um excelente trabalho como primeira dama do Estado e presidente do Conselho de Desenvolvimento Humano. Mas uma coisa é ser secretária de Estado onde o marido é o governador, outra é ser senadora da República. Esta senhora, acredito eu, não tem o perfil nem o traquejo político para entrar “na cova dos leões” e de lá sair viva. Vou ficar feliz se estiver enganado. Portanto, a sua participação no Senado será de mera espectadora (ao menos a princípio), uma coroinha no meio de tantos cardeais. Admito que possa ser alegado que ela terá tempo suficiente para aprender. O nosso Estado precisa de políticos atuantes, combativos, presentes e experientes; tanto quanto necessitará a Situação e o governo da presidente Dilma Roussef para fazer frente à Oposição. O que deverá ocorrer é que a esposa-suplente do senador Eduardo Braga, caso esse se torne ministro, deverá se licenciar para que o seu segundo suplente assuma; o empresário gaúcho Lírio Albino Parissoto, dono da Videolar, que também não possui as qualidades necessárias para o desempenho da função, por falta de experiência; principalmente quando comparado com a outra opção para o Senado que o Amazonas possui. O Amazonas já passou por triste experiência, quando Amazonino Mendes renunciou ao senado e foi substituído pelo Egberto Batista.
Portanto, para o bem do Amazonas é necessário que Eduardo Braga permaneça no Senado. Sua experiência como gestor público e no Parlamento nos será mais útil de que seriam os seus suplentes. Com ele no governo, ganhamos um ministro, mas perdemos um senador.
Portanto, para o bem do Amazonas é necessário que Eduardo Braga permaneça no Senado. Sua experiência como gestor público e no Parlamento nos será mais útil de que seriam os seus suplentes. Com ele no governo, ganhamos um ministro, mas perdemos um senador.
PS1. Eu e os outros membros da minha família temos CPF diferentes, cada um paga o seu próprio imposto separadamente, somos independentes uns dos outros. Portanto, a minha opinião expressa aqui, não pode ser generalizada para irmãos, primos, tios, etc. Eu não sou porta-voz de ninguém.
PS2. Segundo o Estadão, quando o senador Almir Lando foi ministro da Previdência não conseguiu mandar nem no INSS.
PS2. Será que alguém por aí tem o texto "O Pastor Alemão", que em uma limpeza no meu computador, eu o deleitei acidentalmente. Uma vez o professor Heyton Bessa me disse que tinha, mas infelizmente ele já nos deixou.
Cláudio, você está escrevendo muito bem, texto enxuto, poder analitico, bem informado. Acho que você devia ter uma coluna semanal num jornal impresso.
ResponderExcluirabs.
Baba