Pesquisar este blog

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O Novo Superintendente da Suframa

       
      Contra-indicado a e-leitores sensíveis aos componentes do texto.


     Depois de três anos como superintendente da  Suframa, Thomaz Nogueira deixou a cargo na última quarta-feira, num dos dias mais felizes de sua vida. Não posso afirmar muita coisa sobre o sentimento de outrem, mas esse eu posso. Foi o dia do casamento da sua filha mais velha.
     Mas esse é um assunto dele. Rei morto, rei posto. Nosso assunto é outro: o novo e o futuro superintendente da Suframa.
     O atual e interino, até que se decida ao contrário, é o funcionário de carreira, Gustavo Adolfo Igrejas Filgueiras, que era o superintendente adjunto de Projetos.
   Está merecidamente no lugar certo. Tem o perfil desejado: é técnico, não é político (requisito necessário segundo as associações empresariais); conhece muito bem a instituição que dirige; conhece bem a Zona Franca de Manaus. Não sei se entende de guerra fiscal. Não estou insinuando que não entenda. Estou dizendo que desconheço.
    Pelo perfil técnico seria muito bom se fosse efetivado no cargo, mas não creio que vá ser.
   O super para atender os anseios da sociedade amazonense, e não somente os do Planalto, leia-se, Ministério do Planejamento, Orçamento & Gestão e Ministério do Desenvolvimento Indústria & Comércio Exterior, é necessário que não tenha apego ao poder. Desta forma, sendo servidor concursado, Gustavo Filgueiras pode ter uma certa independência, se não tiver medo de perder o cargo. Mas isso só funcionaria, disse e repito, se não for apegado ao poder, e não se importar de volta a trabalhar em outra função subordinada depois de ter sido efetivado como titular. No momento deve estar certo de que é interino.

Diário Oficial da União - 10.11.14
A mídia diz que o senador Eduardo Braga tenta colocar no cargo a deputada federal, Rebeca Garcia, desempregada a partir de janeiro. Eu, particularmente (agora não tão particular) acho que seria um bom nome. Ela e minha esposa provaram que beleza e inteligência podem andar juntas. É economista formada pela Boston University. E é rica. O que é muito importante. Isso pesa contra o Igrejas e o Praciano, que segundo comenta-se esta batalhando pelo cargo.
Para ser o super da Suframa é necessário ser rico? Não. Mas para não dizer sempre amém ao Planalto é necessário que o candidato não se importe de perder o emprego. Foi por isso que o Thomaz Nogueira não temeu sair da Suframa; pois há 35 anos é funcionário de carreira da Sefaz.
     Vamos deixar as coisas bem claras. Não é função do super peitar o Planalto. Mas para os nossos interesses amazonenses e para resguardar a própria instituição é necessário que a pessoa tenha coragem de contestá-lo de vez em quando.
      Mas vamos voltar a Rebeca Garcia.
    Se ela tem intenção de concorrer a Prefeitura de Manaus em dois anos (vai ser difícil bater o Arthur Neto, principalmente, se os 200 milhões de dólares que pediu emprestado forem liberados), ela precisa estar na mídia.
     O que pesa contra ela é que vai ter de agradar ao Eduardo Braga, que deve ser quem vai patrocinar a sua candidatura; e este tem de agradar o Planalto, pois o seu futuro político passa pela Dilma.
    Ele também corre o risco de ficar esquecido. Vai precisar asfaltar a BR 319, conseguir verbas para prefeitos (vai virar porteiro), e outras coisas mais, para chamar atenção para a sua pessoa. Deverá enfrentar uma pedreira chamada Arthur em quatro anos, se decidir concorrer ao governo do Estado. Resumo da ópera: nem Braga, nem Rebeca terão coragem de dizer que o rei está nu, quando for necessário. Ou seria a Rainha?  Não. São os reis dos ministérios, segundo Nogueira, o outro. Rainha, só se for a do Planejamento.
     Além do que, o mais óbvio, o governador José Melo não deverá concordar que uma concorrente vá para um cargo tão importante. Para quem não se lembra, o PROS é da base aliada e estava na cédula de votação (expressão antiga, pois isso nem existe mais) da presidenta Dilma nas últimas eleições.
     Eu como o FHC (será que ele vai me processar por causa disso?) só escrevo para gente inteligente e bem informada. Por conta disso, ¿ preciso escrever quais os motivos o Praciano na Suframa não atende os nossos interesses? Ele abriu não, a pedido do partido ou do Planalto, de uma reeleição certa, para concorrer, contra ao Omar Aziz, ao Senado. Ganhar era missão quase impossível. Deverá receber alguma  recompensa, acredito eu.
    Ok. Vamos dar aos governistas federais que querem assumir a Suframa o benefício da dúvida e deixar que indiquem o novo super (José Melo não permitirá sem contestar). Vamos (a)creditar que a proximidade com Planalto os torne mais capazes de terem suas demandas atendidas. Tudo é possível. Mas antes é necessário que tenham coragem de reivindicar.               Lembram-se da instalação da fábrica de tabletes (no vernáculo mesmo) da Foxconn em Jundiaí ? Quem reclamou por nós ?
    O ungido pode até ser um técnico, mas escolha é política. Há bons nomes para assumir o posto, obedecendo os critérios de conhecer bem o modelo, serem competentes e não terem apego ao cargo: Rodemarck Castelo Branco, José Seráfico, Serafim Corrêa (seu apoio a José Melo foi decisivo, mas o PSB apoiou o Aécio), Denis Minev, Jaime Benchimol, Admilton Salazar, Afonso Lobo e Francisco Mourão para citar alguns.
    Atenção! A lista é minha, não perguntei isso a eles. Talvez não tenham interesse nenhum no cargo. Contudo, uma coisa é ter interesse, outra é ser convidado e aceitar o desafio.
     Também colocaria nesta lista, o titular da SEMEF, Ulisses Tapajós, mas não creio que o prefeito Arthur Neto o liberasse  (talvez atendendo a um  pedido do governador), e o Planalto aceitasse.
     Nada contra Gustavo Igrejas, tudo a favor. Posso estar errado, mas não creio que advogasse que o CBA se desmembrasse da Suframa. Pois todo funcionário que conheci da instituição, com raríssimas exceções, acha que aquilo é deles. E desde quando a Suframa foi criada para administrar uma instituição como o CBA? É igual ao pai que nunca deixa o filho sair de casa.
    Nós estamos falando de a própria Suframa advogar o desmembramento do CBA para que se torne num novo INPA ou EMBRAPA, dentro das suas funções, é claro. Contudo, super nenhum tem poder de fazer esse desmembramento, isso tem de ser decidido em Brasília.
    Só nos resta aguardar. A escolha do titular da Suframa pode ser decidido a qualquer hora.     Afinal tanto a presidenta Dilma quanto  o governador José Melo não precisam esperar 1o de janeiro para assumirem o poder. 


Cláudio Nogueira

Nenhum comentário:

Postar um comentário