O
senador derrotado na disputa do governo do Estado do Amazonas, Eduardo Braga
deve estar perdendo o sono com seu futuro político e o futuro político de seus
adversários: Omar Aziz, Arthur Neto e José Melo. Parece que eles exercem cargos
que acredita pertencerem a ele: senador, governador e prefeito.
A
situação do senador não é muito confortável. Em dois anos teremos eleição para
a prefeitura de Manaus, e ele não terá coragem de enfrentar o atual prefeito;
que faz um bom trabalho, e mostrou força política elegendo o seu filho para
a Câmara Federal com uma votação histórica; e com a vitória do governador José
Melo, que teve o seu apoio ostensivo.
Se mesmo com a falta de recursos o prefeito consegue trabalhar; muito mais deverá fazer agora, considerando que mais
de 200 milhões estão a caminho. Em 2016 deverá ser reeleito com facilidade.
O
senador foi derrotado junto com a senadora Vanessa Graziotin na eleição passada
para prefeito; por isso e pelo exposto acima não deverá concorrer.
Ele
busca colocar um político na direção da Suframa; alguém que possa controlar e
que possa ter muita visibilidade para se arriscar a concorrer contra Arthur; para
tirá-lo da disputa de 2018. Contudo, se o Planalto comprar esse projeto,
Praciano, que teve mais de 500 mil votos para senador, tem mais chances de ganhar a
vaga. Na realidade, conta à lenda que o deputado recebeu um cheque nominal para o cargo de superintendente, para motivá-lo a concorrer ao Senado contra o ex-governador Omar
Aziz. Só se esqueceram de combinar com os russos, digo,
com o público. Braga foi derrotado e melou tudo. Esse cheque anda meio sem fundos.
Como
citado em texto anterior, Braga tem chances de emplacar a deputada federal
Rebeca Garcia no comando da Suframa, ou Praciano emplacar a si mesmo, só se fizermos
uma análise como se faz em determinadas situações na análise econômica, isto é,
se congelarmos todas as outras variáveis: ceteris paribus.
E
que variáveis congeladas são essas?
A
principal delas é o governador José Melo não participar da escolha do novo
superintendente. O que acredito ser muito difícil por várias razões. A mais
forte delas é que historicamente os governadores no Brasil tem uma ascendência
muito grande sobre a bancada federal, especialmente pelo número de cargos que
podem oferecer. Não raro, um governador chama um eleito para uma secretaria,
provocando a ascensão de algum suplente. Nada é feito inocentemente.
Alguém aí mencionou que o partido do governador, PROS, faz parte da base aliada do governo ?
O
governador Braga indicou a superintendente da Suframa, Flávia Grosso, por todo
o seu mandato. Quando saiu do governo estadual, mesmo estando nas graças de
Lula e Dilma, sua ungida foi substituída por Thomaz Nogueira, indicado
ao cargo pelo governador eleito na época, Omar Aziz; que, diga-se de passagem,
havia derrotado Lula, Dilma e Alfredo Nascimento. O Planalto foi pragmático e
não misturou as coisas, o governador eleito fez a escolha.
O
que tira o sono do senador Eduardo Braga é o fato de que não poderá também
concorrer ao governo do Estado em 2018. Neste momento as condições não lhe
favorecessem. Mas como não existe nada mais diferente na face da terra do que
duas eleições, tudo é possível.
Braga, estrela decadente por essas bandas, vai precisar muito do apoio do Planalto. Se o prefeito se reeleger e continuar com o
índice de aprovação em que se encontra, será difícil não ser eleito
governador.
Sem
contar com o fato de que o senador eleito Omar Aziz é, também, um candidato potencial
ao governo estadual. E em 2018 poderá contar com apoio de José Melo (leia-se Henrique Oliveira), que foi escolhido por ele para ser seu sucessor.
Para se livrar de Arthur, de repente, cansado de perder no Amazonas, o Planalto poderá até apostar suas fichas em Omar, cujos índices de aprovação e rejeição andam em sentidos opostos aos do Braga.
Se tentar a reeleição ao Senado, Braga deverá concorrer
contra o governador José Melo e; possivelmente, contra Arthur Bisneto. A senadora
Vanessa Graziotin também está no grupo dos que tem insônia; e, possivelmente, entrará no grupo dos senadores que viraram deputados.
Se
não bastasse esse pesadelo todo, ainda existe a possibilidade do senador Omar
Aziz se tornar ministro. Como cardeal do
PSD, apesar de já ter sido anunciado que será o líder do seu partido no Senado,
tudo é possível.
Omar
Aziz é o vice-presidente do PSD, que comanda
um ministério, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, chefiada por Guilherme
Afif Domingos. Nesse segundo mandato da presidenta, o PSD deverá ter uma partipação maior.
Dia
5 último, Omar Aziz e outros membros do PSD se encontraram com a presidenta.
Braga passou a noite em claro ao ver a foto abaixo, e ao ler o seguinte diálogo divulgado pela imprensa:
Foto que deixou Braga sem dormir |
“Nesse momento, fazemos parte da vitória diretamente,
portanto, cabe a nós darmos sustentação a esse Governo, para conseguirmos fazer
as mudanças que o povo brasileiro e nós queremos. Tenha certeza que a senhora
contará com um partido muito unido no Congresso Nacional." Disse Omar Aziz.
No que a presidenta comentou: “Conto com o PSD
como protagonista, tanto nas mudanças que vamos fazer quanto como membro do
governo, para que essas reformas sejam levadas a cabo com sucesso."
"Membro do governo!!?? Alguém me dê um tylenol extra-forte”.
Foi
aí que se deu continuidade a uma estratégia em curso para se queimar o filme de
Omar Aziz no Planalto: repetir e publicar pela quarta vez que o Thomaz Nogueira,
ex-superintendente da Suframa votou no Aécio. Já haviam dito isso três vezes
anteriormente, mas parece que a presidenta não anda lendo a sessão Sim &
Não do jornal A Crítica. Então Braga teve a ideia brilhante de ele mesmo
repetir esse mantra em entrevista coletiva realizada dia 14. Quem sabe a grande
imprensa não divulga essa verdade inventada e queima o filme do senador eleito
Omar Aziz. Só o tempo dirá se essa desesperadora estratégia surtiu efeito. Por via das dúvidas, vou dar uma força ao senador. Vou fazer como sempre faço: todas às vezes que acredito que o texto interessa a determinada pessoa, eu mando para ela. Mandarei esse para todos os senadores do PT.
Não
vejo Thomaz Nogueira perder o sono por causa disso. Muito pelo contrário. Estamos
todos nos preparando, para no feriado, irmos em caravana para Curitiba; para os
quinze anos da mais bonita das curitibanas. Vamos contando com a proteção, que sempre
tivemos,de Nossa Senhora Aparecida, e de nosso patriarca que junto ao Pai
intercede por nós.
Paradoxalmente,
o que pesa a favor de Braga é o crescimento político de Arthur Neto. Isso pode
lhe ajudar a ter uma posição de destaque, ou ter pedidos de verbas federais para
prefeituras do interior atendidas com mais frequência. O próprio Arthur Neto
conseguiu se eleger senador com esse tipo de ajuda do Planalto, quando foi
ministro de FHC.
O
Planalto já deve ter percebido a redução dos votos que teve no Amazonas nas
últimas eleições. Foram três eleições seguidas perdidas; uma para prefeito e
duas para o governo do Estado. No segundo
turno, Aécio cresceu 71 por cento; enquanto Dilma somente 12 por cento.
Isso ajuda ou atrapalha a vida de Eduardo Braga? Isso depende da análise do Planalto de quem vai trazer-lhe mais votos em 2018: Braga, Omar Aziz e/ou José Melo.
Segundo
a revista Carta Capital, no segundo turno, Braga quis descolar sua imagem da imagem da presidenta, pois achava que a popularidade dela estava em
baixa, mas queria associação com Lula. Hoje esta distância não lhe serve mais,
muito pelo contrário. Quanto mais perto da presidenta, melhor.
Que Nossa Senhora de Nazaré, paróquia que frequenta quando está em Manaus, interceda pelo senador e lhe dê paz.
Thomaz Nogueira votou na Dilma.
"Feliz o homem que põe sua confiança em Senhor e não nos poderosos."
Cláudio
Nogueira
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