Uma das projeções mais altas é a do Itaú Unibanco, que anunciou ontem revisão da estimativa de 6,5% para 7,5%. O economista Aurélio Bicalho atribui o novo cálculo a alguns fatores, como a forte expansão da atividade econômica no primeiro trimestre, o crescimento mundial superior ao esperado (apesar dos problemas na Europa) e a manutenção de alguns estímulos fiscais, como o IPI menor para a compra de materiais de construção Por fim, Bicalho observa que o mercado de crédito tem se fortalecido. Segundo o Banco Central, os empréstimos cresceram 2,6% entre janeiro e março.
Na segunda-feira, o Bradesco elevou de 6,4% para 7% a projeção de crescimento do PIB em 2010. A MB Associados também reviu a estimativa para o PIB em decorrência do forte resultado das vendas do varejo. A previsão foi de 6% para 6,6%. "Posso dizer que esses 6,6% são apenas para começo de conversa", afirmou o economista-chefe da consultoria, Sérgio Vale.
Na semana passada, o Santander Brasil elevou a projeção de crescimento do PIB para 2010 de 5,8% para 6,3%. "Fomos surpreendidos com a velocidade de expansão da economia no primeiro trimestre", disse o economista-chefe do Santander, Alexandre Schwartsman. O JP Morgan foi o primeiro a apontar alta de 7% em 2010, ao rever a projeção anterior de 6,2% em meados de abril. "Nosso número é até conservador. O consenso é que está atrasado", disse o economista Júlio Callegari. No último relatório Focus, do BC, a média do mercado apostava em 6,26%.
Os analistas acreditam que o "superaquecimento" da economia pode levar o BC a intensificar o aperto do juro básico (Selic). Já existem apostas em uma alta de 1 ponto porcentual da taxa na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No último encontro, o BC elevou a Selic em 0,75 ponto, para 9,5 % ao ano. "Mantido o ritmo atual da economia, é provável que o ciclo total de altas seja superior ao que esperávamos", disse Vale, da MB Associados.
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, as previsões de alta de 6,5% a 7% do PIB são "um pouco exageradas". Em reunião com a CUT, ele previu crescimento de 5,5% a 6%.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 13/05/2010 /http://www.federasul.com.br/noticias/noticiaDetalhe.asp?idNoticia=11422&CategoriaNome=Econ%F4mico
Octavio de Barros: PIB terá 3ª maior alta do mundo
Economista do Bradesco projeta expansão de 6,4% para o PIB brasileiro neste ano
Klinger Portella, iG São Paulo 27/04/2010 13:59
http://economia.ig.com.br/octavio+de+barros+pib+tera+3+maior+alta+do+mundo/n1237597702430.html
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro terá em 2010 o terceiro maior crescimento entre as 30 maiores economias do mundo. Segundo Octavio de Barros, diretor de Pesquisa Macroeconômica do Bradesco, o Brasil deverá crescer 6,4% neste ano, “podendo chegar a 7%”.
Falando a uma plateia de investidores internacionais no evento Brazil Internacional Summit, organizado pela Terrapinn, nesta terça-feira, em São Paulo, Barros destacou que a taxa é “acima do que podemos crescer”. Nas projeções do economista, o crescimento sustentável do PIB está na casa dos 4,7%. “Poderia crescer mais, mas somos céticos com relação ao apetite por reformas.”
Segundo projeções do banco, o PIB brasileiro deve crescer 2,2% no primeiro trimestre de 2010, frente aos três últimos meses do ano passado, e 8% na comparação com igual período de 2009.
Octavio de Barros destacou o bom momento da economia brasileira e elencou uma série de indicadores que apontam para níveis pré-crise, tais como crescimento do varejo, confiança do consumidor, mercado de trabalho e crédito bancário.
Inflação e juros
Apesar de ressaltar os números positivos da economia, Octavio de Barros fez um alerta com relação aos índices de inflação: “é motivo de preocupação”. O economista apontou que o núcleo dos índices aponta para inflação acima de 6% neste ano e na casa dos 4,9% para 2011.
“Se o Banco Central não agir prontamente, o IPCA pode ir além dos 5,1% atuais”, disse. Barros acredita que a política monetária será apertada, com alta de 0,75 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que começa hoje. Amanhã, o Copom anunciará os rumos da taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 8,75% ao ano.
Eleições
Segundo Barros, as eleições presidenciais não afetarão o ambiente de negócios no Brasil neste ano. "Os negócios vão passar ao largo das eleições. Para o investidor externo é irrelevante quem vai ganhar a eleição de outubro", disse.
O economista afirma que o mercado vai apresentar certa volatilidade durante a campanha eleitoral, mas os impactos não serão fortes, dado o amadurecimento institucional do País.
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