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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Aniversário do Centevi

Por Luciana Sarah Jacob Nogueira

Amazonense, vinte e poucos anos, psicóloga, mestre em Eng da Produção, tia profissional, viajante nas horas vagas e não vagas. Atualmente morando e trabalhando em Utrecht, Holanda.

http://madeinmanaus.wordpress.com/2011/06/27/89/

Era uma vez um senhor chamado Centevi, um velho contador de anedotas. Ele tinha quatro lindos filhos: Nieldan, Lianaju, Cianalu e Bellaisa e uma encantadora netinha, Liaju-ana.

Centevi era um professor em tempo integral. Ensinava alunos na universidade e seus filhotes em casa. Na universidade aterrorizava alunos com os cálculos matemáticos sobre a física das águas. Em casa encantava os rebentos com infinitas histórias sobre os mais variados temas, como experiências pessoais nos duros tempos de estudante, de seminarista, de auxiliar de barbeiro… Ou histórias sobre o início da civilização e evolução das religiões; matemática e educação financeira; amor e fé; física e aerodinâmica; geografia e arquitetura; esportes e nutrição.

Centevi era adepto do tough love. Amor, carinho, preocupação, dedicação, crítica, disciplina e exigência, tudo junto e misturado. Pelos três últimos atributos recebeu, dos cunhados, o apelido de Saddam Hussein. Pela combinação deles a admiração e amor incondicional de seus filhos.

Um de seus esportes favoritos era surfar… na internet e lá ele descobria as mais engraçadas e profundas mensagens que compartilhava com seus amados Nieldan, Lianaju, Cianalu e Bellaisa. Epigramas, piadas, vídeos, passagens bíblicas, artigos, fotos, poemas, reportagens. A cada e-mail uma diferente reação. Riso, choro, espanto, gargalhada. E assim o velhinho somava valor à bagagem da vida de seus filhos.

Aliás, somar valor à vida dos filhos, taí algo que o Centevi sabia fazer! Desde o início da família, e mesmo sem muitas posses, eles viajavam com frequência a fim de beber conhecimento nas diversas fontes espalhadas pelo globo. A cada viagem um horizonte maior se abria, até que as férias deixaram de ser suficientes. Seus filhos começaram a passar jornadas mais longas longe de casa, com a benção e apoio do velho Centevi, que acreditava que os valores transmitidos à eles eram base sólida para encararem qualquer possível adversidade. E, com a graça de Deus e munidos de importantes lições, eles sempre voltaram em segurança. Retornaram apenas por acreditavam que there is no place like home.

Leite, maracujá, banana, mamão, iogurte e abacate combinam quando batidos juntos. Chinelada não é santo mas faz milagre. Trabalhar duro é importantíssimo, mas descansar no final de semana é fundamental. Devemos respeitar a todos, mas não temer ninguém. A vida não é brincadeira, mas não deve ser levada tão a sério. Deus é conforto e fortaleza, basta procurá-lo. Educação é o único bem que nos pertence verdadeiramente. Esses são alguns dos ensinamentos daquele amado velhinho.

Ouvi dizer que esse tal de Centevi tem os filhos mais orgulhosos do mundo. O orgulho não é apenas por terem como pai o homem mais inteligente que eles conhecem, ou por ele ser um filho dedicado, líder respeitado e um pai apaixonado. O orgulho é por ele conseguir continuar sendo o pai-herói da infância mesmo tendo como caçula uma filha de vinte anos. Por ser extremamente amoroso e suficientemente duro. Por estar sempre presente, dando suporte à cada decisão. Por contar as mesmas piadas sem graça trezentas vezes. Por conseguir, realmente, preparar os filhos para a vida!


Parabéns, Centevi pelos seu aniversário.

Eu te amo com toda a força do meu coração!

Cianalu

*Centevi, Saraju, Nieldan, Lianaju, Cianalu e Bellaisa eram personagens das histórias que eu ouvia na infância. Liaju-ana é uma personagem nova e eu tive que incluir.

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